Férias "Tranquilas" Pt.2
Olá pessoas! Um pouco tarde para a atualização, mas aqui está como prometido.
Não se esqueçam de dar uma estrelinha de incentivo. Boa leitura 💜
❤️🌈❤️
Pov's Jimin
Com vinte minutos desde que saímos de casa, lá estávamos nós, parados no pátio frente ao condomínio residencial de gente rica em que Namjoon e Seokjin moravam, esperando o restante do pessoal para viajarmos.
Nós iamos para Incheon, fica há uns quarenta minutos de carro, mas nós vamos cedo para poder aproveitar o dia e para não pegar tanto trânsito. Segundo Jungkook, Jinhyo tem um "amigo" lá, que possui uma pousada à beira-mar belíssima, onde eles vão desde crianças.
As aspas são um acréscimo a parte feito pelo próprio Jungkook, já que ele sempre achou que rolava um clima entre a mãe e esse amigo dela - mesmo que antes ela fosse casada com a pessoa da qual não falamos.
— Você... Já pensou em aprender a dirigir? — ele me perguntou em meio à uma conversa que tínhamos, após o segurança aparecer ali perguntando o que estávamos fazendo parados de frente um condomínio tão cedo, mesmo que o sol já estivesse nascendo e alguns carros já saíssem dali de dentro.
A pergunta me pegou de surpresa, não por ser um assunto delicado e afins, mas porque eu nunca tinha parado para pensar que nós não tínhamos tido essa conversa. Pelo menos não tão esclarecida quanto ela precisava ser.
— Eu sei dirigir... — respondo simples após um tempo, o deixando surpreso e um tanto confuso com a informação e eu logo tratei de explicar. — É complicado, mas basicamente eu não posso tirar minha carteira no momento... E eu usei o dinheiro do carro e da carteira para pagar pelo apartamento quando me mudei.
Digo. Não vou contar dos rachas que eu e Mark participavamos - Taehyung só assistia ou acompanhava, já que ele não sabe dirigir -, isso aí é história, e já está enterrada há muito tempo. Meu nome está limpo, mas nem por isso eu tenho dinheiro para tirar carteira agora.
Eu até posso contar para ele um dia, mas por hora vamos deixar isso à sete palmos.
— D-desculpa, e-eu não quis ser desrespeitoso nem nada, eu...
— Tá tudo bem, não é como se isso me doesse de alguma forma. Foram escolhas que eu fiz e que me trouxeram para onde eu estou hoje, e você não estaria comigo aqui se não fosse por isso.
Digo sorrindo simples para ele, vendo sua expressão confusa e meio envergonhada se tornar um pequeno sorriso. Eu amava aquele sorriso.
Segurando minha mão ele a levou até seus lábios e a beijou, um gesto simples que ele costumava fazer e que me encantava, como nos livros de romance que eu lia quando não estava revoltado com minha mãe ou com este mundo fodido. Não me julguem.
— Depois... Se você quiser, vamos trabalhar para que você consiga isso, tudo bem? Mas até lá, conte comigo pra tudo, se quiser ir para o outro lado do mundo, eu vou te levar.
— Até a lua? — perguntei de brincadeira, totalmente encantado com sua afeição, vendo ele sorrir para mim de volta.
— Até a lua. — prometeu, segurando meu rosto suavemente me fazendo sorrir ainda mais. Tocando sua mão sobre minha bochecha enquanto me sentava de modo mais confortável, ficando mais perto dele.
Segundos depois eu o beijava, apaixonado e necessitado como se à dias eu não tivesse daquele contato, sentindo o sol nascente aquecer nossa pele. Eu estava viciado, e sentia o mesmo vício vindo dele, explorando minha boca com maestria profissional. Eu podia ter ele assim pelo resto da vida que eu não iria reclamar.
— Credo que coisa melosa. — a voz de Yoongi nos tira da nossa bolha, fazendo-me separar o beijo, notando a caminhonete de Hoseok parada há poucos metros do nosso carro, da onde o professor estava saindo.
— Você não está em posição de julgar ninguém aqui. — Jungkook reclamou, frustrado pelo beijo interrompido, me fazendo rir.
— Tem razão, mas eu vou mesmo assim. — disse, mandando um beijinho irônico para Jungkook, o provocando.
Já não era mais estranho pra mim a personalidade de Yoongi fora de sala. Ele continuava cético e de poucas palavras, mas o humor meio ácido, implicante e a ironia contrastava com o jeitinho amoroso que ele tratava os namorados, a nossa sogra e até eu dependendo do humor. Diferente de quando ele dava aulas, onde ele é sempre sério.
— Meninos, não comecem a brigar... — Jinhyo disse descendo do carro logo em seguida, saindo do mesmo lado que Yoongi.
— Ah sogrinha, que isso? Eles nem começaram a cair na porrada. — Taehyung interferiu dando a volta na caminhonete junto de Hoseok.
Ele estava de dois meses e pouco se eu não me engano e a barriga dele estava adorável, principalmente nas roupas que ele estava se acostumando a usar, destacando o buchinho prenho dele.
Enquanto saíamos do carro para cumprimentar o pessoal, o carro de Namjoon e Seokjin saiu do condomínio estacionando ao lado do nosso, quando o próprio Seok saiu do carro abrindo a porta de trás e conferindo se Yon Bok estava bem, averiguando que o pequeno estava dormindo na cadeirinha.
Ele tinha dado a ideia para levar o ômega de cinco anos - ele tinha feito aniversário na última semana -, já que ele nunca tinha ido à praia e Seokjin queria dar esse momento aos pais do garoto que após muita insistência do padrinho aceitaram. Na verdade o lúpus estava adorando tudo isso, deu um banho de loja no menino e estava mais que animado com a viagem.
— Certo, todos aqui? — Jinhyo, a organizadora de eventos em potencial perguntou, conferindo se tudo estava certo para partirmos.
Com os carros praticamente já divididos, a única mudança feita foi a de Jinhyo, que iria conosco ao invés de ir com o trisal, mas as malas dela continuariam na caminhonete, pois cabiam mais coisas no bagageiro da mesma.
Assim com todos nos carros, eu mandava uma mensagem no grupo geral avisando que estávamos indo. Nesse grupo, não eram apenas nós que estávamos inseridos, mas Mark, Jackson, Kyungsoo, Jongin, Chanyeol e Baekhyun também estavam, ficando por dentro de tudo.
Jongin e Kyungsoo até queriam ter vindo na viagem, apenas não vieram porque o ômega estava por entrar nos sete meses de gestação e com isso, um grande alerta de que uma mínima complicação poderia acarretar em um parto precoce dos trigêmeos.
E depois de tudo o que eles passaram, um parto prematuro era a última coisa que eles queriam.
Fora que Kyungsoo estava um tantinho estressado com a gestação, então Jongin queria evitar mais dores de cabeça.
A viagem foi tranquila, se resumindo basicamente em Jinhyo e eu fofocando sobre quando Jungkook e Hoseok eram crianças e deixando o pobre Jeon sem jeito por se lembrar dos ocorridos.
Além disso, no grupo Mark mandava fotos do almoço de família que tinha com o marido, filho, as mães e a irmã, que tinha voltado à Coreia para as férias ontem mesmo. Eles comemoravam a primeira vitória do processo de adoção que aconteceu antes de ontem na segunda-feira, com a medida de guarda provisória aceita pela justiça. Eu estava feliz por eles.
Chegamos ao nosso destino cerca de uma hora depois que saímos, já que fizemos uma parada para que Hoseok abastecesse, onde eu aproveitei para ir ao banheiro, tomar meus comprimidos e comer alguma coisa. Não gosto de comer no carro, as vezes eu passo mal e prefiro evitar isso no momento.
Taehyung acabou passando mal, ele não tomou o remédio de enjoo e acabou vomitando, já que o mar estava perto e o cheiro da maresia também. E se ele já se enjoava fácil com isso antes, imagine agora que ele está entrando no pior mês de enjoos?
Em fim, tivemos que ficar paradados por mais tempo por conta disso, mas assim que chegamos em Incheon e pudemos ver o mar, o tempo a mais compensou.
Seguindo as instruções enviadas no grupo por Jinhyo, os três carros seguiram até o casarão frente ao mar que funcionava como uma pousada. Era antigo e aparentemente bem cuidado, a arquitetura lembrava um pouco o Japão e existia um local próprio para os carros.
Estacionando em uma das vagas ao lado do carro de Namjoon e Seokjin, Jinhyo foi a primeira a sair do carro, seguida por mim que demorei um pouco mais por pegar a bolsa e Jungkook que apreciava o lugar já conhecido por ele.
A caminhonete estacionou logo depois, por onde Hoseok, Yoongi e Taehyung saíram, desta vez com Yeontan que só agora eu tinha notado a presença.
— Porque parece menor? — Jungkook indagou sozinho, enquanto eu cumprimentava Yon Bok que estava acordado e totalmente encantado com a praia.
— A última vez que a gente veio aqui você tinha uns doze anos, é claro que parece menor. — Hoseok justificou, retirando a mala e a bolsa da mãe do carro.
— É muito grande hyung! — Yon Bok exclamou olhando para o mar admirado, me fazendo sorrir.
Ele estava no colo de Seokjin, e o mesmo sorriso em meu rosto estava presente em Namjoon, que retirava as malas do carro mas não deixava de admirar seu ômega e o carinho que ele tinha com o afilhado.
— Quer que eu leve a bolsa? — Jungkook me perguntou, aparecendo do meu lado sendo que eu mal o vi se aproximar, trazendo nossas malas consigo.
— Não está pesada, deixa que eu levo.
— Tem certeza? Se quiser, pode colocar em cima dessa. — mostrou a mala de rodinhas que ele trazia, me fazendo entender onde ele queria chegar. Já estava paranóico á essas horas da manhã...
— Jungkook, tem uma garrafa de água quase vazia aqui, dois pacotes de salgadinhos, carregadores de celular e os meus remédios. Tá leve.
— Ainda me parece muita coisa...
— Sua opinião meu bem, fique com ela. Eu sei quanto eu aguento. — sorri cínico dando tapinhas em seu peito, de forma que ele sorriu do mesmo jeito, fazendo graça.
— Meu Deus! Olha o que o destino trouxe de volta para mim! — um homem - e que homem - apareceu descendo a pequena escada lateral da pousada.
Indo em passos rápidos até a Jung, ela o recebeu com um sorriso radiante, antes que ele chegasse aonde estávamos e a erguesse do chão, a rodopiando em seus braços antes de abraçá-la. Deixando Jungkook e Hoseok com feições impagáveis.
Os traços orientais envelhecidos não eram desvantajosos, mas o deixavam incrivelmente atraente. Ele era um alfa, um lúpus assim como Jinhyo, devia ter uns cinquenta anos no máximo, mas não era isso que o corpo alto e musculoso, as tatuagens a mostra, a barba bem feita e o cabelo cumprido com alguns fios brancos, amarrado em um coque alto diziam.
Eu não sou muito de apreciar caras mais velhos mas nossa. Tipo caralho.
— Katsu! Há quanto tempo! Está ainda mais lindo do que a última vez. — Jinhyo disse indiscreta, sorrindo para ele ao se desfazer do abraço que os unia. Olhando-o nos olhos de um jeito saudoso.
Eu estava entre shipar os dois e rir da cara de Jungkook, e por mais que a segunda opção fosse tentadora, por hora eu fiquei com a primeira. Eles deviam ter muita história juntos.
— São os teus olhos minha bela Vênus. Não sabe o quanto eu fiquei animado em saber que nos veríamos novamente. Faz dois anos não? Desde que foi para o Japão e nos vimos pela última vez?
Perguntou e foi quando eu desviei o olhar da conversa para olhar Jungkook, vendo uma feição estranha tomar seu rosto ao que o lúpus mencionou a data, intercalando o olhar com Hoseok que esboçava a mesma feição. Não era algo que parecia preocupante, mas de qualquer forma, eu perguntaria para ele depois.
— Acredito que um pouco mais do que isso... Ah! C-céus me desculpem. — a lúpus se desculpou um tanto constrangida para nós que estávamos de vela na situação toda, voltando a atenção para o alfa quando complementou. — Katsu, essa é a minha família. Meus filhos você já conhece, aqueles são meus genros e o casal com o pequenino são meus filhos do coração. Meninos esse é Hirai Katsuyama, um amigo meu de longa data.
— Meninos! Quanto tempo, nossa! Já são alfas formados. A última vez que eu os vi, Jungkook era miúdo, e Hoseok ainda usava aparelho...
— Você usava aparelho?! — Taehyung perguntou chocado para o namorado que corou, Yoongi por sua vez apenas silabou algo como "eu tenho fotos" para o ômega.
— É um prazer revê-lo senhor Hirai, faz realmente muito tempo... — fugindo da pergunta de seu ômega, Hoseok o cumprimentou formalmente, sendo recebido portanto, por um abraço caloroso do mais velho.
— Realmente... Soube que é veterinário, que bom que seguiu carreira, lembro que você gostava muito dos animais da pousada. — foi simpático, arrancando um sorriso do meu cunhado.
— Precisando eu estou a disposição. Ainda cria Bulls Terriers?
— Temos três e uma chihuahua. E não se preocupem, eles são amigáveis com outros animais e somos pet friendly. — disse olhando para Yeontan no colo de Taehyung, o despreocupando. Pelo visto ele não informou a ninguém que traria o cachorro.
— Isso é ótimo! — Taehyung exclamou, rindo enquanto via Yoongi brincar com o cachorrinho em seu colo, que o lambia abanando o rabinho.
— Vocês devem ser os namorados, estou certo? — perguntou se aproximando de ambos, abraçando Taehyung e Yoongi, que estavam meio extasiados com o mais velho. — É um prazer rapazes, estou certo que Hoseok é um alfa muito sortudo por ter um alfa e um ômega tão bonitos como namorados.
— Digo o mesmo à quem te tem... Sou Kim Taehyung. — se apresentou no assanhamento que lhe era de costume.
— Min Yoongi. — o alfa completou, sorrindo encantado para o mais velho. Até ele tinha caído no charme do lúpus.
— É realmente uma honra, espero que se sintam bem em nossa pousada, se quiserem podem ir conhecendo o lugar, temos um belo jardim e uma varanda com vista para o mar belíssima.
Disse dando total liberdade para ambos que apenas olharam para Hoseok, avisando que iam dar uma volta pelo lugar. Mensagem captada pelo lúpus que via os dois subirem a escada com cuidado, cochichando sobre o quanto o japonês era cheiroso. Acredito que ele não ouviu, já que se aproximava de Jungkook para cumprimentá-lo.
— E você! O garoto prodígio de Busan! — disse arrancando uma risada tímida de Jungkook, o abraçando.
— Como vai senhor Hirai. — sorriu ao cumprimentá-lo, me levando a sorrir também. Era visível o quanto ele gostava dos três.
— Estou ótimo filho, e você pelo visto também vai muito bem. Jinhyo me contou que você continua cantando, eu fico feliz por você por não ter desistido da música depois de tudo. Lembro que você falava disso desde que era garoto.
— Eu agradeço senhor Hirai, mas na verdade, a música não é mais o meu grande sonho... — ele sorriu, olhando pra mim e me fazendo corar pelo olhar apaixonado dele e pelo olhar encantado do mais velho, que parecia entender bem o sentimento de Jungkook.
— Pelo visto você encontrou um sonho ainda melhor, não? É um prazer conhecê-lo.
— Igualmente senhor, sou Park Jimin. — disse sorrindo simpático, recebendo o mesmo abraço caloroso, vendo Jungkook sorrir por cima de seu ombro.
— Estou encantado em ver o quão bonitos são os seus genros Jinhyo, seus filhos são sortudos.
— Eles são, e eu sinceramente não poderia desejar genros melhores. — a ômega sorriu para mim me levando a retribuir um tanto envergonhado.
Após ele se apresentar para Seokjin, Namjoon e Yon Bok, nós todos subimos para a casa onde realmente havia um belíssimo jardim e um laguinho com algumas carpas. A varanda se estendia ao redor de todo casarão, em exceção aos fundos que segundo o dono, tinha um quintal para os cachorros.
Sentados em um dos sofás de área da varanda tirando algumas fotos, nós encontramos Taehyung e Yoongi, que logo vieram ao nosso encontro quando nos viram subir com as malas.
Katsuyama nos guiava para dentro do lugar, explicando um pouco sobre o casarão, construído pelo seus avós há mais de cinquenta anos. A recepção era igualmente charmosa, era uma sala maior que o meu apartamento com móveis e decorações que mesclavam o estilo japonês contemporâneo com praiano, era um lugar acolhedor.
— Certo pessoal, eu deixei os quartos reservados e já vou entregar as chaves para vocês irem arrumando suas coisas enquanto vou ajudar o pessoal a terminar o almoço. Temos um quiosque lá embaixo, é onde vamos almoçar, eu espero vocês lá.
Sorriu carismático, entregando quatro chaves para Jinhyo, para que ela junto conosco decidisse quais quartos iríamos ocupar. E detalhe: todos eram no segundo andar e com vista para o mar, então em qual deles íamos ficar não fazia muita diferença.
Dando uma chave para Seokjin, outra pra mim e outra para Taehyung, cada um de nós pegou suas coisas e subiu para o segundo andar. Fazia uma caralhada anos que eu não me hospedava em um hotel, pousada ou algo assim, mas eu nunca vi um quarto tão bonito quanto aquele.
Ele não era o mais luxuoso ou mais completo dos quartos, era simples, confortável e quase familiar, era claro e tinha uma porta de vidro que dava para uma pequena sacada, uma cama de casal enorme, uma cômoda e um banheiro espaçoso. A decoração era praiana e combinava com as paredes pintadas de um ciano agradável e branco.
Eu entrei primeiro, largando a bolsa sobre a cama e indo até a janela apreciar a vista das ondas quebrando na praia, sendo seguido por Jungkook que deixou as malas no meio do quarto, reclamando sobre algo que eu não prestei atenção. Eu sentia algo diferente acontecer em mim, que atraiu minha atenção mais do que as reclamações de Jungkook.
— Que bom que tem ventilador, parece que tá mais quente aqui do que lá em casa... Jimin? Tá tudo bem?
Perguntou preocupado já que eu estava quieto e inexpressivo enquanto apalpava um ponto em específico na minha barriga. Era estranho, diferente de tudo o que eu já tinha sentido, mas era o que me deixou ansioso, empolgado e até com medo naquele momento. Por mais que eu soubesse que era uma coisa boa.
Sentindo aquilo mais uma vez, o sorriso quase incrédulo em meu rosto comprovou que realmente era algo muito bom.
— O-o bebê chutou...
— Chutou?! — exclamou surpreso. Largando as malas ali mesmo e vindo até mim em um pulo, ele quase se jogou ao se ajoelhar na minha frente, tocando um tanto inseguro o lugar onde eu havia sentido o chute.
Não demorou para que eu sentisse novamente e desta vez Jungkook também pode sentir, abrindo um sorriso empolgado com a manifestação do bebê. Era suave porém forte o suficiente para que eu sentisse, lembrava um pouco as minhas "coceiras internas", por mais que eu tivesse a certeza de que não eram.
Dava para senti-lo pelo toque e fazia eu me perguntar se já não havia sentindo essa sensação alguma vez. Porque embora em um primeiro momento parecesse estranho, tornou-se familiar a medida que o bebê voltava a me chutar.
Dando-me alguns toques que diziam "hei, eu tô aqui".
— Acho que ele parou. — digo, não sentindo mais aquela sensação, apenas a euforia de meu lobo.
— Me avisa quando ele chutar de novo? — Jungkook me perguntou com os olhos brilhando, encostando o rosto em minha barriga como se fosse uma criança.
— Aviso. — digo segurando seu rosto com carinho vendo-o sorrir se levantando, segurando em minha cintura, me erguendo e me girando em seu colo, beijando meus lábios com afinco.
Após o pequeno momento, arrumamos o que deu e logo Seokjin passou pela nossa porta, junto de Yon Bok e Namjoon que tinha o menino no colo, nos chamando para irmos almoçar. Descendo com eles nós encontramos Jinhyo com Taehyung e Hoseok, enquanto Yoongi tinha ido buscar a guia de Yeontan.
Contamos a novidade sobre o bebê e logo a euforia tomou conta, com a ansiedade de Taehyung, as parabenizações de Hoseok, Jin e Namjoon e minha sogra tentando sentir o bebê alguma vez. Eu só fui senti-lo de novo quando desciamos para o quiosque, através de uma pequena trilha que levava ao local paradisíaco ao pé da praia, avisando Jungkook assim como eu havia prometido.
Yoongi apareceu pouco tempo depois, trazendo Yeontan em seu colo e o questionamento sobre a castração de um cachorro em específico.
— Senhor Hirai, a chihuahua do senhor é castrada? — perguntou próximo ao mais velho. Ele parecia um tanto nervoso segurando o cachorrinho agitado em seu colo.
— Ela não é minha, é da minha filha, Momo. E não, ela ainda não é castrada, por quê? Houve algum incidente?
Perguntou rindo, passando a mão sobre o cachorro no colo do Min que gostou do carinho, lambendo a mão do lúpus. A este ponto Taehyung é Hoseok também já estavam atentos a conversa, se entre olhando enquanto se perguntavam se haviam escutado direito.
— Eu não sei se deu tempo de alguma coisa, eu deixei ele na cama enquanto procurava a guia e quando eu vi ele tinha sumido, até eu encontrar os dois e bem...
— Que pouca vergonha é essa Yeontan?! — Taehyung se apressou em perguntar para o cachorro, o pegando do colo do namorado para encará-lo expressando sua indignação, esperando que ele respondesse algo ou sei lá.
— Céus, me desculpe senhor Hirai... — Hoseok logo se desculpou, passando a mão no rosto envergonhado - e provavelmente arrependido de não ter levado Yeontan para castrar quando Taehyung pediu.
Eu e Jungkook apenas assistíamos a cena contendo as risadas, Jinhyo ria descaradamente e Seokjin e Namjoon distraiam Yon Bok para evitar ter que explicar o assunto. A cena toda era ótima.
— Tá tudo bem, ela vive fugindo do cercado. Momo queria mesmo arranjar um namorado para ela antes de castrá-la.
— Mesmo assim eu sinto muito senhor Hirai, o Tamie não costuma agir assim... — Taehyung se desculpou novamente, olhando feio para o cachorro que lambeu sua bochecha em resposta, com a maior cara de inocente.
— Tá tudo bem meninos, de verdade. Eu só preciso avisar a Momo que ela não precisa mais encontrar um namorado pra Deiji. — disse com humor, sentando-se ao lado de Jinhyo.
— Falando na Momo, como ela está? — a lúpus perguntou mudando de assunto.
Taehyung ainda repreendia o cachorro como se ele entendesse o que ele estava dizendo e o clima voltou ao normal enquanto nos serviamos da mesa repleta dos mais variados preparos, desde frutos do mar até comida tradicional coreana que estava divina por sinal.
— Ela está bem, cuida da pousada melhor do que eu na verdade, ela só não fica comigo no inverno, quando vai para o Japão ficar com a família da mãe e com meus pais.
— O senhor é casado? — Seokjin perguntou, servindo a comida para Yon Bok.
— Sou viúvo, minha esposa faleceu após minha filha nascer.
— Sinto muito pela sua perda.
— Eu agradeço. — respondeu formalmente, pegando também mais comida para si e novamente o clima fluiu sem muita dificuldade, até um assunto em específico tomar minha atenção.
— Verdade, o Jungkook era namoradinho da Momo. — Hoseok comentou, após o pai da alfa contar da faculdade de Administração e da especialização em Marketing da mesma, me levando a olhar para Jungkook que se engasgou com um Kimbap.
— Eu não era namorado dela, ela que saía falando isso para todo mundo pra me deixar bravo...
— É verdade, ele vinha todo emburradinho pra mim, chorando porque a Momo falava que ia casar com ele. — Jinhyo contou rindo, deixando Jungkook ainda mais corado e me fazendo rir ao imaginar a cena.
— Eu tinha seis anos... — justificou-se, com um biquinho nos lábios que me arrancou ainda mais risos. Puxando seu rosto um pouco para o meu lado eu deixei um beijinho em sua bochecha, que desfez o bico dele na hora e me fez ganhar um selinho.
Terminado o almoço - com direito a sobremesa e tudo - nós juntamos as coisas e Namjoon, Jungkook e Seokjin se ofereceram para ajudar a lavar a louça. Enquanto isso eu fiquei com Yoongi, Tae, Yon e Jinhyo conversando na sala. Hoseok e Katsuyama foram para os fundos para verem os cachorros e para descobrirem da onde Deiji estava fugindo.
Jinhyo conseguiu sentir meu bebê chutar e desatou em lágrimas ao que caiu realmente a ficha de que seria avó. Com o retorno de Hoseok e do Hirai, deu a louca na minha sogra e ela decidiu inventar um rolê de compras pelo comércio local.
Taehyung topou logo de cara e por mais contente que Yoongi estivesse com seu descanso pós almoço, decidiu ir também. Apenas se preocupou em tirar Yon Bok de seu colo, já que em meio a tanta conversa, o pequeno acabou cochilando no colo do professor.
Jungkook, Seokjin e Namjoon logo retornaram da cozinha e o alfa lúpus logo se prontificou em tirar o afilhado do colo de Yoongi para levá-lo para cama. Com o pequeno dormindo, o casal decidiu ficar por ali mesmo, mas Jungkook iria conosco.
Assim com tudo certo para irmos, nós fomos às compras em dois carros. Chegando no comércio Jinhyo simplesmente surtou nas lojas de roupas infantis, pegando mil e uma roupinhas que iam de macacões, bodies, camisetas, assessórios e outros. Mostrando cada peça para mim, Taehyung e os meninos e comprando tudo o que demonstrassemos o mínimo interesse.
Hoseok foi o corajoso que deu um basta na euforia dela, acho que sentir o bebê acabou aumentando a empolgação dela com o fato de que seria avó. Ela contou até que tinha ideias para novos livros infantis, borbulhando em sua cabeça como água em uma chaleira. Nas palavras dela mesma.
Após irmos em algumas lojas paramos para comprar algo pra beber, estava calor pra um caralho e Jungkook aproveitou para comprar um doce que vendia ali e que queria que eu experimentasse. Era um tipo de sorvete e eu não gostei muito, mas não deixei transparecer.
Ele tava todo animadinho, eu que não ia estragar isso.
Ainda passamos em outras lojas antes de voltar para a pousada - isso já no por do sol - e eu nem sabia como íamos levar aquilo tudo de carro. Namjoon e Seokjin estavam na praia com Yon pulando ondinhas quando chegamos e era uma graça, parecia mesmo que eram uma família.
Assim que arrumamos as compras e tomamos banho juntos, aproveitando as férias e namorando um pouco, afinal a gente merece. E ter Jungkook dessa forma é sempre maravilhoso, sentir cada toque devoto, cada beijo apaixonado e retribuir em igual intensidade era algo a qual eu já não estava acostumado à viver sem.
Saímos dali em meio á chamegos, nos vestindo e descendo para jantar, cujo o qual estava maravilhoso. Comendo em meio aquele clima agradável de risadas que dava a sensação de família de seriado de televisão, e eu me sentia pela primeira vez realmente em família.
Quando eu era criança eu vivia na ilusão de uma família que quebrou-se completamente quando eu percebi que todos ali apenas se aturavam e que minha mãe não gostava de mim como uma mãe devia gostar de um filho. Para ela eu era apenas um fardo que ela infelizmente teve e que tinha que carregar até conseguir alguém rico para me casar.
Uma peça de um jogo em que ela ditava as regras.
As únicas pessoas que eu tinha eram o meu pai, Taehyung e Seokjin. Eu não era tão próximo de Namjoon na época, mas sempre o considerei também, afinal ele era alguém gentil que queria o meu bem.
Sem o meu pai, eu só tinha os Kim e para mim estava mais do que bom, mas então quando eu menos esperava, eu conheci Jungkook. Um alfa irritante, as vezes tímido e meio gago quando nervoso. Alguém que quis me ajudar mas que acabou se envolvendo na minha vida, mudando todos os meus planos.
Eu questionei muito meu lobo. Sempre me perguntava por que meu lobo havia se atraído e escolhido ele, mas conforme eu ia me apaixonando, eu percebia o quão certa foi sua escolha. E me vendo aqui agora eu não consigo me imaginar sem isso, sem a minha família.
Terminado nosso jantar, foi minha vez de me juntar a Hoseok e Taehyung para lavar a louça, e talvez nós tivéssemos terminado mais rápido se Taehyung não ficasse se distraindo com os desenhos nos pratos.
Terminando tudo eu dei boa noite para o pessoal e subi para o quarto, encontrando Jungkook já dormindo e me juntando à ele pouco depois. Meu sono porém foi interrompido - cerca de duas horas depois - quando acordei no meio da noite com sede. E como todo ômega cansado e sonolento, eu gentilmente apelei para o meu alfa.
— Jungkookie, busca água pra mim? — sussurrei o cutucando, mas ele nem se moveu. — Jungkookie?
— Hum?
— Busca água pra mim?
— Huum. — murmurou sem sair do lugar. Pelo visto era eu por mim.
— "Vou fazer tudo por você e pelo bebê" ah vai, uma porra! — sussurrei indignado, imitando ele quando disse tal frase, mas ele novamente continuou em seu sono profundo.
Saindo do quarto eu segui pelo corredor e desci as escadas com cautela, tentando não fazer muito barulho para não acordar ninguém. Porém assim que atravessei o saguão em direção a cozinha foi a luz acessa e um som que me chamaram a atenção, especialmente por se tratar de um choro baixo e melancólico.
Mas o que me prendeu e me preocupou realmente, foi ver a quem esse choro pertencia. E disposto a ajudar, mesmo meio receoso eu o chamei, atraindo seus olhos tristes e afogados em lágrimas para mim.
— Jin? Tá tudo bem?
Continua
❤️🌈❤️
Por hoje é só meu povo, me desculpem qualquer erro... Até breve! Se cuidem. Bebam água.
Obrigada pelo apoio e pelo carinho.
💜
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top