A verdade nua e crua.
❤🌈❤
Pov's de um Park Jimin gravidinho.
— Tá legal, nós já fomos duas vezes sem erros. Vamos lá, pode começar de novo.
— Tudo bem, eu posso fazer isso...
— Tem mesmo que dizer isso toda vez que vai começar? — perguntei não evitando rir dele. Toda vez a mesma frase, antes de começar a dizer o que havíamos ensaiado.
Era terça-feira, e após acordar do nada as quatro da manhã movido por uma ansiedade absurda, Jungkook decidiu contar toda a verdade para Hoseok. Principalmente depois de tudo que aconteceu no Parque de Diversões há dois dias.
Eu estava de boa dormindo, ignorando o barulho dos passos dele andando em círculos pelo quarto preocupado, até acordar quando ele bateu o pé na quina da cama, gemendo de dor, caindo na cama e consequentemente me acordando. Foi então que ele me contou de sua decisão e não pude deixar de me sentir orgulhoso, mas a principal preocupação dele então - além da reação do irmão - era o que falaria para ele.
E eu, como qualquer outra boa pessoa, preocupado com a situação dele, me ofereci para ajudá-lo. E então, lá estávamos nós, ensaiando há um pouco mais de uma hora e mesmo tendo decorado seu pequeno texto mental, ele ainda assim se sentia nervoso e terrivelmente ansioso.
— Jimin não ria! Isso aqui é sério...
— Eu sei que é sério! Mas por favor Jungkook, estamos nessa têm mais de uma hora! Daqui a pouco temos que levantar, se esqueceu? — disse rindo de seu adorável desespero - e quase entrando em desespero com ele -, vendo-o tapar o rosto, deitando a cabeça sobre a minha coxa, se sentindo culpado.
— Desculpa é que eu tô nervoso... O Hoseok é de longe a pessoa mais imprevisível que eu conheço, e com a minha mãe longe, ele é a única família que eu tenho aqui. — disse receoso e logo e eu sorri, fazendo um cafuné em seu cabelo e deixando um beijo sobre o mesmo, entendendo seu lado. Hoseok era importante para ele, e com tudo o que havia acontecido entre ele e o pai, Jungkook não queria acabar perdendo Hoseok também. Especialmente por ser alguém que ele amava tanto.
— Você ensaiou bastante, fica tranquilo, tenho certeza que o Hoseok vai entender.
— É o que eu espero. Eu sei que ele não é como o meu pai, na verdade ele é minha mãe dos pés a cabeça, mas eu não consigo deixar de temer a reação dele.
— Isso é normal, e também seu pai agia de uma forma horrível com vocês dois. Tenho certeza que seu irmão jamais faria da mesma forma, sabendo tudo o que ele fez para vocês dois.
— É, tem razão... — disse se levantando, tocando meu rosto e encarando meus olhos com um sorriso pequeno, me dando um beijo de bom dia que terminou com meu sorriso sob seus lábios. — Desculpa ter te acordado tão cedo com isso.
— Não tem problema Jungkook, seria pior se você ficasse aí, andando de um lado para o outro todo preocupado. E também, hoje eu saio mais cedo do café, dá pra mim dormir quando chegar.
— Tudo bem então, hoje eu vou chegar mais tarde, vou aproveitar para cobrir o turno que vou faltar agora.
— Entendi, já avisou o Jongin que não vai na parte da manhã? — digo levantando, procurando meu shorts e não encontrando ele.
— Já, só espero que o Hoseok esteja em casa. — ele diz, seguindo meu exemplo e se levantando, encontrando o que eu procurava jogado do seu lado da cama, me entregando.
— Eu confirmei com o Taehyung, a clínica tá fechada hoje por causa da dedetização, então todo mundo folgou. O bom é que foi justo hoje que você tem aquela reunião no bar com o filho do falecido dono.
— É, tem razão... Eu só espero não ser demitido, o dinheiro do bar ajuda bastante, eu ia ter que arranjar outro emprego noturno. — disse receoso. Eu duvidava bastante que esse novo proprietário iria demiti-lo, afinal o bar tinha um ótimo movimento e era muito bem falado e frequentado, fora que pelo que Jungkook disse, o filho do dono parecia não querer mudar a tradição do negócio do pai.
Ele tinha ido ao velório junto daquele ômega que cantava com ele no bar - o tal Junmyeon - para prestarem suas homenagens e darem uma mensagem de conforto para a senhora Zhang e seu filho que as aceitaram de coração aberto. Ambos estavam desolados com a morte do alfa que era um ótimo marido e pai, e segundo Jungkook foi bom ele e Junmyeon estarem lá naquele momento de despedida. O próprio filho do falecido garantiu isso.
Depois de amanhã faria uma semana que o senhor Zhang havia falecido, e o filho dele tinha enviado uma mensagem para toda a equipe que trabalhava no bar de Gangnam, para que fosse prestado uma homenagem e fosse feita uma pequena reunião, hoje na primeira parte da manhã. Então Jungkook iria para lá e depois ia conversar com Hoseok.
— Não se preocupe com isso Jungkook, mesmo se acontecer, o quê eu duvido, com sua voz e seu rostinho lindo você consegue um emprego em qualquer lugar.
— Tá bom... — respondeu em uma risada incrédula, e eu arqueei minhas sobrancelhas indignado.
— Tá achando que eu tô brincando?
— Nem um pouco, eu acredito em você. Se diz que vai dar tudo certo, eu seu que vai dar. — disse se aproximando por trás e me abraçando, enchendo me de beijos e mais beijos me fazendo corar, sentindo seus braços sobre minha cintura e suas mãos sobre minha barriga, com as minhas sob as dele. — Ele tá crescendo.
— Está sim, acho que é porque estamos indo para o segundo mês, o Kyung disse que inchou bastante quando foi pra segunda parte do primeiro trimestre. — respondi, sabendo que ele se referia ao bebê. Aos poucos meu ventre aparentava mais inchado e faltava menos de duas semanas para completarmos dois meses. E já que estávamos entrando nas sete semanas me veio uma ideia. — Hei, acho que você pode tentar sentir o cheiro do bebê, já estamos perto de completar sete semanas.
— Tem razão, mais será que a gente vai conseguir sentir algo?
— Só tentando pra saber, e também se a gente não sentir nada podemos continuar tentando, afinal eu duvido que fique imparcial por tanto tempo.
— É tem razão... — disse e sem qualquer aviso prévio me pegou no colo, fazendo cócegas, me colocando na cama e ficando sobre mim, beijando meu pescoço e meu rosto várias e várias vezes me fazendo rir, antes de descer o olhar pela minha camisa e me olhando em seguida. — Posso?
— Com certeza. — respondo e então ele ergue minha blusa, dando um beijinho na região do meu baixo ventre, afundando o rosto ali e inalando o cheiro, buscando sentir algo. — E aí?
— Acho que vamos ter que esperar mais um pouquinho, o aroma ainda está bem confuso.
— Entendi...
— Está tudo bem?
— Está sim, eu sabia que podia não ser de primeira, mas vamos continuar tentando, certo? — pergunto passando a mão pelo seu rosto e ele sorri, beijando novamente meu baixo ventre, subindo e beijando-me duas vezes, me fazendo sorrir ainda mais.
— Certo. Acho melhor a gente se arrumar né? — ele diz e eu assinto, vendo-o se levantar e me ajudando a fazer o mesmo, pegando suas coisas para tomar banho assim como eu, indo cada um para um banheiro.
Nós até tentamos tomar banho juntos para economizar tempo mas acredite, a última coisa que a gente economiza é tempo quando tomamos banho juntos. A gente acaba se distraindo, então para poupar atrasos, tomamos banho separados. Mas nada nos impedia de tomar banho juntos em outras circunstâncias.
Saindo do banho e vestidos, nós dois fomos fazer o café, o bom era que estava quase tudo pronto, já que ontem eu tinha trago Croissants e outros pães do serviço, e Seokjin tinha dado um pouco do Kimchi que a sogra dele havia feito. Então nos restava preparar um suco, já que novamente o cheiro de tudo estava me enjoando, inclusive o Kimchi maravilhoso da mãe do Namjoon, que me fez vomitar só de sentir o cheiro.
Depois do café da manhã - do qual eu só pude aproveitar meu pão com queijo, um suco e uvas frescas - nós seguimos para a faculdade, onde Jungkook me deixaria e seguiria para sua reunião, esperando pelo melhor. Até porque não tinha muito o que fazer sobre isso.
Eu só esperava que ele não amarelasse de última hora.
— Então é isso. Vamos repassar o quê você vai fazer.
— Eu vou na reunião com o novo chefe, vou conversar com Hoseok e depois eu vou trabalhar e ligo para você no horário de almoço.
— Muito bem. E lembre-se, vai dar tudo certo você vai ver, tenta não ficar ansioso com isso.
— Vou tentar. — ele prometeu, sorrindo para mim enquanto acariciava minhas costas. Abraçados ele estava encostado em um muro da entrada do campus, me beijando em despedida, uma sequência de beijos e sorrisos deliciosa que eu passaria a vida preso se pudesse.
— Tem certeza que não quer que eu vá com você? — pergunto assim que nos separamos do beijo. Assim que ele tomou essa decisão eu havia sugerido ir com ele, mas ele negou dizendo que não precisava, e que não queria me preocupar com isso. Tarde demais.
— Não precisa Jimin, eu tenho que resolver isso sozinho sabe? Na verdade eu nem sei por que estou com medo, Hoseok não é como nosso pai... Mas eu queria que minha mente estivesse certa disso. — ele diz um tanto melancólico, olhando para trás de mim onde uma caminhonete que conhecíamos bem estacionava, e dela Taehyung e Yoongi saíam após se despedirem melosamente de Hoseok que quase teve a boca arrancada pelos dois.
Dando-me outro beijo seguido de selinhos e mais selinhos, Jungkook novamente se despediu, se soltando do abraço que nos prendia e indo para a reunião, buzinando ao se despedir. Hoseok também fazia o mesmo, dando tchau para os namorados que ainda não tinham sequer atravessado.
Assim que me viu o lúpus lançou um sorriso amigável, retribuído por mim antes dele dar partida e ir para casa - acredito eu. Mas assim que meus olhos caíram sobre o professor e Taehyung do outro lado da rua, eu passei a desconfiar que algo não estava certo.
Eles sempre se despedem rapidamente, um beijo e outro; uma mão aqui e ali e selinhos, sempre o mais rápido possível para que ninguém os note ali. Mas hoje estava parecendo que eles iriam se pegar ali na frente de todo mundo mesmo, e quando a mão inconsciente do meu amigo ousou desabotoar a camisa do alfa, eu vi que era a minha hora de intervir.
— Taehyung? — chamei não recebendo qualquer resposta, então olhando rapidamente para ver se algum carro passava eu atravessei, chamando ele de novo. — Taehyung?!
Gritei, e os dois saíram daquele "transe" no susto, separando as bocas rapidamente, tentando entender o que tinha acontecido. Podia jurar que vi os olhos do Yoongi amarelados, já Taehyung não havia nem aberto os seus ainda.
— Ah, oi Jimin. — Yoongi perguntou simpático, parecia que estava anestesiado. — chegou cedo, como você está? E o bebê?
Perguntou ainda naquele efeito de anestesia que estava me dando medo. É verdade que o Min ali era bem simpático - diferente do que eu pensava antes de descobrir que ele namorava meu amigo - quando não estava de mal humor ou puto com a humanidade. Mas ali ele parecia quase chapado e eu não sou o maior fã dos estereótipos de professores de filosofia, mas ele estava fazendo jus à este.
Enquanto isso Taehyung parecia já ter recuperado os sentidos.
— É-é, eu estou bem, o bebê também, mas e você?
— Uma dor de cabeça aqui e ali mas estou bem... Te vejo depois Taetae. — disse dando um último selinho manhoso no meu amigo que sorriu todo abestalhado pelo simples toque.
Olhando o mais velho atravessar a rua e ir para a sala dos professores ele parecia estar com a mente vagando em outro lugar e se eu pudesse apostaria que ele realmente estava.
— Taehyung?! — chamei assim que tive a certeza de que o alfa não ouviria, completamente indignado enquanto ganhava a atenção do ômega a minha frente, totalmente lerdo. Ambos começando a andar até nosso cantinho.
— O quê foi?
— Vocês estão bem?
— Sim? Por que não estaríamos?
— Taehyung parece que vocês levaram uma anestesia na testa! Se eu não conhecesse vocês podia jurar que... Ah, não.
— O que foi? — perguntou assustado visto meu espanto e eu só consegui olhar para ele incrédulo. A minha suposição era muito válida, e é por isso que eu temia.
— Taehyung você... Você e o Yoongi estão com os sintomas do cio? — questionei sentindo seu aroma realmente um tanto mais forte, vendo a faceta de espanto agora ocupar seu rosto, me fazendo grudar a mão em sua testa. Ele estava quente, talvez não com febre, mas se aquilo piorar se só podia ser uma coisa. — Quando que é seu próximo ciclo?
— Mês que vêm. Relaxa Jimin, eu trago os remédios e tenho tudo sobre controle, o Yoongi também, ainda falta uma semana para o ciclo dele. Acredite ele é bem calculista quando se trata disso.
— Se você diz... Só fica de olho nisso por favor e qualquer diferença que você sentir no seu corpo, chama o Hoseok ou o Yoongi, até eu se não conseguir chamar eles, tá bom?
— Tudo bem, não precisa se preocupar...
— Impossível não se preocupar com você, é meu melhor amigo...
— Esse sentimentalismo todo vai me fazer chorar, e eu não quero chegar na minha sala parecendo que eu estava tendo uma convulsão. — ele diz, sentando-se no nosso banco de sempre me fazendo rir, me sentando ao lado dele. A partir daí a conversa seguiu normal, a quentura que senti em sua testa tinha diminuído, seu cheiro estava mais ameno e ele não parecia tão chapado quanto antes.
Ele me perguntava mais detalhes - além do que eu havia lhe dito ontem - de como havia sido meu encontro no domingo e eu com todo prazer o respondia, ocultando os detalhes do que tinha acontecido depois do jantar, até porque, por mais que ele quisesse não era da conta dele. E ele estava me implorando para contar, quando Mark chegou, se sentando entre nós e contando do presente lindo que suas mães haviam dado para o bebê que era o primeiro neto delas.
A conversa rendeu até dar o horário de nos separarmos e seguirmos cada um para sua sala, mas quando estávamos indo, notei que Taehyung não nos seguia. Ele estava parado e apoiado sobre o banco, os olhos fechados assim como quando eu havia o separado de Yoongi, me deixando novamente preocupado.
— Tae? Você tá legal? — perguntei e então ele abre os olhos de supetão, e assim como tinha sido com Yoongi, pude jurar que havia visto seus olhos mudando de cor, do tom rosado até se tornarem castanhos novamente. Ele suava quando afirmando nos respondeu.
— T-tô... Eu tô bem sim. Vamos? A aula tá quase começando. — disse como quem fugia do assunto, se apressando e passando por nós, rumo ao prédio de seu curso e Mark me encarou preocupado. Se antes eu já tinha o pressentimento de que algo estava errado, agora eu tinha total certeza de que ia dar merda...
❤🌈❤
Pov's de um Jungkook morrendo de medo.
Jimin estava certo quando me disse para não me preocupar em relação a reunião. Tudo ocorreu perfeitamente bem e eu não tinha nada com que me preocupar.
Chegando lá, me deparei com meus colegas de trabalho conversando e interagindo com respeito pela morte do senhor Zhang, e foi com a mesma reverência e respeito ao luto que cumprimentei Yixing - o filho dele, nosso novo chefe - e Junmyeon, que assim como o alfa compartilhava da mesma dor e luto, afinal para os dois o alfa mais velho era uma figura paterna.
De todos nós, Junmyeon com certeza era quem mais tinha afinidade com o senhor Zhang, e como o ômega não tinha pai ou mãe, o alfa assim como sua esposa, acabaram o "adotando" como filho e ele o considerava um pai, coisa que ele nunca teve.
Yixing se parecia muito com o pai, e acredito que a distância do mesmo - já que ele estava administrando as sedes de Pequim, enquanto o pai cuidava dos negócios de Seul, junto com sua mãe - pode em parte amenizar sua dor. A partida repentina havia pegado todos de surpresa e todos sentiram muito a perda de alguém tão bom e querido.
Eu nunca tinha visto Junmyeon tão triste em todos os anos em que trabalhei aqui. Ele era como um irmão para mim, sempre me dando apoio e me ajudando quando precisava e agora eu não sabia exatamente como dar meu apoio à ele. Tanto que fiquei mais que feliz quando o vi conversando com Yixing, parecia menos cabisbaixo e pude jurar que vi ele sorrindo. Eles tinham pelo menos uma coisa em comum e isso era o suficiente.
Após prestadas as homenagens em nome do falecido, a reunião foi iniciada por Yixing e eu respirei em alívio quando o alfa mencionou que era apenas alguns recados, entre eles o de que ficaríamos por mais duas semanas em casa, pois o bar passaria por uma pequena reforma e reambientação, que já estava nos planos do senhor Zhang.
E então, após encerrarem todos os assuntos e eu oferecer uma carona para Junmyeon que cordialmente recusou, eu fui embora, rumando a casa de Hoseok.
E era lá onde eu estava agora, encostado no meu próprio carro, olhando para a residência pequena mais aconchegante, a caminhonete e o carro de Yoongi na garagem e apenas a janela aberta. Tudo silencioso e calmo enquanto eu tomava coragem para tocar a campainha.
— Jungkook?
E lá se foram os meus planos. E a minha coragem também.
— O-oi hyung... — digo tentando não gaguejar, vendo ele se aproximar de mim segurando várias sacolas de mercado, vestindo suas camisas coloridas, bermuda e chinelo, típico de quando ele não estava trabalhando. Ele parecia surpreso em me ver, e eu não estava tão diferente, já que esperava que ele estivesse lá dentro e não fazendo compras. — Q-quer ajuda?
— Não precisa... — ele diz, arqueando as sobrancelhas com uma cara que dizia "tem alguma coisa errada aqui". Era igualzinho a cara que nossa mãe fazia sempre que quebravámos algo. — Jungkook? Você tá bem?
— Tô, tô sim, eu tô ótimo, por que não estaria? — digo apreensivo, sentindo o suor escorrer pelas minhas têmporas. Ótimo, agora não dava pra fugir.
— Parece que você vai ter um derrame... — ele diz zombeteiro, rindo enquanto passava por mim, seguindo caminho até a porta. — Vem entra, tem uma coisa que eu quero falar com você...
— É-é... Eu também tenho uma coisa p-pra te falar. — digo totalmente sem jeito, o seguindo até a porta, vendo-o abri-la com muita facilidade para quem estava com tantas sacolas nos braços, rindo da minha confissão.
— Ótimo! Nós finalmente vamos por o papo em dia, já faz tempo que a gente não conversa né?
— É tem razão... — respondo rindo me sentindo menos tenso, tirando os tênis para entrar na casa dele enquanto ele levava as compras para a cozinha e cumprimentava Yeontan que saltava ao seu redor, esperando que alguma coisa nas sacolas fosse pra ele. Realmente o cachorro era do Kim, se fosse humano eu diria que era filho.
Como de costume o lugar estava arrumando e bem decorado, Taehyung fazia questão de consegui-lo deixar assim. Desde os quadros nas paredes até a cor das almofadas, tudo era detalhadamente pensado e coeso. E eu admirava isso nele.
— Acho que a gente não conversa desde o dia em que fomos com aquele amigo do Tae no bar. Mais eu tentei te ligar, domingo de manhã eu queria te perguntar algo mais acabou que você não atendeu, e também eu fui no seu prédio, mas o porteiro disse que você não aparecia a dias...
— É-é s-sobre isso, e-eu tenho uma explicação... — digo ficando novamente apreensivo, desconfiando que talvez ele soubesse de algo. — Hyung...
— Quer café? — me perguntou se levantando do sofá em que estava e indo para a cozinha ao lado, visível por não ter divisória com a sala. O sorriso amigável em seu rosto mostrava que ele não sabia de nada, ou pelo menos que estava lidando com tudo muito bem.
— N-não obrigado... Hyung...
— E bolinhos? O Yoongi fez bolinhos hoje de manhã...
— Não hyung, eu tô sem fome. Na verdade, o quê eu tenho para te contar é sério, tipo muito sério. — digo aflito, tentando passar para ele a seriedade do assunto e ele aparentemente entendeu, ficando um tanto tenso enquanto voltava para a sala, trazendo uma bandeja com alguns bolinhos de nozes e canela e café, colocando-a sobre a mesa de centro e se sentando no sofá a minha frente.
— Se é sério assim... Pode me contar, sou todo ouvidos. Tem haver com o porquê de você não parar mais em casa?
— Pode ter certeza que sim...
— Nesse caso, pode falar. Eu estava curioso para te perguntar sobre isso mesmo.
Disse e por mais que eu tivesse me preparado para aquele momento, meu cérebro simplesmente havia apagado tudo o que eu e Jimin ensaiamos hoje cedo, minha mente estava em branco e eu me sentia novamente a beira de um colapso. Nem o Yeontan saltando do meu lado, curioso com a minha presença, podia me acalmar.
— B-bem, é-é que eu conheci uma pessoa...
— Sério?! Se é isso eu fico feliz, estava preocupado que você nunca mais se abrisse para alguém. Mas era só isso? Você queria me contar que está saindo com alguém? — perguntou tomando um gole do café, sorrindo demais para que eu o decepcionasse.
— Então, é aí que está o problema. Quando eu conheci essa pessoa, eu meio que acabei... Agh, não tem um jeito fácil de dizer isso!
— Agora você está me deixando preocupado, diga como tem que dizer, não se preocupe com isso, eu prometo não surtar. — ele diz em um tom divertido, tentando aliviar o clima e eu engoli seco, esperando de todas as formas que ele não ficasse bravo. Hoseok bravo era uma das cinco coisas que eu mais temia na minha vida.
— Bem é que... Eu conheci alguém, e acabei engravidando ele, n-no dia em q-que a gente se conheceu.
Disse em um tom extremamente calculoso. Hoseok tinha pressão baixa, desmaiava por qualquer merda, imagine agora que ele descobriu que vai ser tio?
Abrindo os olhos que eu nem lembrava ter fechado, eu dei de cara com um alfa lúpus com olhos tão grandes pra cima de mim que eu jurava que fossem saltar para fora. Ele se limitava a tentar parecer surpreso e incrédulo e eu não fazia ideia do que se passava na cabeça dele. Só sei que minhas mãos estavam tão frias que eu acho que podiam fazer gelo.
— Você está falando sério? Isso não é nenhuma brincadeira sua, ou é?
— Não hyung, a "brincadeira" tá com quase dois meses... — digo tentando amenizar a situação sorrindo, mas o queixo dele ainda não havia voltado pro lugar e ele ainda não aparentava expressão e o meu sorriso morreu.
— Porra...
— Hoseok não fica bravo, olha pelo lado bom, você vai ser tio!
— Não Jungkook, porra! Você está ficando com alguém, engravidou essa pessoa e só veio me contar agora? E-eu pensei que fosse mais responsável!
— Primeiro, a gente descobriu tem menos de um mês, eu estou ajudando ele com umas coisas e não estou com muito tempo; segundo, eu estava com medo de te contar e você acabar assim! Gritando desse jeito ou pior, como o nosso...
— Não se refira à este homem... — ele diz sério e um tanto alterado, quase usando sua voz de lúpus, o que me assustou. Era difícil fazê-lo se irritar assim.
— Hyung eu sei que tá chateado, e eu sinto muito por isso, sei que eu devia ter te contado e acredite, eu teria vindo aqui, te ligado ou até te mandado mensagem se eu não soubesse da delicadeza da situação. — digo e então ele me encara, os olhos iguais aos da minha mãe. Pelo menos estava mais calmo. — Eu sei que ter um filho exige responsabilidade e que o Jimin e eu não temos culpa de nada, mas a gente tá tentando ser responsável e dar o melhor para o nosso filho, e queremos que você também faça parte disso...
— Jimin é?
— É... — digo sorrindo assim que ele mencionou seu nome, totalmente apaixonado, e ele notou.
— Então é por isso...
— Isso o quê?
— Que o Taehyung estava vendo roupas de bebê com o Yoongi ontem... Eu levei um susto, pensei que o Tae quem estava grávido, mas ele disse que era para um "amigo".
— Você está bravo?
— Nem um pouco. Chateado? Um pouquinho, visto que os meus namorados sabiam que eu ia ser tio, enquanto eu não fazia ideia.
— Eu tive medo que você agisse igual à ele... — digo melancólico com as lembranças, evitando tocar no nome do nosso pai, se é que podíamos chama-lo assim. Mas ele sabia exatamente de quem eu estava falando. — Ainda mantém contato com eles?
— Não falo com o pai faz anos. Já com a mãe eu converso as vezes, ela nem sabe que eu e o Yoon namoramos o Tae. Quem conversa sempre com ela é o Yoongi, ele fala com ela toda semana praticamente.
— Então não sou só eu que estou escondendo algo...
— Pelo visto não... Me desculpe por ficar tão distante, talvez se fôssemos mais próximos você não teria medo de me contar algo assim.
— Tá tudo bem. Contanto que você seja o melhor tio que o meu filho possa ter.
— Você tá adorando esse lance de ser pai né?
— Sim! É uma coisa muito estranha hyung, só de pensar que tem alguém ali, sabe? É quase surreal. E Jimin também sente o mesmo.
— Imagino...
— Mais e vocês? Pretendem ter ou nem pensam?
— Eu não penso muito e acredite ou não, quem mais quer ter filhos um dia é o Yoongi, eu penso que vai ser uma boa experiência só que mais para frente. Taehyung ainda está fazendo faculdade, nós nem oficializamos nosso namoro por conta disso e acho que ele nem pensa em ter filhos... São muitas coisas pra pensar.
— É você está certo.
— Pois é, mais e o seu lance de "amor verdadeiro"? — perguntou curioso. Eu muitas vezes havia pensado sobre isso e a resposta que eu chegava era sempre a mesma.
— Eu tenho certeza que é ele, Hoseok. — digo, totalmente certo de minha resposta e ele sorri, orgulhoso.
— Isso é bom, quero conversar melhor com ele depois, não nos falamos muito quando nos conhecemos.
— Então tá... Ah, e o que você queria me falar? Que você me ligou e tudo mais?
— Eu ia perguntar se você não estaria interessado em um novo apartamento. Um conhecido está vendendo um com um preço bom, mas acho que você não tem interesse.
— É, acho que não... — digo rindo com ele, sentia saudades daquilo e só agora tinha percebido isso. Fora que o surto dele foi algo bem melhor do que eu esperava. Não foi algo assustador como o surto de um certo ômega superprotetor, com uma mira ótima e um amor por facas.
Estávamos naquele clima bom que eu jurava que não ia acontecer, conversando, comendo bolo e tomando o café, quando ouço meu celular vibrar em chamada. Comendo um dos bolinhos de Yoongi, eu logo peguei o aparelho para ver de quem se tratava, estranhando ver o nome de Jimin brilhar na tela.
— Oi Jimin? Tá tudo bem? — pergunto sorrindo, atraindo a atenção de Hoseok, que revirou os olhos rindo.
— Oi Jungkook, você ainda... "para com isso!" — disse e eu não entendi, ficando preocupado, ele parecia estar falando com outra pessoa. — Desculpa Jungkook, não era com você. Ainda está na casa do Hoseok?... "para!"
— Eu estou sim, ele está aqui do meu lado. — digo colocando no viva-voz, olhando para o lúpus que logo se atentou a conversa. — A-aconteceu alguma coisa?
— É meio que aconteceu... Diz para o Hoseok que ele tem que vir pra cá agora!
— Por quê? Você está bem? Te aconteceu algo? Eu posso ir aí...
— Não, o problema não é comigo... "Para com isso!" ... É com o Tae, e com o Yoongi, fala pra ele vir! Rápido! — disse com pressa e no mesmo instante Hoseok se levantou, indo para o quarto pegar algo.
— O-ok, ele escutou, já está indo para aí. Jimin? O quê está acontecendo?!
— É que... Eles entraram no cio...
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Boa noite bonecas!
Tudo de bom? Espero que sim.
Hoje tem atualização em dose dupla! Para a alegria de todos.
Espero que gostem do capítulo, e já peço desculpas por qualquer erro ortográfico ou de concordância. O mesmo vale para o próximo capítulo.
Vi que alguns de vocês estavam curiosos com a relação da Jeongyeon com o Taehyung e só posso dizer que vocês vão saber em breve.
Um beijo e um queijo pra vocês, bebam água e até o próximo capítulo.
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