Três é demais.
Primeiramente boa noite (dia/tarde depende de quando vocês vão estar lendo)
Boa leitura amores.
❤🌈❤
Pov's autora
— Jongin, eu acho que eu já fui bem claro sobre isso... — Kyungsoo respondeu o marido enquanto cortava algumas verduras com raiva por novamente estarem tendo aquela conversa.
— Eu sei que você está frustrado Soo, vai por mim eu também estou, mas...
— "Mas" nada Jongin. Eu não vou voltar no consultório daquela mulher! Desde a primeira consulta eu não fui com a cara dela, e agora nem saber o que está acontecendo com o bebê ela sabe...
Bradou sentindo a raiva tomar conta de si e logo Jongin desligou o fogão, indo até o seu baixinho e o abraçando por trás, usando seus ferônimos na tentativa de acalmá-lo. Estavam indo para o quarto mês de gestação e a preocupação dos dois era justamente a falta de competência da obstetra a qual foram encaminhados.
A beta parecia não fazer ideia do que estava fazendo. Não passava exames, medicamentos necessários e muito menos fazia ultrassonografias que no caso do casal em especial, era extremamente necessário. Fora que em nenhum momento eles haviam visto um certificado sequer dela. Aquilo estava se tornando algo tão preocupante para Kyungsoo que ele estava a ponto de retomar suas atividades como advogado e processar a médica e sua clínica.
— Se acalme meu amor, você não pode esquecer que está grávido. — o alfa respondeu extremamente calmo para o furacão de raiva e hormônios na qual o ômega se encontrava, conseguindo acalmá-lo aos poucos, acariciando o volume de sua barriga e o beijando várias vezes, fazendo um sorriso surgir em seu rosto.
— Eu sei, eu não me esqueço e você sabe disso. Mas por favor Jongin, eu não vou conseguir dormir tranquilo até essa criança nascer se nós não trocamos de obstetra...
— Tudo bem, o que você tem em mente? — perguntou e o ômega logo virou de frente para si, passando os braços ao redor de seu pescoço, enquanto ambas as suas mãos se encontravam apoiadas no balcão, cada uma de um lado do ômega, de forma que seus rostos ficassem rente um ao outro.
— Eu pensei na doutora Waller mas ela não está no país. O Jimin me falou do obstetra em que ele e o Jungkook estão indo, ele é ótimo pelo que me disse, além de fazer o mínimo que essa daí não fez...
— Tudo o que você quiser, se não se sente confortável com ela eu nem tenho o quê reclamar. Também não fui muito com a cara dela, ela se garante muito em seus métodos, mas não fez nada até agora.
— É disso que eu estou falando! Não acha estranho ela não passar nenhum exame ou ultrassom? Não sabe explicar nada! Parece que está nos negligenciando.
— Sim... Acha que devíamos contatar a polícia? — o alfa perguntou e novamente Kyungsoo ponderou a hipótese.
Quando descobriram da gravidez, o ômega estava com um mês e duas semanas e seu aroma em si estava muito estranho. As vezes o cheiro que exalava de seu ventre se assemelhava ao de um ômega e outras se assemelhava ao de um alfa. Variando várias vezes ao dia ou uma vez na semana como logo descobriram.
Consultando um médico do pronto socorro após o ômega passar mal, este os encaminhou para a obstetra que na primeira consulta já agiu de forma extremamente estranha. Não deixando brechas para que vissem a ultrassonografia, além de não fazer nenhum comentário ou observação. Resumindo toda a consulta à "um bebê saudável assim como os pais".
Um mês depois, na segunda consulta a doutora agiu da mesma forma e dessa vez, nem uma ultrassom foi feita, apenas uma recomendação de vitaminas, as quais Kyungsoo já era receitado bem antes.
E agora ali estavam, era noite de uma terça-feira e no dia seguinte ambos teriam a terceira consulta com aquela médica que não estava agradando nada ao casal. Os levando a pequena discussão que estavam tendo na cozinha, enquanto faziam o jantar.
Kyungsoo sabia que ela havia sido negligente e como advogado ele sabia bem o que aquilo era, agora ele não entendia os motivos que levaram-na a isso. Talvez fosse um meio de ter dinheiro fácil? Ou então era apenas alguém sem qualquer formação se passando por médica? Eram hipóteses prováveis.
— Eu não sei... — respondeu o encarando nos olhos. — Acho melhor esperarmos até amanhã e vermos o que o doutor acha disso tudo, e então decidimos se a denunciamos ou processamos ela de vez. Talvez os dois.
— Certo... — Jongin sorriu, selando os lábios dele com carinho, sentindo pela marca que os unia o quanto seu ômega estava receoso em relação aquela gravidez. Ele entendia muito bem o porquê.
Terminando de cortar as verduras - dessa vez com calma - Kyungsoo e Jongin logo terminaram de fazer seu jantar, sentando-se um frente ao outro na mesa para quatro, enquanto desfrutavam da refeição e da companhia um do outro, relembrando do dia cansativo de trabalho no mercado e anotando mentalmente que precisavam pedir o número da clínica obstetrícia para Jimin.
— O quão estranho é pensar que aquele Jimin que você "adotou" há três anos está grávido? E no mesmo tempo que você? — Jongin indagou rindo enquanto ambos conversavam sobre o Park, ganhando outra risada contida do esposo que relembrou a cena e as circunstâncias em que conheceu Jimin.
— É mesmo, nunca pensei que iria viver isso... — o ômega mencionou, cutucando a comida no prato com desinteresse. — O bebê deles é um alfa...
— Sim, Jungkook me contou. Estava quase explodindo de felicidade, me mostrando a foto da ultrassom. — disse rindo e ganhando uma risada contida que logo se extinguiu do rosto de seu ômega, refletindo enquanto passava a mão pela barriga, mergulhado em lembranças.
— Um alfa... — disse com uma tentativa de sorriso, se lembrando da felicidade que os consumiu assim que descobriram.
Jongin sentia aquilo. Ele sabia exatamente do que seu ômega estava falando.
Pegando a mão de Kyungsoo, o alfa sorriu para ele com calma, demonstrando que ele não estava sozinho naquele sentimento de culpa e insegurança. Mostrando que ele o entendia e não o julgava, que ele estaria ali para o quê fosse, independente do que viesse, ele estaria ali por ele. E agradecido Kyungsoo sorriu, demonstrando o mesmo sentimento para com o alfa.
Terminado a refeição da qual o ômega mal tirou proveito pelo enjoo, Jongin fez questão de lavar a louça, enquanto era assistido pelo marido que enviava uma mensagem para Jimin, perguntando sobre o obstetra a qual ele havia comentado no grupo de apoio no domingo. Sendo respondido quase imediatamente pelo Park que estava em uma situação parecida em sua casa, esperando Jungkook terminar de lavar a louça para que eles fossem assistir o filme que o mais novo estava louco para ver.
Enviado o contato, Kyungsoo exitou antes de enviar a mensagem para o consultório, sentindo-se inseguro com aquilo. Sentindo o mesmo medo que o consumira há três anos atrás, quando pensou que sua vida tivesse acabado.
Enquanto estava em seu impasse de enviar ou não a mensagem, Jongin terminou com toda a louça, deixando-a no escorredor para que secasse, indo até o ômega que estava sentado no sofá da sala, pensativo enquanto olhava para o aparelho celular em sua mão.
Pedindo para que se levantasse, Jongin se sentou no sofá, dando espaço entre suas pernas para que Kyungsoo se sentasse confortavelmente entre elas, apoiando sua cabeça em seu ombro e passando seus braços ao redor de seu corpo, apoiando uma suas mãos na barriga enquanto a outra buscava pelo controle da televisão, para que assistissem algo.
Antes que Jongin pudesse colocar algum filme e que Kyungsoo pudesse enviar a mensagem formulada para a clínica, uma reportagem que passava no jornal chamou atenção dos dois. Especialmente por se tratar de um assunto já comentado por eles.
A matéria estava sendo passada em primeira mão pela jornalista, que abordava o caso com a seriedade na qual ele devia ser tratado. Há cerca de duas semanas uma operação havia sido feita em um distrito suburbano, onde mandatos foram realizados, apreensões foram feitas, uma criança foi resgatada e cinco corpos haviam sido encontrados.
Dessa parte tanto Kyungsoo quanto Jongin já tinham conhecimento, por conta de Jaebeom e Youngjae que eram grandes amigos do casal e sabia que a informação não vazaria deles, fora que o caso logo veio a público, não tornando-o tão confidencial assim. Além de que o ômega sabia muito bem como as coisas da polícia deviam ser tratadas, pelos anos que atuou como advogado.
A matéria em si mostrava o andamento do caso e mostrava as novidades do mesmo, tratando das novas descobertas da polícia. Mais dois suspeitos de estarem envolvidos haviam sido presos, e algumas informações sobre os ômegas mantidos cativos foram tiradas dos outros que já haviam sido presos durante a operação, além de informações sobre o processo de imigração ilegal.
Com estes novos nomes a polícia agora investigava as demais extensões desse comércio que envolviam desde venda de ômegas para exploração sexual e trabalho escravo - que era o caso do local desmontado pela polícia - até sequestro e venda de crianças, o que chocou Jongin e especialmente Kyungsoo, pela situação estranha em que estavam com a obstetra.
Com uma nova pista sobre envolvidos e compradores, a polícia organizava novas investigações, recolhendo mais informações sobre todo o esquema envolvendo o tráfico, enquanto tentava encontrar o paradeiro das vítimas.
E como se a notícia já não fosse perturbadora o bastante, por último a jornalista buscou informar sobre a identidade dos cinco corpos encontrados em um bunker ao fundo da residência onde ocorreu a operação, como pertencentes à três ômegas e duas betas. Sendo uma das ômegas ligada por parentesco à criança resgatada pela polícia, a qual a mídia estava proibida de divulgar informações.
Pela situação do garoto ser algo confidencial, a grande maioria dos que assistiam não faziam ideia de quem era o garoto ou de onde o mesmo estava. O que não era o caso do casal Kim, que fazia parte da minúscula minoria dos que sabiam, e que entendiam a situação real do garoto sobre tutela de Mark e Jackson.
Temendo que aquilo acabasse perturbando ainda mais a mente de seu ômega, Jongin sugeriu que fossem dormir, desligando a televisão quando o ômega assentiu, dando uma olhada no celular para reler a mensagem enviada para o médico de Jimin, se surpreendendo ao ver a mesma cordialmente respondida, onde um horário foi marcado para eles irem, mesmo sendo tarde da noite.
— Tem certeza de que está bem? Não tá com fome? Você mal jantou... — Jongin indagou, afofando seu próprio travesseiro, para em seguida fazer o mesmo com o de Kyungsoo, enquanto o via passar creme em sua barriga um pouco maior que o normal para alguém que estava para completar quatro meses.
— Eu já disse que estou bem, não se preocupe... — ele disse se sentando e se arrumando na cama, vendo o marido repetir o gesto, fazendo um leve carinho em sua barriga. — Ela está bem maior do que da outra vez...
Indagou simples, ouvindo o alfa murmurar algo como um sim, acariciando o volume presente ali, sentindo a preocupação que vinha de Kyungsoo o consumir novamente, e ele mais que tudo sabia a causa dela: o medo de ter que viver tudo aquilo outra vez. E Jongin tentava ajudá-lo a afastar aqueles pensamentos, tanto verbalmente tanto através da marca, mas era difícil. Ele conhecia bem o trauma de seu esposo e sabia que ele não iria conseguir se livrar tão fácil dele.
Há três anos estavam tentando, estava bem melhor mais ainda assim aquela sensação insistia em assombrar o ômega.
— Fica tranquilo, hum? Vai dar tudo certo, amanhã vamos consultar o doutor e ele vai esclarecer nossas dúvidas. — disse na tentativa de acalmá-lo, passando sua proteção através da marca, o abraçando de forma que seu rosto ficasse rente ao seu, o aconchegando quando viu uma lágrima cortar seu rosto bonito.
— Eu não quero passar por tudo aquilo de novo... E-eu não posso perdê-lo como eu perdi o Junhee.
Lamentou baixo, tão baixo que se não fosse um alfa talvez Jongin não tivesse escutado, mesmo em tão curta distância. Ele sentiu seu peito arder conforme a marca mostrava toda a culpa e remorso que Kyungsoo sentia pelo que havia acontecido, e aquilo novamente o fez penar pelo fardo que ele carregava. Naquele momento Jongin o envolveu em um abraço repleto de afeto, mostrando novamente para o ômega que ele não tinha culpa alguma pelo que aconteceu, e o mais importante de tudo, ele o amava e continuaria o amando, independente do que acontecesse.
E foi abraçado ao alfa que Kyungsoo adormeceu, assim como Jongin que só conseguiu descansar quando viu seu ômega dormindo calma e serenamente, sem qualquer perturbação ou vontade que não fosse de ficar ali nos braços de seu alfa.
Isso até ele acordar, três horas depois.
— Jongin? Jongin? — chamou por ele se sentando na cama, sacudindo seu ombro de leve no intuito de despertá-lo. — Jongin?
— Hum? O quê? Que foi? — perguntou sonolento, encarando os olhos grandes e atentos de Kyungsoo, que o encarava como se sua vida dependesse disso.
— Você sabe se tem lasanha? Eu não vi se a gente comprou... — perguntou e o alfa lhe encarou confuso, talvez ainda estivesse dormindo e aquilo fosse um sonho.
— Compramos uma de molho branco. Por quê? Está com fome?
— É mais um desejo, só sei que eu tô com muita vontade de comer lasanha com marshimellows...
Pediu e mais que tudo Jongin tentou não fazer uma careta ao ouvir do mais novo desejo do ômega. Não que ele já não tivesse lidado com desejos de grávido estranhos, mas que a combinação era incomum e provavelmente desagradável, isso era.
Mas ele não era nem louco de contestar, aquilo provavelmente era obra dos hormônios, e se isso já não era o suficiente para fazer Kim Jongin evitar conflitos com Kyungsoo, o fato do ômega ter licença para porte de armas, uma mira excepcional e uma incomum habilidade com facas era apenas um bônus.
— A lasanha a gente tem, agora os marshimellows...
— Hum... Você pode ir comprar para mim? — perguntou meigo com seus olhos implorando para que Jongin fizesse aquilo por ele, se não ele mesmo o faria.
— Meu amor, são mais de uma hora da manhã...
— Eu sei, mas a loja de conveniências do senhor Kang está aberta... — disse manhoso, se referindo ao ômega de idade que tinha uma loja que funcionava vinte e quatro horas por dia ali no bairro.
Suspirando derrotado então Jongin se levantou e deu um beijo nos lábios do esposo antes de colocar uma blusa por cima da camisa, colocar os chinelos e a lasanha no microondas, pegando a carteira antes de sair, indo buscar o que o ômega pediu.
O casal morava em um complexo residencial familiar, formado por casas e por alguns condomínios, além de oferecer acesso à um parque rodeado por um pequeno comércio e duas escolas que ficavam consideravelmente próximas ali. Eles moravam ali havia um pouco mais de três anos, em uma casa consideravelmente grande para um casal que até então morava sozinho. A loja de conveniência do senhor e da senhora Kang não ficava longe, por isso Jongin nem se deu ao trabalho de pegar o carro e foi de a pé até lá, ciente que a loja ficava aberta por vinte e quatro horas de segunda à sábado.
O senhor e a senhora Kang eram casados há no mínimo trinta e cinco anos e a loja era um negócio de família, passado da mãe do ômega até a geração atual dos filhos e netos deles, que trabalhavam no negócio da família em turnos diferentes. Mesmo sonolento, Jongin cumprimentou o ômega de idade cuidando do caixa e a garota alfa que arrumava uma prateleira, conversando com o avô com entusiasmo.
Enquanto isso o alfa apenas foi até o que pretendia comprar, indo até o caixa entregando a embalagem com marshimellows e o dinheiro já trocado para o senhor Kang, que olhou para o rapaz cansado enquanto colocava sua compra em uma sacola.
— Como está Kyungsoo? Imagino que isso seja para ele. — o ômega perguntou ciente da gravidez, já que era um conhecido do casal que era um de seus vizinhos e clientes.
— Ah sim, ele não jantou e agora acordou com desejo de comer lasanha com marshimellows... — olhou a embalagem rindo cansado. — E ele nem gosta disso.
— Não me parece algo muito apetitoso... — a alfa, que devia ter seus dezesseis anos interveio com uma careta, ganhando um sorrisinho de Jongin.
— Minha filha isso não é nada. — o avô disse rindo, entregando a sacola para o alfa e se apoiando no balcão. — Quando eu estava grávido eu pedia cada coisa para a sua avó... As vezes ela ficava tão enojada que vomitava junto comigo durante meus enjoos.
— Será que é por isso que meu pai é tão fresco? Ele não pode sentir o cheiro de nada forte que já fica com ânsia de vômito. — ela indagou, levando as caixas para o fundo.
— Pode ser... Mas não precisa se preocupar com isso Jongin-shii, estamos sempre abertos e o segredo de nós ômegas é que nunca queremos o que tem em casa. — disse sorrindo fofo e o alfa retribuiu antes de agradecer pelo conselho e se despedir, voltando rapidamente para casa.
Chegando em pouco tempo, ele entrou no quarto encontrando Kyungsoo de costas para si, sentado em frente a janela coberta pela cortina, por onde apenas alguns feixes de luz iluminavam o cômodo, possibilitando que ele visse seu ômega acariciando a própria barriga, preocupado e pensativo.
— Soo? — o chamou, vendo-o sair de seus pensamentos e encará-lo sem expressão, o chamando para perto.
— Está mudando outra vez... — disse, referindo-se ao cheiro do filhote, fazendo Jongin se aproximar e cheira-lo, concluindo que o aroma do bebê realmente estava mudado.
Se por dois dias o cheiro do bebê os garantia que estavam esperando um ômega, agora eles já não tinham tanta certeza, já que o cheiro aos poucos se tornava mais forte e presente, se assemelhando ao cheiro de um alfa.
— Está parecendo um alfa, mas está mais forte que o normal... — informou o esposo que suspirou cansado. Não aguentava mais aquela situação.
— Mais uma coisa que aquela incompetente não soube explicar.
— Fica calmo meu amor...
— Eu estou calmo Jongin, o problema não é esse, você e eu sabemos muito bem qual é o problema.
— Sim, e amanhã vamos resolver isso, então não tem com o que se preocupar...
— Como não tenho?! Jongin, eu não vou suportar perder outro bebê, e-eu... — perdeu a fala ao que sentia o abraço de Jongin o envolver lhe confortando, revivendo aquelas memórias que por mais que quisessem, jamais iriam esquecer.
Há um pouco mais de três anos, Kyungsoo e Jongin estavam nas nuvens com a espera do primeiro filho, um pequeno alfinha muito amado por ambos que estava sendo gerado à sete meses. Eles ainda não estavam na casa onde moravam atualmente, e sim em uma casinha um tanto menor que já recebia diversas coisinhas e preparações para a chegada do pequeno alfa.
O quarto do bebê já estava pronto e arrumado para sua chegada e Kyungsoo e Jongin não poderiam estar mais felizes naquele dia de domingo, quando uma tragédia aconteceu.
Um pequeno descuido ao limpar a escada fez com que Kyungsoo escorregasse e caísse de modo extremamente perigoso para ele e o mais importante, para o bebê que esperava.
Ele tentou a custo proteger a própria barriga, mas percebeu que foi em vão quando retomou a consciência e viu o chão antes limpo ser manchado pelo vermelho de seu próprio sangue, entrando em desespero ao sentir pontadas de dor insuportáveis em seu ventre.
Ouvindo o som da queda e sentindo a dor e o desespero de seu ômega, Jongin que estava no pequeno quintal dos fundos regando as plantas rapidamente entrou dentro de casa, entrando em desespero ao se deparar com Kyungsoo no chão, sujo de sangue, chorando e gemendo dolorido.
Rapidamente eles foram ao hospital onde após constatada uma hemorragia, Kyungsoo foi encaminhado à sala de cirurgia para uma cesária de emergência. Do lado de fora, Jongin chorava ao sentir o medo e o desespero de seu ômega pela marca que se tornava cada vez mais fraca conforme ele era medicado para a realização da cirurgia, até ele senti-lo apenas por um fio, implorando aos céus para que ele não o deixasse.
Ele esperou por horas sem receber uma notícia sequer de Kyungsoo ou de seu filho, movido pela esperança de que eles estariam bem enquanto ele sentisse o ômega pela marca.
Aos poucos suas esperanças foram aumentando, a medida de que a marca se tornava mais forte e Kyungsoo ficava consciente, o que finalmente lhe possibilitou respirar. Ele brincava com a aliança de casamento em seus dedos a medida que sua ansiedade pela falta de informações aumentava, até se atentar em total preocupação quando um médico apareceu ali, lhe trazendo notícias que não eram das melhores.
Kyungsoo estava bem, a hemorragia não havia o comprometido de forma severa. Entretanto o bebê que era gerado por ele não resistiu à queda da escada, falecendo minutos após seu nascimento, sem nem ao menos ter chance de conhecer os pais.
Ao contar isso para o alfa, Jongin sentiu um buraco se abrir abaixo de seus pés e o engolir, lhe desmoronando por completo. Ele era mais que tudo, grato pela vida de Kyungsoo ter sido preservada, mas não pode deixar de sofrer o luto da perda do primeiro filho.
O ômega sentia isso pela marca e mesmo desacordo imaginou o que tinha acontecido, sentindo uma dor no peito o consumir assim como um sentimento de culpa e o coração destroçado, que só foi amenizado quando Jongin foi permitido ir até ele, chorando e sentando-se ao seu lado, segurando sua mão e dando-lhe o conforto que ele mesmo não era capaz de oferecer por completo.
Ele ficou ali ao seu lado até que o mesmo acordasse, Jongin se sentiu melhor ao constatar que seu ômega estava bem, mesmo que a dor que sentiam causasse tanto sofrimento à eles e aos seus lobos que sentiam pela perda do filhote.
As próximas horas foram ainda mais difíceis, Kyung acordou rápido, embora estivesse fraco e dolorido pela cirurgia. Ele estava praticamente ciente do que havia acontecido com seu bebê pelo que seu lobo sentiu, vindo de Jongin, mas mesmo assim foi forte para pedir que o médico o deixasse ver seu filhote.
Assim que pegou nos braços o pequeno corpinho gélido Kyungsoo e Jongin não puderam conter as lágrimas. O alfa nos braços do pai ômega tinha uma expressão tranquila como se estivesse dormindo, e isso trouxe ainda mais dor ao coração dos pais. Ele era grandinho, já que com sete meses um bebê estava praticamente formado e ele sobreviveria se as circunstâncias de seu nascimento fossem outras.
E só de pensar nisso trazia dor.
Aquele curto momento que tiveram com o filho foi o último, antes de se despedirem e levarem o corpo do bebê, deixando o casal totalmente desamparado e de coração partido com a morte do filho que nem sequer conheceram em vida.
Aquela memória estava marcada para sempre no coração de Jongin e de Kyungsoo, eles jamais esqueceram aquele momento que lhes trouxeram dor e culpa por um momento sequer. Mas agora que o ômega estava novamente grávido, o medo de que algo acontecesse como há três anos lhe consumia por completo, e Jongin tentava a todo custo afastar aqueles pensamentos dele, assim como fazia agora.
Foi revivendo estas memórias que eles adormeceram, dando apoio um ao outro naquele momento. Kyungsoo havia se esquecido totalmente de sua vontade de comer lasanha com marshimellows e acordou apenas no dia seguinte, sentindo o peso do braço do marido sobre sua cintura e seu rosto amassado contra o travesseiro, lhe fazendo rir.
Logo ele levantou, se sentindo melhor do que estava no dia anterior por mais que estivesse com fome, indo conferir os documentos e exames para a consulta com o doutor Kim, que Jimin havia indicado. Jongin acordou logo em seguida, dando um beijo no esposo e indo fazer o café da manhã.
Assim que terminou de arrumar tudo, Kyungsoo foi direto tomar um banho rápido, se arrumando e indo até a cozinha, onde encontrou Jongin terminando de fazer o café da manhã. Devolvendo outro beijo nele, o ômega pediu que fosse tomar banho e que ele daria conta de terminar ali, sendo obedecido pelo mesmo que foi rapidamente tomar seu banho.
Não demorou muito e logo os dois estavam tomando café da manhã, conversando e criando algumas expectativas sobre o doutor, esperando que ele fosse como a doutora Waller, quem cuidou da primeira gravidez deles e que agora estava morando em outro país.
Assim que limpa a cozinha e ambos prontos, Kyungsoo pegou seus documentos e suas coisas e ambos saíram, rumo ao endereço passado pelo Park.
Chegando e entrando na clínica eles foram muito bem recebidos pelo secretário, confirmando o horário marcado no dia anterior e se sentando na sala de espera em um silêncio um pouco desconfortável, visto que uma beta e seu alfa conversavam animadamente sobre a gravidez dela desde que entraram na clínica, um pouco depois deles.
Kyungsoo estava receoso e Jongin sabia disso, assim como ele também sabia que não era uma boa hora para insistir em uma conversa, então apenas pegou a mão dele e a segurou sobre sua coxa, lhe dando carinho e apoio.
Tanto pelo simples toque, tanto pela marca.
E o ômega sorriu, agraciado pela atitude.
Demorou um pouco, mas assim que uma alfa e sua ômega saíram de dentro da sala de atendimento e a mesma foi esterilizada eles foram chamados, encontrando o doutor que foi extremamente simpático desde que os cumprimentou, se apresentando como Kim Jongdae, assim como Jimin havia dito.
— Então, em que posso ajudá-los? — ele perguntou logo após a apresentação do casal e então Kyungsoo se pôs a retirar os poucos exames feitos, enquanto Jongin se dava ao trabalho de começar a explicar.
— Bem é quê nós estamos de quinze semanas, com quase quatro meses e a nossa obstetra não estava fazendo os procedimentos costumeiros. — explicou do seu jeito, enquanto Kyungsoo entregava os exames para o obstetra que prestava atenção tanto ao relato do alfa, tanto aos papéis entregues pelo ômega, os quais analisou sem esconder a confusão que formou-se em seu rosto.
— Desde a nossa primeira consulta ela vem agindo dessa forma, não pede exames necessários, não faz ultrassons, nem responde nossas dúvidas sobre o bebê.
Kyungsoo completou a fala do esposo, observando a feição do médico ao analisar os poucos exames feitos. Ele estava com uma cara nada boa.
— Esses exames estão incompletos, minha nossa, falta muita coisa... Vocês disseram que ela não faz ultrassonografias?
— Ela fez uma na primeira consulta, mas ela não nos deixou ver em momento algum, o monitor ficou o tempo todo virado para ela. Quando perguntamos sobre, ela disse que depois revelaria as ultrassons e nos entregaria na próxima consulta. Mas não recebemos nada.
— Quem indicou essa doutora?
— Um médico do pronto socorro... — Jongin respondeu ansioso, quase aflito. Tanto seu lobo tanto o do ômega se ansiavam dentro deles.
— Isso é desvio de conduta médica, deveriam procurar denunciá-la, até processá-la se possível. Isso que ela fez poderia acabar trazendo danos a você e ao seu bebê... — o médico respondeu, e ambos se encararam com medo de que aquilo tivesse causado algo ao bebê deles. — Vocês disseram que ela não responde suas dúvidas, quais são elas?
— Não são muitas na verdade, o que mais tem nos deixado aflito é o aroma do bebê, não sabemos se ele é alfa ou ômega, é muito inconsistente. — Kyungsoo respondeu e a expressão do médico deu a entender que ele fazia uma ideia sobre o que poderia ser.
— Entendo... Se não se importam, eu posso ir ali rapidinho ver algo com meu secretário? — questionou, e não vendo problema algum o casal assentiu, vendo o doutor se levantar. — Enquanto isso, vou pedir para que se deite na maca para realizarmos alguns ultrassons, e vermos o quê está acontecendo, está bem?
— Ok doutor, muito obrigado. — Kyung agradeceu sorrindo. Se levantando e indo até a maca, se dirigindo novamente ao doutor antes que ele saísse. — Se não estiver com a agenda cheia, nós gostaríamos de nos consultar com o senhor a partir de hoje.
— Claro, não há problema algum. Já aproveito e peço para meu secretário colocar vocês na agenda. E por favor, sem o senhor, me chamem de Jongdae ou de doutor, se não eu me sinto um velho.
Disse sorrindo simpático antes de sair, e Kyungsoo fez assim como lhe foi pedido, se deitando na maca ao lado de Jongin, aguardando o retorno do médico que não tardou. Logo Jongdae estava de volta, com o mesmo sorriso amigável de sempre, se sentando frente a máquina já conhecida pelos três, pedindo educadamente para que o ômega levantasse a blusa, colocando um pouco de gel em sua barriga.
O coração de Kyungsoo se preencheu com um sentimento nostálgico assim que o alfa colocou a máquina em sua barriga e as primeiras imagens começaram a aparecer no monitor. Mas diferente da dor do luto que sempre vinha após aquele sentimento, algo novo surgiu quando ele reconheceu a imagem no monitor como um bebê. O seu bebê.
Sorrindo para Jongin ele se sentiu profundamente mais calmo, sentindo o aperto em sua mão, o apoio e a felicidade dele. Pelo menos ali seu filho parecia bem e aquilo já lhe era o suficiente.
É claro que Junhee não seria esquecido, ele sempre estaria na memória de Kyungsoo e de Jongin, e era tão amado quanto a nova vida que era gerada pelo ômega. Era uma certeza incontestável.
— Espera aí... — o doutor disse, movendo um pouco o aparelho para captar melhor o bebê, tornando a imagem no monitor confusa e trazendo uma certa incerteza ao coração de ambos os pais. — Você disse que o cheiro do filhote é incerto?
— S-sim, algum problema doutor? — Jongin questionou preocupado e após uma melhor análise, Jongdae sorriu constatando a situação.
— Nenhum problema. Acontece que a variação de aroma é porque vocês não estão esperando só um bebê. — sorriu e o olhar dos pais foi de preocupação para surpresa em segundos.
— Gêmeos?!
— Não... Trigêmeos. Dois alfas e um ômega, acredito que nas próximas semanas dê para ver o gênero. Meus parabéns.
Mencionou, apontando para cada um dos três bebês que compartilhavam espaço na barriga de Kyungsoo em duas bolsas diferentes, mostrando qual dos três era o provável ômega e explicando algumas coisas sobre a gravidez dos triplos, mas ambos estavam simplesmente atônitos com a notícia e por alguns minutos, apenas uma palavra girava em torno de suas mentes: trigêmeos.
— E-espera... Três?! Tipo t-três bebês? Você contou direito? — Jongin perguntou ainda incrédulo, alternando o olhar entre o esposo e o médico que sorria confirmando.
— Contei sim, vocês têm três bebês muito saudáveis. É por isso que o cheiro varia.
Disse e Kyungsoo que à custo se segurava, sentiu duas lágrimas descerem pelo seu rosto, emocionado. Olhando para a tela onde agora ele enxergava os três pequenos mostrados pelo doutor, sorrindo e olhando para Jongin que parecia que explodiria de felicidade dali à pouco.
— Fecha a boca Jongin, vai acabar babando... — limpando as lágrimas Kyungsoo sorriu, rindo ao sentir o alfa ainda perplexo com a notícia lhe surpreender com um beijo.
— Nós vamos ter triplos meu amor, trigêmeos! — mencionou emocionado, os olhos enchendo-se d'água a medida que sentia seu ômega se acalmar, e a felicidade novamente o consumir. Colando sua testa à dele, em genuína felicidade.
— Eu vou precisar que vocês façam mais alguns exames, e um outro ultrassom que eu não possuo equipamento para realizar, e se possível que me tragam na semana que vem para uma nova avaliação.
— Muito obrigado doutor.
— Imagina, é o meu trabalho. Eu também vou encaminhá-los para um nutricionista, e para alguns outros exames de rotina. É uma gravidez mais difícil, mas vocês estão se cuidando e os bebês estão se desenvolvendo muito bem, só tenho motivos para parabenizá-los.
Dizia enquanto fazia os encaminhamentos médicos, e Jongin ajudava o esposo a retirar o gel da barriga, o ajudando a descer da maca. Ambos se sentindo diferentes com a notícia. Uma sensação incrível crescia no peito de cada um, especialmente no de Kyungsoo, embora ele se preocupasse com o que os próximos meses lhe reservavam.
— É estranho estarmos descobrindo isso agora né? — Kyungsoo perguntou e o médico cuidadosamente assentiu, entregando fotinhas da ultrassom que foram apreciadas por ambos, o documento com a ultrassom, as prescrições e encaminhamos para o alfa, que os aceitou guardando-os em seguida.
— De certo modo sim, normalmente gravidezes com duplos ou mais bebês conseguem ser diagnosticadas as sete ou oito semanas, logo nos primeiros exames. Nem sempre é perceptível pelo cheiro como a de vocês, mas vocês não precisavam ter passado por todo esse sufoco se não fosse pela suposta falta de conhecimento da antiga obstetra...
— Entendemos... Alguma outra observação? — o ômega pediu e prontamente o obstetra tratou de indicá-los algumas atitudes a respeito da gestação, para ajudá-los a ter o cuidado necessário em uma gravidez tripla.
Algumas coisas já lhes eram conhecidas, visto que haviam passado por um processo parecido em sua outra gestação. Mas agora com três bebês a caminho, algumas atitudes e atividades exigiam um pouco mais de atenção, e eram um motivo a mais para ter cuidado.
Fazendo alguns outros exames e novamente os lembrando do necessário para a próxima consulta - que seria dali a uma semana - eles se despediram, novamente agradecidos, saindo dali e marcando para retornarem na próxima semana, indo até o carro estacionado frente a clínica.
Ambos compartilhavam de um silêncio que já não era tão desconfortável quanto o de quando chegaram ali, muito pelo contrário, aquele silêncio os ajudou a sentir melhor aquela sensação de alegria genuína e a processarem tudo o que havia acontecido ali, especialmente o ômega que estava a mil com todo o combo de informações.
Entrando no carro, eles permaneceram ali em silêncio, parados sem dar partida no veículo, compartilhando mais um pouco daquele momento, muitas novas sensações surgiam entre eles e entre elas, a nova felicidade e as novas preocupações.
— E então? Você está feliz? — Jongin quebrou o silêncio, olhando o ômega que parecia atônito, olhando para algo que estava além do vidro frontal do carro, que só ele podia ver.
— Eu estou feliz, com medo, assustado, ansioso. Estou sentindo coisas demais, você viu o quê ele disse, todo o cuidado agora é pouco.
— Sim mas ele disse que está tudo bem, que os bebês estão saudáveis e que você está se cuidando direito, não precisa se preocupar...
— Agora eu tenho mais três motivos para me preocupar. — Kyungsoo disse sorrindo, segurando na mão de Jongin, lhe encarando nos olhos sentindo mais um pouco daquela doce e nova sensação. Três novas vidas, aquilo com certeza era mais do que ele poderia sequer imaginar.
Sentindo aquele combo de sensações, Jongin retribuiu o sorriso, beijando a palma da mão do esposo agarrada a sua para em seguida beijar seus lábios, depositando ali todo o seu amor por ele, disposto a apoia-lo naquela nova etapa.
As memórias tristes continuariam a fazer parte de suas vidas, e caminharia com eles durante momentos tristes e felizes. Mas em meio a tanto sofrimento vindo com a morte do primogênito, eles tinham a certeza de que Junhee estava em um lugar melhor, e que por mais que doesse, ele não precisava deles.
Os trigêmeos representavam um novo começo. Junhee não seria esquecido e seus irmãos saberiam do quanto ele foi amado, e os três seriam amados por Jongin e Kyungsoo da mesma forma.
❤🌈❤
Sentindo falta dos Jikook da fic né? Eu também, mas adoro as side history da fanfic, e espero que vocês também gostem 🥰
A história dos Kaisoo é um pouco triste pela fatalidade do bebê deles mas mesmo assim eles são um ponto seguro para os Jikook e eu amo eles de paixão.
Por hoje é só meus bolinhos! Prometo que no próximo capítulo tem Jikook, junto com outra side history importante para o desenvolvimento da fanfic.
É isso, bebam água, um beijo e até breve.
Deixem uma estrelinha para mim saber se vocês gostaram.
💜
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