Ligação de Almas.
❤️🌈❤️
Pov's Jimin
Mais do que nunca eu precisava ficar em silêncio, era mais que uma necessidade no momento.
Escondido dentro do closet eu tapava minha própria boca tentando não rir da situação que não deixava de ser engraçada, ao mesmo tempo que me deixava puto com Jungkook e suas mais novas cismas.
— Jiminie é sério, vamos conversar. Cadê você? — eu o ouvia de dentro do cômodo, quase rindo de seu drama, porém me mantendo firme e continuando parado no mesmo lugar. Tão silencioso que podia ouvir minha própria respiração, mesmo que baixa.
Ele já tinha me procurado no apartamento inteiro e ido e vindo no quarto umas duas vezes, olhado no banheiro, de baixo da cama e até mesmo dentro do closet e por mais que eu estivesse praticamente na cara dele, ele não tinha me encontrado ainda. E mesmo que eu estivesse com pena dele e seus choramingos eu continuei escondido no exato lugar em que estava e não iria ceder tão cedo.
Mesmo que tivéssemos que sair daqui a pouco.
Acontece que toda essa "brincadeira" de esconde-esconde estava mais para um cu doce meu mesmo, eu admito, mas nem fodendo que eu ia comer salada de rabanetes em pleno café da manhã. Um bolo de terra me parecia mais apetitoso, e eu queria estar brincando sobre isso.
O que acontece é que Jungkook leu em algum lugar - o livro de nutrição do Mark ou o conto original da Rapunzel, não sei dizer qual - que rabanete era ótimo durante a gestação e comprou uma bandeja cheia ontem. E por mais nobre que fosse sua intenção, eu neguei com todas as forças comer aquilo porque bem, eu não gosto.
Mas ele não entendeu o que eu disse e pediu para que eu comesse pelo menos um pouquinho pela minha saúde e do bebê.
Acredite, eu até tentei colocar mais que um pedaço daquilo na boca, mas sinceramente a ideia da terra parecia bem melhor. Foi quando eu aproveitei sua breve ida ao banheiro para me esconder, e em fim lá estávamos: em um pleno domingo, numa brincadeira de esconde-esconde que nunca acabava.
E por mais que não parecesse, eu lá no fundo esperava que ele me encontrasse. Estava com fome e ansioso para ir ao grupo de apoio. Taehyung iria pela primeira vez como participante e eu não poderia perder esse evento por nada.
Mas ainda assim esperava que Jungkook desistisse da ideia dos rabanetes. Mal tinha se mudado para cá e já estava querendo mandar em mim? Isso tá bem longe de acontecer.
— Te achei! — ele aparece colocando a cabeça na entrada do meu esconderijo sorrindo por finalmente ter me encontrado, afastando os cabides de roupa e se agachando na minha frente, enquanto eu me recuperava do susto que levei.
— Jungkook... ! — digo em protesto, sendo surpreendido quando ele me levantou, me pegando no colo com cuidado e me tirando dali em seus braços, rumo a claridade do nosso quarto. — Jeon Jungkook, eu já te falei que não vou comer aquilo e nem adianta me obrigar.
— Mas eu não te obriguei, eu sugeri...
— O caralho que sugeriu seu mentiroso. — o acuso e ele ri, me dando um selinho e desfazendo em segundos o meu bico de protesto.
— Você sabe que está exagerando, eu só queria que você provasse, por você e pelo bebê. Mas tudo bem, você não precisa comer isso se não gosta, podemos ver outra coisa.
Disse compreensivo, enquanto me levava até a cozinha, me pondo no chão e arrumando a cadeira para que eu me sentasse, dando um beijo na minha testa antes de se sentar ao meu lado, pegando um pouco de salada para si e servindo seu café da manhã.
Eu encarava a salada a medida que pensava em cada palavra que Jungkook havia acabado de dizer, sentindo uma estranha culpa e meus olhos marejarem ao que me sentia cada vez mais emotivo pelo choro que insistia em vir.
— Que droga Jungkook...
— O quê foi Jimin? Você tá bem? — ele pergunta preocupado, deixando o que fazia de lado e colocando toda sua atenção em mim, já que a essa hora eu já estava aos prantos.
Por causa de uma salada.
— E-eu sei que eu tenho que comer i-isso mas, mas é horrível Jungkookie! E-e eu me sinto mal p-porque eu sei que o bebê precisa desses nutrientes e-e...
— Calma Jiminie, vem cá. — disse aproximando sua cadeira, dando espaço para que eu me sentasse em seu colo, o que eu fiz sem nem exitar, me envolvendo em seu abraço que ajudou a me acalmar naquele momento. — Não fique assim meu bem, você já faz tanto pelo bebê, não serão rabanetes que vão deixá-lo menos saudável.
— E-eu sei... — respondo choroso, afundando minha cabeça em seu pescoço sentindo um pouco mais de seu cheiro, aprovando o carinho que ele me fazia nas costas.
— Shiu... Calma meu amor, não se cobre tanto por isso, tá tudo bem. — ele diz, deixando alguns beijos em meu pescoço, cabelo e rosto. Me ajudando a passar por aquele "evento emotivo" até que eu parasse de chorar, secando minhas lágrimas e me beijando, perguntando se estava tudo bem.
Eu estava assim nesses últimos dois ou três dias. Podia ser um filme, uma plantinha morta, o pedaço de torta que eu comprei e caiu no chão ou mesmo uma salada de rabanetes e lá estava eu, chorando feito uma criança por motivos redondamente toscos. E tudo culpa desses hormônios malditos.
A minha sorte era que Jungkook vinha se mostrando muito paciente durante esses meus eventos, assim como o pessoal do trabalho que entendia tanto a minha situação tanto a de Mark que estava do mesmo jeito. Ele chorou um monte porque o Chanyeol pediu para ele jogar alguns corantes alimentícios vencidos fora.
Ele não jogou, se quer saber. Levou tudo para casa pra fazer massinha de modelar para Bambam e para as crianças da escolinha em que ele estava fazendo estágio.
E por mais que toda essa história de eventos emotivos fossem uma droga, era um ótimo pretexto para que eu fosse devidamente mimado, e Jungkook cumpria essa missão muito bem, como o quase-namorado perfeito que ele era.
Ontem no sábado, aproveitamos uma hora livre para comprar algumas coisinhas para o bebê, e agora ele ou ela tinha luvinhas e meias de tricô, macacões, mais dois bodies, uma calça branca e outra amarela clara e um casaquinho lindo. E ainda nos empolgamos e compramos um Body que a estampa imita uma roupa de marinheiro e uma chupeta - que foi comprada totalmente no impulso eu confesso.
Inclusive nós nos encontramos com o amigo do trabalho do Jungkook, Junmyeon e Yixing o chefe deles. Eles dois estavam juntos aparentemente em um encontro - as bochechas do ômega os entregaram - e segundo Jungkook havia rolado um baita clima entre eles, e desde o velório do pai do alfa eles não se desgrudavam.
Eu havia conversado com Yixing por mensagem na quinta em que descobri que o Jeon estava no cio, e ele foi extremamente simpático e compreensivo sobre a situação. Ele era exatamente como Jungkook tinha descrito: simpático, gentil e meio estranho. Quer dizer, quem manda todas as mensagens com figurinhas de ovelhas?
Enquanto desfrutávamos do café da manhã, Jungkook olhava admirado para as três fotos da ultrassom grudadas na geladeira que mostravam o desenvolvimento do bebê nas últimas consultas. Não podíamos estar mais felizes, principalmente com as previsões do doutor que acreditava que logo no início do quarto mês poderíamos saber se esperávamos um menino ou uma menina.
E por mais incrível que pareça, Jungkook era quem estava mais ansioso por isso.
Terminando o café eu fui lavar a louça enquanto Jungkook terminava de se arrumar para o trabalho, já que enquanto ele o fazia eu que me arrumava para ir ao grupo. Ele decidiu trabalhar meio período hoje, para adiantar serviço e conseguir outra folga na semana e passar o resto da tarde comigo. Se bem que eu acho que ele ainda está evitando o Kyungsoo.
Arrumados e prontos nós fomos até a clínica que tinha sido pintada desde a última vez que viemos, me despedindo de Jungkook com um baita de um beijo antes dele ir para o mercado.
— Tem certeza que não quer ficar aqui comigo? — perguntei me desfazendo do beijo, passando a mão por seu rosto enquanto olhava para cada detalhe dele como se fosse a primeira vez. Os cabelos pretos e os olhos brilhantes, o sorriso fofo e os dentes de coelho, o nariz estranhamente adorável e a pintinha debaixo do lábio. Ele era perfeito.
— Vai ser só nessa parte da manhã Jiminie, daí eu venho te buscar e vamos passar a tarde toda juntos. No chamego, comendo pipoca e terminando aquela série. — ele diz fofo, brincando com o fio solto da camisa que eu usava, e que era dele inclusive.
— Certeza que isso não é medo do Kyung? — perguntei de zoeira, embora não duvidasse que fosse realmente isso.
— Talvez um pouco, mas vai ser bom eu adiantar serviço, assim podemos sair na sua folga e fazer compras. Têm um monte de coisas acabando lá em casa, e também podemos ver mais algumas coisas para o bebê.
— Tá bom então, se cuida hein? Eu te amo. — digo rindo do seu argumento, selando novamente seus lábios antes de sair do carro.
— Eu também te amo, se cuidem vocês dois. — disse apontando para minha barriga com o olhar e instintivamente toquei nela, sorrindo para ele quando o mesmo me jogou um beijo, antes de atravessar e entrar na clínica, vendo-o partir.
Já na entrada eu cumprimentei Jeongyeon e ela estava literalmente aérea ao que aconteceu, totalmente focada no aparelho celular, digitando alguma coisa enquanto sorria para o visor toda boiolinha.
— Bom dia Jeongyeon? — disse um pouco alto, o suficiente para chamar a sua atenção, dando-lhe um leve susto que a fez virar o celular às pressas, me olhando um tanto nervosa.
— A-ah, oi Jimin. Bom dia, d-desculpe não te cumprimentar eu estava...
— Ocupada? Sem problemas. — digo rindo, ganhando uma risadinha envergonhada dela, enquanto ajeitava minha bolsa. — O pessoal já chegou?
— Seokjin, Baek e Kyungsoo estão lá dentro. Mark ainda não apareceu e Youngjae teve um pequeno problema, vai atrasar um pouquinho.
— Ok então, obrigado. — respondo simples, dando-lhe um sorriso antes de ir para a sala. Lá dentro a cena era praticamente a mesma de sempre, Kyungsoo estava sentado com as mãos apoiadas sobre a barriga de cinco meses que chamava atenção pelo tamanho, enquanto mexia no celular.
Seokjin meditava, hábito adquirido por ele após suas últimas consultas com o Im Choi e Baekhyun... Bem o Baek estava sendo o Baek, deitado no tapete olhando para o pequeno lustre acima dele, resmungando alguma coisa sobre o Chanyeol. Eu já desisti de entender.
— Bom dia Jimin. — Seokjin foi o primeiro a me cumprimentar, findando sua meditação assim que eu abri a porta, sorrindo ao me ver.
— Bom dia... — digo também cumprimentando os demais me sentando ao lado de Seokjin. — Cadê o idiota do seu irmão?
— Não faço ideia, pensei que você soubesse, é amigo dele.
— Infelizmente ainda não coloquei um GPS nele, mas se ele não vir hoje eu vou bater nele. — disse em um tom que facilmente o convenceu de que eu estava falando sério, embora não estivesse.
— Ele está grávido, vai bater nele?
— Eu também estou grávido, mesma condição mesmo dano. Mas estou brincando de qualquer forma.
— Hurum... E você tá bem? — ele pergunta sorrindo, seus olhos indo do meu rosto à minha barriga - que era escondida pela camisa de Jungkook que eu usava - em segundos.
— Estou ótimo, os enjoos estão menos frequentes mas o meu emocional tá bugado, ontem eu chorei por causa de uma planta morta.
— Se esse for o problema, Namjoon sempre chora quando alguma planta dele fica doente ou acaba morrendo.
— Isso é porque seu marido adora as plantas dele tanto quando ele adora você, eu não costumava ser tão sensível à isso... — reclamo e ele riu, tendo sua atenção voltada para a porta novamente aberta e por ela, Mark acabava de entrar trazendo Bambam consigo.
— Bom dia. — ele nos cumprimenta, se sentando sobre o tapete, chamando Bambam para que o ômega sentasse em suas pernas, o que ele fez sem exitar, rindo quando Mark lhe fez cócegas, brincando com ele. — Cadê o Taehyung?
— Não chegou ainda, mas acho que daqui a pouco ele tá aqui. Oi Bamie. — cumprimentei o pequeno que sorriu, se levantando do colo do americano e vindo me abraçar, o que me deixou extremamente feliz.
Nem parecia o mesmo garotinho acanhado que Mark e Jackson acolheram há um pouco mais de um mês. Eles tinham transformado a vida daquele garoto e isso era incrível, sentia muito orgulho deles e estava feliz pelos progressos do pequeno ômega.
— Eu tô bem tio, o Marku hyung tá me ensinando as letrinhas! Sabia que biscoito começa com B igual meu nome?
— Sério? Que legal Bambam! — comentei animado por ele, enquanto se sentava entre mim e Mark, pedindo seu caderno para o mais velho.
— É mesmo, e eu desenhei com a vovó Irene, quer ver meus desenhos? — disse voltando sua atenção para Seokjin do meu lado, sorrindo para ele. — Oi tio, cadê o Yon?
— Ele não pode vir hoje meu bem, ele está passeando com os pais dele, mas ele está com saudades e tá doido pra brincar com você de novo. — disse se sentando de frente para o garoto que assentiu compreendendo. — Eu vou ganhar um abraço também?
— Claro que vai! — ele diz se levantando na velocidade da luz, indo até Seokjin e o abraçando, quase o derrubando no processo, dando-lhe um beijinho na bochecha antes de voltar para o seu lugar e pegar o caderno das mãos de Mark, o abrindo e me mostrando seus desenhos.
— Como está o andamento do processo de adoção, Mark? — Baekhyun perguntou receoso, assim que terminou sua conversa com Kyungsoo, atraindo de certa forma a minha atenção, que agora se dividia entre os coloridos desenhos do ômega e a conversa com o tutor deste.
— Melhor do que eu esperava. Como o caso dele já está quase fechado temos quase todos os documentos para enviar para o juizado, a assistente social foi lá em casa, fez a entrevista e deu tudo certo pelo visto. Não tem ninguém contra o processo então está tudo bem, ele está se adaptado bem e quer ficar com a gente então...
— Então eu vou ficar com você e o Jack pra sempre, né? — o menino disse simples, surpreendendo Mark que sorriu, beijando os cabelos do menino.
Eles já tinham conversado sobre a adoção com Bambam, assim como já tinham falado sobre a tia dele. Mark abordou o assunto com toda a delicadeza e cautela que era necessário, e deu apoio ao menino em seu momento confuso de luto, além de continuarem com as consultas com o psicólogo e psicanalista.
Pois por mais que ele soubesse em parte o que era a morte, ele nunca havia sentido a mesma tão de perto e muito menos a entendia. E o mais importante, ele só tinha quatro anos.
Mark e Jackson ofereceram à ele todo o amor e carinho que ele precisava para passar por aquele momento, e Bambam o recebeu de braços abertos. Ele sabia que era amado por eles e sabia que estava seguro ali com eles.
— Claro que vai pequeno. Comigo com o Jackson e com seu irmãozinho ou irmãzinha, você não se esqueceu dele né? — Mark perguntou brincando e o pequeno se apressou em negar, sorrindo quando colocou ambas as mãos na barriga do mais velho, deitando a cabeça sobre a mesma.
— Claro que não! É que ele ainda não chegou sabe, tem que esperar um pouquinho. Mas eu sempre lembro dele. Ele vai brincar comigo né?
— Com certeza filhote. — disse, tocando levemente o rostinho dele e dando um outro beijinho em seu cabelo. — Ele ou ela vai brincar muito com você.
— Ontem quando você tava no banho, o Jack disse que é uma menina, sabia? Ele disse que tem certeza, mas eu acho que não é não. — disse olhando fixo para a barriga dele, quase como se quisesse ver através dela.
Mark aproveitou sua distração e revirou os olhos. Até onde ele, Taehyung e eu sabíamos, Jackson estava fazendo um bolão de apostas para saber se o bebê era menino ou menina, e é claro que ele já tinha suas apostas.
Eu apenas acompanhava o diálogo, junto com Baekhyun que olhava encantado para o pequeno, enquanto Seokjin e Kyungsoo conversavam entre si e o grávido reclamava dos chutes certeiros que um dos trigêmeos dava em sua bexiga.
— Bem, eu acho que isso não importa muito, um menininho lindo como você ou uma menininha linda, nós vamos amar de todo jeito. — disse arrumando a franja do menor, sorrindo para ele totalmente paternal. — Mas eu também acho que é um menino, o Jackson não sabe de nada.
Disse e ele riu, tapando a boca com ambas as mãos enquanto fazia, o quê era um costume dele, pegando o caderno novamente e se entretendo no colo de Mark enquanto fazia um desenho. Eu o observava em silêncio quando me lembrei da pergunta anterior feita por Baekhyun e o questionei sobre: — E como está o seu processo de adoção, Baek? Novidades?
— Não muito animadoras, infelizmente. Fomos entrevistados pela assistente social essa semana e ela sugeriu que eu e o Chanyeol nos casássemos para facilitar o processo...
— E onde tá a parte complicada? — Kyungsoo interveio, entrando na conversa e tirando um pacote de salgadinho de dentro da própria bolsa.
— Na parte onde eu e o Chanyeol entramos em um cartório e assinamos alguns papéis. É assustador só de pensar...
— Mas você e o Chanyeol já vivem como se fossem casados, qual seria o problema em oficializar as coisas? — Mark argumenta causando ainda mais receio no beta que olhava pensativo para a aliança de namoro.
— É que eu não quero que as coisas mudem entre nós por causa disso, especialmente se fizermos isso as pressas só por causa do processo de adoção. Eu tenho uma prima que tinha o namoro dos sonhos, foi só ela se casar e ir morar com o marido que tudo foi por água abaixo. Brigavam o tempo todo e se divorciaram um ano depois.
— Mas o quê você acha que um casamento têm, que o seu namoro não tem? — Seokjin perguntou e por um momento Baekhyun ficou confuso. Até eu fiquei, mas decidi não intrometer.
— Como assim?
— Bem tipo... As vezes vocês limpam a casa quando chegam pra ter mais tempo livre aos fins de semana? Ou limpam tudo parcelado ou quando dá?
— Sim, a gente faz mutirão de limpeza as terças quando saímos cedo do serviço.
— Já lavam algumas peças de roupa no banho pra facilitar quando vão lavar as roupas? — Mark perguntou entrando no jogo de Seokjin. Até eu estava me identificando com os exemplos e olha que nem namorar com Jungkook eu namoro.
— Sim...
— Vivem juntos, pagam as despesas do apartamento, vão no mercado fazer compras e sempre acabam discutindo por terem esquecido de algo ou por coisas ainda mais bestas, como quem vai ficar com o controle da televisão ou quem vai fazer a janta?
— Sim... — ele respondeu, cada vez mais focado na voz do americano e ao mesmo tempo na aliança em seu dedo, sorrindo para a mesma ao se lembrar do namorado, provavelmente.
— Tá vendo? Você já têm uma vida de casado, só não oficializou nada ainda. Sua prima e o namorado dela devem ter levado o baque da realidade quando passaram a morar juntos, mas você e o Chanyeol moram juntos desde o primeiro ano do namoro de vocês. Mudar a aliança de uma mão para a outra não vai ser o fim do mundo.
— Fora que o Chanyeol te ama muito, fala de você o dia todo se deixar e os olhos dele brilham só de mencionar seu nome! Ele te ama tanto que quer ter uma família com você, e eu sei que você também quer isso. — Seokjin completou a fala de Mark e Baekhyun sorriu para cada um deles, sentindo-se menos inseguro.
— Bem... Então eu só preciso de um pedido de casamento...
— É melhor você pedir, do jeito que o Chanyeol é lerdo, mesmo se você colocar um letreiro pra dar a ideia do pedido de casamento ele não vai perceber. Nem se caísse na cabeça dele. — digo fazendo-os rir.
— Não fala assim do meu Yoda, ele só é um pouquinho atrasado. Mas você tem razão Jimin, ele não vai me pedir em casamento, mesmo que ele deseje. Então eu vou pedir ele.
Ele diz com certeza de sua fala e Kyungsoo bate palmas emocionado, quase derrubando seu pacote de salgadinho no processo.
— É isso aí garoto, tome atitude. Eu também não estaria casado se eu não tivesse pedido a mão do Jongin...
— Você não tinha entrado em pânico quando ele pediu sua mão, ele foi atropelado por uma moto quando foi correr atrás de você e só aí que você pediu ele em casamento? Dentro do pronto socorro? — questionei, visto que conhecia a história real do pedido de casamento dos dois, rindo da sua história mal contada e ele deu de ombros.
— Sim mas o quê importa é que não é essa história que as crianças vão saber.
Ele diz, fazendo um carinho na própria barriga nos fazendo rir, até termos nossa atenção tomada para a porta aberta as pressas, por onde Youngjae entrava apressado junto de Jinyoung.
— Bom dia, bom dia... Me desculpem o atraso é que...
— Papai e eu? — Jinyoung perguntou assim que teve a mão solta da do pai, pondo ambas as mãos na cintura em um draminha que me arrancou um riso. Voltando sua atenção rapidamente para Bambam que tinha os olhos atentos ao ômega poucos anos mais velho. Se eu não me engano, eles dois ainda não se conheciam.
— Ah céus... Quase que eu me esqueço, me desculpe meu bem, quer ficar lá na recepção com a Jeongyeon?
— Quero sim! Quem é ele papai? — ele aponta para Bambam curioso e este fica meio tímido com a menção repentina, escondendo-se atrás do braço de Mark, mas logo espia o mais velho novamente, vendo-o se aproximar, se agachando frente a ele. — Oi, meu nome é Jinyoung, mas pode me chamar de Jiny, qual é o seu?
— Bambam...
— Quer brincar comigo? Eu trouxe bonequinhos de Lego. — ele pergunta e o mais novo olha para Mark, procurando alguma afirmação.
— Quer ir com ele? — Mark sorriu perguntando para ele e o pequeno tailandês assentiu sorrindo de volta, se levantando e recolhendo seus lápis.
Mas enquanto isso, Jinyoung apenas continuou ali parecendo sentir o aroma de algo específico meio intrigado, parado ao lado de Mark intercalando o olhar entre ele e a barriga do mesmo, como se realmente conseguisse ver além dela, totalmente encantado.
— Eu posso tocar tio? — ele perguntou direto, atraindo a atenção de Youngjae que estranhou a atitude do filho. Mark então assentiu e logo, o pequeno estava ajoelhado na sua frente tocando sua barriga com curiosidade e cautela. Um sorriso aos poucos desenhava seu rosto infantil e inocente de criança quando ele afirmou em alto e bom tom: — Papai! Ele é meu alfa!
Ele disse empolgado, surpreendendo não só o pai ômega que tinha os olhos arregalados enquanto se engasgava com a própria saliva, mas também cada um de nós. Especialmente Mark que tentava não se chocar muito com a fala da criança e acabar o assustando. Principalmente porque o ômega de sete anos parecia extremamente convicto do que dizia, sorrindo para Mark quando apoiou levemente o rosto sobre a barriga dele.
Bambam apenas encarava a situação estranhando, parecia meio incomodado com aquele tipo de aproximação da outra criança perto de Mark, segurando o caderno em suas mãos enciumado. Eu estava sem palavras.
— Como disse? — Youngjae perguntou sem jeito, também tentando não demonstrar muita surpresa perante a afirmação, vendo o filho se levantar e ir até ele quase saltitando.
— Ele é meu alfa papai, eu senti. — disse simples como se fosse a coisa mais normal do mundo e Jae o puxou de leve para perto dele, pondo a mão sobre sua testa e bochecha medindo sua temperatura.
— J-Jiny, você tem ideia do que isso quer dizer? — perguntou preocupado, porém em um tom ameno para não causar nenhum pânico no menino.
— Claro que tenho papai, quer dizer que ele vai ser meu amigo quando ele sair de lá, oras! Ele têm um cheiro muito bom.
— Céus... Vai lá com a Jeongyeon, hum? Em casa eu e seu pai vamos conversar melhor com você, tudo bem?
— Tá bom. Você vêm? — perguntou para Bambam, mas em resposta ele apenas negou se agarrando ainda mais ao braço de Mark, com ciúmes do outro menino perto do mais velho que o olhou sorrindo compreensivo.
— Tá tudo bem, pode ir se quiser. Eu vou continuar aqui, certo? Não vou a lugar algum sem você...
— Promete? — perguntou à ele, os olhos temendo que o Wang Tuan desaparecesse.
— Eu prometo meu amor, pode ir. Se precisar é só me chamar.
— Tá bom... — sorriu, dando um beijinho na testa de Mark assim como ele fazia consigo, agarrando-se ao caderno e ao estojo e seguindo Jinyoung que falava mil e uma coisas sobre seus bonequinhos, perguntando com qual ele gostaria de brincar. Ambos saindo e fechando a porta.
— Tá legal, o que acabou de acontecer aqui? — Baek quem perguntou, mas tão pouco Youngjae parecia ter uma resposta concreta sobre aquilo.
— E-eu não sei... Céus eu só tinha visto teorias sobre isso, nunca cheguei a ver com meus próprios olhos algo assim. Mark, quando meu filho tocou na sua barriga, aconteceu algo?
— O bebê chutou duas vezes, foi a segunda vez que ele chutou... — Mark contou encantado, tocando a barriga de quatro meses com um sorriso confuso no rosto. — Mas o quê você acha que pode ser? Seu filho disse aquilo com muita certeza e o bebê respondeu ao seu toque, não acho que seja só uma convicção de criança...
— Pode ser, mas se o que Jinyoung disse for realmente algo a mais, i-isso quer dizer que ele e o alfinha que você está esperando possuem uma ligação, algo como...
— Como um fio vermelho... — digo, me lembrando imediatamente do que ele havia dito para mim e para Jungkook logo na primeira reunião, quando comentou sobre a nossa união tão peculiar. Logo me lembrando da ligação entre meu lobo e o do Jeon. — Igual a lenda que você mencionou.
— Que lenda?
— É só uma história que minha avó contava para mim e meus primos quando éramos pequenos, sobre o fio vermelho do destino: o Akai Ito, que ligava as almas dos lobos através de suas inúmeras vidas, para que ficassem juntos em suas próximas existências... Mas é só uma lenda. — Youngjae explicou para Kyungsoo que perguntou e para os demais que não conheciam, ainda tentando encaixar as peças daquilo tudo.
— Mas pode ser que tenha seu fundo de verdade... — refleti as mesmas palavras que ele havia mencionado antes, ganhando a atenção dele e dos demais que caíram sua atenção em mim, que não vi outra saída se não explicar. — Bem é que, desde que eu e o Jungkook nos conhecemos, eu senti uma coisa, sabe? E era como se essa coisa nos atraísse e não melhorou até que eu o encontrasse de novo. Isso pode significar algo.
— Então...
— Então seu filho pode ter algum tipo de conexão com o filho do Mark, e o Jinyoung realmente pode ter sentido isso, só não soube se expressar. — Jin refletiu consigo mesmo, causando certo silêncio entre nós seis.
— I-isso é loucura... — Youngjae refletiu, passando a mão pelo rosto tentando recobrar seus pensamentos.
— É loucura, mas pode ser o fundo de verdade que a lenda da sua avó carrega. Ninguém conhece a natureza completa dos lobos e isso pode ter sido só um sinal... Ligações não tem haver só com laços românticos.
Respondi entretanto, isso não pareceu acalmá-lo, o que era bem compreensível, afinal tudo isso tem uma grande chance de ser algo realmente sério, na mesma medida que tem a chance de não ser.
— Eu sei! Mas é tão confuso, e-e ele é tão novo...
— Tudo tem seu tempo Jae, se acalme, também não é como se o Jinyoung fosse se casar com o filho do Mark assim que ele nascer. — Kyungsoo quem disse, quebrando um pouco o clima tenso e nos fazendo rir, aliviando um pouco a expressão de Youngjae e de Mark, que não parecia estar tão preocupado com tudo isso, mas como eu o conhecia bem, sabia que ele estava com mil e um pensamentos rondando em sua cabeça.
— É como se os lobos os colocassem um na vida do outro, mesmo antes de um deles nascer... — Mark refletiu sozinho, olhando para a própria barriga e sorrindo com esmero para a mesma, olhando para Youngjae em seguida. — Agora é esperar e ver o quê acontece. Não temos que nos preocupar com isso, se for para acontecer algo além do que podemos esperar, vai acontecer no tempo certo.
— Ele tem razão. — Baekhyun diz e automaticamente concordamos, vendo Youngjae sorrir para Mark em alívio, suspirando.
— Certo, certo... Você tem toda a razão, afinal Jinyoung é só uma criança no fim das contas e seu bebê nem nasceu, estou apressando demais as coisas, estou colocando a carroça na frente dos bois.
— De onde veio o ditado? — Seokjin perguntou zombeteiro, fazendo o psicológico rir revirando os olhos, pegando sua apostila.
— É de família, meus pais e avós são do interior e ser apressado na família Choi é hereditário, então-
— Papai! Papai! — Jinyoung entrou as pressas, acompanhado de Bambam que vinha logo atrás, correndo até Mark e se agarrando nele, enquanto o ômega mais velho correu até o pai.
— Como eu ia dizendo... O quê houve Jiny?
— Tem um moço lá na frente discutindo com a tia Jeongyeon! — informou e ao olhar para Mark e Seokjin apenas uma pessoa nos veio em mente: Taehyung.
Me levantando na velocidade que meu corpo permitiu, junto de Seokjin e Youngjae fui até a recepção da clinica, onde Yoongi segurava Taehyung, enquanto Hoseok tentava acalmá-lo e a alfa assustada se escondia atrás do balcão, ainda observando o ômega irritadiço prestes a tacar algo nela.
— Você me segura Yoongi! Se não eu vou voar na cara dela!
— A-amor se acalma...
— Se acalma o caralho Hoseok! Essa vagabunda tem muita pendência comigo!
— Desculpa Tae, e-eu pensei que fosse uma boa ideia eu te contar...
— Boa ideia o cacete! — disse e dessa vez Yoongi não conseguiu impedí-lo de tacar o que parecia ser uma bolinha antiestresse na alfa que se abaixou tentando não ser atingida. — Depois de anos você tem a coragem de vir me dizer que quem consumiu com a porra daquele esqueleto foi você! Depois de eu ter me fodido e esquecido de toda a merda que deu!
— D-desculpa...
— O quê está acontecendo aqui? — Seokjin perguntou, e por um momento o Kim mais novo deixou de insultar a alfa, notando a nossa presença ali.
— Problemas da época da escola. — Yoongi quem disse, reparando em Seokjin e Youngjae, antes de puxar o namorado para perto. — Qual deles é seu irmão?
— O lúpus curioso. Seok esses são Hobi e Yoongi, meus namorados, meninos esse é Kim Seokjin, meu irmão mais velho. — os apresentou rapidamente, indo até a alfa e pedindo sua bola antiestresse de volta. — Tu se liga hein, não fica nessa de me estressar que eu sei onde você mora.
— Taehyung! Céus... Jeongyeon, liga pra isso não, ele tá brincando, os hormônios estão falando mais alto. — digo revirando os olhos, cumprimentando meu amigo enquanto os dois alfas dele cumprimentavam o cunhado, que pelo visto não conheciam. — Você tá bem?
— Estaria melhor se não estivesse relembrando da vergonha que passei à mais de oito anos... — disse secando Jeongyeon de canto de olho, vendo a alfa engolir em seco enquanto se dirigia para a sala de reuniões comigo. — Mas tirando isso eu tô ótimo, já começaram a reunião?
— Estávamos esperando por você. Vamos entrar? Acho que estamos um pouco atrasados no cronograma. — Youngjae disse, passando por nós e abrindo a porta, permitindo que eu e Taehyung entrassemos, seguidos de Seokjin, Yoongi e Hoseok, nos sentando onde estávamos e os recém-chegados também se acomodaram na rodinha. — Tudo bem, acho que todos já nos conhecemos mas é bom uma pequena apresentação para que não hajam dúvidas.
— Tá bom. Bom, como eu disse na outra vez, meu nome é Taehyung, esses dois aqui são meus namorados Hoseok e Yoongi, nós namoramos há... Sei lá, um ano e meio? Por aí. E nós três estamos esperando nosso primeiro filho, estamos de um mês e uma semana então ainda não sabemos muita coisa...
— Entendo, e como está indo a gestação? — Youngjae perguntou e meu amigo sorriu, pegando as mãos de ambos os namorados que o assistiam orgulhosos.
— Até agora está tudo bem, já fomos em dois obstetras e estamos na primeira etapa de exames, é muito estranho pensar que tem alguém aqui, sabe? Mas estamos nos acostumando com a ideia e com os enjoos.
Ele diz nos fazendo rir, enquanto o psicólogo assentia os elogiando e pegando sua apostila antes de iniciar a palestra.
Bambam e Jinyoung agora brincavam com Mark que prestava atenção nas crianças e no que Youngjae dizia, enquanto Kyungsoo brigava com Baekhyun por pegar seus salgadinhos. Seokjin assistia tudo como um aluno exemplar, assim como Hoseok que estava prestando toda a atenção do mundo na palestra, provavelmente para contar aos namorados que fofocavam ao invés de prestar atenção. Taehyung alheio pelo déficit de atenção e Yoongi para acompanhar e não ter que lidar com os hormônios do namorado depois.
Era muita energia caótica por metro quadrado pra um domingo, mas eu já estava acostumado com essa bagunça, e sinceramente? Eu gostava muito disso.
❤️🌈❤️
Boa noite (dia/tarde) pessoas lindas do meu coração! O quê acharam do capítulo?
Estou atrasada? Sim, mas jamais em falta.
Sinto informar que diferente do que era previsto nós não teremos atualização dupla pela questão de que eu estou gripada (pra um caralho) e me sinto meio indisposta - quase não consegui terminar essa revisão.
Mas a boa notícia é que o próximo capítulo já está em desenvolvimento, e semana que vêm teremos mais atualizações. Se preparem.
Peço desculpas pelo atraso, erros gramaticais, ortográficos ou de coerência que vocês possam vir a encontrar - eu revisei na pressa - deixem uma estrelinha pra mim ficar feliz, bebam água, um beijo e até mais meus amores.
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