Acaso ou Destino?

Eu não tenho tanta certeza se vai dar para atualizar de uma em uma semana certinho mas saibam que todos os capítulos vão voltar em seu tempo...

É uma promessa.

Boa leitura :)

❤🌈❤

Pov's Jimin

Eu nunca pensei que sábado pudesse demorar tanto a chegar.

Na quinta-feira foi quase uma missão impossível desviar e ignorar todas as perguntas nada discretas de Seokjin e Mark sobre meu pescoço. Até o Chanyeol estava curioso, provavelmente para fofocar com o namorido dele mais tarde, já que é conhecimento popular que eu não saio com ninguém a um bom tempo. Como se eu fosse contar.

Nota mental: independente da gola do seu moletom, nunca saia de casa sem um corretivo. Principalmente se você por um acaso bater o pescoço no corrimão de uma escada ou for chupado por um cara com possível tara em pescoços.

Na sexta até que foi de boa - mesmo que o tempo pareça não ter passado tão rápido quanto eu gostaria - eu já tinha aprendido minha lição do corretivo, que agora era meu fiel companheiro e eu me sentia incrivelmente bem em relação ao cio que eu acreditava ter sido "anulado" depois daquela foda. A faculdade foi o mesmo saco de sempre e o trabalho rendeu mais que o suficiente, já que fiz hora extra.

Agora, finalmente no sábado, eu sentia minha noite com Tae e os namorados dele, cada vez mais próxima. Terminando o serviço, fiz a mesma coisa de sempre, deixei meu avental no balcão, peguei minha bolsa, me despedi dos demais e fui direto para casa, comendo um donut no caminho já que estava morrendo de fome.

Chegando no apartamento eu logo fui tomar um banho delicioso e demorado, lendo as inúmeras mensagens de Taehyung que me perguntava se eu não tinha esquecido do que combinamos assim que sai. Eu secava meu cabelo enquanto procurava alguma roupa no closet, vendo as peças - a maioria dadas por Taehyung que só sabe me dar roupa de aniversário - e escolhendo uma camisa preta um tanto transparente e uma calça justa da mesma cor.

Deixei as peças separadas, indo comer e assistir alguma coisa enquanto conversava com Taehyung que digitava tudo errado já que estava fazendo "outra coisa" que prefiro não comentar. Ele disse que estava indo se arrumar e sugeriu que eu fizesse o mesmo então larguei meu celular e vesti a roupa separada o mais rápido que a minha preguiça deixou, colocando os brincos e passando um pouco de maquiagem, especialmente no pescoço e em alguns pontos visíveis pela camisa, o suficiente para não ter mais perguntas, colocando os sapatos e passando creme no cabelo molhado.

Assim que fiquei pronto, mandei uma mensagem para Taehyung perguntando se eles já estavam vindo me buscar e assim que ele respondeu que estavam chegando, peguei meu celular e minhas chaves, tranquei a porta e desci ao andar térreo para espera-los, mas não precisei esperar muito, eles chegaram até que bem rápido. De novo, Tae estava sentado no banco do passageiro ao lado de quem acredito ser Hoseok e subiu me o desânimo ao perceber quem estaria no banco de trás.

— Oi Jimin! Entra aí. — o ômega disse pondo a cabeça para fora do vidro do carro e eu o respondi, abrindo a porta de trás da caminhonete e dando de cara com o professor de filosofia ou uma versão paralela dele, quem sabe até um irmão gêmeo.

Porque era impossível aquele cara e o homem com menos de trinta e roupas de idoso que me dava aula, serem a mesma pessoa.

O cabelo continuava preto, mas diferente do habitual estava totalmente bagunçado de um jeito charmoso e ele usava bastante maquiagem nos olhos e um batom belíssimo, além dos brincos que o deixavam com um aspecto fabuloso. Suas roupas e postura eram muito diferentes das que o professor Min Yoongi que eu conhecia usava.

— Oi... Professor. — disse me sentindo meio intimidado por sua aura que estava mais intimidadora que o costumeiro, me ajeitando no banco e fechando a porta.

— Não me respeita na sala de aula e agora vem me respeitar? — falou irônico, rindo com as sobrancelhas franzidas. Me lembrei porque não gostava desse cara. — Vai Jimin, não prescisa dessa formalidade, pode me chamar de Yoongi. Fora de sala de aula eu sou apenas o namorado do Tae e do Hobi.

Sorriu simpático e eu retirei meu último pensamento, ele não devia ser tão ruim assim. Taehyung e o motorista, um alfa lúpus muito bonito de sorriso simpático e cheiro intrigante me cumprimentaram também. No caminho Hoseok se apresentou para mim formalmente e eu também me apresentei, diferente de Yoongi que tive uma péssima primeira impressão quando o conheci à um ano, gostei dele de primeira. Ele parecia ser um cara legal por mais que seu sobrenome ainda me deixasse intrigado assim como o seu cheiro que começava me parecer um tanto familiar.

— Tivemos sorte, hoje meu irmão mais novo se apresenta nesse bar, ele canta muito bem. — Hoseok comentou animado atraindo minha atenção. Então ele tinha um irmão...

Chegamos no bar logo, mas eu não acreditava que era realmente um bar. O lugar parecia mais uma boate de luxo de alta classe mas de acordo os três que já conheciam o lugar, era um bar e um bar muito bom - nas palavras de Yoongi.

Sem mais enrolação nós quatro entramos, subindo para o segundo andar do local e os três que já estavam familiarizados com o lugar escolheram uma mesa um tanto próxima ao palco que havia ali. Taehyung se sentado no colo de Hoseok ao lado de Yoongi, de acordo o ômega, era para não ficar longe de nenhum dos dois, só longe de mim. Mereço essa boiolisse.

Entediado - já que estava sentado sozinho, mexendo no celular para não ter que assistir os três à minha frente com toda aquela melação - eu mesmo sugeri para ir ao open bar e pegar uma garrafa de whisky, já que o garçom ainda não tinha vindo nos atender e logo Yoongi me pediu para pegar uma outra bebida e colocar na conta. O que foi melhor ainda pois significava que eu não teria que pagar por aquelas bebidas caríssimas.

Enquanto caminhava até lá senti meu lobo se inquietar por algo, igual a quando vi Jungkook pela primeira vez, se agitando cada vez mais, como se algo bom estivesse se aproximando.

Eu ia apenas pegar as garrafas e voltar para o meu papel de vela na mesa, quando virei, dando de cara com a última pessoa que esperava ver, mas que sentia incrivelmente feliz em encontrar ali, mesmo que não imaginasse que pudesse vê-lo novamente.

Ele parecia tão surpreso quanto eu e quase derrubei as garrafas ao notar que aquele era mesmo Jungkook e não uma ardilosa alucinação da minha cabeça. Estávamos estasionados, parados ali no meio do open bar novamente presos à aqueles segundos que duraram horas enquanto o barista que me atendeu e que limpava um copo e encarava a cena com a maior cara de "o quê está acontecendo?" possível e eu me segurava para não largar as garrafas ali mesmo e ir até ele.

Não sei quanto tempo durou, mas não devia ter sido mais de um minuto no mundo real; sei que alguém derrubou um copo de vidro, atraindo a atenção do barista, o levando a ir ver o que havia acontecido e consequentemente tirando tanto eu tanto Jungkook do transe.

Assim que dispersos do feitiço que prendia nossos olhares, nos pegamos olhando para o chão envergonhados e eu tremia em expectativas, amaldiçoando meu próprio sentimento confuso, sentindo meu rosto corar e meu coração acelerado. Maldito.

Tomando coragem para olhar de novo para ele eu me peguei sorrindo quando vi o sorriso em seus lábios, ele tinha esse efeito em mim e eu podia não saber, mas eu sentia que também tinha esse efeito nele. Era quase como se estivéssemos conectados.

— Olha só quem está aqui, em Gangnam... — comentou irônico, na implicância, colocando as mãos no bolso, se aproximando. Como um perfeito badboy de filme americano que eu sabia que ele não era.

— E olha só quem está me perseguindo. — respondi em deboche, rindo de sua fala e ele riu também, perto o suficiente para que eu pudesse sentir seu suspiro, antes de me olhar nos olhos arqueando as sobrancelhas com aquele maldito sorriso.

— Eu? Te perseguindo? Acho que está mais para o contrário... — continuou chegando um pouco mais perto e eu nem me movi, estava novamente enfeitiçado e isso era preocupante. Eu o xingaria por isso, o xingaria se a sua risada não fosse tão linda, se seus cabelos não fossem tão lindos, se sua boca e seu sorriso não fossem tão lindos, se ele não fosse tão lindo, inferno. — Eu trabalho aqui.

— Pensei que você trabalhasse no mercado do Jongin e do Kyung... — comentei confuso e um tanto desconfiado.

— Trabalho lá de dia e aqui de noite, mais especificamente as sextas, sábados e domingos, e nas quintas quando me pedem, algum problema?

— Não, nenhum problema, na verdade Jung- espera... Jungkook! Jeon Jungkook, você é o tal parente do doutor Jeon? — perguntei surpreso e ele me olhou confuso, como se estivesse lembrando de algo.

Doutor? — disse questionando minha propria pergunta e eu afirmei a informação.

— Sim, o doutor Jeon Hoseok, veterinário.

— Ah! O Hoseok, você está falando do meu irmão, eu vi mesmo que ele está aqui com os namorados. — informou-me do que eu já sabia e eu sentia todo o quebra-cabeças se encaixando. Agora tudo fazia sentido.

Ele era o irmão cantor que o Hoseok tinha mencionado ou seja, cunhado do Taehyung e que conhecia meu chefe e Mark além de trabalhar no mercado do Jongin e do Kyungsoo. Como eu nunca tinha trombado com ele antes?!

Eu ia falar algo sobre, mas o barista logo apareceu atrás dele com um balde contendo os cacos do copo de vidro anteriormente quebrado, o chamando e dizendo algo em seu ouvido que eu não consegui ouvir: — Me desculpe Jimin-ssi eu preciso ir, mas depois nós conversamos mais, ok?

Disse e eu confirmei sorrindo, ganhando outro sorriso de volta antes dele sair dali, me deixando novamente em transe vendo-o ir para algum lugar a qual o barista havia dito que ele precisava ir. Quando me vi ali, preso a sua figura me veio um baque incrivelmente real, onde eu sentia meu coração acelerado, sentia aquela coisa estranha na barriga e sabia que era totalmente afetado por ele, o quê me fez perguntar se eu estava começando a ficar apaixonado. Mas quase me estapeei, dois segundos depois vendo o quão impossível era a hipótese. Eu o conhecia fazia três dias, se apaixonar tão rápido assim ou era loucura ou era trouxice.

Saindo do meu transe que rolou enquanto eu o via ir embora - encarando sua bunda de modo nada discreto - eu peguei as garrafas de whisky e voltei para mesa onde havia copos de drinks vazios indicando que eles já haviam sido atendidos, mas não deixei de ouvir um "finalmente" dito em conjunto por Yoongi e Taehyung reclamando da minha demora.

— Hoseok... — o chamei, meio perdido em alguns pensamentos irritantes que insistiam rondar minha mente e logo ele deixou de beijar Yoongi, olhando para mim. — Acabei de ver seu irmão.

— Conhece o Jungkook? Que bom Jimin, é ótimo saber que ele continua trabalhando aqui, ele quer mesmo continuar com a música...

— Ele é lindo... — disse, sem querer o interrompendo sem prestar atenção no que acabara de falar, sentindo o olhar dos três pesarem sob mim, mas eu não liguei, nem percebi direito na verdade pois meus olhos focaram naquele que era o assunto da conversa e que no momento subia no palco.

— Ih Jiminie, pode esquecer que com o Jungkook não rola... — Yoongi quem disse, rindo um pouco alterado e conseguindo atrair minha atenção. Jiminie? Quem tinha autorizado isso?

— Não rola o quê? — questionei estranhando sua fala, olhando para o mais velho mas não tendo sua atenção que agora era voltada aos seus beijos com Taehyung.

— Bem Jimin, Jungkook é uma pessoa um tanto complicada quando se trata de relacionamentos românticos, sabe? Não sei te dizer se é um trauma que ele tem ou uma característica dele, ele nunca disse nada sobre, mas ele não é de "ficar" com ninguém e nem de se envolver em namoros... — Hoseok explicava olhando para o irmão no palco e eu ficava cada vez mais perplexo, sentindo uma confusão na cabeça, uma decepção e um peso no meu coração que só podia ser uma piada. — Quer dizer, ele colocou em mente que só irá se envolver com quem ele tiver a certeza que é a pessoa certa, o amor verdadeiro dele e eu não o julgo. Mas ele se fechou nessa bolha faz tempo e mesmo se ele atraí por alguém não investe, se sente desconfortável quando alguém dá em cima dele e do jeito que anda, ele vai acabar sozinho...

Hoseok disse um tanto melancólico pela situação e eu desanimei, encarando o copo do drink que Tae havia pedido para mim. Desviando o olhar para o palco, pude ver Jungkook que assim que notou meus olhos sobre ele olhou-me de volta e sorriu dando uma piscadela, foi involuntário o meu sorriso e a risada que veio com ele. Eu pensava em tudo o que Hoseok tinha dito e o que tinha acontecido conosco quando nos conhecemos tentando achar uma resposta, me sentindo um pouco mal. Trocávamos olhares indiscretos que conversavam entre si sem uma palavra se quer, fazendo-me sentir bem melhor, sem notar o olhar confuso dos outros três sob nós dois.

Eu não entendia o quê tudo aquilo ali queria dizer, aquele sentimento na boca do estômago e todas aquelas sensações desde que nos conhecemos e... Desde que aquilo aconteceu. Eu não sabia dizer o quê estava acontecendo e de certa forma que eu não sei explicar, sabia que ele também não saberia dizer, mas me sentia ligado a ele.

Eu tentava me sentir culpado e desconfortável com o fato de Hoseok ter dito que Jungkook se comprometera a não ter nada com quem não fosse a pessoa certa e me sentia de fato, mas ao mesmo tempo que sentia isso não conseguia me sentir realmente culpado por transar com ele e sentir tudo aquilo por ele. Eu me sentia ótimo e era isso que estava fazendo eu me sentir mal.

Estava confuso e em confronto comigo mesmo, mas todos aqueles pensamentos foram embora quando Jungkook pegou aquele microfone e começou a cantar.

❤🌈❤

Pov's Jungkook

Eu mal havia chegado no bar para o trabalho mas já conseguia ver a movimentação.

Passando pelo estacionamento dos clientes, a caminhonete que eu conhecia bem chamou-me a atenção e logo concluí que Hoseok estava ali, provavelmente com ambos os namorados, Yoongi e Taehyung.

Eu prendia minha bicicleta no estacionamento como de costume e já iria entrar e me aprontar para o trabalho quando senti aquilo: a mesma palpitação estranha e a mesma agitação incomum do meu lobo que sentira no mercado, há três dias atrás quando conheci Park Jimin. E desta vez acompanhada de um nervoso incomum e de uma agitação no estômago só da probabilidade dele estar ali.

E eu poderia estar ficando louco e alucinando coisas mais eu podia jurar que aquele aroma suave de morango que me trouxera todas as sensações possíveis e que experimentei junto ao meu, era dele. Mas como eu disse, só poderia estar ficando louco.

Era mínima a possibilidade de nos encontrarmos de novo, fora que nem ao menos eu saberia como agir se nos víssemos novamente.

Nesses três dias que se passaram desde o incidente do mercado eu não consegui tira-lo da cabeça nem por um segundo sequer. Pensei que fosse por eu me sentir estranhamente atraído por ele, desde a primeira vez que o vi ou por tudo o que aconteceu depois - já que bem, eu não transava há um bom tempo. Mas logo percebi que não era isso.

Toda vez que pensava nele eu suspirava, sorria feito trouxa e tinha todo aquele combo de sensações que tive na primeira vez, meu lobo ansiava por ele e eu me sentia ansioso só de pensar em seu nome. Não diria que era paixão, mas algo havia acontecido e eu precisava vê-lo de novo, mesmo que fosse apenas para comprovar que eu não estava ficando louco.

Mas pelo visto eu estava mesmo beirando a loucura, pois conforme eu ia até o open bar pegar uma água antes de começar eu sentia seu cheiro ainda mais presente e só podia estar alucinando quando vi a figura loira e belíssima ali, segurando duas garrafas de bebida.

Meu coração só faltou sair pela boca, meus olhos estavam vidrados e quase fui até ele por impulso mas me contive, era muito melhor observa-lo daqui. Ele era lindo demais até para ser real e eu estava totalmente hipnotizado por ele naquela estranha conexão em que estávamos presos.

Minhas mãos suavam, eu tremia em ansiedade e aquela sensação insistia em continuar a me perseguir dizendo "você está apaixonado pelo ômega irritadiço e bonito que conheceu enquanto trabalhava, não adianta negar..." e realmente, quanto mais eu negava mais fodido eu me sentia. Eu estava literalmente louco.

Aquilo poderia ter demorado uma eternidade que eu não me cansaria de olha-lo e tentar decorar cada traço de seu rosto, mas teve que acontecer, alguém tinha quebrado um copo de vidro e Daniel - que estranhava toda a situação entre mim e o ômega - logo foi ver do que se tratava, nos tirando do transe.

Meu coração acelerou e quando notei estava terrivelmente corado o que me fez rir, desviando meu olhar envergonhado do chão e olhando para ele sorrindo, vendo-o sorrir também, era esse seu efeito em mim, me fazia querer sorrir só de vê-lo. O que era tudo aquilo?

— Olha só quem está aqui, em Gangnam... — ainda sorrindo me aproximei, um tanto tímido mas querendo diminuir aquela maldita distância que me impedia de vê-lo de perto, ficando mais perto que o necessário e não sendo reprimido por isso.

— E olha só quem está me perseguindo. — respondeu rindo e logo eu ri também, arqueando as sobrancelhas. Adorava essa acidez dele.

— Eu? Te perseguindo? Acho que está mais para o contrário... — respondi rindo, me aproximando um pouco mais e pude ver certa irritação dele. Mais em minha cabeça eu não via outra coisa a não ser seus lábios. — Eu trabalho aqui.

— Pensei que você trabalhasse no mercado do Jongin e do Kyung... — disse desconfiado, intercalando seu ohar entre meus olhos e minha boca. Ele estava naquela mesma confusão que eu.

— Trabalho lá de dia e aqui de noite, mais especificamente as sextas, sábados e domingos, e nas quintas quando me pedem, algum problema?

— Não, nenhum problema, na verdade Jung- espera... Jungkook! Jeon Jungkook, você é o tal parente do doutor Jeon? — questionou-me, parecendo confirmar aquilo e eu franzi o cenho... Doutor?

Doutor? — questionei sua pergunta e ele afirmou.

— Sim, o doutor Jeon Hoseok, veterinário. — mencionou, praticamente iluminando minha memória. As vezes eu me esquecia que Hoseok era veterinário e que veterinária era um tipo de medicina. Não converso muito sobre a profissão do meu irmão como podem ver.

— Ah! O Hoseok, você está falando do meu irmão, eu vi mesmo que ele está aqui com os namorados. — mencionei e no momento em que disse isso, sua mente pareceu se iluminar. Então ele conhecia meu irmão? Interessante, talvez conhecesse Taehyung e Yoongi também e por isso estivesse ali. Eu poderia continuar ali e conversar com ele a noite inteira se Daniel não tivesse aparecido, me chamando para iniciar o turno. Mas pela primeira vez em muito tempo eu me sentia ansioso para cantar e eu queria que fosse especial, pois Jimin estava ali. — Me desculpe Jimin-ssi eu preciso ir, mas depois nós conversamos mais, ok?

Expliquei para ele, vendo-o assentir com um sorriso que me roubou palpitares e quando percebi, eu estava fodidamente apaixonado. Saindo dali, eu olhei para trás vendo-o seguir para sua mesa e uma composição veio a minha cabeça e para mim ela fazia muito sentido.

Quando eu era pequeno minha mãe escreveu um livro para mim e para Hoseok e lia ele todas as noites antes de irmos dormir. Era a história de dois lobinhos que no dia que se conheceram sentiram uma alegria tão grande que souberam no mesmo instante que seriam amigos para sempre.

A metáfora para almas gêmeas era óbvia e o livro sempre me inspirou e me deu esperanças de que o amor existia, mas que deveria ser encontrado, e eu tinha certeza que quando encontrasse meu grande amor, sentiria a mesma euforia que aqueles lobinhos. E sinceramente eu nunca soube de verdade o que era estar apaixonado mas também, eu nunca tive tanta certeza de que estava quanto naquele momento.

Assim que subi ao palco, arrumando o microfone e vendo se a aparelhagem de som funcionava como deveria, senti um olhar meigo sobre mim e olhando para uma mesa um tanto próxima pude ver Jimin, sentado junto do meu irmão, Taehyung e Yoongi. Inevitavelmente sorri, lançando uma pequena piscadela que o fez sorrir, mas seu olhar logo se tornou um tanto perdido e preocupado.

Minha vontade era de descer dali e perguntar o que tinha acontecido, meu lobo praticamente implorava para que eu o fizesse mas me conti. Eu perguntaria à ele depois.

— Boa noite a todos e a todas que estão aqui essa noite. — disse me aproximando do microfone e da plateia ganhando sua atenção, mas não à de quem eu queria. Jimin continuava encarando o nada. Mas meu olhar continuava fixo nele. — Sejam todos muito bem vindos. Esta noite, gostaria de dedicar essa música a alguém. Eu, não sei muito sobre ele, mas estou disposto a conhecê-lo. Só sei que ninguém me fez me sentir assim... Eu nunca pensei que fosse cantar essa canção, mas ao ver você, mesmo que tão pouco, pude ter certeza que era você a causa da minha Euphoria.

Dizia enquanto os acordes da música de minha autoria, feitos no arranjo por Junmyeom começaram a tocar. Eu olhava para Jimin atentamente e me sentia calmo, eu tinha certeza que havia composto aquela música para ele e somente para ele.

neoneun nae salme dashi tteun haetbit
eorin shijeol nae kkumdeure jaerim
moreugesseo i gamjeongi mwonji
hokshi yeogido kkumsogin geonji — enquanto cantava, meus olhos iam apenas de encontro com ele. E assim que as palavras sairam de minha boca, seu olhar perdido veio ao meu encontro, mantendo o contato visual comigo, me acalmando daquele nervosismo que sempre vinha quando cantava.

Quando eu havia a composto, estava totalmente desolado, traído e indefeso. Sentia que nunca mais poderia confiar meus sentimentos a alguém. Foi quando encontrei o velho livrinho caseiro, escrito pela minha mãe e reacendi minhas esperanças. Eu encontraria alguém e ele seria minha euforia.

E eu nunca estive tão certo.

Finalizei a música, ainda com os olhos presos no loirinho que sorriu pequeno para mim, o que me arrancou um sorriso pois seu sorriso era mais gratificante que todas as palmas de todos os presentes. Depois da música, cantei outras três mais calmas, eram covers mas não deixei de mostrar minha performance e então após a última música, me despedi da platéia que agora aplaudia Junmyeom que subia ao palco com um cover que ele adorava cantar enquanto eu ia até a mesa onde Jimin, meu irmão e os outros estavam.

— Boa noite, gente... Como está o atendimento? — digo me referindo a todos, me juntando a eles na mesa, me sentando ao lado de Jimin enquanto era cumprimentado por Yoongi, Tae e Hoseok, vendo o ômega ao meu lado meio quieto, enquanto eu colocava um pouco de Whisky em um copo de shot, recebendo um olhar reprovador de Hoseok.

— Já vai beber? Você não têm que trabalhar? — Hoseok me perguntou franzino as sobrancelhas tomando um gole de seu drink sem álcool, porém mais concentrado em ver os namorados se beijando.

— Hoje tem eu, o Junmy, a Mi-ha e o cara novo para os turnos de canto então eu só preciso cantar o primeiro tempo. — disse vendo Hoseok assentir. Logo levei meus olhos para Jimin que ainda parecia um tanto perdido, cabisbaixo.

Por impulso segurei a mão dele, chamando sua atenção e assim que ele me olhou, perguntei se estava tudo bem, mas não tive resposta. Ele apenas ficou em silêncio e não demorou para que ele anunciasse que iria tomar um ar, saindo dali e me deixando em um dilema de segui-lo e ver se realmente estava tudo bem, o que eu fiz, deixando os três - que estavam totalmente alheios a situação - continuarem aos beijos.

Eu estava em seu encalço e vi ele virar para a sacada que tinha ali e que não tinha muito movimento no momento por conta do ar gelado que a cortava. Ele estava ali, quieto, debruçado na quina do parapeito da sacada apreciando a vista enquanto brincava com um pequeno ramo dos arbustos que cercavam o ambiente para dar um pouco de cor a madeira negra do chão e dos parapeitos. Era lindo de se ver.

— Jimin? — o chamei dando dois passos em sua direção, mas ele sequer olhou para trás. — O quê houve?

— Não é nada, Jungkook. — respondeu ainda sem olhar para mim, seu foco era apenas na vista dos prédios iluminados mas eu sentia sua magoa e aquilo pesou em meu peito. E disposto a saber o que estava acontecendo, fui até ele também me debruçando sobre o parapeito lhe observando, vendo que ele se negava a me encarar embora quisesse. Outra coisa que jamais saberia o porquê que eu sabia...

— Sei que não somos amigos nem nada do tipo, mas sei que até uns trinta minutos atrás nós estávamos numa boa e agora você não me olha nos olhos... O quê aconteceu? O idiota do meu irmão te disse alguma coisa? Não gostou da música que eu cantei para você? É o seu cio? Você está passando mal?

— Minha nossa, como você fala! — revirou os olhos irritado, finalmente ficando de frente comigo, me olhando nos olhos e amanssando sua expressão que estava novamente perdida, desta vez em mim, que não estava diferente. — Não é nada disso, é que... Nós transamos.

— Sim, algum problema? Foi ruim? Eu fiz algo errado? — pergunto, receoso por talvez ele ter se lembrado de algo que eu não me recordava, sentindo-me aliviado quando ele negou.

— Não é isso, é que você devia ter me dito que havia um problema em nós termos passado meu cio juntos... — disse, mas eu não entendi. — Hoseok me disse que você estava esperando pelo amor da sua vida e e-eu realmente queria sentir muito p-por nós termos passado aquela noite juntos m-mas desde aquela noite eu não consigo te tirar da porra da minha cabeça! E isso é um puta de um problema porque você não queria se envolver com ninguém e...

— Eu também não consigo te tirar da cabeça. — disse lhe interrompendo. Dava para ver o quanto aquilo estava o deixando intrigado, da mesma forma que me estava intrigando e o quanto ele parecia estar sem conclusão alguma. Exatamente como eu.

— N-não? — disse parecendo confuso, aliviado e surpreso. Tudo ao mesmo tempo.

— Não, eu não posso te dizer que sei o que aconteceu aquela noite mas, eu sei que aquilo não teria acontecido se não tivesse que acontecer, nossos lobos quiseram e eu acho que eles tem um motivo...

— Eu não sei o quê é isso, Jungkook.

— E eu muito menos... Sei que você está tão perdido quanto eu mas, não vamos tentar dar um nome para isso assim tão rápido, as coisas podem ser diferentes... Mas te garanto que, estou fascinado por você desde que te coloquei os olhos, enquanto você destruía aquelas prateleiras. Gostei de você. — disse, rindo ao vê-lo corar antes de me dar um leve soco no ombro rindo, ambos nos aproximando, não sentindo o incômodo do vento gelado.

— Se continuar a me deixar envergonhado assim o soco vai ser de verdade, pode anotar. — mencionou e eu ri logo parando, vendo sua expressão se fechar novamente. — O quê te fez se fechar? Sabe, para os envolvimentos amorosos? Claro, se quiser me contar...

Questionou-me e eu olhei para o horizonte antes de lhe responder, sentindo um pouco de seu olhar fixo em mim que me aquecia daquele vento.

— Eu namorava uma garota há um pouco mais de dois anos. Eu entreguei meus sentimentos a ela mas ela só me usou, e no fim eu fui traído. Ela se aproveitou da minha devoção a ela e ao nosso relacionamento, do amor que sentia por ela e me traiu. Eu fiquei inseguro e não consegui confiar meus sentimentos à ninguém, não até você aparecer, sinto que tudo com você é diferente...

— Também sinto isso. — ele disse. Não notei quando nos aproximamos tanto, só sei que foi involuntário a minha mão descer até a sua cintura, o deixando ainda mais perto. Ato que não foi reprimido por ele, que colocou uma de suas mãos em meu ombro, olhando-me nos olhos. — Sei bem como é ter sua confiança traída por quem você acreditava te amar, tive uma experiência bem parecida, então eu meio que sei como você se sentiu, e sei como se sente agora em relação a nós... As coisas começaram estranhas entre a gente não?

— Sim... Mas não posso dizer que não quero que elas continuem. — respondi, ouvindo as batidas de Thinking Out Loud performada por Junmyeom ao fundo.

— Nem eu... — respondeu, assim como eu, totalmente envolto a música, nos movendo conforme a música tocava, totalmente presos no olhar um do outro, conversando com os olhos. Nossas respirações se encontravam e então, envoltos naquele estranho sentimento um beijo deu-se início ali.

Logo sua mão em meu ombro subiu para meu pescoço acompanhada da outra que juntas arrepiavam-me por inteiro enquanto exploravam minha pele e sua língua as nossas bocas, nos trazendo a tona sensações que juntos nossos lobos haviam explorado naquela noite. Não sabíamos onde aquilo nos levaria mas estávamos dispostos a descobrir. Era um beijo intenso, doce e quente que estávamos envoltos e tanto as minhas tanto as suas mãos já não se mantinham mais quietas. Já o frio? Era inexistente.

Teríamos dado continuidade ali mesmo se não fosse pelo susto que levamos ao ouvir o som do quebrar de um copo e olhando para a porta encontramos Hoseok com uma cara de surpreso impagável enquanto intercalava o olhar entre nós e o copo quebrado ao chão.

— Porra... — ele disse olhando para o copo incrédulo. — Eu pensei que a cerveja era sem álcool mas parece que tô vendo coisas...

Quer ir para outro lugar? — sussurrei em seu ouvido vendo-o assentir em um sorriso sugestivo, me estendendo a mão para que eu a segurasse, o levando para dentro e passando por um Hoseok incrédulo, dando-lhe dois tapinhas no ombro.

Passamos novamente pela mesa onde Taehyung estava totalmente bêbado, falando algumas coisas sem nexo um tanto alto e rindo com Yoongi que estava tão bêbado quanto, mas não nos notaram. Junto com Jimin fui até uma salinha onde os funcionários guardam suas coisas, continuando o beijo interrompido, mas não demorou para que fossemos além dos beijos e toques e eu meio que furtasse uma camisinha da bolsa de Daniel, prenssando-o na parede numa foda rápida e deliciosa, inerte em tesão enquanto o mesmo me beijava afoito, descendo e subindo no meu colo, gemendo conforme eu estocava dentro dele nos levando ao ápse, novamente aos beijos, sentindo tudo o que havíamos sentido há três noites atrás ainda mais intensamente.

E a vergonha momentânea que me subiu assim que saímos dali sendo encarados tanto por Junmyeom tanto por Daniel, desaparecia completamente quando Jimin sorria, pegando a minha mão e sugerindo que tomassemos alguma bebida.

Passamos a noite conversando sobre tudo e nada, bebendo e nos beijando, até que Hoseok - a única pessoa sóbria ali - nos chamou para irmos para casa. Não que eu quisesse, estava tão bêbado que poderia ficar ali com Jimin até o amanhecer, só fomos mesmo porque o mais velho insistiu, levando alguns resmungos meus e alguns xingamentos de Jimin, que se embolava todo falando de tão bêbado, rindo a toa, principalmente quando me beijava falando besteiras e entre outras coisas no meu ouvido.

E mesmo dentro do carro, com Taehyung adormecido e Yoongi resmungando com Hoseok no banco da frente, continuamos aos beijos, bêbados o suficiente para não nos importarmos com quem visse. Assim que chegamos no apartamento dele, Jimin me pediu para que fosse com ele e que repetissemos aquela outra vez. E claro que eu iria, se Hoseok não me impedisse na justificativa de que "estávamos muito bêbados", em fim. Deveria me lembrar de bater nele quando tivesse a chance.

❤🌈❤

Boa dia né kkkkkk (ou boa noite vai saber)

Espero que tenham gostado desse capítulo revisado, acho que depois do capítulo três esse foi um dos que mais tiveram mudanças comparando a versão primária.

Em fim, deixem seu fav, comentem e bebam água (antes uma pedra no caminho do que duas nos rins)

Beijinhos meus amores vejo vcs no próximo capítulo😚❤

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