Estamos literalmente a um passo de entrar na cozinha. Com o número de participantes reduzido a nove pessoas, não há mais tantas conversas como no primeiro dia. Paige Mikaelson libera a nossa entrada mostrando o dedo polegar, em sinal positivo, depois ela se retira e vai resolver algum problema que surgiu. 

— Então, o que você vai fazer, Liv? Você ainda não me disse qual é a sua receita. 

Olívia Clarke não é a mesma garota espirituosa de segunda-feira, ela parece que foi substituída por uma irmã gêmea mal-humorada e que reclama de coisas insignificantes. Trinta minutos atrás ela reclamou da forma que a senhorita Newton prendeu seus cabelos. Para mim não faz diferença se ela prefere usar rabo de cavalo ou coque, mas para a Liv, faz sim. 

— Cookies com gotas de chocolate. Espero que não se importe, eu olhei outras receitas, mas a minha avó insistiu que eu fizesse esta. Tudo bem para você, Emily?

Algo me diz que ela não está tão preocupada se eu importo ou deixo de importar. 

— Sim, eu me importo. Você sabia perfeitamente que essa é a minha receita. 

— Não pensei que fosse ficar chateada. E também não é como se a gente fosse brigar por causa disso, não é? Você não vai destruir a nossa amizade por causa de uma receita. E agora não há como voltar atrás, é tarde demais para trocar. 

Caminhamos em direção às nossas respectivas bancadas. Emma Murphy aparece ao meu lado e fala comigo, o que eu achei estranho, pois eu nunca a vi conversando com outra pessoa além do Dylan Fox. 

— Cuidado, Bennett, daqui a pouco a exclusividade da sua receita não será a única coisa que você perderá.

— É uma maneira muito estranha de aconselhar alguém. 

— Tanto faz. Depois você vai entender exatamente o que estou falando. Mas, como eu disse, você deveria ficar com os seus olhos verdes bem abertos, Bennett.

Vou para atrás da minha bancada, não conversei mais com a Olívia, nem respondi o seu desejo de boa sorte. Ainda estou chateada pela situação da receita, mas não quero ser falsa e demonstrar que está tudo bem entre nós, porque não está nada bem. O melhor que eu tenho a fazer é caprichar nesses biscoitos, já que a receita é igual, tenho que ter ao menos uma vantagem. Coloquei o aviso da Emma na lista de coisas que eu devo me preocupar depois. Dou mais atenção a minha tarefa que irei executar daqui a alguns minutos e também pela primeira vez desde que cheguei na cozinha, reparo a presença da apresentadora e dos jurados. Hoje os ingredientes já estão nas bancadas, assim como as nossas receitas. Confiro rapidamente para checar se todos os ingredientes necessários estão aqui, não posso notar a falta de algo depois que a prova começar. 

— Olá, confeiteiros! Sejam todos bem-vindos novamente para a segunda etapa do concurso. Hoje vocês vão conhecer de fato a prova criativa e a prova espelho. — a apresentadora diz.

Acredito que a Tiana Petterson é a melhor escolha para ser apresentadora. Ela é muito simpática. 

— Nós ainda não tivemos acesso às receitas que vocês enviaram. Vamos descobrir assim que a prova começar. — a jurada Stacy Evans esclarece. 

— Exatamente, Stacy. E, além disso, estamos curiosos para saber como vocês vão se sair na prova espelho. — Rebecca James completa — Desejo boa sorte desde já!

— Nós vamos auxiliar vocês em pequenas coisas, não podemos interferir muito, senão a autenticidade dos pratos pode ser prejudicada! — John Morgan, com suas mãos guardadas nos bolsos do casaco, como é de costume, fala. É a maior frase que ele já disse desde que o concurso começou. 

— Muito bem! — Tiana retoma a palavra — Hoje cinco participantes vão ser eliminados. Então, façam as duas provas com bastante atenção, e vocês terão uma hora  para surpreender os chefes. Preparados? Um, dois, três... mão na massa!

O tempo começa a ser cronometrado. Abro a torneira e lavo as mãos. Na tigela da batedeira, coloco o açúcar e a manteiga, quando a mistura fica homogênea, acrescento também os ovos e a essência de baunilha. Com o auxílio de uma peneira, despejo o sal, o fermento e a farinha de trigo, passar os ingredientes secos na peneira contribui para a massa ficar leve e fofa. E por último, quando todos os ingredientes estão totalmente misturados, adiciono as gotas de chocolate, que é o toque especial desses biscoitos. Estar aqui me faz lembrar da minha infância, assim como outros doces, aprendi essa receita com o meu pai. No momento em que estou calçando as luvas descartáveis, os jurados começam a circular pelas bancadas, e o senhor Morgan vem até mim. 

— Cookies com gotas de chocolate. Uma receita tradicional. Não quis se arriscar, senhorita Bennett? 

— Por enquanto, não. — respondo com poucas palavras, o tempo está passando e eu preciso continuar focada no meu objetivo, que é entregar esses biscoitos no prazo. 

— De certa forma, é um risco, a maioria das pessoas aprecia esses biscoitos, espero que a senhorita não as decepcione. 

Por quanto tempo ele vai ficar aqui?

Eu posso ter essa conversa sem prejudicar o meu desempenho. Separo uma parte da massa e giro na palma da minha mão esquerda, para formar uma bolinha, depois amasso essa bolinha, surgindo assim o primeiro biscoito. Adiciono mais algumas gotas de chocolate para complementar. 

— Sei disso. E esse é um dos motivos por eu ter escolhido essa receita, senhor Morgan. Eu sei fazer cookies com gotas de chocolate desde os meus dez anos de idade, e para mim não é somente uma receita tradicional, tem um significado.

— E se a senhorita permanecer na zona de conforto, não vai durar muito no concurso. Lembre-se, cinco pessoas irão embora hoje. 

— Obrigada pelo conselho, se é que eu posso definir assim. Mas, não se preocupe, na hora certa vou mostrar completamente as habilidades que eu tenho na confeitaria. Então, com todo respeito, jurado, o senhor precisa de alguma coisa? 

— Acho que se eu estivesse no limite da cidade, ainda lhe reconheceria pela sua língua afiada. Ah, e antes que eu vá verificar os outros participantes, não esquece de colocar o papel manteiga para assar os seus biscoitos. 

Uma risada escapa de mim. Quando é que eu iria imaginar uma cena dessas? 

— O senhor não vai se ver livre de mim tão fácil. Como eu disse, essa receita é uma das minhas especialidades, eu sei o que estou fazendo. 

Provavelmente ele não ouviu a minha última frase, ou se ouviu, não fez questão de responder. Ele desaparece do meu campo de visão e uma insegurança surge. E se eu realmente estragar tudo? 

Quinze minutos foi o tempo que os meus biscoitos ficaram no forno. Já preparei tudo para a apresentação. Os biscoitos estão em um prato adequado e a minha bancada está organizada, cuidei para que tudo ficasse em seu lugar. Dessa vez eu tive mais tempo para fazer tudo com calma, prestando atenção em todos os detalhes, incluindo o papel manteiga para assar os biscoitos. 

Não foi dessa vez, senhor Morgan. 

Depois do trabalho que eu tive, é mais que merecido que eu experimente um. Levo o cookie escolhido a minha boca, está quentinho, crocante na borda e macio por dentro. Estão exatamente iguais aos que eu fazia na infância. Além do sabor de chocolate, esses biscoitos também trazem um sabor de nostalgia. Espero que os jurados também gostem, principalmente John Morgan, que é mais crítico. 

— O prazo acabou. — Tiana diz — Os jurados vão passar em suas bancadas para experimentar os seus biscoitos. Espero que tenham terminado a tempo. 

John Morgan, Stacy Evans e Rebecca James saem dos seus lugares para circular entre nós. A apresentadora sai da cozinha acompanhada por Paige Mikaelson, talvez tenha acontecido algo grave. Os três jurados vão para a bancada da Olívia, provavelmente eu serei a próxima a ser avaliada. 

— Estão corados demais. Você deixou muito tempo no forno. — Becca James fala. 

— Sim, concordo. Da próxima vez, verifique para não acontecer novamente. — Stacy Evans completa.

— Concordo com elas. — com três palavras, o jurado expressa a sua opinião. Talvez seja um progresso, pois apenas com a breve conversa que tivemos anteriormente, ele falou mais que no primeiro dia do concurso. 

Agora é a minha vez. Eles chegam na minha bancada e eu sorrio, tentando ser gentil. Além de seguir a receita à risca, eu adicionei no preparo algumas lembranças maravilhosas dos bons momentos que eu tive com a minha família e o amor que eu tenho pelo o meu trabalho. Com todo o destaque que eu dei para esses dois ingredientes secretos, a minha insegurança foi amenizada, mas espero que eu não esteja confiante demais. 

— Que curioso. O seu prato é o mesmo que o da sua colega Olívia. Vamos provar! — Stacy Evans disse. 

— Digamos que ocorreu um equívoco. — digo — Espero que não seja nenhum problema. 

— Não, está tudo bem. Sabíamos que era possível acontecer isso. Afinal, não pedimos nove receitas diferentes. — Stacy responde. 

Cada um dos jurados pega um biscoito. Rebecca James fecha os olhos ao comer. Suponho que isso seja um bom sinal. Finalmente, depois de não restar nenhum pedaço, eles dão o veredito. 

— Estão perfeitos. Só falta uma coisa. Uma xícara de chocolate quente para acompanhar os seus biscoitos. Não tenho nenhuma dica para lhe dar. Desejo que tenha um ótimo desempenho na próxima prova também. — Rebecca James declara. 

— Eu também adorei. Ficaram com uma ótima textura, crocantes na medida certa e, é claro, com um ótimo sabor. — a outra jurada, senhora Evans, também elogia. 

— Bom. Meus parabéns, senhorita Bennett! — o jurado elogia. 

— Muito obrigada, jurados! — satisfação, felicidade e alívio são as sensações que sinto agora. 

As juradas sorriem e o senhor Morgan assente, mas parece que eu vi uma sombra de um sorriso em seus lábios, como no dia em que ele foi a Sweet Dream. Se estou certa ou equivocada, acho que nunca irei saber. 

— Adoramos a escolha que vocês fizeram. Escolheram ótimas receitas, alguns se destacaram mais que outros, mas só iremos saber quais de vocês serão eliminados depois da próxima prova. Aproveitem o intervalo de uma hora que vocês têm. — Becca diz e em seguida sai da cozinha com outros jurados. 

Paige retorna para nos avisar que podemos circular pelo prédio, mas não podemos sair do edifício, e também diz que podemos lanchar na sala três. Após isso, Emma Murphy aparece na minha bancada.

— Trouxe biscoitos. 

— Obrigada pela gentileza. 

— Engano o seu. É uma troca. Então, onde estão os seus deliciosos cookies com gotas de chocolate? 

— Estão aqui. — deixo o prato com os biscoitos na frente dela, para que ela possa pegar — Fique à vontade. 

Os biscoitos dela são amanteigados com decoração natalina. Escolhi o biscoito em formato de estrela. Emma é uma boa confeiteira, sem dúvidas. 

— Fez um bom trabalho, Bennett. — ela diz assim que devora o biscoito.

— Obrigada. Digo o mesmo sobre você. 

— Eu ouvi a sua conversa com a Olívia mais cedo. Vai fazer algo em relação a isso? 

— Eu ainda estou um pouco chateada, mas isso não importa mais, já entregamos a prova e está tudo certo. E depois da degustação ela não falou mais comigo, com certeza está frustrada por não ter se saído tão bem. 

— O nome disso é carma. Foi um prazer, depois conversamos. 

Sigo o terceiro aviso da organizadora, uma orientação para colocar os biscoitos que restaram na embalagem descartável, que estava em uma das gavetas. Todos os doces que fazemos vão para instituições de caridade. Absolutamente nada será desperdiçado, é uma atitude solidária, generosa e sensata. Assim que termino, três pessoas que fazem parte da organização do concurso vêm buscar os nossos biscoitos. Entrego a embalagem para a moça e saio da cozinha. Vou aproveitar esse tempo livre para ligar para a Lindsay, quero saber se está tudo bem na confeitaria. 

— Oi! — digo no momento em que ela atende a ligação — Como estão as coisas na confeitaria? 

— Está tudo perfeito. Acabei de colocar um bolo para assar. 

— E a Ashley? Como ela está? 

— Ela recebeu agora uma parte da remuneração adiantada. Ela está na cozinha com a torta de limão, vigiando o forno para mim. 

— Okay. Não quero interromper o intervalo dela. 

— Você parece cansada, Emy. Está tudo bem?

— Sim, está. Eu só estou um pouco tensa, não faço ideia do que teremos que fazer na prova espelho. 

— Seja o que for, você vai se sair bem. E a prova criativa? Aposto que você foi a melhor. 

— Isso só os jurados vão poder lhe responder. Mas, sim, eu fui bem. 

— Viu? Eu disse que você iria arrasar. Emy, você conhece essa receita de trás para a frente, tenho certeza que poderia fazer até de olhos vendados. 

— Eu não sei, mas não quero descobrir. — preparar qualquer receita sem poder ver absolutamente nada não parece ser uma boa ideia — Então, por favor, continue torcendo por mim.

— Claro. Você é a minha confeiteira favorita. Eu... — ela faz uma pausa e depois prossegue com a voz mais baixa — não vou poder falar agora, chegou um cliente. Conversamos mais tarde, tudo bem? 

— Tudo bem. 

— Perfeito! — é a última coisa que eu ouço antes de ela desligar. 

Saber que está tudo em seu devido lugar na Sweet Dream faz com que eu fique mais tranquila. Eu confio na minha sócia e também confio na nossa funcionária temporária que, aliás, vou sentir sua falta quando ela for embora; contudo, eu tenho receio de que possa acontecer algo grave, e eu não estiver lá para ajudar. Lembro que preciso avisar a minha irmã sobre ela ter que vir me buscar. 

Melissa, eu não sei que horas estarei liberada para ir embora. Quando terminar, eu te ligo para você poder vir me buscar. 
Beijos! 

Guardo o celular novamente na bolsa e fecho o armário com o cadeado, e a chave volta para o lugar de antes, o bolso da minha calça. Quando viro os calcanhares para sair do cômodo, vejo Olívia Clarke na porta. Será que chegou nesta sala há um bom tempo? 

— Atrapalho? — ela pergunta, com um quê de insegurança. 

— Não, não atrapalha. Precisa de algo? 

Ela permanece no mesmo lugar. Não se moveu para frente e nem para trás. Olívia mexe nas pontas de suas tranças, depois ajeita os óculos em seu rosto e, por último, abre a boca para falar algo, mas nada sai. 

— Eu quero pedir perdão por ter escolhido a mesma receita. Eu não fiz propositalmente, minha avó quem recomendou que eu a escolhesse. Não quero que fique nada estranho entre nós. O que você acha? 

— Concordo com você. Também não quero que tenha algo nos separando, de certa forma. O importante é que deu tudo certo no final. 

— Ainda bem que enxergou isso. Eu realmente pensei que você fosse abrir mão da nossa amizade. 

Penso em retrucar esse comentário dela, mas não quero prolongar isso, então contento-me por ter resolvido essa situação. Apenas digo a segunda coisa que passou pela minha mente. 

— Okay. 

— Venha, estão servindo bolo de chocolate. Não vai querer perder, certo?

Essa é a Olívia Clarke que eu conheci. Extrovertida e espirituosa. 

— Seria um crime recusar bolo de chocolate. Vamos?

Olívia e eu passamos o restante do nosso curto intervalo juntas. Ela se esforçou para que o clima amigável entre nós retornasse. Mas, por algum motivo desconhecido, sinto que não devo depositar totalmente a minha confiança nela, talvez o conselho que eu recebi da Emma esteja me influenciando. Se a minha mãe estivesse aqui, ela diria para eu seguir o meu coração, porém, eu não entendo com clareza o que o meu coração diz. O melhor  que eu tenho a fazer em relação a isso, é nada. Não quero fazer julgamentos tolos, então, vou poder tirar minhas conclusões no decorrer dos próximos dias. A minha única preocupação prioritária neste momento é a prova espelho. A equipe organizou a cozinha durante o intervalo que tivemos. Está tudo limpo, organizado e arrumado. Os ingredientes da próxima prova já estão nas bancadas, mas a receita ainda não se encontra aqui. Por causa das frutas secas, deduzo que pode ser muffin ou bolo de frutas. 

— Chegou a hora da prova espelho. — a apresentadora Tiana diz — Eu preciso admitir que estou ansiosa para ver o desempenho de vocês. Entretanto, não tão ansiosa quanto vocês devem estar. Jurados, por favor, vocês podem dizer o que os participantes terão que fazer? 

— Claro. Mas, primeiramente, é importante ressaltar que o doce de vocês não precisa estar uma cópia perfeita do exemplo que nós iremos mostrar, o importante é que vocês tentem apresentar semelhanças, porém, não fiquem preocupados com perfeição. É claro que vocês podem colocar o toque de vocês na receita. 

— Exatamente. — a jurada Rebecca concorda — A Stacy tem total razão. Agora que vocês já estão cientes de como funciona a prova, está na hora de revelar o doce que vocês vão reproduzir. O que vocês irão fazer na primeira prova espelho do concurso é... — ela faz aquela típica pausa para prender a atenção de todos — fruit cake. — uma moça entra com o bolo e coloca-o em uma mesa destinada somente para ele, e uma outra mulher vem logo atrás para nos entregar a receita — Eu mesma fiz o bolo, seguindo cada linha da receita, espero que vocês consigam reproduzir. — Rebecca James aproxima-se da mesa e corta uma fatia do bolo — Observem como é o interior. 

Acertei a receita. 

Lindsay e eu fazíamos esse bolo nos primeiros meses da Sweet Dream, mas tiramos o bolo do menu, pois o número de vendas caiu, com isso tivemos que substituir por outro doce e escolhemos brownie para ocupar o lugar. 

— Sei que é óbvio, mas aparentemente alguns de vocês esquecem disso, o bolo não é para ser assado em temperatura alta, pois corre o risco de queimar por fora e continuar cru por dentro. Desejo boa sorte a todos! — John Morgan fala. 

— Agora nossos jurados irão se retirar. E voltarão somente para a degustação. — os três jurados saem — O fruit cake teve origem na Roma Antiga e é um sucesso até hoje, no decorrer do tempo outros ingredientes foram acrescentados na receita original, mas ainda assim, este bolo permanece com a mesma essência. Uma curiosidade rápida: o fruit cake já esteve presentes em momentos de comemoração na realeza britânica, incluindo o casamento real do Príncipe William com a Kate Middeleton. É uma receita tradicional inglesa. Uma hora e trinta minutos é o tempo que vocês têm para preparar esse delicioso bolo. Lembrando que somente cinco de vocês vão para a próxima etapa do concurso. Estão preparados, confeiteiros? Então, mão na massa! 

— Eu nunca fiz esse bolo na minha vida. E agora? — alguém que está nas últimas bancadas diz, acho que foi Liam Sparks. 

— Estamos na mesma situação, amigo. Eu não sei se vou conseguir. — Laura Newton fala. 

Enquanto as pessoas discutem sobre a receita, eu vou até à mesa para observar melhor o bolo que a Rebecca James fez. Acredito que na época em que eu fazia este bolo, o meu ficava parecido com o dela. É essencial que eu tenha essa sorte hoje. Retorno para o meu lugar para estudar a receita, não há tempo a perder. 

Decido usar uma panela média para seguir o primeiro passo da receita. Nessa panela, coloco o açúcar mascavo, uma xícara de água, meia colher de sal, a manteiga e as especiarias que fazem parte do preparo, como canela em pó, cravo e gengibre. Utilizo uma colher de madeira para mexer todos os ingredientes em fogo médio, cinco minutos é o tempo necessário para permanecer no fogo. O aroma que sai da panela é irresistível, a cozinha fica repleta com o cheiro, afinal, nove pessoas cozinhando a mesma receita é o suficiente para fazer com que todo o segundo andar do prédio fique preenchido com esse aroma. Os cinco minutos chegam ao fim, desligo o fogo e, enquanto essa mistura esfria, pré-aqueço o forno e preparo a forma com papel manteiga para receber a massa. Após isso, acrescento na mistura que foi levada ao fogo dois ovos previamente batidos, uma xícara de farinha de trigo, um pouco de essência de baunilha e uma xícara de frutas secas: damasco, maçã, ameixa, tâmara e uvas-passas. Em seguida, quando a massa fica homogênea, é a hora certa para adicionar uma colher de chá de fermento em pó. Quando coloco a massa no forno, ainda restam cinquenta minutos para o tempo acabar. 

— Alguém já está com o bolo no forno? — Lisa Russell pergunta. 

— Sim! — Emma, Jim Anderson e eu respondemos.

— Meu Deus! Eu ainda estou com a mistura no fogo. Eu tive que refazer porque deu errado. — Candice Adams fala e usa o papel da receita como se fosse um leque. 

— Precisa de ajuda? — eu pergunto e ela responde assentindo freneticamente.

Em uma escala de zero a dez, o desespero da senhora Adams é de oito pontos. 

— Eu só preciso adicionar as frutas e o fermento para pôr assar. — Olívia diz 
— Emily, você pode me ajudar?

— Confeiteiros, faltam somente quarenta e cinco minutos. Fiquem espertos! — Tiana alerta. 

— Eu já vou ajudar a Candice. Sinto muito, Olívia, mas mesmo sem saber eu lhe ajudei com a escolha da receita para a prova criativa. 

Vou para a quarta bancada do lado direito com a missão de ajudar a Candice. Só preciso estar atenta para verificar o meu bolo, porque ainda está no forno. 

—  Ai graças a Deus! Eu estou quase entrando em colapso. 

— Está tudo bem, senhora Adams. Continue com a panela no fogo, misture bem e delicadamente, okay? Eu vou medir os ingredientes secos para facilitar para a senhora. Há quanto tempo a panela está no fogo? 

— Não tenho certeza, acredito que há três minutos. 

— Ótimo. Continue misturando e também mantenha os olhos no relógio. 

Uso o copo medidor para separar uma xícara de farinha de trigo, a quantidade de açúcar e a quantidade de frutas secas. Coloco em potes separados para que ela não fique confusa. 

— Quando a mistura esfriar, a senhora adicione os outros ingredientes. 

— Obrigada. Pode falar comigo se precisar de algo. 

— Alguém esqueceu de tirar o bolo do forno. Estão sentindo cheiro de queimado? — Liam Sparks fala. 

Volto para a minha bancada para conferir o meu bolo. Não sei o que houve com o forno, mas o bolo está no mesmo estado em que eu coloquei há vinte minutos.

— O meu bolo queimou um pouco. Eu desisto do concurso. Não posso entregar assim. — Jim diz. 

— Se não estivesse ocupado demais observando a sua namorada, não teria deixado o bolo queimar, Jim. — Liv alfineta.

— E você não deveria se intrometer nas vidas alheias, Clarke. A Lisa não é a responsável por isso. 

— Obviamente. — Lisa responde — Aliás, Jim e eu não estamos juntos. 

— Confeiteiros, já se passou uma hora. Jim Anderson, faz o possível para salvar o seu bolo, pois não há tempo para refazer. — Tiana Petterson aconselha. 

Os comentários continuam e eu foco a minha atenção no meu bolo novamente. Abro o forno para checar seu estado e vejo que a massa está ficando dourada. Com um garfo faço um furo pequeno no centro do bolo, ele não sai totalmente limpo. Isso significa que em poucos minutos o bolo estará pronto. Não sei o que aconteceu com este forno. Primeiro demora para assar e, depois, assa rapidamente. 

Separei um prato para servir o meu fruit cake. Usei um par de luvas térmicas para tirar a forma do forno. Coloquei-a sobre o balcão e, agora que o bolo já está morno, posso tirar da forma. Passo a espátula ao redor do bolo para facilitar o processo de desenformá-lo. Deixo o prato sobre a forma, depois viro-a de ponta cabeça, com o prato ficando por cima e, em seguida, coloco a forma juntamente com o prato em cima da bancada. Seguro a forma e levanto-a, e o bolo sai perfeitamente no prato, sem ruir e sem falhas. 

— Faltam cinco minutos, confeiteiros! Candice Adams, vamos, termine logo. 

Nos próximos cinco minutos, é uma confusão total. Alguns se desesperam e outros sentam no chão para chorar. 

— Dez, nove, oito. — a apresentadora inicia a contagem regressiva, mas faz uma pausa para chamar a atenção do senhor Sparks — Liam, coloque o bolo no prato agora! — ela continua a contagem juntamente com o relógio — Dois, um. Tempo esgotado! Um passo para trás. 

Todos nós damos um passo para trás, mostrando que não estamos fazendo algo depois do prazo estipulado. A tensão na cozinha permanece, agora é o momento decisivo da prova, seremos avaliados e depois vamos descobrir quem sairá do concurso. Para contribuir com o clima de ansiedade que paira sobre nós, começa a chover. Inicialmente com pingos de chuva grossos e pesados e depois a chuva ganha mais força, com direito a trovões e relâmpagos. 

— Becca, Stacy e John podem entrar. Finalmente é a hora da degustação. — os jurados entram na cozinha enquanto Tiana prossegue com a sua fala — Dessa vez, eu não vou resistir em ficar somente observando, quero experimentar também. 

— Vocês vão trazer seus bolos e depositar em cima da mesa. Tudo bem? Vamos chamar um participante de cada vez. — Stacy avisa. 

— Então, vamos começar. Olívia Clarke, pode vir. 

Liv caminha até a mesa, onde já se encontra o bolo que Rebecca James fez, e coloca o seu ao lado. John corta o bolo dela com uma espátula de alumínio e experimenta. Logo em seguida as duas juradas também provam. 

— Quase agradável. Você exagerou na quantidade de açúcar mascavo. — John Morgan diz. 

Opto por não assistir as avaliações dos pratos dos meus concorrentes. Permaneço na cozinha, mas ao invés de estar atenta ao que acontece ao meu redor, repito mentalmente que vai dar tudo certo e eu irei para a próxima etapa. Depois de não sei exatamente quanto tempo, eu percebi que serei a última a ser avaliada, quando Jim Anderson volta para a sua bancada com o seu bolo meio queimado, sou chamada para a degustação. Caminho com passos cuidadosos e com as mãos firmes no prato. Coloco-o em cima da mesa. 

— Espero que o seu bolo tenha ficado tão bom quanto os seus cookies com gotas de chocolate. — Stacy diz e corta uma larga fatia do bolo, depois divide essa fatia em quatro pedaços.

Os três experimentam o meu bolo. Acredito que esse é o momento mais tenso, quando eles provam os doces silenciosamente, talvez perdidos fazendo suas percepções mentalmente. Assim que eles terminam de comer, a apresentadora come o quarto pedaço que sobrou. 

— Bom. — é tudo o que o senhor Morgan diz. 

— Ficou muito bom. A massa está fofa e o sabor incrível. Acho que você poderia ter colocado um pouco mais de baunilha, para o sabor ficar ainda mais acentuado, mas é claro que isso não prejudica o seu desempenho, é apenas uma sugestão. 

— Concordo com a Stacy, — Rebecca James afirma — porém, como ela disse, é uma sugestão que pode ser vista como uma dica. No mais, o seu bolo está ótimo. Fez um bom trabalho. 

— Agradeço a sugestão. 

Com um sorriso incontido nos lábios, volto para o meu lugar com o bolo.

— Agora que a degustação terminou, é o momento de revelar os quatro participantes que continuam na competição. Jurados, vocês já têm o veredito ou precisam de mais tempo?

— Não, o resultado já está claro para nós. — Rebecca James diz e John Morgan e Stacy Evans concordam — Vamos anunciar os participantes que voltarão para a próxima etapa. Emma Murphy! 

— Dylan Fox. — o jurado fala.

— Olívia Clarke e Emily Bennett. — Stacy revela quem ocupará as últimas vagas. Estou muito contente por ter conseguido.

— Parabéns aos selecionados. Os demais, Lisa Russell, Jim Anderson, Candice Adams, Laura Newton e Liam Sparks estão eliminados. Obrigada pela participação de todos. Desejo boa sorte e que vocês continuem aprimorando suas habilidades. 

As juradas dizem algumas palavras motivadoras aos eliminados, que completam o que a Tiana disse. Eles saem da cozinha. Fico chateada por Candice não ter conseguido uma vaga para a terceira etapa, ela foi tão bem na prova criativa, é uma pena que o seu desempenho não foi tão bom na prova espelho. 

— Estão ansiosos para a próxima prova criativa? Porque eu estou. — Stacy fala — Para a prova criativa da segunda fase vocês deverão preparar cupcakes. Sim, isso mesmo. Esses bolinhos deliciosos e populares que todos amam.

Cupcakes? Acho que já sei qual sabor escolher. Em homenagem à senhora Smith, nada mais justo que fazer o clássico cupcake de chocolate com morango da Sweet Dream. 

— Mas, não é tão simples assim, cada um de vocês vai preparar cupcakes de dois sabores diferentes. E um deles deverá ser de Red Velvet, o outro sabor fica a critério de vocês. Então, como da última vez, enviem a receita para o e-mail do concurso. O prazo para o envio das receitas é até às quinze horas de amanhã. — Rebecca passa as orientações. 

— Fiquem espertos com o prazo. — Tiana Petterson fala — A ausência das receitas resultará em desclassificação. Isso é tudo, confeiteiros, vocês já estão dispensados. Vejo vocês sexta-feira!

Sou a primeira a sair da cozinha. Preciso ligar para a Melissa conforme o combinado, a chuva continua cada vez mais forte e intensa. Quero chegar em casa o mais rápido possível, com certeza eu mereço uma noite tranquila, livre de provas, tensões e prazos para cumprir. 

Chego na sala onde estão os nossos armários e guardo o avental e a faixa que uso no cabelo dentro do saco plástico, para depois colocar dentro da bolsa. Ligo várias vezes para a Melissa, e ela não atende. Eu sou uma das poucas pessoas que ainda está aqui. Pego a minha bolsa e desço de elevador para a portaria, ainda insistindo em ligar para a Melissa. Após dez minutos de tentativas frustradas, acho melhor ligar para um táxi. Disco o número e, quando estou prestes a clicar na tela para efetuar a chamada, o senhor Morgan aparece ao meu lado. 

— Aconteceu alguma coisa? A senhorita está andando de um lado para o outro com o celular em mãos.

— Não, está tudo bem. Estou esperando a minha irmã ou um táxi, vou aguardar a opção que for mais rápido. 

— Ela já está a caminho?

— Na verdade, ela ainda não atendeu as minhas ligações e também não ouviu os meus recados. 

— Venha. 

— Ir para onde?

— Dançar na chuva. — além de grosseiro também é sarcástico. Que combinação maravilhosa. — Vou te levar para a casa, senhorita Bennett. Onde mais seria?

— Ah, obrigada, mas eu não posso aceitar. Não quero incomodar o senhor. 

— Então prefere ficar à espera da sua irmã? Eu vou levá-la para a sua casa, não vou fazer qualquer desvio. — não tenho certeza se é uma boa ideia, parece ser inadequado. Mas, ao mesmo tempo, quero chegar em casa quanto antes — Última chance.

— Tudo bem. Eu aceito, obrigada. 

Saímos do prédio e ele abre o seu guarda-chuva, foi necessário que ficássemos quase grudados, para que nenhum de nós dois fosse ensopado pela chuva. Fiquei receosa de encostar em seu corpo, mas, inesperadamente, o senhor Morgan segurou a minha cintura, aproximando mais o seu corpo do meu. Fomos andando para o estacionamento com uma proximidade absurda demais para a nossa situação, ele segurou o guarda-chuva durante todo o caminho, nos protegendo da tempestade.  

— Entre. — ele diz quando abre a porta do seu carro para mim — Não precisa ter medo senhorita Bennett, é apenas uma carona. Se a minha irmã sonhar que te deixei no prédio sem sequer um guarda-chuva, ela não me deixaria em paz. 

— Então o senhor está fazendo essa gentileza em nome da Ashley? — pergunto e entro em seu carro sem esperar por uma resposta e, imediatamente, coloco o cinto de segurança. 

— Estou fazendo o que é certo. E, além do mais, não quero dormir com a consciência pesada depois. 

— É um bom motivo. Aliás, agradeço novamente pela gentileza. 

John conduz o carro para fora do estacionamento e depois pergunta qual é o endereço da minha casa. E somente após isso, ele responde o meu comentário anterior. 

— Pelo o seu tom, parece estar surpresa demais com a minha atitude. 

— Sim, um pouco. Dado o nosso passado, achei estranho o senhor se preocupar comigo, mas agora eu já conheço os seus motivos para tal atitude, não quero que pense que estou sendo ingrata. Afinal, não acho que o senhor seja uma má pessoa. 

— Então, como a senhorita me enxerga? 

— Com toda a sinceridade do mundo? — pergunto retoricamente — Eu acho que o senhor parece ser um pouco difícil de lidar. Depois que pediu perdão para a minha tia Jenna sobre o que ocorreu no French Market, a minha percepção em relação ao senhor mudou parcialmente. 

— Como a senhorita disse naquele dia, eu estava sendo babaca. O certo era pedir perdão. 

— Eu concordo. Nunca é tarde para fazer o certo e, por isso, quero lhe pedir perdão pelas minhas palavras. 

— Tudo bem. A senhorita estava defendendo a sua tia. É uma reação natural.

— De qualquer forma, ainda mantenho o meu pedido de desculpas. 

— Desculpas aceitas, senhorita Bennett. Preciso dizer que fiquei curioso com algo que você disse sobre os seus biscoitos. Qual significado aquela receita tem?

— Apesar da nossa recente reconciliação, acho que é o termo mais apropriado para definir isso, não acho que temos intimidade o suficiente para eu falar sobre isso. Entende? 

— Estou perguntando de uma forma profissional, não precisa haver intimidade. 

A chuva cai lá fora com menos intensidade que antes. Talvez não vá chover a noite toda. Observo da janela as ruas passarem diante dos meus olhos com uma velocidade mediana. Não importa qual seja o clima, a temperatura ou a estação, Nova Orleans continua linda. 

— Aqueles biscoitos trazem ótimas lembranças da minha infância. — respondo algum tempo depois — Dos momentos em que o meu pai e eu cozinhávamos juntos. Agora que eu não tenho os meus pais para repetir aqueles momentos especiais, tudo o que tenho são as minhas lembranças. Eles morreram em um acidente no Natal do ano anterior. Esse é o significado, senhor Morgan. Tudo bem, não precisa dizer que sente muito. Todos dizem a mesma frase e, às vezes, o que sentem não chegam a um por cento da dor que eu ainda sinto. 

— Na verdade, eu iria dizer que você está fazendo um trabalho excelente no concurso. Os seus pais ficariam orgulhosos de você. E talvez substituir as lembranças ruins por lembranças novas pode te ajudar. Aproveite os seus momentos especiais e substitui esses momentos no lugar das lembranças do acidente. 

— Acho que isso foi a resposta mais longa que o senhor já me deu desde o dia em que nos conhecemos. O senhor é do tipo quieto e observador. Agradeço pelo conselho. 

— Eu digo somente o necessário. 

Observo ele dirigir com os olhos vidrados na estrada. Já estamos quase chegando na minha casa. A chuva fica cada vez mais fraca e eu volto a admirar da janela o nosso caminho. 

— A cidade é maravilhosa, não é? Acredito que nenhum outro lugar supere Nova Orleans. O senhor já teve tempo de conhecê-la? 

— Ainda não. Mas pretendo fazer isso em breve, senhorita Bennett. 

Chegamos na rua da minha casa. Tiro o cinto de segurança e fico preparada para descer do carro. Ainda bem que a chuva enfraqueceu. 

— O senhor agora sabe sobre uma parte da minha vida. Então, acho que quando nós não estivermos no concurso, podemos abandonar a formalidade. Pode me chamar de Emily ou Emy, como as pessoas mais próximas de mim me tratam. 

— Tudo bem, Emily Bennett. — ele diz quando chegamos na minha casa — Espere. 

Ele sai do carro com o seu guarda-chuva e abre a porta para mim. E, como na hora em que estávamos indo para o estacionamento, andamos juntos até chegar à porta da minha casa. 

— Obrigada por me trazer, John. Eu fico te devendo um favor. Pode cobrar quando achar conveniente. 

— Emily, já que estamos sendo sinceros, quero que saiba que eu não trouxe você somente por causa da Ashley. E quanto ao favor, pode ter certeza que eu vou cobrar. 

— Eu espero que cobre. 

Ele assente e volta para o carro, eu permaneço na varanda da minha casa, observando ele seguir o seu próprio caminho. Aceno com a mão direita quando ele olha para mim. Enquanto John vai embora, eu procuro a chave da porta dentro da minha bolsa. Entro em casa e a primeira coisa que penso é que John Morgan tem um grande coração debaixo daquela capa em que ele se esconde e, a segunda coisa que eu consigo pensar, é que eu preciso urgentemente de qualquer bebida quente. E Melissa Claire Bennett precisa de uma boa desculpa para explicar o porquê de não ter atendido às minhas inúmeras ligações.

❣

Não consegui postar o capítulo ontem, peço perdão. Estou em período de provas e não tive tempo.

Já estamos na metade do livro! Está passando rapidinho. Alguém esperava que a Olívia fosse fazer isso? E o que estão achando do desempenho da Emy no concurso?

Eu amo o final do capítulo, é muito fofo. Será que o John vai mesmo cobrar essa dívida? Vocês vão ter que aguardar para descobrirem haha. Continuo com a política do bom e velho suspense.

Votem no capítulo, por favor. E para quem tem o costume de fazer decoração natalina, tire fotos e publique no Instagram porque eu quero muito ver, ok? O meu perfil é @rayane_cristina_santos

Faltam treze dias para o Natal!

Beijos e bengalas de açúcar!