Oi Sogrinha.
Oi pessoas lindas! Como vocês estão?
Finalmente temos uma atualização depois de quase um mês sumida.
O meu leve sumiço ("leve" porque eu ainda estava ativa por aqui no wattpad) se deu pela caralhada de problemas e obrigações da minha vida pessoal somado à um bloqueio criativo que me pegou de jeito.
Desde quando eu escrevi esse capítulo ele se tornou um dos meus preferidos e eu queria uma reescrita digna que eu não estava conseguindo materializar, mas acho que finalmente consegui.
Mês de junho agora eu estarei entrando no curso teórico da autoescola e isso vai me ocupar um pouco mais do que eu gostaria e por isso, as atualizações acontecerão à cada DUAS SEMANAS e não de uma em uma como era antes.
Mas assim que eu passar voltaremos com as atualizações semanais.
Espero a compreensão de vocês 💜
Boa leitura 📚
❤️🌈❤️
Pov's Jungkook (finalmente)
Desde aquela segunda-feira em que tive o desprazer de encontrar com Jennie e o prazer de me comprometer com Jimin como "mais que amigos - barra - quase namorados" já haviam se passado nove dias. Nove dias que mal vimos passar, pois assim que acordei e peguei meu celular, fui surpreendido ao perceber que já era quarta-feira.
Como esperado, após toda a confusão no café, Jennie tentou jogar o público para o seu lado através das redes sociais, processando a cafeteria por causa dos supostos "insultos, agressões e ofensas" que ela recebeu.
Mas ela não imaginava que Seokjin também estivesse tomando suas medidas e antes mesmo que ela agisse, o ômega lúpus foi até Kyungsoo. E por mais que ele não estivesse disposto a voltar a exercer sua profissão, indicou um ótimo advogado de sua confiança para o Kim mais velho. Além de acompanhar o desenrolar de tudo nos bastidores.
Aparentemente agora estava tudo bem e a ômega teve que pedir desculpas por todo o transtorno e calúnia - por todas as mentiras que ela inventou em seu relato - além de pagar uma indenização por danos morais para Seokjin e para mim, que doei a quantia considerável. Não por orgulho, mas por não querer nada relacionado a ela por perto. Não me julguem.
Agora tudo estava bem e não tínhamos mais nenhum sinal dela, mas em compensação um certo ômega - meu quase-namorado - estava com seus hormônios a flor da pele em seus plenos quase quatro meses de gestação. Faltava exatamente uma semana para falar a verdade.
Jimin estava bem, estava ótimo na verdade, eu duvido que exista algum gravídinho mais saudável do que ele, mas por conta dos hormônios Park Jimin estava tendo desejos dos mais "diversificados" possíveis, por assim dizer. E isso fora as - fofas - crises de ciúmes que com certeza eram demais para alguém do tamanho dele.
Mas eu não estou louco a ponto de dizer isso para ele. Prefiro guardar para mim no momento.
— Jungkookie?! Jungkook? Onde tá a sua camisa azul?!
— Que camisa?! — o respondi no mesmo tom, mas pela cara de choro e indignação que ele fez ao aparecer ali na cozinha, me fez jurar que eu eu estava gritando com ele em plenos pulmões.
— Por que você está gritando comigo?
Ele diz choroso, com um bico que quase me fazia acreditar que eu tinha gritado com ele, aparecendo na cozinha de roupão para não pegar a friagem da manhã após ter tomado banho, de braços cruzados sobre a barriga me olhando enquanto esperava uma resposta. Vale ressaltar que coisas assim simplesmente aconteciam do nada.
— Desculpa Jiminie, você estava longe, pensei que não fosse escutar. — digo, embora não tenha gritado realmente.
Afinal admitir que ele estava certo e que eu era um idiota era bem melhor do que negar, iniciar uma discussão por ter atacado ele e seus hormônios, ele começar a chorar e se trancar no quarto dizendo que não gosta mais de mim. A minha sorte é que isso não era tão frequente quanto parece.
Vendo sua carinha de choro eu desliguei o fogo e fui até ele, o abraçando e beijando seus cabelos recém lavados enquanto sentia seu cheiro tão único e misto ao meu e ao do filhote, vendo aos poucos o bico chateado se dissolver.
— Sei... Mas onde está a camisa Jungkookie? É aquela jeans azul, de manga cumprida. Eu queria usar ela hoje. — ele diz erguendo o rosto, me olhando nos olhos enquanto eu me lembrava do paradeiro da bendita camisa, me recordando rapidamente.
— Eu lavei ela segunda, deve estar no cesto de roupas limpas, a gente esqueceu de guardar ontem.
— Eu estava muito cansado ontem, nem me lembrei das roupas, me desculpa...
— Não precisa se desculpar por isso meu amor, eu entendo perfeitamente. Esse alfinha vem te cansando demais, hum? — digo dando-lhe um selinho seguido de um sorriso, fazendo um carinho em sua barriga.
— Você não faz ideia... As vezes eu queria que você quem tivesse engravidado. — ele diz rindo, se soltando do abraço e indo para o nosso quarto, sendo seguido por mim que ia logo atrás, já indiferente com a mudança repentina. Pois é, a convivência dá nisso.
— Você sabe que se eu pudesse eu engravidava no seu lugar né? — eu disse empático, me apoiando na porta, ouvindo ele rir enquanto ia até o closet. Por mais que não parecesse, eu realmente estava falando sério, eu faria isso por ele.
— Sabe que se fosse pra você engravidar isso já tinha acontecido né? — ele diz risonho, voltando do closet com suas roupas, dando um beijinho em meu rosto totalmente corado ao raciocinar do que ele estava falando.
— É mas nós dois sabemos que isso não vai acontecer, eu sou alfa...
— Ser alfa não impediu você de gemer pra mim daquele jeito, a gente deveria repetir de novo qualquer dia desses...
Ele disse dando uma piscadela enquanto descia o roupão pelos ombros, rindo provocativo quando eu engasguei pelo meu total desconcerto. Tanto pelas memórias revividas, tanto pela a imagem de seu torço despido, não menos atrativo pela barriga cada vez mais presente, e sim cada vez mais lindo ao meu ver.
— T-tá me deixando com vergonha... — digo me recompondo após sair do meu transe, vendo-o se aproximar rindo, me abraçando pela cintura me fazendo também rir.
Não que fosse ruim, muito longe disso na verdade, ter sexo com Jimin era maravilhoso de qualquer forma, mas eu não deixava de me sentir sem jeito por isso. Estando por baixo ou por cima.
— Não tem que ter vergonha disso, você não é menos alfa só porque dá pro seu ômega "barra" quase-namorado. Seu irmão também é alfa e também dá para o Taehyung e pro Yoongi.
— Eu não sei se fico aliviado ou intrigado por isso, você tá sabendo demais da vida sexual do meu irmão e dos meus cunhados...
— Tá com ciúmes é? — ele pergunta me fazendo bufar, vendo-o se afastar e vestir a camisa que tanto queria.
— Eu não diria ciúmes, é mais um receio que nossa vida sexual também caía na rodinha. — digo tentando ser o mais delicado possível - visto suas variações de humor - mas isso não bastou para evitar o seu olhar incrédulo e ao mesmo tempo risonho sobre a situação. — E-eu não tenho vergonha de ser passivo, gosto bastante na verdade, é que eu me sinto meio exposto.
— Nossa vida sexual está bem segura entre mim, você e as quatro paredes desse quarto. Pode deixar que dependendo de mim ela não vai cair na rodinha. — ele diz, terminando de vestir sua calça, indo atrás dos tênis para o mesmo fim. — E eu só sei do que acontece entre o Hoseok e seus cunhados porque o Taehyung me conta coisas demais até para o meu gosto como melhor amigo.
— Entendi, sabe não é que eu me incomode com isso, mas...
— Mas você prefere que seja assim. — ele deduz e eu assenti sorrindo em um suspiro, enquanto o via abotoar um botão da camisa que havia se desprendido. — Não tem problema nenhum e sinceramente? Eu também prefiro manter nossas intimidades entre a gente mesmo. Claro que comentar uma coisa ou outra é algo à parte, mas acredito que não precisamos passar disso.
— Para um casal que foi juntado de um jeito tão estranho a gente até que é bem tradicional em alguns quesitos... — digo, vendo-o em seu vai e vem, pegando o notebook para as aulas enquanto terminava de se arrumar, passando por mim rapidamente, levando sua bolsa e uma blusa consigo. — A onde o mocinho pensa que vai?
— Pra faculdade? A gente vai acabar se atrasando e eu tenho prova hoje, esqueceu?
— Tá cedo ainda e você não tomou café da manhã, pode vir. Você vai acabar ficando com fome, daí vai ficar enjoado e com tontura de novo.
— Droga Jungkook, isso aconteceu só uma vez!
— O quê não impede de acontecer de novo.
— Garoto! Você é mais novo, não devia ficar me dando ordens...
— Eu não teria que mandar você comer se você não ficasse insistindo em pular as refeições por pressa. Se isso já é preocupante normalmente, imagine pra você que está grávido? Nosso filho precisa comer também.
— Detesto quando você tá certo. — ele diz emburrado, largando suas coisas no sofá e me seguindo até a cozinha, sentando-se e pegando comida para si.
Ele praticamente engoliu a comida, por mais que eu dissesse pra ele comer mais devagar pra não acabar engasgando. Essa afobação toda dele era unicamente por causa da bendita prova que ele ia fazer hoje. Tinha estudado a noite toda, e eu tinha ajudado ele com isso - não atrapalhando, mas isso também conta como ajuda, eu acho.
Visto isso, foram apenas alguns outros detalhes até estarmos no carro, rumo ao campus universitário onde ele estudava, onde eu me despedi dele com a mesma saudade que eu sentia mesmo ainda estando perto dele, o enchendo de beijos e mais beijos até uma batida no vidro interromper.
Taehyung. Como sempre, Taehyung.
Ele enfiava a cara no insulfilm tentando ver algo além do breu causado pela película, me fazendo bufar meio incomodado, o que arrancou uma risada de Jimin. Logo atrás dele, meu irmão estava sério, apoiado nas grades da instituição com uma expressão pensativa, provavelmente preocupado com Yoongi.
Diferente do que era costumeiro, Yoongi não veio junto com os namorados para o trabalho, ele estava de atestado médico. Motivo: ele tinha quebrado a perna fazia alguns dias. A história é que ele tinha escorregado em um brinquedo de Yeontan e caído faltando quatro ou cinco degraus da escada de sua casa. E isso lhe rendeu uma tala na perna e três semanas de atestado das quais ainda lhe restavam duas.
— Eu vou indo antes que esse idiota quebre o vidro. Se cuida hein? Eu te amo. — Jimin disse, me dando outro selinho antes de abrir a porta, assustando Taehyung que deu um pulo pra trás o xingando, fazendo meu ômega rir.
— Vocês também, eu te amo. — digo sorrindo, recebendo outro tchauzinho dele, cumprimentando Taehyung e vendo-os seguir caminho até o banco deles, Mark já estava lá inclusive.
Observando eles se afastarem eu os acompanhava com o olhar até voltar minha atenção para Hoseok. Ainda parado, apoiado na grade do muro ele também observa os dois se afastarem, prendendo o olhar em mim por segundos. Olhando para os lados e para os nossos ômegas mais uma vez, antes de se apressar e entrar no carro, fechando a porta antes mesmo de eu completar um pensmento sobre isso.
— O quê você-
— Não dá pra falar aqui, eu preciso falar a sós com você e eles não podem saber. — disse se referindo à Jimin e Taehyung e aquilo me fez estranhar ainda mais, me assustando no processo. — V-vamos pra casa do Yoongi, lá eu te explico tudo.
— Você tá me assustando...
— D-desculpa, é-é que eu tô nervoso, tem muita coisa a-acontecendo, eu...
— Hyung, respira! Calma, se não assim você vai acabar tendo um treco! — digo tentando dar uma aliviada em seu nervosismo, o que funcionou em parte, ele estava respirando mais profundamente. Parecia mesmo ser algo sério, mas nem por isso eu também ia perder a cabeça, por mais que aquilo me preocupasse. Hoseok nervoso nunca era algo bom. — E o seu carro?
— E-eu trouxe o Tae a pé, a doutora disse que é bom dar caminhadas pela manhã.
— Sim, realmente. Pode me dar uma dica sobre o que precisamos conversar?
— É-é melhor chegarmos na casa do Yoon primeiro, e-eu nem sei como te contar isso...
Disse e novamente me senti tenso, seguindo rumo a casa do Min que ficava meio distante do campus universitário, em um silêncio quase perturbador.
Hoseok podia ser um lúpus mas nem por isso ele deixava de ser medroso. Era sempre assim e isso desde que éramos pequenos, ele era o irmão preocupado e assustado e eu era o atentado dentro de casa e tímido perto dos outros.
Já na frente da adorável casinha do namorado do meu irmão eu o seguia pela entrada até a porta, onde ele tentava destrancar a porta com dificuldade pelas mãos trêmulas por conta da ansiedade e do nervosismo, já eu estava preocupado com o meu trabalho.
— Não tem que trabalhar não? Porque eu tenho. — digo já meio cansado, e ele finalmente acerta o buraco da maçaneta, girando a chave para nós entrarmos.
— S-se quiser depois eu falo com o seu chefe e resolvo, isso aqui é mais importante...
— Como se fosse fácil... — digo, por fim adentrando a casa. Pelo visto Hoseok não conhece a fera que Kim Jongin tem em casa, não como eu pelo menos. Não via sinal de Yoongi naquele andar, embora soubesse que ele estava ali, pelo cheiro característico dele. — E então? O quê aconteceu de taão grave para você estar assim?
— B-bem, é que-
— Oi Jungkook. — Yoongi quem diz, interrompendo sua fala, descendo as escadas com as muletas cuidadosamente. Logo a preocupação de Hoseok foi até o namorado, indo até ele e o ajudando a descer.
— E aí baixinho? Como tem andado?
— Infelizmente não com as pernas, se fosse eu poderia te chutar seu pirralho. — ele responde minha provocação à altura, me fazendo rir.
Eu e Yoongi tínhamos essa relação maravilhosa baseada em pura provocação, falsas ameaças e zoação desde que nos conhecemos, ou seja desde o meu segundo ano no ensino médio, quando ele fez um estágio na minha sala e três meses depois começou a namorar com Hoseok, e tudo piorou. Mas ele era um bom cunhado.
— Você me ama demais pra isso. Quer pedir para o seu namorado parar de enrolar com a minha cara e dizer seja lá o quê ele quer dizer? Eu tenho que ir trabalhar, o Kyung vai me matar se eu atrasar de novo...
Ditei cansado me largando no sofá, enquanto Yoongi negava a ajuda de Hoseok para fazer o mesmo e se sentar em uma poltrona. O lúpus apenas passou a mão no rosto tentando recobrar a sua narrativa, andando de um lado para o outro e me fazendo novamente ficar nervoso por ele.
— B-bem... B-bem é-é quê... Amãetávindopracá. — disse rápido e baixo demais pra que eu entendesse alguma coisa, e eu fiz uma careta em resposta.
— Fala devagar mané, eu preciso te entender pra fazer algo a respeito.
— Primeiro me respeita que eu sou mais velho, e-e segundo... A-a mamãe tá vindo p-pra cá.
— C-como é?!
— C-céus, a m-mãe tá v-vindo pra cá! Não escutou? — disse totalmente trêmulo, sentando-se no sofá frente a onde eu estava sentado, e agora foi a minha vez de levantar, andando de um lado para o outro em um quase pânico, tentando pensar em algo que não fosse um grande e belo fodeu.
O desespero de nois dois parecia sem lógica, principalmente em visto a toda calmaria de Yoongi, que mexia no celular totalmente inerte ao assunto, nem um pouco preocupado.
Nossa aflição se devia à um "detalhe" em comum que não nos era constado antes e que também não era de conhecimento da nossa mãe no momento: Jimin e Taehyung. Do mesmo jeito que a senhora Jung não sabia muito sobre Taehyung, e muito menos da gravidez deste; ela não fazia ideia de que eu e Jimin estávamos juntos e nem que também teríamos um filho.
Eu não a via desde que ela se divorciou do nosso pai há cerca de dois anos e foi para Tóquio; já Hoseok tinha visto ela quando foi visitá-la, um pouco antes dele e Yoongi começarem a namorar com Taehyung. Mas por mensagem era meio difícil de explicar que agora mais uma pessoa fazia parte do relacionamento saudável, duradouro e até então monogâmico que eles tinham.
Eles já escondiam o relacionamento à três de um monte de gente por conta da relação "professor e aluno" entre Yoongi e Taehyung, tanto que o Kim não se importou de também ser um segredo. Ele adorava isso na verdade.
Já entre mim e ela era ainda mais complicado. Faziam mais de cinco meses que eu não falava com ela por causa de horários que não batiam, ocupações e outros - um certo ômega que roubou meu coração e um bebê a caminho por exemplo - e assim acabamos perdendo contato, e eu me sentia culpado por isso. Especialmente por sermos tão próximos antes.
Ela era meu porto seguro, um farol em uma praia distante me iluminando mesmo de longe, e mesmo assim não tive coragem de contar para ela sobre Jimin. Ele que era meu novo porto seguro, onde eu me refugiava aqui, Jimin que era o meu ômega e pai do meu filho. Não tive coragem de contar que ela seria avó.
Isso remoia em minha mente à medida que eu pensava no tamanho da bola de neve que havíamos criado com uma omissão tão simples e ao mesmo tempo tão complexa. Eu nem conseguia imaginar o quão magoada ela ia ficar por isso.
— Merda, merda, merda Hoseok! E agora o quê a gente faz?! — digo totalmente em pânico, junto com ele que balançava ambas as pernas tentando acalmar a ansiedade que isso tudo trazia, somado ao meu desespero. Yoongi, diferente de nois dois estava bem calmo e não parecia nem um pouco preocupado. Ela já o conhecia é claro - amava ele mais que a gente praticamente. — Q-quando ela chega?
— Hoje n-no vôo das... Yoon? Amor q-que horas era o vôo dela mesmo?
— Tá previsto para uma da tarde.
— Fodeu então... — constatei o óbvio, me largando ao lado dele no sofá, tentando pensar em algo inteligente sobre a situação, não conseguindo infelizmente. — Por que ela só falou com você?
— Ela me mandou mensagem ontem de noite, disse que estava vindo e que "acha" que perdeu o seu contato, já que as mensagens que ela te manda não chegam e seu número não dá linha...
— E-eu esqueci de mandar meu número novo, mudei já faz uns três meses, quando troquei de celular. Nem pensei em mandar mensagem para ela por causa da minha situação com Jimin... — digo inconformado com a minha própria memória, passando as mãos no rosto totalmente incrédulo.
Depois de dois anos sem pisar os pés na Coreia, nossa mãe estava voltando e de cara ia se deparar com uma baita de uma mentira. E ela odiava mentiras.
— O quê você acha que ela vai pensar disso tudo?
Ele pergunta e minha vontade lógica era de responder que a lúpus acataria tudo numa boa e iria adorar tanto o meu quase-namoro, tanto namoro à três dele, além das gravidezes de nossos ômegas. Que assim como nós, iria amar Jimin e Taehyung e "ignorar" o fato de termos mentido. Ela aceitou numa boa o namoro de Hoseok com outro alfa, tinha uma pequena chance dela não surtar.
Porém mesmo que eu soubesse que ela entenderia nosso receio, eu não podia evitar imaginar o quão magoada ela ficaria com tudo isso. Não era uma mentirinha, era uma puta de uma mentira que envolvia os dois filhos dela, relacionamentos dos quais ela gostaria de ter conhecimento - quando ela foi embora eu mal havia acabado meu relacionamento com Jennie - além do pequeno e não menos importante fato de que ela ia ser avó de um ou uma alfa e pelo visto um ou uma ômega lúpus, assim como ela.
E querendo ou não, a história do Hoseok pelo menos era bem mais fácil de engolir, se levado em conta que ele, Yoongi e Taehyung tinham um relacionamento estável, eram marcados e tinham o lance do Yoon e do Tae como um impedimento para não falarem nada sobre.
Eu tinha Jimin e isso já me bastava, mas eu não deixava de me sentir mal por ser exatamente tudo o que meu pai disse sobre mim. Eu não tinha faculdade, trabalhava em dois lugares para ter renda e por mais estável que eu fosse em certos pontos eu não conseguia deixar de me sentir um fracasso.
Eu sabia que minha mãe não pensava isso de mim, muito pelo contrário, ela sempre me apoiou e foi a primeira pessoa a acreditar no meu sonho. Assim como Jimin que todo dia me lembrava o quão importante para ele eu era, apoiando meu sonho, opinando e inspirando minhas novas músicas. Era ele quem me motivava a continuar.
— Depois de ela surtar e chorar um monte? Acho que ela vai ficar bem. Espero que ela ache o melhor possível afinal, são nossos ômegas e eles são incríveis, claro que ela vai notar isso assim que os conhecer, só temos que ver o melhor jeito de fazer isso...
— Tem razão, o Yoongi pode ajudar com isso, ele é bom em... — mencionou o namorado, disposto a colocá-lo na conversa para nos ajudar a encontrar uma solução, mas assim que olhamos para onde ele estava sentado, ele já não estava mais lá. E olha que ele estava com uma perna a menos. — Céus, como ele some assim do nada?
— Seus namorados são estranhos... Falando nisso, como está o bebê de vocês? Parabéns, Jimin me contou que você sentiu o cheiro de um ômega lúpus, Taehyung está bem?
Perguntei preocupado, visto todas as complicações que aquilo podia acarretar, mas em resposta Hoseok sorriu nervoso embora extremamente animado, coçando a cabeça meio sem graça e corado, o que me confundiu. Pelo menos, pelo que aparentava, não era algo tão sério.
— Bem... Ele tá ótimo, acontece é que eu me enganei... Quanto ao bebê ser um lúpus. Só Yoongi notou uma certa diferença e só ontem na consulta a gente pode confirmar.
— Você se enganou? Essa é nova...
— Acho que eu tava com tanto medo do bebê realmente ser um lúpus que entrei em pânico quando senti o cheiro deles...
Disse simples e eu demorei alguns segundos para raciocinar sua última palavra, arregalando os olhos pela surpresa da informação, antes de dar um belo de um grito - não de propósito - pedindo para que ele explicasse melhor o significado daquilo. Afinal de contas, ninguém merece história mal contada, e eu muito menos.
❤️🌈❤️
Pov's Jimin
— Gêmeos?! Aquele idiota vai ter gêmeos e não me falou nada?! — Nayeon indagou indignada assim que eu contei a novidade - que em minha defesa eu pensei que ela já soubesse.
Era intervalo e nós estávamos voltando da cantina para o banco onde passávamos o tempo até o retorno para as últimas aulas. Eu encontrei com Nayeon na fila para comprar um hambúrguer de forno na cantina, e assim passamos a conversar, até eu entrar no tópico "os gêmeos do Taehyung" e ela indagar totalmente descontente sobre o seu desconhecimento do assunto.
Segundo Taehyung, na segunda-feira Hoseok finalmente conseguiu sentir o aroma do bebê deles três e jurou de pé junto que era um ômega lúpus, mesmo com as variâncias sentidas por Yoongi, que não tinha tanta certeza assim se o ômega que Tae esperava era um lúpus.
A fim de sanarem essa dúvida, ontem os três foram ao médico e a obstetra que atendia Taehyung não demorou á perceber do que realmente se tratava, assim como Hoseok - que sabia distinguir ultrassons por conta da sua profissão - e desmaiou assim que percebeu que o lúpus, na verdade eram dois, duas ou um casal de ômegas gêmeos.
Taehyung ficou em choque, especialmente porque até semana passada ele estava no dilema de "o quê vier é bom, e o quê vir tá ótimo", mas seu estado de choque logo foi substituído por uma crise de risos e pela felicidade que era a mesma estampada no rosto de Yoongi e Hoseok - assim que o lúpus acordou.
— Ele contou pra gente hoje assim que chegou, mas você não estava, pensei que não viria... — digo avistando Mark que se encontrava sentado no nosso canto, lendo uma apostila enquanto comia algo.
— Eu estava na casa da minha namorada. Jeongyeon mora no fim do mundo, por isso eu me atrasei...
— Isso explica muita coisa. O Tae disse que passou no apartamento dele ontem depois da consulta pra arrumar umas coisas e foi no seu apartamento, mas você não estava lá.
— Tava ocupada... E cadê ele falando nisso? — perguntou, e a esse ponto já estávamos no nosso lugar de sempre, cumprimentando Mark e nos sentando ao seu lado. Ele estava concentrado.
— Foi buscar o celular, ele esqueceu no salão de apresentações durante a primeira aula. Já deve estar voltando, hoje o Yoongi não tá aqui pra ele se atrasar...
— Entendi... — ela responde, dando outra mordida em seu lanche, focando seu olhar em minha barriga. — Jiminie eu... Eu posso tocar?
— Claro. — permito, sorrindo para ela com simpatia e a observando tocar minha barriga com receio, aos poucos se sentindo mais à vontade, fazendo um carinho ali e sorrindo, antes de afastar novamente a mão.
— Ele já te chuta? Ou ela? Já sabe se é menino ou menina?
— Ainda não sei se é menino ou menina, mas sei que ele ou ela me chuta bastante, embora eu ainda não sinta. Mark quem pode te dizer melhor sobre isso, o bebê dele já chuta as vezes. Forte o suficiente pra ele sentir.
— Esse aqui só inventa de me chutar de noite quando eu quero dormir, é atentado igual ao pai dele... — Mark resmunga atento à conversa, nos fazendo rir e deixando a ômega pensativa. — Acho engraçado quando Bambam inventa de conversar com ele. É uma graça, se quiser depois eu mostro os vídeos, Jackson fez vários.
— Depois me mostra, eu quero ver. Seokjin também comentou sobre isso outro dia, mostra pra ele também. — digo e ele assente, finalmente fechando sua apostila, entrando na conversa.
— Eu vou sim...
— É muito estranho estar grávido? — Nayeon pergunta curiosa, também pedindo para tocar a barriga de Mark que assentiu, me olhando e sorrindo.
— No começo é bastante, principalmente por causa das tonturas e dos enjoos, mas assim que você vai indo nas consultas e vê a barriga crescendo você vai se acostumando, principalmente quando você sente ele chutar... — Mark diz, levando a mão da ômega onde aparentemente o alfinha dele estava chutando, fazendo ela rir encantada.
— Nossa é incrível! E não dói?
— Por enquanto não...
— Como assim, "por enquanto"? — ela pergunta em um tom quase incrédulo me fazendo rir, por mais que até pouco tempo eu também desconhecia esse fato.
— Não é toda gravidez e também não é algo tipo "vou morrer de dor" mas soube que incomoda. Quanto mais o bebê se desenvolve, mais nossos órgãos se apertam para dar espaço para ele, então quando ele se move ou chuta...
— Ele pode acabar apertando ou chutando algum órgão. — complemento a fala de Mark, para a expressão horrorizada da ômega.
— Que merda... Porra, se um dia eu pensei em engravidar, eu dispenso. Nunca que eu tenho um filho.
— Não é tão ruim assim... Claro, tem as partes ruins e é uma responsabilidade que você vai ter por um longo tempo, mas tem suas partes boas também, e tirando os perrengues é incrível ser pai.
— Eu passo. Nunca quis ter filhos de qualquer jeito, mas as vezes eu penso nisso, é claro. Ontem eu estava conversando com a Jeongynie sobre essa possibilidade.
— Nossa vocês já estão falando de filhos? Não começaram a namorar mês passado? — pergunto, mas pela cara que eles fizeram vi que não era a melhor pessoa para julgar isso.
— Acho que você não é o melhor exemplo para falar disso, oppa. — Nayeon quem respondeu, rindo junto comigo e Mark quando vi uma pessoa já esperada se aproximar, mexendo no celular totalmente concentrado e se apressando assim que nos viu rindo.
— Qual foi a do grupinho aqui? — ele chega indagando sua indignação, embora sua voz soasse com divertimento, fazendo nós três revirarmos os olhos rindo pelo drama que já conhecíamos bem. Vendo ele pular por cima do banco e ficar do mesmo lado que a gente, se sentando entre mim e Nayeon. — Bonito vocês três hein? Eu resolvendo coisas importantes e vocês aqui de papinho e risadinha?
— Oi pra você também, Taehyung. Obrigada por contar dos gêmeos... — Nayeon disse, fingindo estar irritada - ou não, não dava para saber - ganhando apenas um arquear de sombrancelhas do Kim que voltou a digitar algo em seu celular.
— Nayeon, o papel de rei do drama aqui é meu, e eu não te contei porque ontem quando eu fui na sua casa você estava transando com a sua namorada bem longe dali. E você não estava aqui de manhã de qualquer forma.
— Que seja, eu sou sua amiga! Devia ter me dito que...
— Nayeon? — chamou por ela, interrompendo sua fala, ganhando a atenção dela que se perdeu entre suas palavras.
— O quê foi?
— Eu vou ter gêmeos! Pronto, tá feliz agora?
— Sério Taehyung, vai se foder...
— Vou sempre que posso. Jimin você tem prova agora? — dirige à mim sua fala, me pegando por desprevenido já que dois segundos antes ele falava com Nayeon, me tirando do pequeno diálogo que tinha com Mark sobre a última reunião de domingo.
— Agora não, só tive uma nas primeiras aulas, por quê? — pergunto curioso, já que era óbvio que ele tinha alguma intenção por de trás dessa pergunta, vendo-o guardar o celular antes de me responder.
— O Yoon pediu um favor para nós. Ele quer que a gente busque uma senhora no aeroporto, Jung Jinhyo se não me engano...
— Tae, seu namorado sabe que eu não tenho carteira de motorista e que você não sabe nem pegar em um volante?
— Claro que sabe. Ele pediu para nós dois porque ele está com a perna quebrada e o Hobi não vai poder porque tá resolvendo uns assuntos na clínica. — disse simples por mais que eu estranhasse um pouco a história toda, pegando uma embalagem com frutas picadas em sua bolsa. — Ela é uma amiga dele, uma senhora simples que só precisa de companhia até o hotel em que ela vai se hospedar.
— Se é assim, tudo bem. Eu só preciso avisar o Jungkook que ele não precisa me buscar...
— Também não precisa, o Yoon mandou mensagem pra ele e explicou tudinho. — ele disse começando a comer e logo fui argumentar sobre, mas antes mesmo que eu pudesse dizer algo, Nayeon comentou na minha frente.
— Jung Jinhyo não é aquela escritora famosa? De Caminho para os Girassois, Ursos de Cera e Serva da Lua? Daqueles artigos sobre o tráfico de ômegas?
— Verdade! Eu amo os livros dela, são incríveis... Mas não é a mesma Jinhyo, ou é? — Mark completou sua fala me fazendo recordar da escritora maravilhosa e de mesmo nome a qual eu já tinha lido alguns livros e artigos. Mas não era possível que fosse a mesma pessoa.
— Acho que não. O Yoongi não é louco de pedir para nós dois buscarmos uma escritora e editora famosa a pé.
— Pode ser, mas seria incrível se fosse ela, a senhora Jung foi uma das minhas inspirações para fazer jornalismo. Eu adoraria ter uma entrevista com ela. — a ômega dizia sonhadora, enquanto eu pensava quais as chances de ter mais de uma Jung Jinhyo por aí.
— Tá legal, que horas temos que ir buscá-la?
— O Yoon disse que o vôo dela chega às onze, mas pode ser mais cedo ou mais tarde pelas variâncias.
— Então tá, assim que acabar o intervalo e eu for no banheiro nós vamos. Querem ir também?
— Eu até queria Jiminie, mas eu vou ter prova agora...
— Eu até vou sair mais cedo, mas é para pegar o Bamie nas minhas mães, ele tem consulta com o Jae hoje.
— Tudo bem então, está com suas coisas aí? — pergunto para o Kim que confere sua bolsa, jogando a embalagem de sua comida fora. — Certo, então é só esperar o intervalo acabar...
Digo por fim, antes de voltarmos a conversar sobre qualquer assunto aleatório, isso até dar o horário e tanto Mark tanto Nayeon voltarem para o prédio de seus cursos, deixando apenas eu e Taehyung. Após uma rápida ida ao banheiro, nós dois seguimos caminho rumo ao aeroporto que não ficava tão longe dali. Em uns vinte e poucos minutos de caminhada lá estávamos.
Claro que aquilo cansou, eu estava um tanto mal acostumado a caminhar e também estava carregando um peso extra que como Mark havia mencionado antes, estava aos poucos comprimindo meus órgãos. Taehyung era quem estava mais de boa sobre isso, faltando pouco mais de uma semana para completar dois meses de gestação sua única e exclusiva preocupação eram com os enjoos, e estes não estavam mais ocorrendo com tanta frequência. Para a sorte dele.
Chegando no aeroporto a primeira coisa que fizemos foi nos sentar para tomar um ar, antes de pagarmos por duas garrafinhas de água - que custavam um absurdo - e conferirmos o horário do vôo da tal senhora Jung, quando me veio uma ótima dúvida em mente.
Afinal nós tínhamos apenas o nome dela, fora isso não sabíamos como ela aparentava e tenho quase certeza que ela também não fazia ideia de praticamente nada da gente. E foi sobre isso que eu questionei Taehyung, afinal com só isso de informação era capaz de passarmos direto por ela.
— Fica tranquilo que eu já pensei nisso... — ele diz com uma certeza inabalável, tirando um caderno de desenho grande e um canetão de sua bolsa, escrevendo o nome da senhora em letras gigantescas e decoradas enquanto esperávamos. Já eu não sabia mais se tinha sido uma boa ideia topar isso.
Foram longos minutos de espera até anunciarem o vôo um tanto adiantado, e tanto eu tanto Taehyung irmos até a sala de desembarque com o caderno - visível até da lua de tão chamativo - para esperar por Jinhyo, mas por fim, não foi tão difícil de nos encontrarmos.
Eu juro, por tudo que é mais sagrado. Taehyung segurava o caderno bem alto e eu tentava impedí-lo de subir em uma cadeira e acabar passando mais vergonha, quando do corredor entre várias pessoas, surge uma mulher.
A ômega que tinha os cabelos pretos amarrados para trás em um rabo de cavalo simples e elegante assim como suas roupas, segurava um Tablet tão grande quanto o caderno do meu amigo, escrito nossos nomes em uma letra quase ilegível, com uma bolsa no outro ombro.
Assim que viu a obra de arte de Taehyung, a senhora - que eu jurava não ter mais de quarenta anos - sorriu e rapidamente veio até nós, desligando o Tablet e o colocando de baixo do braço livre, rindo assim que chegou mais perto.
— Quando o Yoon disse que dois ômegas iam vir me buscar eu não imaginei que iriam ser dois homens tão lindos. — ela disse assim que chegou mais perto, nos cumprimentando de forma simpática e amigável na qual foi impossível não sorrir. E agora que a vi de perto, podia jurar que ela me lembrava alguém. — É um prazer conhecê-los, sou Jung Jinhyo.
— O prazer é todo nosso, eu sou Park Jimin e esse é meu amigo Kim Taehyung.
— É um prazer conhecê-la. Fico feliz que você não seja uma idosa, do jeito que o Yoongi falou pensei que estávamos vindo buscar uma ahjumma, mas sinceramente? Você é nova demais até para uma senhora. É solteira?
— Taehyung! — o repreendi, mas em contrapartida a ômega lúpus apenas riu, e eu posso estar louco, mas podia jurar que ela era igualzinha ao Hoseok. Quase uma versão feminina e ômega dele. — Desculpa pelo meu amigo, ele não é sempre assim.
— Eu quem deveria pedir desculpas! O senso de humor dele sumiu nonna... — ele diz divertido fazendo-me revirar os olhos, ambos acompanhando ela até o lugar de retirar as malas.
— Ah, não diga isso. Acredito que Jimin apenas esteja com receio de acabar sendo desrespeitoso comigo, mas não se preocupe eu não ligo para essas formalidades todas. Posso não ser tão jovem mas adoro me sentir como uma de vocês, e a propósito, eu sou divorciada.
— E é uma pena que eu namore...
— É sério Taehyung?
— Céus, vocês dois... Parecem os meus filhos discutindo quando eram mais novos... — ela menciona rindo divertida, guardando o Tablet na bolsa antes de entrar na fila para pegar suas bagagens. — Meninos eu já volto, vou pegar minhas malas.
Disse rumando ao seu objetivo após nossa afirmação, indo até o moço que cuidava da triagem um tanto distante de onde estávamos. Enquanto eu a observava, Taehyung se aproximou um pouco mais de mim, ficando do meu lado, próximo o suficiente para conversarmos sem que outros ouvissem.
— Ela não lembra o Hobi?
— Pois é! Era isso que eu queria te falar, ela parece bastante com o Hoseok.
— Sim, e isso fora o cheiro... — meu amigo menciona e eu estranhei. Não tinha reparado muita coisa específica no aroma dela, fora o que era característico de um lúpus. — Sei lá, eu posso só estar sentindo falta do lobo dele, mas lembra bastante o cheiro do meu Hobi. Só que bem mais fraco e delicado do que toda a essência dele.
— É por isso que você estava flertando com ela?
— Eu estava brincando e ela entendeu que foi uma brincadeira. Fora que ela é bem bonita.
— É, você tem razão. Só toma mais cuidado com o quê você fala, nós acabamos de conhecê-la...
— Relaxa Jimin, ela é de boa. A energia dela é incrível, inclusive. — ele diz incrivelmente tranquilo com tudo isso e antes que eu pudesse rebater a lúpus retornou, trazendo consigo uma mala grande de rodinhas com outra um pouco menor presa em cima. Além da bolsa que já estava com ela.
— E então vamos?
— Vamos sim, quer que eu leve uma das malas? — Taehyung quem perguntou mas ela se apressou em negar, sorrindo gentil enquanto nos dirigiamos até a saída.
— Não precisa meu bem, elas não estão tão pesadas e eu não quero dar trabalho pra vocês.
— Não é trabalho nenhum, onde a senhora vai se hospedar? — pergunto, vendo-a pegar o celular e ler o endereço em voz alta. Era um hotel localizado coincidentemente no bairro em que Hoseok morava, mas a pé ficaria um tanto longe.
— É um hotel da família de uma amiga, fica pertinho da casa do meu filho e do meu genro.
— Entendi... Vai ficar meio longe para irmos a pé.
— Vocês vieram a pé? — ela pergunta preocupada e nós assentimos para o seu espanto. — Bem, então vou chamar um carro pra gente, não é bom pegar tanto sol durante a gestação. Se fosse mais cedo essa caminhada seria ótima, mas está perto do meio dia e esse sol está de matar...
Ela diz nos pegando de surpresa, abrindo o aplicativo no celular para fazer o prometido enquanto eu e Taehyung olhávamos um para o outro tentando nos lembrar se havíamos mencionado algo sobre as nossas gestações, o que não tínhamos feito.
No meu caso era até óbvio supor, já que a barriga de quase quatro meses, por mais que escondida na camisa de Jungkook se mostrava um pouco aparente. Porém no caso de Taehyung era uma suposição totalmente incrível, já que com menos de dois meses ele mal tinha barriga e se não fosse pelo seu cheiro - que também não estava tão forte - a gravidez passaria imperceptível.
— Como você sabe?
— Uma das vantagens de ser uma lúpus. — ela diz dando uma piscadela, direcionando seu olhar carinhoso para mim por um instante, me trazendo uma estranha sensação de conforto.
Nós continuamos conversando enquanto esperávamos o carro e a lúpus se mostrava exatamente como imaginamos que seria, cada vez mais confortável conosco. O carro nos levou até o endereço pedido por ela, um pequeno e adorável hotel quatro estrelas que funcionava em um prédio de três andares muito fofo.
Após o check-in nós a aguardamos no saguão de entrada enquanto ela conferia o quarto e guardava suas malas, para saber o que ela faria agora. Não íamos simplesmente deixá-la sozinha e caso ela fosse para o centro, nós estávamos indo para lá de qualquer forma.
— Obrigada por me acompanharem meninos, o quarto está certinho.
— Que isso, foi um prazer acompanhá-la. A senhora pretende descansar da viagem ou sair? Nós vamos para o centro comercial então, se quiser companhia... — digo sorrindo para ela, me levantando de onde estava com as mãos na barriga, o quê chamou sua atenção quando ela sorriu de volta.
— Bom, eu dormi a viagem toda e estou morrendo de fome, se souberem de algum lugar bom pra comer, eu adoraria fazer companhia. — sorriu gentil e Taehyung e eu nos olhamos cúmplices com o mesmo local em mente, antes dele responder.
— Sabemos de um lugar perfeito nonna.
— Me parece ótimo.
— Então vamos! Jin hyung vai adorar você... — digo e ela ri, enquanto saíamos do hotel.
— Jin? — ela questionou com divertimento na voz. Não que parecesse conhecê-lo, apenas parecia ter uma boa lembrança referente ao nome. — Jin era o meu apelido no ensino médio, uma... Uma amiga me deu ele.
— Que legal, eu nem sei quem deu esse apelido para o meu irmão, deve ter sido minha mãe, nós sempre chamamos ele assim. — Taehyung conta rindo, já indo para o café. De onde estávamos pelo menos seria uma caminhada agradável.
— É verdade, a senhora disse que tem filhos?
— Sim, tenho dois alfas maravilhosos, deviam conhecê-los. — ela diz, parecendo ponderar algo em sua própria fala, em dúvida. — Inclusive Jimin, seu cheiro lembra muito o meu quando estava esperando meu filho mais novo, é um alfa não é? Está de quantos meses?
— Semana que vem vou para o quarto mês. Agora estou ansioso para saber se é um menino ou uma menina. Não mais do que o meu alfa é claro, ele está mais empolgado do que eu.
— Eu imagino, e você Tae? Seu cheiro é presente mas não parece ser um lúpus...
— Bem é que eu estou esperando gêmeos. São dois ômegas mas eu nem penso muito se são duas meninas, meninos ou um casal. Descobri ontem e falta mais de uma semana pra mim completar dois meses.
— Vai ter gêmeos?! Isso é incrível! Eu sempre quis ter filhos gêmeos, mas fazer o quê. Tive dois de qualquer forma... — ela diz rindo, respirando profundamente enquanto olhava aos arredores de onde estávamos, apreciando. — Seul mudou bastante desde a última vez que estive aqui, mas em termos de comércio não está tão diferente de Tóquio.
— A senhora mora lá faz tempo?
— Dois anos, me mudei assim que divorciei. Com dois filhos adultos eu não vi porque ficar aqui, então passei meu cargo como editora chefe e fui morar em Tóquio, onde eu passei a trabalhar como free-lancer para editoras...
— E-espera, a senhora é mesmo a Jung Jinhyo? A-a escritora? — pergunto meio envergonhado, corando quando ela assentiu, totalmente sem jeito. Céus, essa mulher é uma lenda! — Nossa, e-eu mal posso acreditar! Serva da Lua é um dos meus livros favoritos da vida!
— Me sinto lisonjeada, Serva da Lua é realmente um dos meus melhores trabalhos, fico feliz que aprecie minha escrita. — ela diz, apertando minha mão e sorrindo agraciada, de um jeito quase maternal que aqueceu meu coração.
— Sou um grande fã, temos dois outros amigos que também apreciam muito as suas obras. Você é uma grande inspiração para a gente. Né Tae?
— Com certeza, Jimin é quem mais insiste para que eu leia literaturas que não sejam editais ou livros da faculdade, e eu nunca fui tão grato à ele quanto no dia em que ele me apresentou Ursos de Cera.
— Assim vocês me deixam sem jeito, mas obrigada por apoiarem meu trabalho, especialmente rapazes tão incríveis quanto vocês. É uma honra. — elogiou, fazendo-nos sorrir, dando continuidade a conversa, cada vez mais próximos à cafeteria.
Chegamos lá relativamente rápido, acredito que a conversa que tínhamos pelo caminho nos fez mal perceber o tempo passar e quando menos vimos lá estávamos.
Como ainda não era meu horário de trabalho e Taehyung só entrava no serviço mais tarde, nós a acompanhamos durante seu almoço e aproveitamos para almoçar também, continuando nossa conversa e ouvindo algumas histórias da lúpus em Tóquio, cada vez mais encantados com a mais velha.
Seokjin apareceu ali também, inicialmente curioso com a presença do irmão que raramente ia na cafeteria, mas ficou extremamente feliz com a notícia dos gêmeos e encantado com a presença da escritora - a qual também já tinha lido alguns livros e artigos - e recebeu vários elogios dela sobre sua cafeteria, cardápio e aparência. Que era mais do que o suficiente para deixar o ômega lúpus extremamente feliz.
Mesmo após o almoço nós três continuamos ali, conversando enquanto não dava o horário de Taehyung ir para a empresa e o meu horário de trabalho. Esperávamos poder apresentar Mark a ela assim que ele chegasse da consulta com Bambam, mas não foi ele quem apareceu correndo pelas vidraças, encarando à mim, Jinhyo e Taehyung com espanto.
Meu sorriso que se formava instantaneamente sempre que eu via Jungkook desapareceu assim que eu vi o espanto em seu rosto ao que ele entrou na cafeteria e viu Jinhyo, fazendo-me levantar prestes a ir até ele.
O que me impediu foi ver que logo atrás dele Hoseok também vinha as pressas, entrando no café e trombrando em Jungkook sem querer, também caindo o olhar espantado sobre a lúpus que assim como eles, os encarava com curiosidade e certo espanto no olhar.
— Hobi? — Taehyung foi o primeiro a dizer algo, também se levantando ao ver o estado do namorado. Mais que espantado, Hoseok estava pálido, intercalando o olhar entre o Kim e a lúpus repetidas vezes.
— Ma-mamãe... ? — foi a primeira e a última coisa que o alfa lúpus disse, soltando a camisa de Jungkook que ele segurava com toda força e caindo, atraindo atenção dos demais clientes que já estranhavam a cena toda.
E agora estranhavam ainda mais com o lúpus desmaiado logo na entrada da cafeteria, mal dando tempo para sequer processarmos o que ele havia dito.
Preocupado, Taehyung foi as pressas até ele, sendo seguido por Jinhyo que parecia compartilhar praticamente da mesma preocupação, ajoelhando-se ao lado da cabeça dele ao mesmo tempo que Jinhyo, virando-o para cima e apoiando a cabeça dele em seu colo.
— Tragam um copo de água... — o Kim e a Jung disseram ao mesmo tempo, causando certa estranheza entre os dois que pareciam pela primeira vez associar a fala do alfa desmaiado. Foi nesse momento que eu fui até Jungkook preocupado, ao mesmo tempo que tentava avaliar toda a situação.
— Jungkookie? Amor, o quê foi? — pergunto cauteloso, e de imediato Jinhyo se vira para nós. Os olhos surpresos pairando entre nós dois assim como Jungkook que tentava formular uma resposta para minha pergunta e pelo visto, para o olhar da mais velha.
Aceitando o copo de água dado por Miya ela desprendeu sua atenção de Jungkook, entregando o copo para Taehyung que logo tratou de molhar a própria mão, a passando no rosto do alfa, esperando que ele acordasse.
— M-mãe eu posso explicar... — ele diz por fim, e como se aquilo acendesse minha memória, eu finalmente raciocinei o que estava acontecendo, ao mesmo tempo que mal podia acreditar no que ele havia dito.
— Mãe?! Jung Jinhyo é sua mãe?! Jungkook? O quê tá acontecendo?
Digo surpreso, vendo Hoseok finalmente acordar aos poucos, dando de cara com Taehyung e a mãe, quase desmaiando de novo. O quê só não aconteceu porque a lúpus o ajudou a se sentar, enquanto Tae ainda preocupado, oferecia o copo que ainda continha água para ele.
— Garanto que eu posso explicar. — uma sexta voz é ouvida, nos levando a olhar em sua direção, onde Yoongi se encontrava sentado em uma mesa ao lado de duas muletas, aceitando um café e torradas que lhe eram servidos, com uma calmaria contrastante à toda confusão e caos em que estávamos. — Oi mãe.
— Oi Yoon... — Jinhyo diz dando um sorriso cansado, vendo novamente se o filho estava bem, o encontrando aos cuidados de Taehyung, se levantando e indo até o alfa para cumprimentá-lo, se sentando ao seu lado. — Acho que você não planejou bem a sua "surpresa".
— Como ele apareceu aqui do nada?! — cochichei para Jungkook, mas ele mesmo não soube responder, apenas me olhou nos olhos totalmente confuso, oferecendo sua mão para que eu a segurasse e indo comigo até onde eles estavam, sentando-se a mesa. Taehyung e um Hoseok meio desnorteado iam logo atrás.
— Acredite, eu planejei. Só não contava com o desmaio do Hobi. Você tá bem amor? — perguntou preocupado para o lúpus que assentiu, dando um leve sorriso para não preocupar o outro alfa ainda preocupado, sendo abraçado por Taehyung que o ajudava a se sentar ao lado da mãe e de Jungkook, pegando outra cadeira para si e se sentando entre mim e Yoongi.
— Quer explicar o que você fez? — Taehyung questionou o professor que se ajeitou na cadeira para explicar todo o seu plano.
Visto todas as nossas experiências anteriores com omissões, ele sabia que Hoseok e Jungkook iriam criar uma baita de uma situação para apresentar eu e Taehyung para a mãe deles. Então ele simplesmente decidiu "facilitar" as coisas e nos apresentar para Jinhyo, sem que ela soubesse do nosso envolvimento com seus filhos e vice-versa. O quê até certa hora, funcionou muito bem.
O problema aconteceu quando Hoseok foi buscar a mãe no aeroporto e descobriu que o vôo dela tinha chegado há horas e de quebra viu a fotinha que Taehyung postou de nós três no café. Desesperado, ele ligou para Jungkook que correndo veio para cá descobrir como isso tinha acontecido. E aqui estávamos.
— Você podia ter me dito que sua mãe é uma escritora famosa. — digo emburrado e visivelmente magoado para Jungkook que deu uma risadinha, - olhando bem, ele também parecia um pouco com a lúpus - sentindo seu braço ao meu redor me acolher para mais perto.
— Mas eu disse que ela era escritora...
— Você disse que ela escrevia livros infantis por hobby.
— Mas ela escreve livros infantis por hobby, eles não são a área dela. Desculpa não te falar quem ela era, eu devia ter sido mais específico e... E não devia ter escondido isso dela. — ele se desculpou para mim, dando-me um selinho que me fez corar a medida que eu sorria, claramente o desculpando. — Me desculpa mãe, e-eu devia ter te contado sobre Jimin e sobre o seu neto também...
Ele diz envergonhado, curvando-se frente a mãe no intuito de que ela o perdoasse. Jinhyo parecia meio aturdida pelo bombardeio de novidades, mas em seu olhar não havia raiva, muito menos rancor pela atitude de Jungkook, Hoseok e até mesmo Yoongi que armou isso tudo. Ela só estava surpresa, para a nossa surpresa.
— E-eu também sinto muito mãe, e-eu não deveria ter escondido nosso relacionamento com o Taehyung, e-e nem sobre os bebês... — Hoseok também se desculpou, curvando-se também no intuito de receber o perdão da mãe que em resposta suspirou fundo, permanecendo em silêncio, negando com a cabeça conforme um sorriso surgia em seus lábios.
— Céus... Mal posso acreditar que eu vou ser avó! — ela ri genuinamente para o breve alívio dos dois que só então ergueram os rostos, encontrando o sorriso e a risada da mais velha.
— E eu mal posso acreditar que flertei com a minha sogra...
— Você o quê?! — Hoseok quem perguntou espantado - agora ele estava bem melhor, já que tinha comido - com um pouco de ciúmes que não passou despercebido. Yoongi apenas deu risada, oferecendo mais torradinhas pra gente.
— Longa história amorzinho, te conto em casa. — ele responde dando dois tapinhas na cabeça de Hoseok seguidos de um beijinho, ganhando mais risadas de Jinhyo que agora se divertia com a situação.
— Céus... Então é por isso!
— I-isso o quê? — Hoseok questionou a exclamação repentina da mãe, que parecia encaixar as peças finais daquele quebra-cabeças.
— O cheiro! O cheiro do bebê do Jimin está igualzinho ao do Jungkook quando eu estava grávida. É praticamente igual, fora que mesmo sem marca seu cheiro está nele todo. Pensei que estivesse ficando doida! — ela menciona rindo, olhando encantada para mim e Taehyung, fazendo-nos sorrir ao que ela pediu para segurar nossas mãos. — Muito obrigada por fazerem meus filhos felizes... Céus, eu tô feliz! Ganhar dois genros maravilhosos e três netos é a melhor coisa que eu poderia querer.
— A senhora não tá brava? — Hoseok perguntou receoso, e logo ela soltou minha mão e a de Taehyung, tocando o rosto do filho mais velho com carinho, intercalando olhar para ele e Jungkook.
— Claro que não querido, e de certa forma o plano do Yoon ajudou bastante. Eu desconfiei assim que senti o cheiro de vocês neles, só não entendi o porquê de todo esse drama. Claro que eu ia aceitar o relacionamento à três de vocês e o relacionamento do Jungkook. Quem tem que aceitar alguma coisa são vocês não eu, e se vocês estão felizes é o que importa.
— Então mãe, é que... O problema é um pouco mais complexo do que isso. — Jungkook quem disse, mas nossa atenção foi logo para Yoongi que bufou, comendo outra torrada.
— Não tem nada de complexo nisso. A única coisa é que eu sou professor do Taehyung, nos conhecemos no campus faz um pouco mais de um ano e eu apresentei ele para o Hobi quando o cachorrinho dele passou mal. Umas semanas depois nós três ficamos e começamos a namorar, mas nosso relacionamento está em segredo até a formatura.
— Bem clichê, mas é fofo. Adoro histórias assim, quero detalhes depois, podem anotar. — Jinhyo responde e os olhos de Taehyung se iluminaram. Ele adorava contar suas histórias. Mas voltando sua atenção para mim e Jungkook, eu já imaginava qual seria a próxima pergunta. — Mas e vocês dois? Por que não me contaram sobre vocês e sobre meu neto?
Perguntou e todos os olhares da mesa se voltaram para nós dois, embora apenas a ômega lúpus desconhecesse a história. Vendo que não iríamos escapar da explicação sobre o porquê que não contamos sobre nosso quase-namoro e nosso querido bebê, eu olhei para Jungkook procurando alguma iniciativa que não fosse tão constrangedora quanto dizer para a minha quase-sogra que a gente engravidou nas primeiras doze horas em que nos conhecemos. E olhando pra mim ele sorriu, também procurando essa iniciativa.
Bem, ela não surtou com todas as coisas ocultadas nos últimos quatro meses e nem com toda a confusão que foi o dia de hoje. Agora era torcer pra ela não achar toda a nossa história estranha. Mas isso era outra história...
❤️🌈❤️
E aí? O quê acharam? Gostaram da mãe do Jungkook e do Hobi?
Deixem um fav se gostaram do capítulo, me ajuda e me incentiva demais! Isso e os comentários de vocês que eu adoro ler.
É isso gente, 9,2k de palavras pra compensar meu sumiço. Prometo não demorar tanto pra voltar, nossa próxima att vem em DUAS semanas.
Por hoje infelizmente é só, novamente me desculpem pelo sumiço. Um beijo meus amores, bebam água e até breve.
💜
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