Sumiço.
Olha quem voltou! Tudo bem meus amados?
Tive que resolver alguns assuntos essa semana que me impossibilitaram de publicar sexta-feira passada, mas o lado bom é que o próximo capítulo está quase pronto e amanhã ou domingo teremos mais uma atualização.
Hoje nosso capítulo vai tratar de um casal pouco mencionado mais muito amado por mim nessa fic, e eu espero que vocês gostem tanto quanto eu e deem a eles todo carinho. Eu amo a história deles.
É isso, sigam com o capítulo e tenham uma boa leitura 📚 💜
❤️🌈❤️
Pov's autora
Desesperado talvez não fosse a palavra perfeita para descrever Chanyeol naquele momento, mas com certeza era a palavra que melhor se encaixava para descrevê-lo na noite anterior.
A noite daquela segunda-feira em que por quase quatro horas ele não soube o paradeiro de Baekhyun.
Ele tinha notado um comportamento estranho no beta e sabia que ele se sentia inseguro tanto com o processo de adoção, tanto com o casamento de ambos que em breve seria marcado. Mas nunca ele imaginou que talvez houvesse "outra coisa" incomodando Byun, ou que justificasse seu desaparecimento.
Chanyeol estava incrivelmente feliz com o pedido de casamento feito à dois dias pelo beta. Era seu sonho se casar com ele, quem o Park tinha certeza de que o amor de sua vida, e pensava que Baekhyun também estivesse tão feliz quanto. Pelo menos tanto quanto ele parecia estar.
Mas ainda naquele domingo pouco tempo depois que chegaram do chá de revelação, o Byun começou a agir um tanto indiferente quanto a tudo.
Ele mal falou com ele, mal tocou no jantar e foi direto para cama sem nem lhe dizer boa noite. Chanyeol acordou sem a visão do noivo ao seu lado e quando o viu, ele já estava pronto para o trabalho, já saindo do apartamento.
"Vou a pé para o serviço, preciso pensar um pouco. Não precisa me buscar..."
Foi o que ele disse, trêmulo e baixo, quase como se estivesse se forçando a dizer. Sem se despedir, sem dizer que o amava.
Como se o Park fosse apenas um estranho.
E tanto Chanyeol, tanto seu lobo se encontraram aflitos e sozinhos por aquele dia inteiro. Afinal Seokjin havia dado o dia de folga para os funcionários, já que a cafeteria estava sendo dedetizada naquela segunda, o que era de rotina e acontecia à cada seis meses. E sem muito o que fazer além de ansiar por toda a situação em que estava, Chanyeol passou manhã e tarde limpando o apartamento, com um único pensamento em mente: Baekhyun.
Teria ele feito algo errado? O Byun teria desistido de se casar com ele? Será que ele não o amava mais? Eram as hipóteses, das mais simples às mais absurdas que rondavam a cabeça do alfa um tanto atrapalhado, imaginando o que ele teria feito para causar aquele comportamento em Baek.
Pensando em uma possível retaliação ou algo que animasse o Byun ele comprou o jantar, o prato favorito do noivo. Preparou uma mesa à luz de velas e o aguardou até que voltasse do serviço.
Entretanto, deu o horário em que ele costumava chegar, mas Baekhyun ainda não tinha chego em casa.
Passado meia hora a preocupação de Chanyeol ficava cada vez maior e com quarenta e cinco minutos de atraso ele fez a primeira ligação. Caiu em caixa postal.
Uma hora, quarenta minutos e vinte e três chamadas depois, e nada. Com duas horas ele ligou para Jongin, esperando que ele pudesse lhe dar alguma dica sobre o paradeiro do Byun, mas o Kim não tinha visto para onde ele foi assim que terminou seu turno, e Kyungsoo não estava lá para ver por onde o beta havia ido.
E ele ligou para Jungkook, pensando que talvez o alfa tivesse falado com ele ou até mesmo visto por onde o Byun tinha ido, mas de acordo Jimin ele não tinha visto Baekhyun na saída de seu turno. Porém tinha notado o seu estranho comportamento.
Segundo o Jeon, ao invés de estar falante como sempre, Baek não havia proferido uma palavra sequer pelo dia inteiro, e parecia estar muito mal com algo que ele ousou perguntar, mas que não foi respondido.
Mais algumas ligações para pessoas que conviviam com ele, e as respostas ainda não eram muito animadoras. A esse ponto Chanyeol já estava desesperado. Ligou inúmeras vezes para o noivo na esperança de que pelo menos por uma vez a chamada não caísse em caixa postal, mas não obteve sucesso. Ele estava prestes à ligar para a polícia, quando seu celular tocou.
Mas não era Baekhyun.
Ainda esperançoso, Chanyeol rapidamente atendeu ao celular, sem nem ao menos prestar atenção ao nome no visor. O coração á mil com a possibilidade de alguma notícia. Ele só queria uma informação que lhe confirmasse que Baek estava bem, só assim para acalmar seu pobre ser e seu lobo ansioso.
Taehyung teve de acalmar o alfa para lhe passar as informações que havia descoberto, e demorou um pouco até que ele conseguisse respirar, para só então o Kim conseguir lhe contar o que o próprio Baekhyun havia lhe dito.
"Não sei exatamente onde ele está, mas ele está bem... Disse algo sobre passar um tempo com a mãe dele."
Foi o que o Kim lhe disse, em um tom rouco e sonolento que entregava alguém cansado, o que não era para menos visto o horário. E não querendo tomar mais de seu tempo, Chanyeol o agradeceu, desejando-lhe boa noite e desligando, agradecendo os esforços dos demais por mensagem e se desculpando pelo transtorno.
Aquilo não trouxe as respostas que o Park procurava, lhe trouxe ainda mais dúvidas, e embora não confortasse o seu coração preocupado, por hora era suficiente para que ele pudesse ao menos descansar, sabendo que Baek estava bem.
Com isso em mente ele se jogou na cama, se sentindo cansado e seu lobo ainda agitado pela falta de Baekhyun. Betas não possuiam um lobo para ser atado, mas isso não tornava o lobo do alfa menos dependente dele.
Assim como Chanyeol, seu lobo era apaixonado por Byun Baekhyun.
Deitado sobre a cama o Park ainda não conseguia dormir, remoendo as palavras de Baekhyun que tinham sido repassadas por Taehyung. Passar um tempo com a mãe? Baekhyun era brigado com a mãe desde que eles começaram a namorar! E ele conhecia bem o noivo, sabia que não iria recuar sua mágoa assim do nada. E ele teria lhe contado também...
Ele teria contado...
Sobre Baekhyun e a mãe, era complicado. A beta era terrivelmente narcisista e uma pessoa horrível com o filho, era a única parente "próxima" de Baek.
O pai dele era um alfa, tinha a abandonado ainda grávida e a própria senhora Byun tratou de tornar tão insuportável a convivência com ela que todos ao seu redor se afastaram. Todos menos o filho, o qual ela sentenciou a "não ser um ingrato e cuidar dela", fazendo ameaças e um jogo psicológico com Baekhyun que o prendeu por boa parte da vida.
Mas tudo mudou quando ele conheceu Chanyeol.
Eles se conheceram pouco depois de terminarem o ensino médio e a atração foi imediata. Em uma saída ou outra e um encontro e outro eles iam ficando, e foi assim por meses até que quando viu, Chanyeol estava totalmente apaixonado.
Baekhyun descobriu tal sentimento em si pouco tempo depois quando o alfa comentou algo sobre namoro, mas relacionamentos o assustavam e ele temia perder o que tinha com o Park como "ficantes secretos" e que até então estava tudo certo.
Fora a reação de sua mãe, se ela descobrisse que ele estava namorando com um alfa.
Outra razão que o impedia de dar um passo a frente com o Park, era ter que prendê-lo em um relacionamento logicamente fracassado - pelo menos na concepção conturbada do Byun - já que um alfa e um beta jamais dariam certo.
Tal pensamento era moldado e reforçado por sua mãe controladora, cujo o preconceito sempre foi explícito quanto a casais que fugissem dos padrões alfa e ômega ou betas heterossexuais. Ela implantava tal pensamento em seu filho, e o oprimia sobre qualquer sentimento que viesse a ter.
A sorte de Baekhyun era que Chanyeol o amava, e apenas isso fez com que ele aguentasse dois anos naquilo, escondido de tudo e todos. Com a esperança de que um dia Baekhyun deixasse de temer e acatar todas as falas absurdas de sua mãe e se abrisse. Que ele desejasse estar com ele em um futuro tanto quanto o Park desejava.
E por mais que Baekhyun também o amasse, o seu medo o sufocava a ponto de fazer com que ele ferisse Chanyeol e a si mesmo, só para agradar as vontades da senhora Byun.
Temendo mais opressões e xingamentos por parte da mãe, e temendo que ela descobrisse sobre Chanyeol ele ficou com uma garota. Uma beta assim como ele que agradou a senhora Byun de imediato, mas que partiu o coração de um certo alfa e que sufocou ainda mais os sentimentos do próprio filho.
Eles ficaram sem se falar por duas semanas, e o Park acreditava que já estava começando a se curar quando em um dia de chuva no fim de seu expediente, todo ensopado e cheio de hematomas pelo rosto, Baekhyun apareceu na cafeteria. Totalmente aos plantos, procurando pelo alfa.
Pois só olhar para Chanyeol fazia tudo ficar bem, e ele queria sentir de novo essa sensação, mesmo que o Park não quisesse nem olhar na sua cara.
Mas diferente do que o beta imaginava, o alfa não o ignorou ou foi rude, como esperava que ele fosse após ter sido um completo idiota com ele. Ele correu ao seu encontro e o abraçou, quase como se soubesse que era isso que ele precisava.
Em um sussurro doloroso porém aliviado ele disse que ficaria tudo bem, e Baekhyun caiu novamente aos plantos pois sabia que se Chanyeol havia dito, ele podia confiar que era verdade.
E ele não o destratou e o humilhou da pior forma possível como sua mãe havia feito consigo à uma hora atrás, após ele surtar e dizer na cara dela que ele nunca gostou da menina com quem havia saído. Que ele amava um alfa que nem por uma vez sequer lhe dirigiu a voz com grosseria. Que ele estava cansado de todos os abusos e torturas dela.
Foi quando a primeira agressão veio, um soco direto em sua boca que lhe arrancou um filete se sangue, junto de xingamentos que lhe doíam mais que a dor física. Logo veio outro soco, dessa vez no olho, e se seguiram vários outros até que ela o expulsasse aos chutes de dentro da casinha do subúrbio onde eles moravam.
Sem ter para onde ir ele recorreu ao alfa. O alfa que nunca o julgou, que desde a primeira vez que o viu lhe tratou com respeito e que nunca o fez se sentir inferior. A única pessoa que tinha lhe amado por inteiro, mesmo sendo tão complicado, mesmo sendo tão estranho...
Mesmo sendo apenas um beta.
Naquela noite ele dormiu no apartamento de Chanyeol, após se explicar e implorar por seu perdão, que não veio tão dificilmente quanto ele pensava. Após dois anos era impossível que ele não conhecesse Baekhyun o suficiente para saber o que se passava quando ele ficava estranho daquele jeito.
E Chanyeol entendia seu medo. E ele sentia o arrependimento dele por ter feito o que fez. Era quase palpável seu arrependimento e sua dor.
Se envolvia a mãe, Baekhyun sempre agia de maneira estranha, ele nunca agia em seu normal quando estava com ela e até mesmo quando ela era mencionada ele mudava a sua postura.
Mas ele queria saber por que ele não havia pelo menos avisado que não dormiria em casa. Só isso já faria uma grande diferença.
A partir daquela noite, Baekhyun passou a morar com Chanyeol, assumiu seus sentimentos por ele e ambos começaram a namorar. Ele nunca mais pisou na casa da mãe, e até mudou de emprego para que ela não o encontrasse.
Emprego esse que ele permanecia até hoje, no mercado de Jongin e Kyungsoo por quase seis anos. Quase seis anos que ele passou a morar com Chanyeol, que começaram a namorar.
Quase seis anos que prometeram confiar um no outro independente de qual fosse o problema. E agora isso.
Por mais cansado que estivesse Chanyeol não conseguiu pregar os olhos, e quando menos viu já era de manhã e ele precisava ir para o serviço.
Mas em todos os seus anos trabalhando no café, Chanyeol nunca se sentiu tão perdido como estava se sentindo naquela terça-feira.
É certo que as vezes ele se atrapalhava e acabava derrubando uma xícara ou um copo, ou até mesmo quebrava alguns dos delicados doces de Seokjin sem querer, mas nem quando começou a trabalhar ali e nem mesmo quando Baek ficou sem falar com ele por ter ficado com aquela garota ele tinha ficado tão desatento. E isso estava preocupando tanto seus colegas de trabalho, tanto Seokjin.
— Chanyeol? Quem tá no caixa agora?
— O Mark... — o alfa responde sem nem olhar para o lúpus, perdido em seus pensamentos enquanto limpava os copos do balcão.
— Chanyeol? — o Kim reforça sua fala, pedindo sua atenção e finalmente a recebendo, preocupado com o mais novo. — Chanyeol, o Mark não vai trabalhar mais aqui.
— Ah... Espera, quê?!
— Foi um dos anúncios de hoje cedo, ele até mandou no grupo. Ontem Mark recebeu outro e-mail para uma entrevista de um processo seletivo que ele se classificou, mas na escola onde ele quer trabalhar, então ele pediu as contas e não veio hoje porque tá resolvendo uns assuntos.
— A-ah, acho que não prestei atenção. Me desculpe, a Miya ainda está lá? Vou pedir para o Jimin ficar no caixa no lugar dela...
— Chanyeol você está bem? Você está aéreo desde hoje de manhã.
— S-sinto muito por isso Seok, é-é que eu não dormi direito pensando no Baek, estou tão preocupado e nada dele aparecer. Jongin me mandou mensagem mais cedo, ele nem foi trabalhar hoje!
— Ele ainda não te deu notícias? — perguntou preocupado e o Park negou para seu espanto. Agora fazia todo sentido seu gerente estar assim tão desatento. Uma noite de sono perdida por causa do noivo desaparecido era ruim demais para que o pobre alfa pudesse estar bem. — Tenho certeza que esse comportamento dele deve ter alguma explicação Chany, o Baek te ama demais...
— E-eu não sei Jin, quer dizer, eu sei que se tratando da mãe dele é complicado. Você e eu sabemos bem como ele fica só de falar o nome dela, m-mas eu não entendo o porquê que ele não me falou nada! S-será que eu fiz algo de errado?
— Chanyeol, me escuta. Só por que o Baekhyun está com problemas não significa que a culpa seja sua. Você não tem que se culpar por qualquer problema que ele tenha.
— Eu sei, é que não consigo deixar de pensar nisso... — disse bocejando cansado, era nítido o quanto aquela situação o havia desgastado e com base nisso o lúpus tomou sua decisão.
— Vai pra casa Chanyeol, deixa que eu fecho o café hoje. Não vou descontar as horas que faltam.
— N-não precisa Jin, sei que estou um pouco desatento, mas eu prometo que vou me atentar mais as coisas e...
— Só me escuta e vai pra casa, você está exausto, não dá pra trabalhar assim, pode ir. Eu posso gerir no seu lugar, já fui nos outros cafés, vai lá.
— Tá bom... — cedeu, sabendo que negar seria em vão nessas circunstâncias. Pegando suas coisas ele bateu o ponto e partiu, dirigindo abaixo da velocidade ideal até seu apartamento, temendo e lutando pelo seu próprio sono.
Não demorou para que ele chegasse em seu prédio, que ficava relativamente perto de seu serviço e que pertencia a sua avó. Uma viúva rica que tinha favoritismo pelo neto mais velho, deixando seu apartamento para ele após falecer. Isso à quase nove anos atrás.
Ele sentia o sono pesar suas pálpebras à cada andar que o elevador subia, ainda mais com a musiquinha irritante que insistia em tocar. Sentindo as pernas moles ao sair do elevador e seguir para o seu apartamento. Estava louco para cair na cama e descansar pelo menos um pouco.
Porém abrindo a porta, sua surpresa não pode ser maior ao encontrar Baekhyun. Sentado na mesa da sala de jantar aberta para sala e visível da entrada, ele encarava o que parecia ser um jarro. E o lobo aflito finalmente se acalmou ao que Chanyeol colocou os olhos no beta que simultaneamente olhou para ele se levantando, nervoso e de certa forma envergonhado.
— O-oi... — foi a única coisa que o Byun conseguiu dizer, mal conseguindo encarar o noivo depois de vacilar novamente com ele. Sentindo o nervosismo lhe tomar por inteiro ao ouví-lo se aproximar de si em passos rápidos. — M-me desculpa, e-eu sei que eu devia ter te avisado e-eu...
Não conseguiu terminar sua fala, pois no mesmo tempo Chanyeol o envolveu no mais profundo e sincero abraço. Um abraço de alguém que se preocupava, que se importava e que o amava. E isso era o que mais doía em Baekhyun.
Se sentir insuficiente.
Se sentir tão ridículo a ponto de se bloquear até para a pessoa que mais amava. Não conseguir colocar em palavras o que lhe fez sumir por praticamente um dia.
Aquele abraço durou o tempo que precisava durar para tirar toda a preocupação do Park e causar um dejá-vu no Byun que o levou as lágrimas. Céus, como podia ter sido tão estúpido? Como seu próprio cérebro pode o impedir de falar com Chanyeol? O mesmo Chanyeol por quem era apaixonado, que o amou por inteiro e esperou dois anos por ele?
Será que até seu subconsciente sabia que ele era insuficiente demais para ser amado? Se fosse o caso, sua mãe estava certa afinal...
— Que bom que você está bem. — o alfa disse beijando seus cabelos e Baekhyun se agarrou ainda mais a sua blusa, chorando ainda mais.
Como se fosse um raio de sol, aquela simples frase iluminou todas as nuvens de seus pensamentos negativos, o trazendo de volta ao chão. Como se o alfa fosse o remédio que ele precisava para superar aquele dia. Realmente, só ver e estar com ele, fazia tudo ficar bem.
— E-eu sinto m-muito Chanyeol, por favor não me odeie, e-eu só n-não consegui...
— Calma meu amor, eu tô aqui. Eu nunca te odiaria. — o acalmou, lhe afastando de seu corpo e o olhando nos olhos, sorrindo sereno. Como se aquele abraço tivesse sido o suficiente para lhe recarregar. Baekhyun estava bem, era só isso que importava. — Não precisa me contar o que foi fazer, se não se sentir confortável pra isso. Mas por favor me avise se você não for voltar para casa, ou se você precisa de um tempo ou algo assim.
— Eu não mereço você, sério... — deu uma risada triste, secando as lágrimas como pôde, mas ainda junto do noivo.
— Bem, eu fiz você assistir todos os filmes e séries do MCU, além de fazer uma explicação de PowerPoint de uma hora e meia sobre Star Wars, então acho que me merece sim...
— Idiota... — disse dando uma risada mais alegre, sentindo os braços do maior rodearem sua cintura. Sorrindo ao ver as covinhas dele, que apareciam sempre que ele sorria. — Eu queria muito te contar eu só... Não consegui, entende? Parecia que tinha algo me impedindo de falar. Eu me senti sufocado, como se estivesse me afogando cada vez que eu tentava me expressar. Então eu tentei resolver tudo para ver se essa sensação passava e, eu acho que funcionou...
— Entendo... Taehyung disse que você tinha algo para resolver com a sua mãe? Voltou a falar com ela? — perguntou preocupado, já que Baekhyun não via problema em lhe contar ele queria saber. Se sentando novamente à mesa, junto ao alfa disposto à ouvir.
— Bem, eu não voltei a falar com ela. — disse de um jeito estranho e quase melancólico, ainda incomodado por falar da mãe mas bem menos do que o costume, o Park notou estranhando.
— Não?
— Não, mas ela está aqui. Tive que trazer ela pra cá e...
— Ela tá aqui?! — exclamou se levantando em um pulo, olhando para os lados como se a qualquer minuto a mãe do noivo fosse brotar atrás dele, fazendo Baekhyun rir de seu desespero, trazendo o "jarro" para perto de si.
— Não por aqui meu amor, ela está aqui. — enfatizou o jarro, que só então Chanyeol notou se tratar de uma urna de cinzas.
— Ela tá aí?! — o alfa apontou para a urna preta e simples em choque, ganhando um aceno positivo do noivo. Se sentando novamente na cadeira, totalmente perplexo.
A mãe de Baekhyun estava morta. E como se isso já não fosse uma notícia drástica o suficiente, as cinzas dela estavam sobre a mesa de jantar.
— Eu pensava que um dia o cigarro ia acabar fodendo com ela, só não imaginava que o câncer no fígado que ia matá-la antes.
— Então... Domingo, quando você ficou estranho... ?
— Era por isso. Enquanto você estava no banho eu recebi uma ligação do hospital avisando que ela havia falecido. Perguntei por que não me ligaram antes mas o médico disse que foi à pedido dela que eu fosse avisado apenas quando ela já tivesse morrido... Acho que ela queria que eu me sentisse culpado por não estar lá.
— Sinto muito por isso.
— Não sinta, eu não sei o que me deu naquele dia para me fechar e não conseguir te falar nada. Talvez fosse o choque da notícia, ou dela ainda ter o meu número, mas eu não senti nada... Não consegui sentir nada por ela.
— Não tem problema se sentir assim, sabe disso né? Ela nunca te deu o valor que você merecia e te desprezava por literalmente tudo. Você era escravo de um sentimento de dever com ela, algo que ela dizia ser amor mais que só te machucou. Além de que você não via ela á seis anos. É difícil sentir algo por alguém assim.
— Tem razão... — sorriu melancólico, erguendo o olhar da urna ao noivo que sorria acolhedor para si fazendo-o sorrir também, lhe estendendo a mão para que ele segurasse, enquanto tratava de explicar onde esteve. Ele tinha ficado em um hotel perto do hospital para acompanhar o processo da cremação. Se Baekhyun não sabia o que sentir sobre a morte da mãe, Chanyeol estava com ele para o que ele viesse a sentir. — ... Mas agora, sinceramente? Eu não sei o que vou fazer com isso. Sinto que vai ficar nos assombrando se deixarmos aqui.
— A gente devia fazer que nem em Grey's Anatomy e jogar no ralo... Talvez na privada.
— É uma boa ideia, mas acredito que isso seja um crime... Estou pensando em pegar o que restou do dinheiro da casa dela e comprar um lugar no cinerário do cemitério. Deixar ela lá para perturbar os outros mortos.
— Certeza que os outros espíritos não vão ficar putos com a gente?
— Ela tá morta Chanyeol, já não é mais problema nosso... — disse, rindo daquele papo estranho que estava tendo com o noivo que também riu.
Riu sentindo um alívio na fala do beta, e era nítido o quão libertador aquela simples frase havia sido para ele.
Era como se finalmente ele pudesse ser livre, sem a sombra da mãe o assombrando. O quê era bem irônico, já que só agora ela estava morta.
O Park não julgava a falta de sentimentos dele para com a mãe. Ele havia sofrido nas mãos dela, e mesmo após se livrar disso ela nunca foi capaz de ir atrás dele para pedir desculpas - o quê mesmo com a mudança de emprego do filho ela conseguiria com facilidade.
Seu orgulho perdurou até a morte, essa que de acordo os médicos foi totalmente indolor. Pelo menos no que se refere à dor física, já que sua alma solitária e amargurada deve ter sentido pelo menos por um momento a solidão que ela mesma lhe causou.
Baekhyun não sentia por isso. E esse sentimento talvez egoísta de sua parte era libertador.
Era libertador pois pela primeira vez ele não sentia a dor da mãe pelos seus próprios erros e problemas, estes que ela fazia questão de culpar o filho. Baekhyun não sentia mais essa culpa sobre os ombros.
E esperava não mais sentir.
E Chanyeol podia não ter uma marca que o ligasse á Baekhyun, mas podia sentir claramente esse alívio nos olhos de seu noivo. Era como se eles tivessem recuperado o brilho que a senhora Byun havia lhe tomado a força.
Tocando em seu rosto ele sorriu ao ver que o beta também sorria, segurando a mão do alfa contra o seu rosto e a beijando, demonstrando que estava tudo bem. Cada vez mais próximos um do outro um beijo ali aconteceu, apaixonado e esperado como se à tempos eles não se viam. Mesmo que tivesse se passado apenas um dia.
O beijo mesmo apenas foi interrompido pelo toque do celular do Byun e o susto que este proporcionou ao casal, que rindo da reação um do outro se separaram, enquanto o beta estendia o braço até o aparelho, cujo a chamada lhe chamou a atenção.
— Quem é?
— É-é a assistente social... — mostrou o contato no visor e o alfa logo se atentou à chamada, demorando alguns segundos para raciocinar.
— Atende amor! Ela deve ter alguma novidade. — Chanyeol o incentivou animado, esfregando as mãos ansioso, enquanto Baekhyun receoso atendeu, cumprimentando a assistente simpática que cuidava do processo deles.
— Alô? Falo com o senhor Byun?
— S-sim, na verdade... Não por muito tempo, em breve espero poder ser o senhor Park... — disse olhando para Chanyeol com esmero e anseio, o que arrancou o maior dos sorrisos no alfa que só faltava pular de alegria. Baekhyun em breve seria seu esposo.
— Ah sim! Eu soube que vocês noivaram esses dias, felicidades ao casal! O senhor Park está com você?
— Ele está sim. A senhora tem alguma notícia? — questionou ansioso, temendo que houvesse algum retrocesso em seu processo de adoção. Chanyeol segurava em sua mão nervoso, esperando algum pronunciamento da mulher ao telefone.
— Tenho ótimas notícias! Os senhores teriam um horário disponível amanhã? — perguntou e ambos se encararam esperançosos, com algumas hipóteses do que seria.
— Creio que podemos conseguir um horário...
— Ótimo! Gostaria de saber se vocês poderiam me encontrar às duas da tarde, para uma visita no orfanato Son Jihye? Estariam disponíveis nesse horário?
Ela perguntou, e nesse momento um sorriso eufórico surgiu simultaneamente no rosto do casal, que se entre olhavam apaixonados, quase lendo a felicidade genuína um do outro. Eles não precisavam ter uma marca para saberem disso.
Eles finalmente iriam conhecer aquela que seria sua filha, e dariam a ela todo o amor do mundo.
Não foi preciso muito para que a assistente soubesse a resposta dos dois. E aquele dia ficou marcado na vida do casal de maneira que poucos entenderiam por completo. Era um recomeço, não só para Baekhyun como para Chanyeol, o dia em que reafirmaram que eram livres para se amar e o quanto eles queriam estar juntos, o quão forte e o quão belo era o seu amor.
Mesmo sobre os olhares de julgamento e problemas que enfrentavam ou viriam a enfrentar. Eles se amavam, e amariam aquela criança que seus corações criariam como sua.
E estavam prontos pra isso.
— Sim... Esse horário está perfeito para nós...
❤️🌈❤️
A mãe do Baekhyun e a mãe do Jimin correndo a cem por hora pra ver quem é pior (percebi que tenho uma facilidade assustadora de escrever personagens com problemas maternos).
É isso meus amores, espero que tenham gostado do capítulo, se tudo der certo eu volto ainda amanhã com o capítulo trinta e cinco com o nosso trisal favorito e muita confusão.
Desde já peço desculpas por qualquer erro ortográfico ou de coerência (eu revisei o capítulo mas nunca se sabe), tenham um bom final de semana, e é isso por hoje.
Se cuidem, nos veremos mais brevemente do que imaginam 😊😘💕
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