Surpresas e Segredos de Taehyung Pt.1

❤🌈❤

Pov's Jimin

Eu não esperava que ao sair de casa àquela hora eu chegaria tão cedo no campus, mas trinta minutos depois eu estava lá de frente aos portões do inferno, sem tantos demônios como o de costume por conta do horário.

Eu não queria ficar em casa, principalmente por conta do cheiro forte meu e de Jungkook que estava pela casa inteira e eu tinha quase certeza de que se eu ficasse ali acabaria que a minha febre do cio voltaria mais forte que nunca e embora eu tivesse aceitado "de boa" o fato de eu ter transado com um desconhecido eu não tinha digerido toda a situação ainda, e mesmo tendo uma pequena chance da febre retornar ainda que fora daquele ambiente eu decidi arriscar.

O que obviamente era uma decisão muito burra, mas vindo de mim nem tão burra assim.

Como citei anteriormente, a faculdade estava praticamente vazia, tirando uma alma viva ou outra que passavam por ali, já indo para suas salas já que ninguém em consciência gostava de ficar ali fora aquela hora da manhã com aquele arzinho gelado. Quer dizer, ninguém com exceção à mim, à Mark e à Taehyung que não trocávamos nosso banco rotineiro por tão pouca coisa.

Eu podia mexer no celular no tempo que fiquei ali, mas como não carreguei ele ontem e esqueci meu carregador em casa, deixei ele quieto mentalizando que tinha que pedir o carregador do Taehyung quando ele chegasse e se ele chegasse. Nada de muito interessante acontecia àquelas horas, então para passar o tempo foquei em observar o movimento na rua e contar os diversos carros que passavam, alguns deixando um ou outro aluno e outros os professores, o quê não era algo muito divertido de se fazer.

Entretanto algo de repente me chamou muito a atenção. Acho que por não ser um carro tão comum de se ver por ali ou simplesmente por se tratar de uma caminhonete enorme de uma marca japonesa cara; mas o que quase me fez cair do banco mesmo foi ver sair de dentro dela ninguém menos que Taehyung.

O carro não era dele, longe disso na verdade. Ele não trabalhava, vivia com a mesada nada humilde que os pais mandavam todo mês, segundo o Kim porque eles "se viam na obrigação de pais" e que ele gastava com a mensalidade da faculdade, roupas, comida e rolês. E ele não sabia dirigir também e o irmão dele nunca que daria algo assim para ele, nem se ele trabalhasse de graça na cafeteria. Ok isso pode ter sido um exagero.

Porém nada me prepararia para o que viria a seguir e eu me perguntava se não estava alucinando quando vi Taehyung sorrindo e beijando o motorista, mas não foi isso que me chocou; o quê quase me fez engasgar mesmo foi ver o professor Min Yoongi também sair da caminhonete, sorrindo ao vê-los se beijar e também beijando o motorista assim que os lábios do meu amigo desgrudaram dos dele. Eles se despediram calorosamente e logo o carro foi embora enquanto ambos acenavam de mãos dadas, isso antes de Taehyung dar uma pequena conferida para ver se alguém estava olhando e agarrar o professor ali mesmo, sem sequer notar que eu estava vendo tudo, em choque e totalmente indignado por não fazer ideia da situação. Vacilão do caralho.

Meu cérebro havia entrado em pani e eu me perguntava desde quando aquilo estava rolando, concluindo que devia fazer algum tempo, já que fazia um bom tempo que ele não me arrastava para algum bar ou festa, sempre arranjando desculpas que agora eu sabia o porquê.

E eu não fazia a menor questão de esconder minha indignação enquanto os encarava de boca aberta, até sair do meu transe quando os dois se separaram se despedindo e o professor foi para a sala dos professores ou como é conhecida por mim e por muitos aqui, o salão sem misericórdia. Taehyung sorria feito besta e quase saltitava enquanto vinha até aqui, ainda sem notar minha presença - que eu esperava que ele notasse.

Não querendo confronta-lo logo de cara e com um plano maligno em mente, abaixei a cabeça fingindo mexer no celular descarregado, para que ele pensasse que eu não tinha visto nada, mas assim que ele me viu, eu pude sentir seu desespero, e eu me segurei para não rir. Ele parou de saltitar e receoso aproximou, acredito que pensando se eu havia visto algo que os comprometessem.

— Oi Jimin, tudo bem? Você, chegou cedo... — ele perguntou bem tenso pelo que pude perceber, me fazendo olhar para ele, sorrindo cínico. Ele nunca me chama de Jimin, principalmente nesse tom sério, isso é terrivelmente formal para Kim Taehyung que sempre me chama por algum apelido, xingamento amistoso ou alguma coisa assim, e ele estava tremendo.

— Oi Tae, eu estou bem e você? Parece tenso... — disse eu, rindo por dentro.

— Estou bem sim e você... Está aqui a muito tempo? — disse olhando para os lados buscando mais alguém que talvez tivesse os visto e eu ri, me contendo antes que ele visse.

— Ah não, cheguei faz pouco tempo...

— E você viu alguma coisa assim... Diferente? Ou sei lá? — "Ah meu querido Tae, eu vi... Ah se eu vi". Acho que vi até demais para falar a verdade.

— De diferente? Hum... Não, nada diferente... — disse como se estivesse pensativo e ele suspirou aliviado se sentando ao meu lado. — Quer dizer, nada a não ser você beijando o professor de filosofia.

Sério, se o Taehyung que eu conheço não morreu até hoje de vergonha por ser tão escandaloso e tão Taehyung - coisas pelas quais ele não sente vergonha nenhuma - hoje ele morre, porque assim que eu olhei para ele com a minha típica cara de "te peguei, agora desembucha" e ele estava tão vermelho quanto os olhos do Jungkook ontem a noite e... Mais que porra! Por que eu fui lembrar dele justo agora? Foco Jimin! Foco!

Eu o encarei por um bom tempo antes de voltar minha atenção ao nada e Taehyung ficou quieto por um bom tempo também, o que eu achei bem estranho, porque convenhamos, ele nunca cala a boca e realmente parecia envergonhado então, quase totalmente arrependido resolvi falar com ele. Não sou e nem quero ser um amigo filho da puta.

— Ei? O quê que foi? Sabe não tem problema né? Eu não vou contar pra ninguém e não precisa falar nada para mim se quiser, prometo ficar de boca fechada. — disse e ele olhou para mim, seus olhos marejavam e eu senti o peito arder. — Por favor Tae, não chora... Me desculpe e-eu não queria me intrometer...

— Não é isso, é que... — ele disse secando os olhos e meu coração despedaçou. — É que, você não gosta dele...

— Tá mais, e daí? Eu não gosto dele como professor e além do mais quem tem que gostar dele é você. E também não é como se eu não gostasse dele, ele deve ser um cara legal, só acho que ele não vai muito com a minha cara. — disse e Taehyung riu, me senti aliviado quando vi o seu sorriso. Odiava vê-lo chorar...

— Eu estava com medo de te contar e que se eu falasse você me deixasse, fora que é meio que um segredo, seria um escândalo um aluno namorando um professor.

Realmente, mal podia imaginar o escândalo que isso traria e até entendo o medo dele, mesmo que ainda estivesse um tanto chateado por ele omitir isso de mim. Afinal somos amigos desde que nos entendemos por gente - desde os cinco anos - e sempre contamos tudo um para o outro, mas entendo que certas coisas são melhor manter em sigilo, como a minha noite com o alfa no mercado por exemplo. Sabia o quanto essa informação daria o que falar para o ômega do meu lado.

— Então, você e o professor são o quê?

— Bom... — riu, como quem não estava chorando a dois minutos, retirando do bolso duas alianças de um rose metálico belíssimo e eu olhei pra ele sem entender. — Essa é a do Yoonie e essa é a do Hobi. São de namoro, mas quando nos casarmos faremos uma só e ela terá ambos os nomes e...

Explicava sorrindo bobo e eu sorri também lhe ouvindo, pedindo para ver uma das alianças, a do tal "Hobi" que devia ser o cara que dirigia a caminhonete mais cedo. Devia começar a me acostumar com isso dele de poliamor. Era amor de toda forma, certo?

— E quem é esse? — perguntei o tirando de sua narrativa, curioso como sempre.

— Ah! Essa é a do Hoseok meu outro namorado, Jeon Hoseok ele... — interrompeu sua própria fala e quando olhei, seus olhos focavam em meu pescoço, conseguindo ver algumas das lindas marquinhas ali que não foram escondidas pelo moletom. Então ele sorriu de um jeito que entregava tudo, de um modo terrivelmente safado, já que ele sabia como é que se conseguia uma daquelas e infelizmente não era batendo o pescoço no corrimão de uma escada. — Jimin? Que marcas são essas no seu pescoço?

— Depois eu te conto isso, me conta primeiro como você acabou com o professor e com o outro cara. — mudar de assunto? Nessa matéria eu sou o professor. E o Taehyung que conheço bem devia estar louco para contar como ele conheceu os namorados, só não contou por insegurança, e com razão. Por mais que no fundo eu soubesse que a cada cinco minutos ele queria me soltar essa bomba.

Eu não pretendia omitir dele o que aconteceu ontem, mas vou adiar essa informação o máximo que posso. Se conheço bem o Taehyung, ele vai ter uma baita de uma reação exagerada e comentar tão alto que vai todo mundo ouvir ou pelo menos, todos os alunos que já tinham chegado.

A medida que ele explicava mais chocado eu ficava, não só pelo tempo que fazia que ele namorava com os dois mas também pela história totalmente estranha sobre como ele havia os conhecido, me deixando ainda mais confuso embora aquilo parecesse bem simples para ele.

❤🌈❤

No começo do ano letivo, do ano passado.

Pov's Taehyung

Aquele infeliz do Jimin... Era mesmo sério aquilo? Eu mal podia acreditar... Ele ia mesmo me abandonar no primeiro dia de retorno as aulas. Alguma coisa tinha acontecido, só podia ser! Nunca que ele me deixaria ali sem uma explicação plausível.

Cansado de esperar por ele decidi ligar e ver o que tinha acontecido para ele simplesmente sumir. Por mais sociável que eu fosse odiava ficar sozinho e Jimin sem sombra de dúvidas é meu melhor amigo, nos conhecemos desde que éramos pirralhos e ele é quase um irmão para mim. Na segunda tentativa de chamada finalmente o desgraçado atendeu e para minha infelicidade ele havia entrado no cio, estava dopado e não viria nos próximos dias... Que ótimo, nem pra ele me avisar. Se tivesse feito eu nem teria vindo.

Pelo visto eu estaria sozinho por hoje e teria que passar pelo tédio dessas aulas sem a companhia de Jimin então não tive outra opção a não ser ir para a sala de aula. Andando pelo campus, antes de ir para o prédio de Design, passei no mural para ver os horários e aulas que teria - os quais eu não fazia ideia - tirando uma foto para lembrar, enquanto o horário oficial não sai e vendo que estava um tanto atrasado, o que me fez ir direto para o pavilhão em que se encontrava minha sala, no prédio de design. No meu caso, de moda.

Pelo que pude ver neste horário temporário, as primeiras aulas são de estilismo avançado, com o mesmo professor insuportável de Cultura e Criação da moda do semestre passado. Eu andava apressado pelos corredores portando uma pequena pilha de livros necessários para as aulas chamadas de integras, que eram do currículo comum: linguística, matemática, sociologia e filosofia, que eram obrigatórias nesta instituição. Os livros não eram meus, eu meio que havia "roubado" eles do meu irmão, mas ele não estava usando, já que se formou à anos.

Focado em apenas chegar no meu destino e distraído demais para notar alguma coisa, não vi quando esbarrei em um cara que era, estranhamente um alfa. Quer dizer, não que fosse estranho, era apenas diferente, assim como eu que sou um ômega com praticamente um metro e oitenta de altura, então digo que era um tanto incomum, ver um alfa de aroma tão suave com seus prováveis um e setenta de altura e feição dócil.

Eu o encarava com curiosidade tentando reparar melhor em seu rosto, rindo sem graça enquanto ele se desculpava, fazendo questão de me ajudar a pegar os livros que caíram quando ele esbarrou em mim, fazendo-me sentir no drama mais clichê da face da terra.

Já com três dos quatro livros em mãos eu me levantei, sendo seguido por ele que tinha o último livro em mãos. Mas ao ver seu rosto eu pude jurar que estava no céu, pois tinha certeza que a visão que eu tinha era a de um anjo. Seus olhos eram pequenos e adoráveis embora as sobrancelhas e os cabelos pretos contrastassem tornando-o uma figura séria, com ares que o faziam ser sexy e fofo ao mesmo tempo sem nenhum esforço, o que eu nem sabia ser possível. A roupa social também ajudava na imagem responsável e séria que ele transmitia, embora fossem formais até demais e o fizessem parecer um senhorzinho. Eu só torcia para que ele fosse estudante.

O contato visual parecia ter durado horas, pelo menos para mim, mas não me deixou menos constrangido quando ele o cortou, desviando seu olhar para o livro e forçando um pouco a vista para ler o nome na etiqueta. É míope, ninguém é cem porcento perfeito.

Senhor Kim... Seokjin? — perguntou me espantando ao ouvir a voz grossa e deleitosa de se ouvir, me deixando paralisado.

A-ah não, esse é meu irmão mais velho, sou Kim Taehyung, do curso de design, muito prazer. — nem percebi meu gaguejo ao cumprimentar ele, pois meu olhar foi diretamente para a aliança que portava na mão direita. E lá se ia minha pobre chance. Mas esse pensamento logo foi pelos ares e eu novamente corei quando ele sorriu de modo gentil e adorável que mostrava parte de sua gengiva me fazendo lembrar de um gatinho. Logo retribui com simpatia, pegando o livro que ele me estendeu, lembrando-me momentaneamente que eu estava atrasado. — Foi bom conhecê-lo, mas eu preciso ir, estou atrasado. Sabe como é né? Qual o seu nome?

Sou Yoongi, Min Yoongi, acabei de ser contratado pelo conselho, acredito que serei seu professor de filosofia.

Você, professor? Porra parece ser mais novo quê eu! — disse totalmente indignado, corando ao perceber que talvez tivesse sido indelicado e que ali estava um professor querendo ou não, o que era ainda mais frustrante pois tornava ainda mais impossível a minha pobre chance.

Além de compromissado era professor. Que ótimo...

Não devo ser tão mais velho que você; mas sim, você está atrasado, sugiro que corra pra pegar o começo da matéria a tempo. Nós nos veremos ainda essa semana.

A-ah sim, foi um prazer conhecê-lo professor Min, se me der licença. — disse um tanto envergonhado por conta do olhar dele sobre mim, me curvando em respeito, vendo-o curvar um pouco a cabeça assentindo enquanto sorria de modo simples antes de me ver retribuir e continuar meu caminho rumo a sala.

Durante todo o trajeto até a sala de aula eu pensava na aparição quase que divina daquele professor novo, totalmente esquecido de que eu estava atrasado para a aula, saindo de meus pensamentos apenas quando quase meti minha cara na porta, abrindo esta antes que acontecesse.

Por sorte poucas pessoas haviam saido e muito menos haviam entrado o que era um alívio de certa forma, embora eu adorasse gente nova. Sempre fui assim, desde que era criança, mas me sentia estranhamente acanhado sem Jimin por perto as vezes.

As aulas não eram tão chatas quanto eu imaginava e por conta de alguns trabalhos e pesquisas além de uma aula vaga até que a tortura acabou bem rápido o quê me possibilitou ir mais cedo para casa. Eu morava em um apartamento que ganhei dos meus pais - contra a minha vontade inicialmente - aos dezesseis anos e sinceramente, ele é enorme para uma pessoa que mora sozinha com seu cachorro.

Meus pais sempre me trataram um pouco diferente do meu irmão mais velho quando éramos crianças e até hoje tratariam se eu ainda mantivesse contato com eles, isso porque eu não sou um lúpus, o quê na minha familia é quase uma regra quando se nasce ômega e que eles chamam de tradição para não chamar de orgulho familiar preconceituoso.

E embora Seokjin não notasse isso muito bem no começo, com o tempo ele passou a ser quem mais via essa injustiça e essa diferença de tratamento entre mim e ele. E sempre que via meus pais me tratando diferente era o primeiro a levantar a mão e rebater, mesmo tendo motivos para se juntar à eles e me desprezar por não ser um ômega lúpus como minha mãe e ele.

Chegando no apartamento enfim, vejo algo estranho ou melhor, não vejo e isto que era estranho. Yeontan não tinha vindo me cumprimentar como de costume, o que me fez largar minha bolsa sobre a poltrona e fazer uma pequena ronda pela casa para ver se ele não estava aprontando alguma - como na vez que ele derrubou meu vaso de suculentas.

Porém eu havia visto em todos os cantos e ele não estava em lugar nenhum. Sem mais lugares para procurar fui para o meu quarto que era o último lugar que eu imaginava que ele estivesse, me deparando com o próprio Yeontan dormindo embaixo da minha cama com a cabeça sobre minha pantufa. Adorável.

Resolvi não mexer com ele, já que o mesmo parecia estar em um soninho gostoso, então após comer tive um dia produtivo, fazendo uma pesquisa para a faculdade e maratonando a nova temporada de uma série, comendo e perguntando ao Mark se ele já havia retornado da lua de mel com o marido antes de cair no sono.

Assim que amanheceu - e eu levei um susto com o despertador - me levantei vendo que estranhamente Yeontan ainda estava dormindo debaixo da minha cama. A fim de saber se ele estava bem, cutuquei ele o fazendo olhar para mim, o que ele fez, ainda se mostrando aparentemente cansado então, sorrio para ele: — Ô meu bebê, você não está se sentindo bem né? Papai vai te levar no veterinário quando chegar da faculdade ok?

Prometi, vendo-o fechar os olhos e voltar a dormir, me levantando de vez, disposto a colocar minha rotina em ordem antes de ir para o campus. De banho tomado e vestido, tomo meu café enquanto coloco ração e água para Yeontan, rego minhas plantinhas e tranco o ape, partindo rumo a faculdade ou como Jimin diz: para o inferno. Embora eu nunca tenha entendido a analogia, já que ele é inteligente pra caralho.

Chegando lá, a primeira pessoa com quem dou de cara é o Mark, de quem me aproximo na intensão de saber tudo sobre a lua de mel dele e do - agora oficialmente - marido Jackson. Porém eu acho que minhas intenções foram muito visíveis e assim que ele me viu fez questão de se juntar com outros alunos de seu curso e sumir.

Ele fazia pedagogia, então tinha um pouco de tempo para perguntar à ele depois que as aulas acabassem, já que ele já tinha vazado dali com Nayeon para a aula, mesmo que a ômega não fizesse o mesmo curso que ele. Mas ele não iria escapar de mim tão facilmente.

Entretanto com a fuga de Mark eu me vi sem muita coisa para fazer e já que as aulas começariam em alguns bons minutos decidi ir para sala e fazer um belo nada enquanto esperava que elas começassem. Assim que me acomodei em minha cadeira, peguei meu celular para ver quais seriam as primeiras aulas e para minha felicidade, eu teria duas aulas inteirinhas com o novo professor gostoso e infelizmente compromissado. E não deu nem um minuto para mim vibrar de felicidade que a sala logo ficou em silêncio e quando fui ver, o professor já havia entrado, acomodando suas coisas na mesa.

Eu nunca fui lá um grande de filosofia, por mais que entendesse perfeitamente os conceitos e adorava saber das teorias dos pensadores, mas naquelas duas aulas que se passaram eu não consegui prestar atenção em nada do que o professor falava - por mais que ele fizesse isso extremamente bem - pois toda a minha atenção estava focada apenas no professor e em cada mínimo movimento que ele fazia, enquanto o desenhava em meu caderno.

Por hoje é só... Gostaria que lessem o capítulo do livro que eu recomendei para a próxima aula. — ele anunciou e eu não pude deixar de parecer magoado. Poxa nem tinha terminado o desenho.

Só não esperava que ele tivesse percebido minha insatisfação, olhando para mim e rindo, provavelmente da minha cara, sei como fico quando estou triste com algo e sei que o olhar e o riso dele pra mim me deixaram envergonhado. Mas logo a vergonha passou quando vi que as próximas seriam de Modelagem...

Assim que as aulas acabaram eu me sentia terrivelmente cansado - talvez pelas horas que tive que ficar em pé cortando aqueles moldes ridículos do projeto da Seong na aula de Modelagem ou pelo tempo que gastei lendo reportagens sobre desfiles fracassados - tanto que até desisti de ir atrás do Mark que já tinha dado um chá de sumiço no jutsu e desaparecido. Aquele ômega só podia ter saído de Naruto, não tinha outra explicação.

No caminho para casa apenas duas coisas rondavam a minha mente: meu cansaço e o professor que parecia ter se fixado permanentemente no meu cérebro, disposto a não sair de jeito nenhum o que era uma coisa bem difícil de acontecer, especialmente com alguém compromissado.

Já tinha namorado muitos caras e muitas meninas também, embora tivesse preferência pelo sexo masculino, além dos rolos e ficantes sem compromisso que um adolescente cheio de traumas e com família problemática arruma para tentar esquecer - o que nunca funcionou - mas o que acontece é que eu nunca cheguei a me apaixonar.

Cansava muito rápido das pessoas e dos relacionamentos amorosos que nutria com elas e esperava que não fosse diferente com o professor Min, já que apenas sonhar com ele parecia ser bem impossível.

Assim que cheguei no apartamento gritei animado buscando Yeontan, me lembrando que ele estava doentinho assim quando notei que ele não me respondeu. Fui até meu quarto então e olhei debaixo da cama, mas ele não estava lá como ontem e hoje de manhã.

Preocupado passei a procurar pela casa, vendo se ele estava na casinha dele, escondido em baixo do sofá e em vários lugares que ele gosta de estar. Entretanto eu gelei dos pés a cabeça quando entrei na cozinha e vi meu cachorro caído desacordado, aparentando não respirar.

Desesperado, corri até ele para ver o que havia acontecido e cai aos plantos ao ver que ele não estava respirando direito e nem abrindo os olhos, estava com o fucinho seco e eu começava a entrar em pânico.

Sem saber o que fazer direito, peguei ele nos braços, sentindo meus olhos molharem ainda mais com as lágrimas, saindo na rua totalmente desesperado em busca de ajuda. Eu não tinha carro, não sabia dirigir e a maioria dos vizinhos que eu conhecia trabalhava à essa hora, então eu teria que ir a pé para a clínica veterinária mais próxima.

Atravessei a portaria vazia implorando por ajuda mas não havia ninguém ali, sai na rua e em meu desespero por ajuda, quase fui atropelado por uma caminhonete. Estava aos plantos e por conta das grossas lágrimas que desciam pelo meu rosto não conseguia enxergar quase nada, mas pude ver o homem de cabelos pretos e roupas sociais que eu conhecera ontem, saindo do carro que freiou a tempo de não me atingir, preocupado e indo até mim me perguntando o que houve.

É-é o Yeontan, e-ele não está bem, e-ele... — disse entre soluços, mal conseguindo dizer o que queria. Qual é? Eu estava desesperado! E faria de tudo para salvar meu cachorro.

Tudo bem, vem eu conheço um veterinário, a clínica fica aqui perto, posso levar vocês... — disse me levando até a caminhonete, abrindo a porta para que eu entrasse.

Assim que ele afivelou seu cinto, se certificando que eu havia feito o mesmo, ele dirigiu o mais rápido que pode até uma clínica que ficava em uma área comercial famosa do distrito, estacionando a caminhonete na vaga do doutor entrando sem mais delongas na clínica me levando consigo. Eu não estava mais chorando mas ainda estava em pânico, me corroendo de preocupação e sentia que além de meus olhos, meu rosto todo estava inchado, mas isto não importava.

Com licença, nós precisamos falar com o doutor Jeon é uma emergência. — ele disse de modo direto e firme a secretária que nos encarava confusa, assim como os poucos presentes no local.

O senhor tem hora marcada? — a beta perguntou não dando muita importância voltando os olhos ao computador, o que para mim foi uma péssima ideia pois em questão de segundos o professor Min ficava cada vez mais estressado, quase com seu lobo sobre controle.

Seus olhos aos poucos ganhavam cor, um amarelo vivo como fogo diferente de outros alfas e seu aroma docil se tornava intenso. Aquilo estava ficando perigoso, não só para a beta como para ele e na tentativa de acalma-lo segurei seu braço, o quê funcionou pois ele retomou a si.

Aqui é o namorado dele e temos uma emergência, você pode por favor chamar o doutor Jeon? — falou firme para a moça que engoliu seco chamando o tal Jeon pelo interfone.

O professor, agora bem mais calmo com seu pedido atendido passou seu braço pela minha cintura me levando até os bancos de espera, onde ele terminou de se acalmar e eu tentava não entrar em pânico em cada fungar desesperado de meu pequeno Yeontan. Não muito tempo depois, da porta da ala cirúrgica surgiu um homem alto, um alfa lúpus de beleza quase incomum, tão lindo quanto o professor que chamou estranhamente a minha atenção me fazendo entrar em transe.

O lúpus assim que colocou os olhos em Yoongi abriu o maior sorriso, vindo até ele rapidamente, acredito que pela secretária informar da emergência. Mesmo após deixar de sorrir a imagem de seus lábios perdurou em minha mente de maneira fixa, lembrando-se das lindas covinhas e do sorriso perfeito e eu novamente acreditava estar no céu. Não era possível existir dois homens assim na terra.

Nossos olhos se encontraram por um tempo que pareceu horas, assim como o quê aconteceu ontem na faculdade com o professor e pude sentir as mesmas coisas estranhas e agradáveis que vieram antes. Meu lobo se agitava e meu coração palpitava como nunca e podia jurar que era por causa da presença de ambos ali, o quê tornava tudo ainda era estranho.

O pequeno sorriso que se instalou em meus lábios assim que vi o Doutor desapareceu quando ouvi outro fungar de meu cachorro e ele já com seu estetoscópio em mãos passou a medir as batidas de Yeontan.

Quando ele começou a passar mal? — perguntou para mim. Parecia confuso.

O-ontem e hoje quando cheguei em casa ele estava assim, não estava respirando direito e-e nem tinha tocado na comida... — conforme explicava meus olhos voltaram a marejar e ele assentia, mastigando cada palavra que eu dizia, me estudando com os olhos.

Ok, tenho quase certeza que ele comeu algo que não deveria, vou realizar um ultrassom e se for isso mesmo vamos encaminha-lo para a sala de cirurgia, senhor...?

Taehyung... Kim Taehyung. — respondi, forçando um sorriso.

Ok senhor Kim, preciso que assine alguns documentos para poder deixar Yeontan sob nossos cuidados. E Yoongi? Nós precisamos conversar... — ditou sério e por algum motivo fiquei tenso, queria saber o que estava rolando mas esqueci de tudo ao ver o doutor levar Yeontan para dentro daquele corredor.

Enquanto Yeontan era levado eu assinava tudo conforme estava sendo pedido na ficha e ao terminar a entreguei para a secretária para ser arquivada. Retornando ao banco de espera notei que Yoongi estava com os olhos fechados, parecia pensar em algo e eu ficaria ali para observar sua beleza se não estivesse preocupado demais com meu cachorro.

D-desculpa... — disse em um fio de voz para ele que abriu os olhos devagar olhando pra mim, ele riu me perguntando o porquê e logo eu o respondi, sentindo as lágrimas pesarem em meus olhos novamente. — Desculpa por você ter que vir aqui por minha causa... É-é que, eu realmente estava desesperado e Yeontan é minha unica companhia em casa. Você deve estar cansado, m-me desculpe por isso.

Por favor Taehyung, não chore e nem se desculpe... — senti ele chegando mais perto de mim, me acolhendo em seu braço, deixando-me confortável. — Taehyung eu quis ajudar, sabia que Hoseok podia cuidar do seu cachorro então eu fiz. Te ver no meio da rua naquele estado foi uma das coisas mais dolorosas que eu já vi, então não chore...

Acariciou meu rosto me surpreendendo ao deixar um beijo em minha bochecha em um toque tão suave que me fez acalmar no mesmo instante. Estava em uma paz indescritível, tanto que o cansaço me venceu e eu acabei adormecendo ali, no ombro de Yoongi. Um cara compromissado que além disso, era meu professor de filosofia.

❤🌈❤

Bonasseta meninas, bora deixar um fav no capítulo pra tia ficar feliz.

Bebam água e vejo vcs no próximo capítulo 😚❤

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