15. Gosto de você
Gigantes palmeiras formavam sombra na avenida e se mexiam suavemente com o vento. Mesmo à distância era possível ver o castelo erguido majestosamente com uma estética grega todo branco e azul claro. Quanto mais se aproximava, mais ele parecia imensamente gigante com suas colunas imponentes.
Dentro de um carro alugado, eles seguiram rumo ao hotel exclusivo Palácio das Marés, que ficava próximo ao castelo. Ao passar em frente a praia, o príncipe Jeon suspirou pela janela, observando a beleza da areia clara e água cristalina. Daria tudo para nadar ali, mas de forma alguma poderia. Agora entendia o porquê das proibições de seu pai.
Também inspirado na antiga Grécia, o hotel juntava o encanto do Mediterraneo com o esplendor tropical, com colunas, frisos elaborados e esculturas inspiradas na mitologia grega. Para Jungkook, ali era sereno e majestoso. Só não mais que o grandioso castelo que deixava qualquer um sem palavras.
— Vossa Alteza — disse Jimin, abrindo a porta do passageiro e estendendo a mão para Jungkook.
Mesmo sendo um tanto estranho vê-lo agir cordialmente, aceitou, afinal, poderiam ser flagrados e se fossem gostaria que vissem Jimin como um bom partido, ainda que duvidasse de que ele conseguisse manter uma imagem dessa.
Ali tinha uma política de privacidade, o imperador Kim bem que tentava deixar com que as pessoas importantes da alta sociedade pudessem ter maior liberdade, porém, não era tão fácil. Fofocas voam rápido, com acesso a smartphones e internet então elas viravam o Flash. Bastava uma foto, uma mensagem para um conhecido de que eles estavam ali juntos, um repasse a outra pessoa, uma publicação e lá estava a mídia em cima e a população cheia de especulações.
Todavia, estava satisfeito pois ao menos o cecaelia havia decidido provar para todos que era bom pra si e claramente estava tentando.
Estavam se acomodando cada um em um quarto quando ouviu batidas em sua porta. Pelo olho mágico, notou ser o seu diabo particular. Abriu a porta, se perguntando o que ele estava fazendo ali porque tinha combinado de se reunir com todos mais tarde no jantar.
— Algum plano novo? — suspôs.
— Quero que venha comigo.
— Para onde? — franziu o cenho, confuso. Eles mal chegaram, não sabia se ele tinha estado por ali em alguma época remota, ainda que sim o mundo estava diferente atualmente. Então como ele já conhecia algum lugar para irem?
— Descobrirá se vier. — afirmou, com sua pose confiante que Jungkook devia admitir ser atraente. Ele era todo atraente. Principalmente aquela boca carnuda, quão macia ela poderia ser… — Jungkook?
Piscou, voltando ai si.
— Ah, bem… Eu estava organizando… — ele lhe olhou indiferente. — É, deixa pra lá. Vamos.
Então o sorriso do cecaelia se abriu, cheio de si e irritavelmente charmoso.
— Resposta correta, Alteza. — deu o braço.
— Ahn… — demorou um segundo para entender que ele estava sendo cordial. Transpassou o braço no dele. — É estranho te ver agindo assim.
— Assim como? — se fez de bobo.
— Todo educadinho, cheio de gentileza e cortesia.
— Eu agora sou humano e você é um príncipe. Estou tentando te tratar como tal.
— Sim, isso. Vamos fingir que você não quer, na verdade, é provar que é um ótimo suposto namorado. — sorriu debochado.
Jimin deu de ombros.
Ele queria. Não apenas para mostrar a ele e os amigos que conseguia, ganhando uma disputa mental, mas no fundo… Queria ser digno de ser alguém para um príncipe. Digno de Jungkook. Como nunca foi. Ainda que a parte mais racional em si dizia que isso nunca daria certo. Afinal, ele era um monstro.
— Coloque isto. — pediu o cecaelia, tirando uma faixa do bolso. ao chegarem no carro. — Quero fazer uma surpresa.
Mesmo que desconfiado, pegou o tecido. Certamente ele não o levaria a nenhum lugar perigoso… Não é? Se tratando de Jimin, tinha suas dúvidas.
Sentiu a mão quente na sua, causando uma sensação aconchegante e gostosa, infelizmente o contato durou pouco. O suficiente para ele lhe ajudar a entrar no carro.
Park decidiu que tentaria dirigir aquela máquina então era melhor garantir que o príncipe estivesse seguro. Aproximou-se, passando o cinto de segurança e o prendendo. Notou um suspirar, que atraiu seus olhos para o rosto de Jungkook. Ele parecia controlar a respiração e mordia o lábio inferior. Por um instante, sentiu desejo de fazer isso no lugar dele.
Balançou a cabeça, se afastando, fechando a porta e dando a volta para se colocar no banco do motorista.
— Tá… — colocou a chave na ingnição. — Eu acho que é assim.
— Assim o q… — sentiu um solavanco de repente. — Meu Deus! — se segurou na porta com uma mão e a outra no banco. — O que está acontecendo?
— Um pequeno erro de cálculo, mas já passou. — acelerou, sorrindo para si mesmo, extremamente orgulhoso por estar em movimento como os tutoriais que viu na internet.
Estava rápido demais fazendo curvas que jogava o outro contra o vidro.
— Jimin! Quem está dirigindo esse carro? — ameaçou tirar a venda, mas sentiu a mão dele segurando a sua.
— Se tirar, não tem surpresa.
— Eu não vou tirar — mas estava quase morrendo do coração não enxergando nada, apenas sentindo a velocidade que parecia rápida e as derrapadas. — Mas pode me explicar porque estamos com alguém que se acha piloto de fuga?
— Vou encarar isso como um elogio.
Jungkook paralisou por um instante… Elogio?
— Não, não. Puta que pariu! — gritou na próxima curva, se sentindo chocar contra a porta. — Eu vou morrer!
— Assim você me ofende. Eu não te deixaria morrer, nunca.
A adrenalina estava consumindo seu corpo, seu coração quase saia pela boca, e notou que apertava algo… Estava segurando a mão do cecaelia com força desde que ele a pegou para que não tirasse a venda.
— Você está dirigindo… E está dirigindo com uma mão?! — gritou, desesperado.
— Eu sou foda. — sorriu largo.
— Ah, Deus! Eu vou morrer!
Então uma freada brusca o jogou para frente, sentiu o cinto até pressionar seu peito.
— Chegamos! — anunciou animado, como se não estivesse dirigindo a mais de cem por hora na avenida e não tivesse feito ultrapassagens perigosas com uma mão.
Deu a volta no carro, abrindo a porta para o rapaz que respirava forte, tentando voltar a alma para seu corpo. Foi arrancar a venda de imediato, em busca de se livrar daquela privação de visão que não gostou nem um pouco, mas teve os pulsos segurados.
— Ainda não.
— Humanos sem visão ficam perdidos e ansiosos, Jimin. — argumentou. Era exatamente o que sentia. Nenhuma surpresa valia aquilo. Ele quase morreu!
— Você não precisa se preocupar. — fez carinho na cabeça dele, como assistiu nos doramas. — Eu estou aqui.
E Jeon pensou que talvez o problema fosse justamente esse. Esse ser é completamente maluco! Não sabia o que esperar dele.
— Confia em mim? — o ouviu com uma voz baixa, sentindo seu carinho descer para a bochecha. Seu coração ainda estava acelerado.
— Se eu morrer…
— Eu já disse que não vai acontecer, coração.
Coração… O seu ia aguentar tudo isso?
Andaram um pouco e ubiram em algo que balançou, imediatamente se segurou em Jimin.
— Não estou gostando disso. — sorriu sem humor, nervoso.
Ao contrário de si, o cecaelia sorria amplo, adorando ver o medo dele desde que o vendou. Isso era tão emocionante!
— Você precisa sentar.
— Sentar?
— Pode continuar apoiado em mim. — o auxiliou, descendo devagar para o banco. Pela cara dele, achou melhor continuar segurando uma de suas mãos como no carro. — Aguarde só um pouco.
— Estamos… Flutuando? — não pareciam estar em terra firme, se sentia mole, balançando levemente como se fosse uma gelatina. E não ter a visão para ajudar lhe deixava confuso.
— É só o que você sente?
— Eu sinto a sua mão. — apertou os dedos dele, que de certa forma lhe passava confiança apesar de toda sua ansiedade tentando entender onde estava e o que estava acontecendo.
— Você está esmagando meus dedos desde o carro. — podia não ver, mas sentia o sorriso cínico dele.
— Não acho que eu tenho tanta força como você. Nem deve doer.
— Não mesmo. — deu de ombros. — O que mais?
Se concentrou, respirando, notando o som da água e a brisa. Antes que a ficha caísse, Jimin soltou o remo e tirou sua venda. Piscou, para se acostumar com o sol e ainda incrédulo. Eles estavam no mar!
A sensação de surpresa lhe dominou, junto com uma euforia imensa em seu peito.
Estavam em um barco no meio das águas cristalinas da praia que namorou pelo vidro do carro.
— Isso… — seus olhos estavam arregalados, estava chocado, feliz, mas de repente o medo lhe atingiu. — Jimin… E se a gente cair na água? Se alguém ver a gente se transf…
Ele negou, acariciando a mão do rapaz agitado e segurando a outra.
— Eu enfeiticei o barco, estará tudo bem. — disse, olhando nos olhos escuros que refletiam todo o brilho do mundo. Não dava para negar que era encantador. E conseguiu passar a confiança que queria.
— C-certo. — soltou as mãos e desviou o olhar, pigarreando. Estava passando tempo demais deixando seus olhos descerem para aquela boca. Se não tomasse cuidado, ia enlouquecer.
Notar as águas cristalinas calmas ao seu redor, balançando o barco de maneira leve, sentindo o cheiro e a brisa beijando seu rosto o fez fechar os olhos e suspirar. Precisava tanto disso, como sempre precisou, mas só agora percebeu que sentia falta da sensação. A sensação de ter todas suas ansiedades e preocupações desaparecessem de estar tão próximo do mar. Para lavar completamente sua alma, só nadando ali. No entanto, entendia que não podia, afinal, qualquer um poderia vê-lo se transformando em tritão e isso poderia resultar em problemas sem fim. Então aquilo era o suficiente.
— Como você sabia que eu queria estar aqui?
— Eu sou um ser das águas, entendo o sentimento. — deu de ombros. — E você é muito expressivo. Notei assim que olhou para cá.
Então ele repara em si?
Jimin pegou uma cesta, tirando o pano que a cobria.
— Temos paezinhos, geleias, queijos, frutas, vinho e o melhor — pegou uma roda pequena marrom — Bolo de chocolate!
— Um piquenique de barco então? — perguntou sorrindo, empolgado com a ideia, o vendo assentir. Passou a olhar cada detalhe ao redor enquanto ele abria o vinho e enchia duas taças. — Nossa…
Ver o sol no céu azul, refletindo os raios dourados sobre as águas caras que cercavam o barco e Jimin, tão charmoso em sua forma humanoide, lhe estendendo uma taça era demais.
— Se eu soubesse teria trago telas, tintas e pincéis para registrar todo o conjunto de beleza que vejo.
— Acho que posso resolver isso. — deu um sorriso ladino, cobrindo o chão com o pano que antes estava sobre a cesta e murmurando “pelo bem do destino”, criando os itens ali embaixo.
O sorriso do príncipe se abriu ainda mais.
— Obrigado. — já foi logo pegando. — Agora fica bem aí.
— O vinho vai esquentar.
— Não importa, eu quero fazer assim.
Beliscava uma fruta ou outra mas estava concentrado fazendo o esboço.
— Não sabia que era artista.
— Não faço ideia de como vai ficar isso porque tem muito tempo que eu não pinto. — disse, testando algumas cores de tinta. — Eu só podia ficar sentado na areia da praia, nos dias bons eu me sentia inspirado e fazia uma tela ou outra. Estão espalhadas pelo meu quarto.
Park não se lembrava delas, ou melhor, mal reparou nisso. Do quarto dele só se recordava do bom whisky. Se sentiu um tanto culpado. Isso parecia importante para ele, era uma parte dele, por que não olhou? Na verdade, por que diabos estava se sentindo assim? Nunca sentia coisas do tipo, sempre foi ignorante e estava foda-se para os outros. Ainda mais aquela raça inferior.
Incomodado, se remexeu.
— Fica parado.
— Vai demorar?
— Não, se você ficar quieto.
Jungkook sentia a paz do momento, o som suave batendo nas ondas do barco era uma melodia relaxante, junto de pássaros cantando longe, o vento passou soprar o cabelo de Jimin o que fez seu cheiro se espalhar. Ele cheirava bem, notou pela primeira vez que ele tinha um fundo salgado, exatamente como a água da praia onde nasceu. Era atraente e íntimo. Como se conhecesse desde sempre e lhe deixasse tentado.
Engoliu em seco, focando ao máximo em sua tela.
E o ceacelia também sentia algo diferente reparando nos detalhes do rosto de Jungkook. Era certo que o achava adorável quando o bagunçava mas ele parecia ainda mais assim concentrado, mordendo o lábio que o atraía mais do que poderia admitir. Não sabia explicar porquê. Parecia que se sentia bem só de vê-lo ali, satisfeito, existindo. Essa ideia de levá-lo a um encontro estava saindo bem mais interessante do que imaginava, porém, também lhe fazia querer pular na água e ir para as profundezas para afastar esses sentimentos esquisitos. Ser como um humano estava lhe estragando. Estava querendo lhe mudar. Não sabia se suportaria isso. No entanto, precisava provar que sabia ser ótimo e era merecedor de ter um príncipe. Aquele príncipe.
Conforme o tempo passava, eles permaneciam sentados, comendo um pouco do que Jimin trouxera, em silêncio, apreciando o calor e a beleza um do outro naquele magnífico cenário.
O céu começou a mudar de cor. Tons de laranja, rosa e roxo coloriam o horizonte. O sol começou a se por, sendo uma bola de fogo incandescente que descia lentamente. E Jungkook se pegou não querendo terminar aquela tela nunca mais, queria morar naquele momento.
Suspirou.
— É… — olhou para seu feito. — Acho que não está tão ruim.
— Me deixe ver. — deixou as taças de lado, tentando aproximar mas ele se afastou.
— Não está nada demais.
— Poderei concordar se ver. — tentou pegar a tela, só que ele se levantou.
— Jungkook. — alertou.
Vendo que não ia ceder fácil, fingiu desistir até vê-lo relaxar os músculos, então atacou o puxando pela cintura e o fazendo gritar, caindo em seu colo.
— Caralho! — foi recuperar do susto, nisso Park analisou a tela em suas mãos por cima de seus ombros vendo que ele tomava boa parte dela.
Seu cabelo bagunçado pelo vento, olhos afiados contendo mais sentimentos do que ele mesmo se achava capaz de ter, detalhado de uma maneira intensa e os lábios volumosos bem rosados parecendo chamativos tanto quanto o maxilar fechado. Sua fina camisa social estava um tanto esvoaçante enquanto segurava as taças de vinho estendendo uma para frente. Atrás de si o céu azul se tornava gradativamente outras cores alaranjadas e rosadas e no fundo as águas claras e a praia distante.
— Você fez um belo trabalho. — sua voz soou ao pé do ouvido do príncipe que se controlou para não suspirar.
— Você acha? — estava meio paralisado porque ele conseguiu ver sua pintura e todo sentimento que colocou nela. Será que ele percebeu? Que estava sendo o centro de tudo para si?
— Sim. — apertou a cintura dele, o mantendo o próximo. — Retratou a realidade, eu sou mesmo bonitão assim.
Jungkook riu.
— Convencido.
O silêncio retornou, mas não era incomodo. E dizia muito. Nenhum dos dois queria se afastar, não queriam que o momento acabasse. Estavam confortáveis ali. Era como se estivessem em uma bolha só deles e o mundo lá fora não existisse. Não eram de raças diferentes, não tinham problemas. Tudo estava em sintonia. Era maravilhoso.
O pôr do sol no horizonte trazia ainda mais admiração deles.
— Minha mãe ia adorar um passeio assim.
O sentimento de saudade tomou seu peito.
— Você sente falta dela?
— Sim, você sabe. — ele assentiu. Sabia o quanto doía, já absorveu os sentimentos dele antes. — Mas e seus pais? Você nunca fala sobre eles.
— Eu… Não me lembro. — de repente se sentiu tenso. Soltou Jungkook, dando a deixa para que ele se levantasse e retornasse ao seu lugar.
Não recordava quando nasceu, nem como cresceu, muito menos tinha alguém ao seu redor. Talvez fosse por isso que sempre foi amargo. Tão amargo quanto sentia o seu estômago agora.
— Vamos voltar.
Enquanto dava meia volta, não deixou de perceber que o príncipe diminuiu o astral. Provavelmente não queria ir embora. Então se sentou com ele na beira da praia, organizando as comidas que sobraram pratos no meio deles, decidindo ficar mais um pouco.
— É tão lindo e revigorante. — disse Jungkook após um tempo, devorando as pães com geleia, olhando as poucas ondas, sentindo a brisa em sua pele e observando aquele esplendoroso céu.
Jimin lhe deu uma tarde tão incrível, se sentia ótimo e… extremamente encantado.
— Sim. — respondeu de olhos fechados, deitando na areia com os braços embaixo da cabeça.
— Obrigado por me trazer aqui. Pela surpresa. Eu nem percebi o quanto estava tenso por ter vindo atrás do imperador, nem deu tempo de sentir porque você me trouxe para cá. É um tipo de refúgio que eu adoro. Sabe... Eu sempre estive observando de longe sentindo que no mar estava tudo o que eu precisava, desejando nadar nessas águas, lavar minha alma das minhas ansiedades e pressões, me sentir livre de uma maneira que sequer sei explicar, flutuar na paz na minha paixão genuína. Mas meus pais, principalmente meu pai, insistia no perigo…
Ele abriu os olhos, lhe encarando com um sorriso cheio de ego.
— Ele não estava tão errado. Você entrou e foi parar logo nos braços do maior perigo dos mares.
Jungkook sorriu debochado.
— Você? Uhm… Agora que te conheço, eu não sei não.
Sua expressão se tornou indignada.
— Devo afundar quantos barcos para você concordar comigo? — seu tom estava grave e sério, como se pudesse fazer tal coisa naquele mesmo segundo.
Temeu por isso.
— Nenhum! Pelo amor de Deus, não faz isso. Já quase me matou do coração o suficiente hoje.
— Então retire essas suas dúvidas. — disse com o nariz em pé, do seu jeitinho todo egocêntrico.
— Tudo bem. Eu reconheço que você pode ser perigoso. — mordeu o lábio, lembrando do quanto ele não foi nada simpático quando o conheceu. Só que ele não era apenas isso, era uma caixinha de surpresas que admitia mexer com toda a química do seu cérebro. — Mas eu gosto de como você é comigo.
Se aproximou, apoiando no cotovelo para olhá-lo bem de perto.
— Pode até ser cruel às vezes. — não estava pensando, apenas seguindo o que sentia, e seus olhos caíram na boca carnuda. — Mas eu gosto. Eu gosto de você. Vou gostar ainda mais se me falar que esse encontro foi real.
Perto demais. Jimin riu meio nervoso, se afastando. Não sabia explicar. Uma parte de si queria muito dizer sim e beijá-lo como no episódio dezesseis de um dorama. Mas havia uma parte maior que o impedia.
Ele simplesmente não podia. Ele não merecia tal afeto. Talvez nunca se tornasse digno disso. De ter essa porra de afeto. De ter alguém na sua vida caótica. De ter Jeon Jungkook.
— Você é meio doido das ideias, coração.
Ele ia lhe rejeitar assim e ainda chamar por esse apelido de merda?
Bufou, se levantando. Queria gritar com ele. Queria socar aquela cara estupidamente bela.
— Você só me confunde! — o viu se levantar, vindo até si. — Você é idiota então você é legal, você me provoca e depois me tem uma atitude dessa de hoje, me fazendo sentir eufórico. Eu acho que a gente pode estar tendo algo e você debocha. Você me segura daquele jeito no barco, mas não quer me beijar. Eu estou frustrado pra caralho!
— Jungkook — olhou ao redor, preocupado com a imagem do príncipe. — Vamos embora, não vamos chamar aten…
— Agora você se preocupa com isso? É claro, você pensa em imagem só quando está envolvido. — sorriu cínico. — Eu não deveria ter vindo. Afinal, isso tudo é um showzinho para mostrar que você consegue ser um ótimo namorado, não é? Meus parabéns, você provou que é. Com certeza tiraram fotos e elas vão dizer ao reino o quanto você é decente. Não é isso que você quer?
Ele se manteve em silêncio. Era isso que queria não é? Então porque estava com uma dor na ponta do estômago? Por que sente que devia fazer algo para Jungkook mudar de percepção?
Mas ele não pode.
— Eu estou indo embora. — ele foi andar atrás de si, mas impediu. — E não quero sua companhia! Vê se me deixa!
Que porra foi essa? Por que Jungkook demonstra ter sentimentos por si? Nunca seria capaz de correspondê-lo, sendo o monstro horrível que é.
Se jogou sentado na areia, esbarrando em algo. Pegou, observando a pintura tão bem feita onde ele estava com um olhar… humano demais. Com sentimentos demais. É isso. Esse híbridozinho inútil criou afeição por si porque anda se rebaixando andando por aí nesse corpo de merda a muito tempo, agindo como algo que ele não é. Nunca foi humano. Foda-se isso de tentar maneiras diferentes de ser e agir. Vai fazer questão de mostrar a ele.
Jungkook precisa ver o quão está equivocado, ele nunca falaria na sua cara que gosta de si se estivesse em sua aparência natural, agindo como o monstro que é e sempre foi.
🐙🧜♂️
Jungkook caminhava em passos largos e irritados e sua raiva aumentou ainda mais ao perceber que não fazia ideia onde estava o carro alugado. Tinha a sensação que estava estacionado bem ali próximo do calçadão da praia onde algumas pessoas corriam, mas estava vendado quando chegou e seu senso de direção falhou porque nada de carro.
Agora teria que ir a pé até o hotel, conseguindo ajuda das pessoas no caminho, porque saiu tão rápido com o cecaelia que deixou o celular para trás.
— Aquele maldito… — atravessou o calçadão, vendo uma senhora sentada no banco de uma praça e indo até ela. — Desculpe, mas a senhora saberia me explicar por onde devo ir para chegar ao hotel Palacio das Marés?
Ela tinha um cabelo preto que devia estar pintado já que o tom era forte, estava em um coque no topo da cabeça, a pele enrugada e manchada de sol, e os olhos lhe encararam com um semblante cansado.
— Oh, meu jovem príncipe!
— A senhora me conhece? — franziu a sobrancelha pois estava distante da sua ilha.
— Sim, acompanho todas as notícias de todas as ilhas. — sorriu. — É um passatempo meu. Está aqui para se encontrar com o imperador Kim?
— Não, não. — a senhora parecia boazinha mas não podia dizer a verdade. — A passeio.
— Ah, porque se fosse, creio que teria perdido a viagem. — trouxe o rosto, como quem queria dizer um segredo e ele se aproximou — O imperador se sentiu muito mal e foi ver um médico em Sombras da Luz.
A ilha mais distante e mais sombria de todas? Eles eram tão sistemáticos e reclusos que poucas pessoas tiveram contato. Sequer apareciam no evento anual de celebração do imperador, onde todos os reis e rainhas tinham de comparecer.
— Por que logo lá?
— Existe um médico mágico que dizem ser muito poderoso. Mas eu não sei não. Talvez só esteja com medo.
— Medo?
Ela deu de ombros.
— De mostrar a verdade aos seus, de sentirem que ele já não é mais capaz de comandar tudo. Ouvi dizer que a saúde dele está bem séria. — assentiu, como se tudo o que falasse fosse muito real. Para o desespero de Jungkook. — Mas sobre o seu problema. Eu nunca fui a esse hotel. Sei que fica próximo ao palácio, é o melhor. O palácio eu conheço como se fosse minha própria casa. — sorriu. — Você precisa contornar a praia e seguir em frente até uma enorme estátua da deusa Lua. Então virar a direita e seguir reto.
— Oh… — estava em choque por aparentemente perder a chance de falar com o imperador. — Eu… Vou indo então… Obrigado.
— Não há de que, meu jovem príncipe.
Voltou a caminhar rapidamente, olhando para trás para ter certeza de que Jimin não estava em seu encalço e não vendo mais a senhora no banco. Ela poderia ter entrado na lojinha de refrescos do lado.
Seguiu caminho.
Não podia acreditar nessa notícia ruim. Torcia para que fosse somente uma fofoca equivocada. Tudo bem que a senhora parecia saber o que dizia mas não podia aceitar. Não podia porque isso destruiria suas esperanças e o deixaria de mãos atadas.
Se não conseguisse falar com o imperador, como ia ter uma chance de proteger os seus? Se ele estivesse tão mal, como evitar que seu pai tenha um caminho tão fácil e tome tudo, estando hipnotizado por aquela bruxa e ela governe tudo como bem entende e estrague a vida das pessoas? Não podia deixá-la ganhar. Mas o que fazer se estava tudo indo na direção errada?
Falando em direção errada, por que estava entrando em uma trilha cheia de árvores que parecia abanonada?
Olhou para os lados, confuso.
Estava ofegante porque contornou a praia numa velocidade recorde. Não lembrava de ter visto a estátua no caminho, talvez tenha desfocado pensando demais. Virou-se para retornar e encontrá-la, mas sentiu seu corpo se chocar em algo firme. Antes que pudesse ver quem ou o que seria, sentiu seu corpo ser agarrado e forçado contra uma árvore enquanto era encoxado.
Seu coração pulsou nos ouvidos e um grito morreu em sua garganta.
— Eu não permiti que saísse daquele jeito. — aquela voz estava um tanto mais ríspida, mas a reconhecia mais do que gostaria.
— Você não tem que permitir nada, seu demonio idiota. — ralhou, o susto substituído por toda a raiva que acumulou por ele nesses últimos minutos. — Como me encontrou?
— Acha mesmo que pode escapar de mim? — sua risada soou maligna em seu ouvido, lhe causando arrepios. — Eu me esforcei pra porra para aprender a ser como um humano bonzinho, educadinho, super gentil como naquelas novelinhas para aparecer na mídia como você merece. E você gostou até demais. Me acusa de te frustrar, quando só é mais um fingido. Gostou muito mais disso porque eu estou com aparência humana e agindo como humano. Você se iludiu sozinho! Não gosta de mim de verdade. Não assim. E eu vou te provar isso.
Firmou o aperto do seu peitoral contra as costas dele, o encurralando com os tentáculos ao redor, o fazendo continuar com a cara na árvore.
Jungkook sentiu as presas mais pontudas do que deveriam raspar em sua pele, abrindo filetes de sangue, tremeu. Deveria ser de medo, não é?
— Você não gosta disso. — afirmou, um dos tentáculos adentrando a camisa, subindo pelo seu abdômen que contraiu. Ele esfregou o mamilo, Jungkook engoliu um gemido.
— M-me solta.
— Não. — rosnou, lambendo o sangue que escorria da base de seu pescoço.
— Jimin… — engoliu em seco quando um dos tentáculos se enroscou em sua perna. — Alguém pode nos ver.
— Agora você se preocupa com isso? — soou debochado, usando a mesma frase dita por ele a pouco.
— Eu…
— Você fode com minha cabeça. — voltou a rosnar, pressionando a ereção na bunda do príncipe que mesmo com medo de alguém os flagrar, mesmo com raiva de Jimin, se sentia excitado. Ninguém podia culpá-lo, só o cecaelia o agarrava desse jeito tão firme. E ele estava errado. Gostava disso sim! — Quando deveria estar fodendo só o meu pau e quem sabe meus tentáculos. Acho que você possui certa estima por eles, não é? — provocou.
Um foi para seu rosto, acariciando. Jungkook fechou os olhos. Lembrava direitinho como foi a primeira vez que sentiu. Era inexplicável o quanto lhe agradava. E não era o único a ter estima ali.
— Eles também me adoram. — sentia-os por toda parte, lhe apalpando, tornando as sensações intensas e lhe excitando ainda mais ao imaginar tudo o que poderiam fazer consigo.
— Não diga o que não sabe.
Jungkook riu cínico.
— Parece que você que não anda sabendo. — esfregou a bochecha no que estava no seu rosto, logo expondo a língua e lambendo, fazendo-o tremer e enviar um choque para a virilha de Jimin. — Ou simplesmente não admite a verdade. — fez questão de colocá-lo na boca e chupar, sentindo os demais se agitaram e grudarem ainda mais em seu corpo.
O cecaelia praguejou, perdendo o round dessa pequena batalha. Mas só dessa vez.
— Continue. — mandou, usando as mãos para arrancar a camisa dele fazendo os botões voarem.
— Jimin! — resmungou, parando de chupar. Agora ele retirava sua calça com ajuda das outras partes. — O que está fazendo?
— Você me deve. — terminou de deixá-lo nu, segurando seu pau com um dos tentáculos sentindo-o pulsar. — Está na hora de me agradecer. Vai me agradar do jeito que eu quiser e ver que não gosta de mim de verdade.
Jungkook poderia falar não. Mas não conseguia. Ser agarrado e apertado por aquelas coisas, ter uma delas estimulando seu mamilo e agora outra lhe bombeando lhe deixou fraco. Sedento. Estava com saudade dos tentáculos. Queria mais. E vai amar ver a cara de choque quando o cecaelia perceber o quanto está errado. Pode ser loucura, mas gostava dele desde o início caótico que tiveram.
— Ah… — gemeu quando outro tentáculo subiu, indo para o outro mamilo. Eles grudavam em si com as ventosas e puxavam lentamente, deixando como se fossem chupões por ali. Por toda a parte agora que estava nu, a mercê deles.
Talvez ele goste, pensou o cecaelia. Jeon não estava com mais raiva, gritando consigo, nem parecia odiar. Talvez, por alguma razão, ele apreciasse seu lado monstruoso. Se sentia inseguro, mas ao mesmo tempo querendo acreditar que sim porque isso o empolgava pra caralho!
— Quero te ver acabado de tanto gozar. — mordeu a orelha dele, o sentindo estremecer a medida que aumentava a punheta. — E dizendo que não foi a porra de humano nenhum que te deixou assim.
Lambeu sua nuca.
— Eu n-não consigo… — não ia aguentar por muito tempo, os estímulos dos tentáculos eram intensos demais.
— Então me dê o seu primeiro orgasmo, coração.
A ponta de outro tentáculo circulou a glande, querendo se meter entre o buraquinho ali existente mas não teve a chance porque Jungkook veio, gemendo, e o lambuzando todo com seus jatos.
Jimin trouxe o tentáculo lambuzado até a boca.
— Uhmm… — provou, o gosto era forte mas excitante. — Quero que me dê mais.
Os tentáculos o viraram para si, erguendo um pouco no ar e Jungkook abriu a boca, arregalando os olhos ao se ver numa espécie de X com o pau bem na cara do cecaelia.
— Direto na minha boca. — exigiu.
— O que… Oh! — gemeu, fechando os olhos. Estava sensível e aquela boca era tão quente e a língua tão longa. — Meu Deus!
— Não é nenhum deus que está te chupando. — resmungou, parando o que fazia.
— J-Jimin…
— Melhor. — voltou a circular a boca carnuda ao redor dele, chupando e rodando a língua, fazendo-o tremer as pernas. Podia sentir com os tentáculos.
Ia e voltava naquele pau, sugando com vontade, tanta que segurou as bandas da bunda dele com as mãos, as unhas fincando na pele enquanto o trazia ainda mais pra frente para engoli-lo.
— Caralho… — rebolou, sentindo-se vazio por dentro mas bem quente na frente. E esse calor espalhava em picos por seu corpo, lhe estremecendo.
Um dos tentáculos que não estava o segurando no ar veio até as bolas, se enrolando e apertando como se fosse um anel peniano.
— Oh, Jimin… Jimin! — sentiu o pé da barriga formigar, jogou o quadril para frente para ser ainda mais engolido, sentindo a garganta macia e explodindo em vibrações. O tentáculo soltou suas bolas, dando uma espécie de tapinha que o fez apertar os olhos e jorrar forte, se sentindo zonzo e completamente fora de si. — Porra… — resmungou, ofegante, sentindo o corpo continuar tremendo.
Mas o cecaelia ainda não estava satisfeito porque ele não parecia bagunçado o suficiente. Ainda nem tinha chorado.
O trouxe mais para perto, olhando no fundo de seus olhos com os seus brilhando sem pupilas, completamente brancos. Sorriu com as presas aparentes, lambendo o lábio com a língua bifurcada, capturando qualquer gota que tenha vazado de sua boca. Se não tivesse gozado agora, Jungkook o faria porque Jimin era diabolicamente sexy!
— Ainda está gostando de como eu sou com você?
Para sua surpresa ele balançou a cabeça em afirmativa. Seus tentáculos vibraram de emoção. Muito mais sinceros que seu dono.
— Até se eu fizer isso? — forçou a entradinha com seu pau, ele estava tão relaxado depois de gozar que não foi difícil passar. Só resmungou por estar sensível demais. Aproximou o rosto ameaçadoramente. — Eu vou acabar com você.
— Por favor... — implorou, sabendo que isso mexia com o cecaelia. Viu os olhos dele brilharem ainda mais e ele rosnou como um animal, metendo em si sem dó.
Jogou a cabeça para trás, pouco importando se bateu no tronco da árvore, arqueando as costas.
Jungkook sentia a pressão dentro de si, estava recebendo aquele ser que achava que lhe assustava, e conforme ele lhe fodia sua cabeça pendia para o lado tamanha as sensações intensas que lhe dominavam pois gozou duas vezes seguidas e agora o tinha indo forte e fundo dentro de si, enchendo-o de um prazer alucinante. Começou a gritar, mas um tentáculo cobriu sua boca e tudo se tornou urros.
Jimin estava sem controle, apertou sua bunda, mordendo seu pescoço e mesmo que o fez sangrar, até esse ardor era prazeroso. Tanto que as lágrimas começaram a descer. Como das outras vezes, estava chorando tamanha insanidade deliciosa que era as sensações que esse ser lhe causava.
Não importava mais nenhuma confusão, nenhuma frustração, raiva ou a bagunça de sentimentos, a única coisa que importava era o quanto aquele sexo era intenso, os deixando loucos de vontade de gozar até apagar.
Parecia que não estavam mais na terra, que viajavam no espaço, lotado de uma excitação e prazer sem fim.
Jungkook sentiu os tentáculos lhe trazerem para Jimin, agarrou o pescoço dele com os braços e a cintura com as pernas. Então arragalou os olhos ao sentir um deles forçando a entrada que estava sendo socada com força.
— Jimin… — murmurou, surpreso.
E o cecaelia apenas riu maldoso.
— Eu disse que ia acabar com você.
Um dos músculos agarrou seu pau inchado e molhado, massageando, enquanto o outro continuava a forçar a entrada. Jungkook choramingou, se sentindo mole, quente, com o coração acelerado e excitado pra caralho.
Seu corpo estava querendo demais, com as carícias no seu falo sensível e aquele pau moendo em si de forma tão gostosa, relaxou ao máximo e teve mais.
Seus olhos rolaram ao se sentir tão cheio e não conseguiu aguentar tudo aquilo se movendo dentro de si. Eram sensações pra porra, impactos do caralho, que lhe deixaram completamente ensandecido, bambo, sugaram suas forças e a colocaram em seu orgasmo, que veio forte, o fazendo contorcer por inteiro e agarrar mais Jimin, mordendo seu ombro quase com a selvageria de um animal. As lágrimas escorreram sem parar e seu corpo vibrava como se nunca mais fosse parar de sentir formigamentos e tanto, tanto prazer.
Parecia que ia desmaiar com as investidas daqueles dois músculos diferentes dentro de si. E quase chegou a esse ponto. Mas Jimin o apertou ainda mais contra si, se fosse possível, grunhindo de deleite enquanto o enchia até o fundo, sentindo a cabeça rodar tamanha intensidade do orgasmo.
Ofegante, encarou o rapaz que estava com o cabelo todo suado e bagunçado, os olhos pesados e cheios de água que escorreu muito em seu rosto que estava vermelho. A boquinha atrativa estava entreaberta respirando pesadamente e o pescoço todo cheio de machucados dos filetes de sangue que tirou e o corpo cheio de chupões das ventosas, todo gozado e acabado bem como queria.
— Perfeito.
Jungkook fodido assim era o caos mais perfeito que já causou.
— Agora me diz quem quase te matou de novo, agora de prazer?
— Você… — murmurou, estava quase que sem voz. — Sr. Cecaelia. — viu o sorriso dele aumentar, satisfeito. — E você estava errado. Eu continuo gostando de você.
O sorriso morreu aos poucos e o choque que Jungkook imaginou foi aparecendo em seu rosto.
— O que?
Ele assentiu.
— Você pode ser bom ou mau, que eu gosto. Agora só precisa aceitar e me dar seus verdadeiros sentimentos.
Se fosse antes, Jimin diria que não tinha sentimento algum. Por ninguém. Sequer por ele mesmo. Mas convivendo com esse príncipe… ele sentia. Sentia tanto que nunca saberia por em palavras.
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