Nosso pequeno.
Olá meu povo boa tarde.
Um pequeno esclarecimento sobre o meu breve sumiço.
Eu tive três crises de ansiedade no intervalo de sábado retrasado até hoje e eu não estava me sentindo muito bem para escrever.
Eu ainda não estou lá cem porcento mas estou tentando me recompor e não cair em invalidez. Sinto muito.
Bem, voltando ao que interessa, o capítulo de hoje está bem fofo, para amenizar um pouco a situação do capítulo anterior. Espero que gostem, tenham uma boa leitura!!!
❤🌈❤
Pov's Jimin
Na quinta-feira uma situação bem inusitada me levou a levantar de manhã.
Na terça - como eu havia passado mal - não precisei trabalhar e já que fui no médico com Jungkook assim que ele chegou e pude pegar um atestado, o que foi meio em vão já que como eu imaginava meu mal estar era culpa dos ferônimos fortes e em excesso que eu inalei de manhã, tentando conter Taehyung e Yoongi de estragarem o próprio segredo.
Eu estava bem, o bebê estava bem, Tae e Yoongi também e isso bastava.
Quarta tudo tinha ido bem e eu infelizmente tive que ficar sozinho o período todo em que fiquei na faculdade. Taehyung ainda estava no cio e Mark estava no hospital com Jackson e o garotinho que eles iriam cuidar.
Eu tive um filme de reações à cada palavra que Mark me dizia sobre o que aconteceu depois que ele me deixou em casa, durante nosso intervalo de trabalho no café. Eu não era muito de acompanhar as notícias, mas sabia por uma boca e por outra que a polícia estava investigando uma situação envolvendo tráfico humano. Tráfico de ômegas. E sabendo como a sociedade costuma tratar ômegas, eu não tinha porque duvidar.
A situação que Mark me contou era de partir o coração de qualquer um, especialmente se tratando de uma criança, e mais que nunca eu me senti orgulhoso de Mark e Jackson pela atitude de cuidarem dele, e dar todo o apoio que ele precisasse durante os meses que passariam cuidando dele. Mark estava apaixonado pelo garoto, assim como Jackson, ele se via nele e eu pude sentir o quanto ele estava envolvido, apenas por sua fala.
Até as mães de Mark estavam envolvidas nisso. Enquanto ele trabalhava, Jackson estava cuidando do pequeno ômega, junto de Elyn que estava totalmente encantada com o menino, mandando fotos e áudios para a esposa Irene, que trabalhava no momento.
Pelo que eu sabia, Irene e Elyn Tuan se casaram quando Mark tinha sete anos e sua irmã quatro. O "pai" biológico deles havia os abandonado quando ele tinha apenas três anos e sua irmã era apenas um bebê, deixando Elyn sozinha e quase desamparada cuidando de duas crianças.
Sem conseguir um emprego fixo ou com horários flexíveis para que pudesse cuidar dos filhos, a sua última opção foi voltar para a Coreia, onde uma amiga lhe sugeriu um emprego como atendente na loja de conveniência de Irene. E com o tempo as duas foram se conhecendo, acabaram se apaixonando, e a alfa adotou ambos os filhos de Elyn como seus próprios, e os dois ômegas não viram problema algum em ter duas mães.
E agora que a caçula da família tinha voltado à América para estudar, a única companhia de Elyn era sua esposa, e apaixonada como ela era por crianças, o tailandês teria muito amor e carinho vindo da mais velha.
E então, totalmente à par de toda a situação e sabendo que não teria uma companhia sequer hoje, eu sabiamente decidi faltar a aula e pegar a matéria com algum idiota depois ou com aquele casal de alfas simpáticas que sempre fazem os trabalhos em grupo comigo. E como Jungkook já tinha pego folga para irmos ao obstetra, aproveitamos para passar o dia juntos.
Nós dois aproveitamos para sair um pouco da rotina: comemos fora, assistimos um filme até tarde, um beijo ali um beijo aqui, e outras coisinhas a mais até cairmos no sono, dormindo juntos e agarrados como o casal de namorados que nós não éramos. E tá tudo bem.
Tudo estava indo perfeitamente bem, acordamos tarde e Jungkook já tinha se levantado, comprado algumas coisas no mercado e voltado, e agora estava na cozinha fazendo o almoço, enquanto eu estava deitado curtindo a preguiça, enrolado nos lençóis sentindo o cheiro de Jungkook ali se misturando ao meu, me deixando extremamente relaxado. Eu poderia voltar a dormir só de estar ali, entretanto algo diferente me chamou a atenção, me fazendo levantar e me sentar sobre a cama, colocando a mão na barriga pouco crescida, pensativo.
Não era o meu cheiro e nem o de Jungkook, não era forte, na verdade era quase imperceptível, totalmente sutil ao ambiente e eu quase não teria o notado, se não fosse pela súbita animação do meu lobo e a felicidade que me veio assim que imaginei do que aquele cheiro quase nulo se tratava.
Quase explodindo de empolgação eu me coloquei de pé sobre a cama, pulando com uma felicidade e um misto de sensações que eu nunca havia sentido na vida, e que eu estranhamente havia adorado sentir.
— Jungkook! Jungkook, venha cá rápido! — praticamente o gritei, rindo enquanto o fazia, sentindo o ar por pouco faltar e cortar minha voz enquanto eu pulava sobre o colchão como uma criança.
— O-o quê foi? O quê aconteceu? — ele diz aparecendo na porta do quarto preocupado, tentando regular a própria respiração pela curta corrida, com seu cenho mudando e estranhando ao ver que eu estava muito bem, rindo dele naquele avental florido.
— Vem cá... — eu o chamei e mesmo receoso ele veio, se aproximando de mim enquanto eu cuidadosamente ia para a beira da cama, erguendo minha camisa na altura do abdômen, o fazendo corar. — Sente o cheiro.
Pedi, vendo seus olhos se arregalarem e um sorriso surgir em seu rosto, sentindo o mesmo surgir no meu. Vendo-o se aproximar ainda mais, segurando em minha cintura com ambas as mãos e encostando seu rosto sobre minha barriga, murmurando algo enquanto inalava o aroma dali, o que me fez estremecer.
Eu o senti rir contra a minha pele e depositar beijos e mais beijos ali, compartilhando da mesma euforia e empolgação que meu lobo e eu sentimos quando imaginei o que aquele aroma poderia ser. Acariciando seu cabelo eu fui pego de surpresa quando ele me levantou da cama me girando, rindo ansioso com o que ele poderia ter sentido, até ele me beijar me deitando sobre a cama, me olhando nos olhos com aquele brilho no olhar que me encantava, e me deixava cada vez mais apaixonado por ele.
— E aí? O que você acha que é? — perguntei a medida que seu sorriso crescia e logo ele se levantou, me ajudando a fazer o mesmo, nos sentando um frente ao outro sobre a cama.
— Bem, o seu cheiro está mais forte, mas dá pra sentir algo bem sutil e bem parecido com o meu aqui. — ele diz pondo a mão sobre a minha barriga a acolhendo e me chamando para mais perto, o que eu logo fiz me sentando sobre seu colo.
— Um alfa? — pergunto e ele assente, o sorriso crescendo em seu rosto novamente enquanto eu questionava, sorrindo grande também e o puxando para um abraço apertado.
— Ou uma alfa. — ele respondeu em meu ouvido me provocando, fazendo-me puxá-lo para que caísse sobre mim, rindo.
Eu poderia viver naquele estado eufórico pelo resto da vida que eu não me cansaria daquela sensação. Era algo como pertencimento, mas tinha algo diferente da sensações que eu já havia sentido. Era único estar ali com ele no nosso mundinho, felizes a cada descoberta.
Eu poderia não saber como as coisas seriam dali para frente e podia ser realmente muito ansioso se tratando disso, mas eram momentos como esse que me faziam sentir que independente do que viesse tudo ficaria bem, mesmo que não fosse do jeito que eu ou Jungkook imaginassemos. E isso já estava bom demais para mim.
Continuamos ali juntinhos aproveitando o momento mais um pouco, até um cheiro de queimado nos alertar de que alguma coisa estava pegando fogo, fazendo nós dois corrermos até a cozinha, onde o nosso almoço estava tostado e nem um pouco comestível. Rindo do desespero de Jungkook ao desligar o fogão e o gás eu abri a janela para que o cheiro de queimado saisse antes que me fizesse passar mal, vendo-o tirar o avental, se sentando com um bico frustrado.
— Não fica triste, essas coisas acontecem. — tento consolar ele o abraçando de lado, dando-lhe carinho em seu cabelo, embora achasse seu aborrecimento adorável.
— Eu sei, mas é que era especial, era uma receita que eu aprendi a fazer com a minha mãe e eu queria que você provasse...
— Não fica assim Jungkookie, você pode fazer essa receita para mim outro dia. Eu sei que você queria muito que eu experimentasse por ser algo especial para você, mas saiba que tudo que você faz para mim é especial...
Digo lhe consolando, dando beijinhos em sua testa e seu bico emburrado se transforma em um leve e envergonhado sorriso, acompanhado de bochechas coradas, olhos brilhantes e um sorriso que eu lhe retribuía totalmente apaixonado.
— Assim você me deixa envergonhado.
— Então eu falei direito.
— Era esse o seu objetivo então, senhor Park? — ele pergunta arqueando as sobrancelhas, enquanto eu me sentava sobre seu colo.
— Também, mas é mais por você ser uma pessoa muito legal e porque eu gosto muito de você... — digo e ele cora ainda mais, escondendo o rosto em meu ombro me fazendo rir. — Tá vermelho de novo?
— N-não é só impressão sua. — ele diz me fazendo rir, segurando suas bochechas e tirando seu rosto dali - embora eu adorasse - o deixando frente a mim, ainda segurando seu rosto, o admirando.
— Porra de homem lindo do caralho... — digo o pegando de surpresa lhe tascando um beijo que ele não recusou, muito pelo contrário. Suas mãos em minha cintura desceram pelas minhas coxas, e adentraram minha camisa - que na verdade era dele - enquanto minhas mãos se apoiavam tanto em seu pescoço tanto em seus ombros, explorando a derme já conhecida.
O sorriso brilhante e alegre deu lugar à um sorriso mais desejoso, que apareceu em seus lábios assim que nossas bocas se desgrudaram, dando lugar a respiração descompassada que era resultado de toda nossa afobação. Ainda incrivelmente lindo.
— Tá vermelho Jimin? — sua pergunta retórica fez minhas bochechas queimarem e logo revirei os olhos enquanto o ouvia rir, dando-lhe um tapinha.
— Idiota... Quer ir no Jin almoçar? Acho que vai ficar tarde se a gente for fazer tudo de novo e a consulta é as três. A gente pode pedir aquele lanche vegetariano completo, pra não sair da dieta da nutricionista.
— Você é um gênio.
— Ainda bem que você sabe... Quer tomar banho? — pergunto me referindo a tomarmos juntos e entendendo ele assentiu, me ajudando a sair de seu colo e me seguindo até o banheiro, onde nos despimos e tentamos o máximo possível agilizar, embora fosse uma situação quase impossível naquelas condições.
Saindo dali alguns minutos depois, rapidamente nos trocamos e fechamos a casa para sair. Eu já tinha separado todos os documentos e exames que iríamos precisar para a consulta ontem a noite, revisado para ver se não tinha me esquecido de nada e colocado em uma mochila que estava comigo quando saímos de carro para a cafeteria.
O movimento na cafeteria estava baixo e isso era bom já que estavam com dois funcionários a menos. Eu estava de folga e Mark havia tirado uma licença de três dias para acompanhar a adaptação do ômega resgatado por Jackson.
Com poucos clientes logo nós fomos atendidos e em meia hora que tínhamos chegado estávamos comendo. Seokjin se juntou a nós pouco tempo depois, perguntando o quê tinha acontecido para estarmos ali, já que aparentemente ele havia dado alguns dos ingredientes que Jungkook precisava para sua receita e após explicarmos a situação e contarmos a novidade sobre o bebê, ele não pode ficar mais feliz por nós.
Não pela comida infelizmente.
Terminando de comer, ainda faltava quase duas horas para consulta então, deixando o carro ali nós fomos dar uma volta por ali que era uma movimentada rua comercial, próxima ao centro. Nós andávamos de mãos dadas olhando as lojas até uma chamar a minha atenção, parando e chamando Jungkook para atravessar a rua, o que ele fez sem exitar após eu conferir que não passavam carros.
— Lembra que você queria vir em uma dessas quando surgisse a oportunidade? — perguntei vendo-o assentir, o levando para a entrada da loja de utensílios para bebês que tinha ali. Ela não era tão grande quanto a que eu e Mark fomos no shopping, mas era tão adorável e confortável quanto.
Diferente de quando fui com Mark, nós decidimos explorar o lugar juntos, olhando algumas peças de roupas e sapatinhos que chamaram a atenção de Jungkook.
— Olha esses Jimin! São de coelhinhos. — me mostrou os sapatinhos dentro da caixinha de acrílico e não pude deixar de sorrir.
— Você gostou? Que tal a gente levar?
— Eu amei. Esse lugar é tão...
— Único? Calmo? Fofo?
— Sim, é incrível! Quase mágico eu diria...
— Você tinha que ver a que eu fui com o Mark, parece o paraíso, embora esse paraíso seja muito caro.
— Realmente, é muito louco como coisinhas tão pequenas possam custar tanto. Será que a gente leva mais alguma coisa?
— Não sei, você gostou de mais alguma coisa?
— Bem eu vi uns daqueles bo... Bodie? Bodies?
— Você quer dizer Body?
— Isso mesmo, nós passamos por uma arara com alguns na promoção, acho que seria uma boa.
— Realmente, Youngjae disse que o Body é a principal peça do guarda-roupas de uma criança, vamos lá ver. — disse e nós dois fomos até a tal arara onde realmente uma promoção acontecia. Aquela tal "compre um e leve dois" e estava mesmo valendo a pena.
Escolhemos quatro, eu dois e Jungkook dois. Dois azuis, um marinho com desenhos de baleias brancas e outro claro com um desenho de ursinho e um arco-íris ao fundo, um amarelo com desenhos de dinossauros pequenos e coloridos e um roxo liso.
Falidos nós fomos ao caixa, pagamos e mesmo assim saímos dali extremamente felizes com nossa compra, voltando para a cafeteria para irmos ao consultório, já que logo seria a consulta e a melhor coisa era chegar antes do horário e ter preferência de atendimento.
Chegando lá para a minha surpresa, o consultório estava vazio, exceto pela presença de um ômega que com certeza não era o secretário da outra vez e um pequeno alfa que estava com ele. E pela semelhança e pela forma que o pequeno chamava o mais velho, julguei que fossem pai e filho, ambos discutindo sobre algo que não entendemos até chegarmos mais perto para fazer o check-in.
— Hyonjong espere um pouco, eu tenho que ajudar o seu pai... Ahn, a-ah! Me desculpem por isso, vieram marcar uma consulta? — ele disse sem jeito ao notar nossa presença e então negamos, demonstrando compreender a situação.
— Sem problemas, viemos aqui para a consulta das três. — respondo simpático e ele olha para o computador confirmando.
— Ah sim, o casal das três. Podem aguardar, o doutor já vai atender, ele está conversando com uma paciente no momento, mas...
— Pai eu quero ir no parque.
— Hyonjong espere, nós já vamos, só vou terminar de ajudar o seu pai...
— Tá bom... — o menino bufou, mas logo se animou novamente. — A Hyuna pode ir também?
— Não sei, tem que perguntar para os pais dela, mas acho que hoje ela tem aula o dia todo.
— Que saco! — o menino bufou novamente girando na cadeira e acabei rindo. Ele lembrava a mim quando era pequeno, com a diferença que eu era bem mais explosivo.
— Novamente me desculpem por isso, Hyonjong esqueceu a educação em casa...
— Não é problema algum, é normal ele estar impaciente, aposto que o parque é muito legal. — respondi ganhando uma encarada do menino, enquanto assinava o livro de presença e o ômega assentiu rindo.
— É sim, mas nós dois combinamos que iríamos ajudar o pai dele, já que o secretário está cuidando da filha que está com gripe, e que depois iríamos no parque. Ele sabe que a gente vai, mas ansioso do jeito que é...
— Eu não sou ansioso. — o garoto respondeu, pegando um dos brinquedos que estavam sobre a mesa e o pai dele revirou os olhos.
— É claro que não... — respondeu ao menino e então nós fomos nos sentar para aguardar o atendimento, conversando sobre o dia e tudo o que havia ocorrido até ali, rindo e conversando com certo nervosismo sobre o que viria a seguir.
Pouco tempo depois uma ômega e uma alfa saíram da sala, conversando e se despedindo do ômega no balcão e de seu filho, que pareciam conhecer as duas. Não demorou nada e logo o Doutor apareceu ali, nos cumprimentando e avisando que daqui a pouco nos chamaria, indo até o balcão e cumprimentando o ômega com um selinho, que foi rebatido com um "eca" do alfinha que teve os cabelos bagunçados pelo médico.
Assim que a sala foi esterilizada e o doutor terminou de beber sua água, ele chamou eu e Jungkook para que o acompanhassemos para o andamento da consulta, nos recebendo com a mesma cordialidade de sempre. Após olhar os exames, dar algumas indicações e conferir se estava realmente tudo bem - principalmente depois dos exames de terça de noite, do dia em que eu tinha passado mal - ele pediu para que eu me deitasse na maca para fazer a ultrassom. Como eu estava de praticamente oito semanas, provavelmente conseguiríamos ver algo, diferente da primeira consulta.
Eu estava nervoso e Jungkook percebeu isso, embora ele estivesse na mesma situação que eu, e até pior se fosse notar, observando enquanto eu me deitava na maca. Segurando minha mão ele murmurou que ficaria tudo bem e que tudo daria certo, enquanto o doutor passava o gel em minha barriga o que me aliviou de certa forma, olhando para ele e sorrindo na tentativa de passar a mesma confiança que ele me passava.
— Acredito que conheceram minha família hoje, peço desculpas pelas birras do meu filho, ele está em uma fase complicada. Minseok e eu não sabemos mais o que fazer. — o doutor disse rindo, tentando puxar assunto visto todo o nosso nervosismo, enquanto passava a máquina da ultrassom em minha barriga.
— Quantos anos ele tem? — Jungkook perguntou, também puxando assunto e o doutor sorriu, ainda olhando para o monitor.
— Sete anos. Ele não desgruda de uma amiga da escola, quer ir com ela para todo lugar e esse ano ele está bem birrento por causa disso.
— Acontece, deve ser da idade. E aquele ômega é seu esposo? — pergunto e ele sorri, anotando algo em minha ficha.
— É sim, ele está me ajudando hoje, mas ele é geneticista, trabalha em um laboratório aqui perto. — ele explicava enquanto mexia no computador, com a máquina parada em um ponto em específico da minha barriga, pausando a imagem no monitor e apontando para um ponto em específico dela. — Vamos ver... Aqui está, esse é o bebê de vocês.
Mostrou um pequeno ser na tela, um pequeno feto ainda em formação, a qual já dava para distinguir o corpo, a cabeça e o que futuramente seriam seus braços e suas pernas. Meu coração foi à mil, se antes eu já imaginava ele ali dentro, agora eu já tinha uma visão bem mais clara sobre meu bebê ali. Jungkook estava da mesma forma, os olhos marejados indicavam que ele estava tão feliz quanto eu e a cada explicação do doutor ele se emocionava mais, me fazendo rir em meio às lágrimas que desciam em meu rosto.
— Está chorando Jeon?
— N-não, meus olhos só estão desidratando... — ele disse limpando os olhos me fazendo rir ainda mais. Ele também ria em meio ao choro, nossas mãos ainda atadas transmitiam calor uma a outra e com os olhos eu apenas agradecia ele por me proporcionar aquilo, pensei até que tinha dito em voz alta, quando ele se aproximou colando sua testa a minha. — Obrigado... Você me deu muito mais do que eu poderia querer, e-eu estou tão feliz por estar vivendo isso com você.
— Eu que te agradeço, eu não poderia estar mais feliz do que estou agora, e você me deu isso Jungkook, obrigado. — confessamos um ao outro baixinho, embora soubéssemos que o alfa ali tivesse ouvido tudo, sorrindo e limpando o canto do olho.
— Bem, aqui são os olhos e provavelmente o nariz e as orelhas estão começando a se formar, mas não dá para ver pela ultrassonografia...
— Nossa, mais tão rápido assim?! — Jungkook perguntou assustado, afinal realmente era bem rápido esse pré desenvolvimento do primeiro trimestre.
— Sim, vocês estão quase de dois meses, nessa parte da gestação as principais características faciais e membros começam a se desenvolver, assim como o lobo do bebê. É tudo bem simples como vocês viram, mas é só o começo.
— Nosso filho... — disse sorrindo e Jungkook me beijou, compartilhando da mesma felicidade.
— Ou nossa filha. — completou rindo, ambos olhando para o monitor, onde nosso filho era mostrado ainda tão pequeno, se mexendo uma vez ou outra como se falasse que estava ali, e que sabia o quanto era amado por nós.
— Vocês querem uma foto da ultrassom? Muitos pais gostam de ter e guardar de recordação.
— Vê três fazendo o favor. — Jungkook pediu e eu ri vendo o doutor assentir também dando risada, retirando a máquina de ultrassom e limpando o restante de gel da minha barriga. E só então enviando as imagens para a impressora que ficava em sua mesa, indo até ela para retirá-las.
— Pra que três cópias Jungkook?
— Uma para mim por na carteira, uma pra você e uma para o álbum de fotos que estou fazendo.
— Que fotos?
— Nossas do nosso primeiro encontro.
— Quer dizer domingo passado? — perguntei rindo e ele concordou, apertando mais a minha mão e a levando a boca, deixando um beijo ali.
— Esse foi só o primeiro, ainda vamos ter muitos momentos desse para colocar nesse álbum, aí ele ou ela vai ter uma boa lembrança para ver no futuro...
— É, tem razão. — digo sorrindo fazendo o mesmo que ele e beijando sua mão atada à minha. — Você não sabe o quanto eu fico feliz por você estar pensando nisso, na nossa história, no futuro dele...
— Tudo o que estiver em meu alcance. — respondeu me aquecendo o coração, passando a mão sobre minha barriga um tanto aparente, me dando dois beijos curtos antes do doutor retornar e se sentar ao nosso lado.
— Aqui está as fotos, e sobre a consulta, meus parabéns! Estão prestes a completar dois meses de uma gestação saudável. O bebê está se desenvolvendo bem e rápido, só peço para que continuem fazendo os exames prescritos e a dieta, e nada de muito esforço senhor Park.
— Pode deixar, é um alívio ouvir isso doutor, o senhor tem alguma outra indicação? — Jungkook perguntou me ajudando a levantar da maca, me entregando a folha que tinha não apenas três, mas sim quatro cópias da foto da ultrassom.
— Bem, na verdade sim. Como vocês não têm marca, mesmo que Jimin esteja saudável seu corpo pode sofrer algumas recaídas por conta do lobo estar "sozinho" nesta gestação. Isso não é regra, mas o ideal é que vocês fiquem juntos durante esse período para não haver complicações, assim seus lobos estarão dando apoio um ao outro, assim como vocês dois.
— Nesse caso, nós já estamos cumprindo essa indicação muito bem. — respondi rindo, e por um momento Jungkook pareceu tenso.
Eu iria perguntar o que havia acontecido, mas não me pareceu um bom momento. Ele estava prestes a falar algo, quando desistiu antes mesmo da primeira palavra.
— Bom, muito obrigado doutor...
— Imagina, é o meu trabalho. Se cuidem, nos vemos na próxima consulta, mas qualquer coisa, vocês tem meu número. — ele disse e logo me arrumei para que fôssemos embora, ambos nos despedindo do doutor e de sua família, saindo do consultório quando já lá fora me lembrei de algo que havia esquecido.
— Minha mochila! — digo, apenas com o último exame e a folha com as fotos da ultrassom em mãos, parando antes que fechasse a porta do consultório.
— Você lembra a onde colocou? — Jungkook perguntou preocupado. Afinal lá dentro estavam todos os exames que eu tinha feito até o momento, meu celular, carteira e alguns documentos.
— Eu acho que está lá dentro, eu tinha colocado ao lado da cadeira frente a mesa do doutor, onde estávamos sentados. Eu vou lá buscar...
— N-não precisa, deixa que eu vou. — se ofereceu e eu estranhei a atitude repentina, vendo-o se apossar do mesmo nervosismo de antes, tentando disfarçar e procurando algo no bolso das calças que eu descobri se tratar das chaves do carro. — Pega, vai entrando no carro, eu vou lá rapidinho, tá bom?
— Então tá... — digo preocupado com o que fosse que o estivesse incomodando, vendo-o adentrar novamente a clínica apressadamente para pegar a bolsa.
Estacionado à poucos metros, eu fui até o carro, entrando no banco da frente e refletindo a situação. Deveria me lembrar de perguntar para Jungkook o que estava acontecendo.
Tirando aqueles pensamentos e pegando o papel fotográfico eu admirei as fotos do pequeno ser que eu gerava, tão pequeno e frágil e instintivamente levei minha mão ao meu ventre, sorrindo. Eu o sentia ali e eu estava amando isso.
Acariciando aquele papel eu me senti como se eu o tocasse, imaginando como seria tê-lo em meus braços, imaginando seu rostinho, seu sorriso, se ele se pareceria comigo ou com Jungkook. Era muita coisa para se pensar e eu só conseguia imaginar o quão sortudo era por ter Jungkook junto nisso tudo.
Na nossa situação ele teria mil e um motivos para fugir disso tudo, mas mesmo assim ele insistiu em fazer parte, não só pelo bebê mas por mim também. E mesmo estando apaixonados assim desde o "acidente", eu não podia estar mais apaixonado por ele.
Saindo do consultório, Jungkook parecia menos tenso e trazia a mochila que eu havia esquecido. Rapidamente ele então veio até o carro, entrando e me cumprimentando como se não tivéssemos nos visto há dois minutos, me entregando a bolsa cujo a qual eu agradeci, vendo-o sorrir em resposta.
— Jungkook? Você está bem?
— Estou sim, por que não estaria? — perguntou calmo, diferente de como estava antes, me fazendo arquear as sombrancelhas desconfiado.
— É que você estava estranho, pareceu desconfortável quando o doutor estava dando as recomendações...
— Não, não é que... Eu fiquei preocupado com o que ele disse, por não termos marca e tudo mais. Sei que ele disse que não é regra, mas não quero nem pensar caso você tenha alguma recaída ou alguma complicação durante a gestação.
— Não precisa se preocupar com isso. Você mesmo viu, nós estamos bem e eu estou saudável, você tem me apoiado desde que descobrimos a gravidez. Não tem por que se preocupar...
Digo e ele sorri leve, pegando minha mão e a apertando com carinho. Eu sentia sua preocupação e a entendia, também temia que algo pudesse acontecer à nós ou ao bebê, mas o próprio médico havia dito que estava tudo bem, não tínhamos por que nos preocuparmos com isso.
— Eu sei...
— Era só isso mesmo? — pergunto desconfiado, nesse meio tempo em que estávamos "juntos" eu sabia reconhecer quando ele estava tentando deixar algo em sigilo, mesmo que o incomodasse.
Ele era horrível tentando esconder como se sentia em relação à isso, e mesmo que quase imperceptível naquele momento, eu podia sentir que havia algo a mais.
— Era sim, não precisa se preocupar Jimin, está tudo bem. — disse tentando me acalmar e eu sorri mínimo, imaginando que realmente não devesse ser nada e afastando aquela preocupação por enquanto. — Então, quer dizer que quanto mais perto eu ficar de você, melhor para o nosso filho?
— Pelo visto sim, não é como se fosse um castigo... — argumentei e ele me encarou indignado, me fazendo rir.
— Bom, nesse caso vai ser melhor ainda... — ele diz rindo, girando as chaves do carro e ligando o veículo.
— E por quê?
— Porque assim eu tenho a desculpa perfeita para ficar perto de você e do meu pequeno. — ele diz, um sorriso maroto tomando seus lábios enquanto ele olha para mim.
— Seu pequeno? — pergunto arqueando as sobrancelhas com ironia, vendo-o se aproximar ainda mais, ainda sorrindo enquanto seus olhos percorriam meu rosto me fazendo sorrir grande, totalmente encantado por ele.
— Nosso pequeno...
❤🌈❤
Espero que tenham gostado do capítulo, por hoje é só e me desculpem qualquer incoerência ortográfica. Bebam água e se cuidem. Voltarei em breve.
💜
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top