Aquela quarta-feira na visão de Jungkook.
❤🌈❤
Deu o meu horário.
Finalmente, dali à pouco tempo eu poderia ir embora, só tinha que terminar de arrumar aquela última prateleira da sessão de enlatados e então em fim ir pra minha casa e ter um descanso merecido.
Tudo ia incrivelmente bem, eu estava terminando ali e estava feliz por finalmente poder ir para casa, quando senti um palpitar estranho, seguido de uma agitação interior vinda do que eu conhecia ser meu lobo e estranhando essa sensação, eu imaginava a insônia e a dor de cabeça que isso me daria e que provavelmente iria atrapalhar meus planos de dormir até o mundo acabar. Ou amanhacer o que é mais provável.
Me chamo Jeon Jungkook e sendo um alfa de vinte e dois anos com alguns sonhos meio clichês mas sinceros, trabalho no mercado de um amigo de dia e canto em um bar a noite algumas vezes por semana pra tentar sobreviver.
Atualmente só trabalho - o que justifica os dois empregos -, eu queria fazer faculdade e cursar música, algo que eu sempre sonhei para mim, mas eu não ingressei pois meu pai foi totalmente contra. Acredito que como todo pai ele queria que eu fosse um advogado, um médico ou "algo que desse dinheiro e honra para a família" nas suas próprias palavras.
Ele só não entendia que este era o sonho dele e não o meu. Na verdade não era só isso que ele não entendia.
Eu ainda morava com ele e minha mãe quando contei que iria usar minhas economias para aplicar no curso de música, mas ele surtou como sempre fazia e disse que não iria permitir e que não ia sustentar nenhum vagabundo.
Brigamos feio naquele dia e então a única coisa que me restou a fazer foi pegar minhas economias e ir embora de casa deixando minha mãe, mas ela também não ficou lá por muito tempo.
Algo aconteceu e quase um ano depois que eu sai de casa ela veio até mim e meu irmão dizer que tinha se divorciado e que estava indo para o Japão por tempo indeterminado. Nós a questionamos sobre o que havia acontecido, porém ela não nos disse nada.
Desde que isso aconteceu, Hoseok - meu irmão mais velho - o único que ainda mantinha certo contato com meu pai, temendo o quê ele tivesse feito cortou todos os laços com ele, comprando uma casa com o namorado, que ficava mais perto de seu emprego; mas ainda conversávamos com nossa mãe, vendo e nos orgulhando de suas conquistas como escritora.
Eu ainda não tinha conseguido passar no vestibular para meu tão sonhado curso, pois devido ao emprego diurno e noturno, o único tempo que tenho de folga eu uso para descansar e as vezes compor. E por mais que ainda não tenha dado certo, eu não desisti, ainda vou fazer minha faculdade e dar muito orgulho a minha mãe, claro que quando eu passar no vestibular, que é um dos motivos de eu não estar estudando. Aquele negócio não é do bem, pode ter certeza.
Eu estava cansado, não aguentava mais carregar aquelas malditas caixas e ficar recolocando os produtos nas prateleiras, mas pelo menos não estou no caixa o que é mil vezes pior. Sério, não existe nada pior do que ficar no caixa recebendo flertes de cada cliente que você atende.
É certo que socialmente eu sou considerado uma pessoa bonita, eu também acho isso e é certo também que tem gente que acharia o máximo e sentiria como se o sol nascesse do próprio pau estando no meu lugar mas, eu não, por questão de conforto. E ficar no caixa com um monte de gente te tratando como um pedaço de carne ou uma piroca ambulante, não é nada confortável.
Nunca gostei desse tipo de atenção e bem, algumas coisas aconteceram para me fazer pensar assim. Agora gosto de pensar que futuramente vou encontrar alguém com quem irei partilhar a vida e ser somente dele. Marcá-lo, casar, ter uma casa só nossa, filhos e envelhecer ao lado dele, que nem nas histórias que minha mãe contava para mim e meu irmão mais velho. Sei que nem tudo é um conto de fadas, mas eles nos dão esperanças e o que seria de nós sem esperança?
— Jungkook? Já está termindando? — ouço a voz de Jongin e logo me viro, vendo-o aparecer com mais duas caixas de massa de macarrão, que eu sabia para que seriam.
— Estou sim, na verdade já terminei... Por quê? Prescisa de algo? — Pior pergunta que eu fui fazer.
— Ah sim, você poderia repor essas caixas pra mim? Por favor, são as últimas. — Ele pediu educadamente e eu aceitei. Fazer o quê, eu presciso do emprego, então logo peguei ambas as caixas, dando as vazias para que ele as levasse para fora, enquanto eu ia para a sessão de massas.
Kim Jongin é um ótimo amigo, ele e o marido dele, Kyungsoo, praticamente me acolheram desde que eu vim para esse bairro, quando sai de casa buscando uma vida bem longe do meu pai. Ele e Kyungsoo me ajudaram muito, inclusive a conseguir um apartamento com um bom preço e até que bem perto daqui, em um bairro residencial não muito bom, mas que dava para pagar.
— Mas e aí papai? Como se sente com um bebê a caminho e tudo mais? — Perguntei interessado, vendo um sorriso brotar no rosto do meu hyung.
— Estou feliz, ansioso, preocupado... É uma mistura louca de sentimentos, sabe? Mas eu estou muito feliz. Soo também está, embora esteja preocupado por conta do que aconteceu... Fazia tempo que eu não o via sorrir desse jeito. — Continuou sorrindo falando do esposo. Era visível a sua animação, tanto que ele quase bateu em uma pilha de papel toalha da sessão de cozinha enquanto contava animado que esperava que o bebê fosse um ômega.
Kyungsoo estava grávido de dois meses e a barriga já estava crescendo, assim como a felicidade de ambos. E eu também estava feliz, afinal além de meu chefe, Jongin era um grande amigo, um dos melhores. E os via como uma inspiração, eles eram literalmente o meu conceito de casal perfeito, embora todas as brigas cotidianas e ameaças de morte que faziam deles um casal tão excêntrico e adorável.
— Fico feliz por vocês. E ele está bem? Digo o Kyungsoo hyung? — Perguntei, afinal Kyungsoo pode ser um tanto difícil, por assim dizer. E estando ele grávido eu temia pela vida do meu amigo.
— Ah sim, ele está bem. Quer dizer, ele está preocupado assim como eu e também não é pra menos depois de tudo o quê aconteceu, mas estamos bem... — Sorriu simples, um tanto triste ao parecer se lembrar então, sorri junto em sinal de apoio.
Finalizando aquela conversa logo ele seguiu com seus afazeres e eu segui até a sessão de massas, abrindo uma das caixas começando a colocar as massas na prateleira. Em questão de poucos minutos, logo eu já havia terminado a primeira caixa, eu estava na metade da segunda quando senti um cheiro doce e diferente no ar, algo parecido com morango porém bem mais agradável, algo que eu poderia jurar nunca ter sentido na vida.
Era de um ômega obviamente, mas isto não explicava a inquietação e os palpitares vindos do meu lobo, do mesmo jeito que senti hoje mais cedo, mas se pudesse apostar diria que aquilo era bem mais intenso. Em questão de segundos meus pensamentos foram interrompidos ao que pude ouvir passos rápidos e quando olho para o início da fileira, noto o dono do cheiro que me encantou anteriormente e que acabara de me encantar novamente agora.
Como eu já imaginava ele era um ômega, tinha cabelos loiros meio ondulados e uma feição angelical, era um pouco mais baixo que eu e parecia adorável com aquele moletom enorme embora estivesse todo suado. Ele era tão lindo, não sei se era por sua beleza ou por seu cheiro intenso e deverás agradável que estava me deixando tão vidrado mas, sua presença era algo que me instigava demais, a ponto de não conseguir desviar o olhar.
Meu lobo também não ajudava em nada, eu me sentia quente como se meu cio estivesse próximo, era como se a todo tempo meu lobo tentasse tomar o controle sobre mim. Era algo estranho, nunca tinha acontecido algo assim comigo em todos os anos que tenho os períodos e a presença daquele ômega tornava ainda mais difícil para mim voltar ao foco. Demorou um pouco, mas logo voltei ao automático, colocando as últimas embalagens de massa na prateleira enquanto ele parecia buscar algo na sessão de lámen de carne e não encontrando o que tanto procurava ficando irritado e começando a revirar tudo. Entretanto ao meu ver ele parecia cada vez mais adorável.
— Ei? você?! Pode para de ficar babando pelo meu corpo e fazer o favor de me ajudar? Eu sei que eu sou gostoso, mas já tá fazendo uma poça de baba aí no chão... — Ele disse visivelmente irritado me surpreendendo. Não era comum ômegas agirem daquela forma, quer dizer pelo menos ao ponto de vista da sociedade, até porque eu conhecia alguns que realmente fugiam deste padrão, como era o caso de Kyungsoo e do meu cunhado, que não tinha nenhuma papa na língua.
Tentando parecer simpático eu sorri para ele, finalmente olhando diretamente em seus olhos sentindo algo estranho tomar posse de mim. Foram apenas alguns segundos pelos quais ficamos presos àquele olhar, mas eu pude sentir que por muito pouco, meu lobo não me controlou, e cada vez mais eu temia as sensações que apenas a presença dele estavam exercendo sobre mim. E parecia que ele estava na mesma situação, corando e ficando sem jeito mesmo após sua fala, me olhando como se estivesse surpreso, não estava muito diferente de mim.
— E você é bem convencido, o que está procurando baixinho? — Perguntei sorrindo, saindo de meu pequeno transe, me aproximando e vendo-o me olhar um tanto irritado.
— Lámen, de frango apimentado. — Disse demonstrando desinteresse e eu arqueei minha sombrancelha, rindo incrédulo. Não podia ser sério. Eu olhei para cara dele e para o lámen que ele tanto procurava à uma prateleira acima da que ele destruía com um humor visível, menos para ele que não gostou muito e ficou ainda mais irritado aparentemente. — Qual é a graça? Tenho cara de palhaço agora?
Disse irritado e eu senti uma enorme vontade de rir. De certa forma ele me lembrava Kyungsoo quando bravo, embora fosse menos agressivo, e também de certa forma eu me sentia bem perto dele, por mais que não o conhecece.
Senti uma leve tontura ao que me aproximei mais dele, por conta do seu cheiro que fazia meu lobo tentar assumir o controle, por pouco não retomei a mim. Não era normal um ômega estar com os ferônimos tão fortes assim sem estar no cio, era? Passando por trás dele eu me agachei e ainda achando um pouco de graça, ergui seu rosto para lhe mostrar a prateleira acima.
— Olha, de palhaço você não tem cara, você está mais para um anjinho, um anjinho resmungão e cego. — Respondi rindo e vi seu rosto delicado ficar vermelho em raiva.
Rapidamente me levantei, até porque se ficasse ali, acabaria ficando fora de mim e meu lobo acabaria o atacando. O cheiro dele realmente estava muito forte, quase tão forte quanto o de um ômega no cio e aquilo estava me deixando cada vez aturdido e preocupado, mas um ômega neste estado e no cio não estaria e nem deveria estar fora de casa, certo? Ele seria praticamente feito de alvo para algum alfa desgraçado que quisesse se aproveitar.
— Se precisar de ajuda pra achar a saída me chame. — Disse por fim, me virando uma última vez, pegando as caixas agora vazias antes de ir embora com um sorriso idiota no rosto. Aquele ômega tinha me animado de uma maneira quase inacreditável, tanto que nem lembrava mais que estava cansado, principalmente meu lobo que parecia saltitar de alegria querendo muito voltar para aquele corredor e ver novamente aquele ômega. Nem que fosse para irrita-lo.
E eu estava tão concentrado em guardar a imagem daquele ômega em minha mente, que acabei batendo minha cabeça na porta do armazém, dando motivos para que Baekhyun que estava ali arrumando algumas entregas rir da minha situação.
— Puts, cuidado com a testa. Quem mandou ficar andando por aí rindo que nem um idiota. — O beta disse rindo enquanto contava algumas caixas que haviam chegado.
— Cala a boca e termina o quê você está fazendo, Baekhyun. — Disse rindo. Obviamente não estava irritado de verdade, eu ainda pensava no ômega e nem percebi que estava realmente sorrindo como um idiota, até Baek dizer.
— Ih, essa cara aí...
— Que cara? — Perguntei colocando as caixas vazias no chão.
— Cara de trouxa apaixonado, sabe? É a mesma cara que o Chanyeol fazia pra mim quando a gente se conheceu. — Falou me olhando com cara de quem insinuava algo.
— Quem quê está apaixonado aqui? Você né? — Disse devolvendo a pergunta, mas com a figura do loiro voltando a minha mente. Tá, talvez eu realmente tivesse gostado dele ou melhor, meu lobo gostou, não que eu não tivesse gostado também mas, argh... Não sei. Aquilo que aconteceu foi estranho, nunca havia sentido esta conexão com alguém como senti com ele, se é que posso chamar isso assim. Em fim, acho que nunca mais voltarei a vê-lo.
— Fala sério Jeon, conheço essa cara. Só que em todos esses anos eu nunca pensei que você fosse ficar desse jeito. Na verdade, nunca pensei que te veria deste jeito. — Falou com uma careta impressionada, pendurando a prancheta na parede e olhando para o próprio relógio. — Já acabou o nosso turno, nós podemos ir embora. Quer uma carona? Chanyeol vai vir me buscar.
— Não precisa hyung, eu estou de bicicleta. — Disse saindo me despedindo do Byun enquanto retirava o avental, indo coloca-lo no pequeno armário da sala dos funcionários.
Rumando a saída eu me despedi de Jongin e de Kyungsoo que estavam no caixa, aparentemente discutindo sobre algo que parecia os preocupar. Pegando minha bicicleta, até então acorrentada no estacionamento, fui indo rumo ao meu apartamento que não ficava tão longe do meu serviço o que era uma grande sorte, e como hoje é quarta eu não tenho turno no bar, então poderia ficar em casa, assistir alguma coisa, comer o bolo que eu comprei ontem e descançar.
Eu andava distraído e já estava perto do meu apartamento que era apenas nove quadras a frente, quando passei a sentir novamente o cheiro que havia me cativado de forma tão intensa no mercado.
Era ele.
Senti que ele estava perto, entretanto continuei seguindo meu caminho vendo até onde seu cheiro iria, quando por curiosidade olho para uma rua de descida que era de onde os ferônimos vinham com mais intensidade, mas fiquei estático ao me deparar com a cena diante de meus olhos.
O mesmo ômega do mercado, caido na calçada.
Era óbvio que algo havia acontecido, então as pressas larguei minha bicicleta lá mesmo e fui ao seu encontro. Assim que cheguei mais perto o seu cheiro invadiu minhas narinas e quase sai do controle, ele estava entrando no cio e agora isso era óbvio, se contorcia e seu cheiro se tornava cada vez mais forte. Eu estava quase fora de mim mas eu precisava me conter de todas as formas possíveis e ajudá-lo, afinal ali e naquelas condições ele era um alvo fácil para alguém mal intencionado.
— Você está bem?! — Perguntei preocupado, ficando estático ao vê-lo agora, ele tinha seus olhos em um tom violeta tão claro que era quase um branco pérola, dominado totalmente por seu lobo. Eu estava encantado e assustado, pois novamente sentia aquela estranha sensação me invadir, mas eu precisava me conter e ajudá-lo. — Calma, me passe o número do seu alfa para mim ligar para ele e...
— E-eu não tenho um alfa. — Foi o que conseguiu dizer entre arfares enquanto eu o ajudava a se sentar no chão, vendo sua sacola um pouco mais atrás, me esticando para pegá-la e sem querer deixando nossos rostos extremamente próximos, o quê me deixou imóvel.
Ele se aproximou ainda mais e em total domínio de seu lobo selou nossos lábios lentamente, me fazendo assustar pelo ato repentino, repetindo o processo várias vezes antes de em fim começar um beijo. E aquele beijo... Ah, aquele beijo foi a coisa mais estranha e mais maravilhosa que eu acredito ter experimentado. Naquele instante em que seus lábios atacaram os meus o meu lobo se acalmou, e quando eu retribui o beijo com a mesma vontade que ele todas aquelas sensações estranhas que eu senti até aquele momento se consolidaram e eu podia jurar que pude sentir a própria essência de seu lobo e porra... Agora eu havia saído do controle.
Voltando novamente a mim eu finalmente abri os olhos vendo-o em sua expressão angelical e plena. Os lábios avermelhados entreabertos se fecharam e os olhos fechados quase em deleite foram abertos já em sua coloração castanha normal indicando que assim como eu ele estava de volta a si, corando assim como eu ao ver o que fizemos.
— M-me desculpe! S-sinto muito e-eu não sou assim de verdade eu... Você pode me levar pra casa? P-por favor... — Ele pediu e logo eu assenti, disposto e decidido a ajudá-lo.
Eu não era nenhum monstro para deixá-lo ali caído e naquelas circunstâncias totalmente fora de si. Não iria "ajudá-lo" do jeito que ele precisava, mas pelo menos iria levá-lo para sua casa e dar a ele seus remédios caso ele tivesse algum, se não ligar para algum conhecido dele ou para algum vizinho.
— C-claro, a-a onde você mora? — Perguntei ainda um tanto envergonhado por tê-lo beijado e ele apontou para um prédio rua a baixo. Eu o coloquei em pé mas vendo suas pernas fraquejarem pedi para que ele subisse em minhas costas o que após certa relutância, ele fez. Nem parecia mais o ômega reclamão que conheci no mercado.
Peguei minha bicicleta que não estava tão longe e coloquei as compras do loiro no guidão do jeito que pude. Tive que descer a rua com ele em minhas costas entretanto, não foi tão difícil, ele até que era bem leve e parecia estar cochilando, respirando contra meu pescoço me deixando em alerta, seu cheiro estava muito forte, acredito que a ponto de ser enjoativo para alguns, mas não para mim pelo menos. Os ferônimos dele não eram como o de outros ômegas ele era... único.
Chegamos rápido e ele parecia estar bem acordado, então entramos na portaria onde eu o deixei em pé próximo ao balcão me certificando de que ele estava bem, eu o deixei ali para prender minha bicicleta em frente ao prédio em um poste que iluminava a portaria, pegando suas compras e voltando para dentro afim de oferecer ajuda para subir as escadas, já que ele não estava conseguindo andar direito. Mas acabou foi que eu fui surpreendido pelo mesmo, que tirou suas chaves do bolso e me mostrou o número.
— V-você pode me ajudar a subir? P-por favor. — Foi dele o pedido e eu logo assenti em um sorriso curto, feliz por ele pelo menos não negar a ajuda que eu nem havia chego a oferecer.
Ele estava terrivelmente cansado, apoiado no balcão ele praticamente se forçava ficar em pé, quando por um descuido acabou quase caindo, entretanto eu fui rápido e consegui impedir desta vez, o segurando. Mas era impossível não achar graça na situação.
— Você está parecendo um gatinho indefeso, nem parece o cara resmungão que eu conheci no mercado. — Ri enquanto dizia, antes de pegá-lo no colo e tentando evitar tocá-lo para que não se sentisse desconfortável, cumprimentando o porteiro e começando a subir as escadas para chegar no apartamento, já que de acordo com o porteiro o elevador estava quebrado fazia alguns anos.
Já no segundo andar do prédio, logo de cara vi a porta com o número 175 indicado pela chave. Abrindo a porta sem tirá-lo de meus braços eu pude ver de relance o aconchegante apartamento. Era pequeno se fosse parar para pensar, mas para ele que aparentemente morava sozinho parecia enorme.
Era um lugar confortável e bem arrumado por sinal.
Eu sentia que ele estava cada vez mais febril então mesmo sendo tomado por seu lobo ele apontou para uma porta onde súpus ser o seu quarto então, o levei até lá, abri a porta e o coloquei na cama espaçosa do quarto tão organizado quanto a própria casa, retornando ao outro cômodo onde coloquei as compras na península da cozinha, voltando rapidamente ao quarto e perguntando se ele estava bem, mas não obtive resposta o que me preocupou.
Me aproximando um pouco mais da cama eu perguntei se ele queria que eu buscasse seus remédios, perguntando onde eles estavam, pois não o deixaria morrendo de dor ali.
Mas o que aconteceu foi que ele se levantou de modo brusco me assustando ao reparar na coloração lilás que ocupava rapidamente toda sua íris, ele então me puxou com força, atacando meus lábios com afinco e de forma faminta me fazendo cair por cima dele, vendo seus olhos se tornarem cada vez mais pérolados.
Não sabia dizer se aquilo havia sido um erro, mas quando notei eu já estava correspondendo ao beijo de forma tão necessitada quanto ele, sem possuir nenhum controle sobre minhas ações. Não sei porque fiz isso, mas por um pequeno descuido meu lobo tomou posse de mim e quando vi, eu estava dão descontrolado quanto ele.
E literalmente, agora não era só ele quem estava fora de controle.
❤🌈❤
Esses dois pontos de vista da história só acontecem nesses dois primeiros capítulos, ok? Pra explicar o rolo todo no ponto de vista do Jimin e do Jungkook. Deixem um fav pra tia ficar feliz⭐
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