Chapter Seven

Simples assim, Emy? Ela roubou a sua receita na maior cara de pau? — Lindsay pergunta. 

Estamos na confeitaria aguardando a Ashley para começarmos a nossa reunião. Como não tem assuntos complexos para pôr em pauta, vamos discutir sobre as encomendas que temos que entregar neste mês e as encomendas para o início de janeiro. E, depois, Lindsay irá ao banco depositar o dinheiro que recebemos durante esse mês. 

— Sim, isso mesmo. No início eu fiquei chateada, mas depois decidi não me importar com isso. Porém, não quer dizer que eu não tomarei cuidado. Vou ficar com os meus olhos bem abertos, a Emma me deu um conselho e eu pretendo seguir. 

— Ela deveria ser desclassificada. Se eu fizesse parte da organização do concurso, essa garota teria dado adeus para a competição no mesmo dia. 

— Você pode levar esses biscoitos para a vitrine, por favor? Eu vou terminar de preparar o bolo. 

Antes de a Lindsay sair da cozinha, ouvimos o sino tocar, anunciando que Ashley Morgan chegou neste momento. Ela avisa que chegou, como se suas botas de saltos não fossem o suficiente para fazer tal trabalho, minha sócia leva os biscoitos consigo, como eu pedi, e eu continuo a minha tarefa de antes, que é terminar esse bolo de cenoura. Quando o período do concurso terminar e Ashley for dispensada, irei sentir falta do trio que nós formamos. Acredito que não será preciso que ela fique aqui o dia inteiro, pois Lindsay e eu podemos dar conta de tudo, mas é importante que Ashley esteja aqui para a reunião, pois ela ainda faz parte da equipe. 

— Desculpe pelo atraso, o meu despertador não funcionou hoje. 

— Tudo bem. Ainda não começamos a reunião. — despejo delicadamente a massa na forma de coração. Com o forno já pré-aquecido, coloco o bolo para assar. 

— Lindsay disse que roubaram a sua receita no concurso. John não falou nada  sobre isso. 

— E sobre o que o seu irmão falou?

— Ele falou algo sobre como a senhorita Bennett é talentosa e também disse algumas coisas sobre os outros participantes, mas eu não fiz questão de ouvir essa parte chata, até porque o que importa é sobre você. — Ashley comenta enquanto veste o seu avental.  

Trago a bandeja com as mini tortas de morango para perto de mim. Ainda não estão prontas, preciso colocar o creme em cada uma. 

— Ele realmente disse isso? — Lindsay diz ao entrar na cozinha — O que mais ele falou sobre a Emy?

— Vocês vão mesmo conversar sobre mim na minha frente? Ainda estou aqui. 

— Você é quem está com a vida agitada. Uma concorrente falsa que quer te tirar da competição, o jurado que tem uma queda por você. Sua vida se tornou uma novela, e eu quero acompanhar cada capítulo. — minha sócia fica ao meu lado e corta os morangos que usamos para finalizar as tortas, como se fosse uma cereja no topo dos cupcakes. 

— Concordo totalmente com ela, Emily. Conheço muito bem o meu irmão e, desde que ele te conheceu, está agindo de forma estranha. Ontem ele chegou em casa mais tarde e ainda estava assoviando uma música qualquer. 

— Sinto muito em lhe informar, Ashley, mas eu não tenho esse poder. Aliás, você trancou a porta? Se eu não estou enlouquecendo, acho que alguém entrou na loja. Pode ir verificar, por favor?

— Claro. 

Ashley vai checar a porta e eu deixo de lado as mini tortas por um minuto para verificar o bolo. Em seguida, termino de colocar creme em todas as tortinhas. Deixo a minha amiga finalizá-las com os pedaços de morango e vou ao salão para levar as fatias de bolo gourmet para a vitrine. Hoje está sendo um dia produtivo. Conseguimos fazer os doces para a loja e adiantar uma encomenda que é para entregar amanhã.

— Não precisa perguntar se eu estou sozinha, se quer saber da Emily, é só perguntar. E trazer o carregador do meu celular foi só um pretexto.

— Vou entender isso como um agradecimento. — ouço a voz inconfundível do senhor Morgan — Aliás, Ashley , por que eu iria querer rever a senhorita Bennett? Nos encontramos ontem.

Apareço no salão segurando a bandeja com as fatias de bolo e vou para trás do balcão. 

 — Bom dia, John! — cumprimento-o — Espero que tenha retornado para experimentar outros doces que fazemos aqui. — retiro as fatias de torta para colocar as fatias do bolo no lugar. Acho que essa posição fica melhor, com as fatias de torta atrás. Porém, deixo uma das fatias em cima do balcão. 

— Bom dia, senhorita... — quando ele está prestes a dizer o meu sobrenome, arqueio uma sobrancelha, rapidamente ele recorda que pode descartar a formalidade. John, ao que parece, não está confortável de me chamar pelo primeiro nome na presença de sua irmã — Emily! Não, eu vim para trazer o carregador que a minha irmã esqueceu. 

— Tudo bem. Continue enganando a si mesmo, irmão. 

Pego uma embalagem para uma única porção de bolo ou torta. Coloco dentro da embalagem de papel a fatia que deixei sobre o balcão. Com cuidado, fecho a embalagem e escolho uma pequena sacola. John observa todo o processo sem desviar o olhar das minhas ações. 

— Não seja por isso. — eu digo — Fique com esse bolo em agradecimento por ontem. — deixo a sacola sobre o balcão. 

— Não é necessário. 

— Sim, não é necessário, mas eu não estou fazendo por obrigação, é uma gentileza. John, você não veio até aqui para fazer desfeita dos meus doces, certo? 

— Tudo bem. Não posso ser descortês. Obrigado. 

Observo o seu rosto em busca de alguma evidência que prove agradecimento genuíno. O que consigo encontrar, com um pouco de esforço, é um sorriso refreado, com os seus lábios pressionados e bochechas levemente erguidas. Eu gostaria que, somente por um segundo, não houvesse receio por parte dele em expôr os seus sentimentos. Mas, por outro lado, eu entendo perfeitamente o fato de construir uma barreira que impeça a transparência de emoções. 

— Disponha. 

— É impressão minha ou o senhor sabe tudo está aqui? — se eu consegui ouvir o que a Lindsay disse da cozinha, Ashley e John também ouviram. Ele olha fixamente para mim e eu não sei o que dizer ou fazer — Emy, o bolo já está quase pronto. — a voz dela fica cada vez mais perto. — Aconteceu alguma coisa? — ela questiona ao chegar no salão, só depois ela repara que realmente John está aqui — Olá! Tudo bem?

— Devo presumir que o senhor sabe tudo sou eu? — ele pergunta. 

Sem saber qual atitude devo tomar diante dessa saia justa, apresento Lindsay para ele: 

— Essa é a minha sócia. Lindsay Mackenzie. Ela estava apenas brincando, espero que não fique chateado. 

— Não estou chateado. Na verdade, estou surpreso. Eu não sabia que a senhorita tem o hábito de falar sobre mim com suas colegas de trabalho. 

— E eu não tenho. — tento contornar a situação — Eu falo para elas sobre o concurso e, por acaso, o senhor é o jurado. — cruzo os braços e olho para o chão, tentando não demonstrar qualquer indício de vergonha — Não conversamos exclusivamente sobre o senhor. 

— Exatamente. — ela concorda comigo. Até então, Ashley permanece batendo o pé no chão. Claramente ela está se divertindo. 

— Foi bom conhecê-la senhorita Mackenzie. Nos vemos mais tarde, irmã. Agradeço novamente pela gentileza, Emily. — ele sinaliza para a sacola — Tenho que ir. 

Lindsay despede rapidamente e volta à cozinha para checar o bolo. 

— Está bem. Volte sempre!

— Te vejo amanhã com os seus cupcakes. 

— Pode apostar que sim. 

Ashley sai de trás do balcão e abraça o seu irmão. John caminhou até a porta e, antes de passar por ela, maneou a cabeça positivamente e foi embora. 

A minha intenção era fazer a reunião enquanto o bolo estava no forno, mas com a inesperada visita de John, não aconteceu como o planejado. Vamos abrir a confeitaria para os clientes daqui a, no máximo, quinze minutos. Esse é o tempo que temos para discutir todas as pautas. Deixei o bolo na cozinha e agora estamos no salão. 

— Por que não contou que ele levou você para a casa ontem? — Lindsay indaga.

— Agora eu sei porque ele demorou para chegar em casa. 

— Não foi nada de mais. A Melissa não atendeu as minhas ligações e gentilmente ele se ofereceu para me levar para a casa. 

— Ela explicou o porquê de não ter atendido? — Ashley pergunta. 

— Sim, ela ficou sem bateria. Mas agora precisamos manter o foco. Enfim, quantas encomendas temos para este mês, Lindsay?

— Temos que entregar duas. O bolo de coração para entregar hoje ainda e o outro bolo para entregar amanhã. Essas são recentes, ainda bem que já entregamos a encomenda da festa de aniversário. Aliás, ontem uma senhora ligou para encomendar três tortas de maçã, quinze cupcakes e um bolo simples de chocolate. 

— E ela quer para a véspera de Natal. Lindsay e eu não demos uma resposta concreta, pois queríamos conversar com você primeiro. Ela vai ligar hoje para confirmar. Então, nós vamos aceitar? 

— Se o prazo fosse para depois do Natal, não precisávamos pensar duas vezes. O problema é que eu não estarei aqui no dia vinte e três, pois é a final do concurso, não posso deixar a Lindsay fazer tudo. Bom, estou torcendo para chegar na final. 

— Eu posso ajudar. Eu sei que não tenho experiência, apesar da minha família trabalhar com gastronomia, mas eu posso ao menos quebrar os ovos. — Ashley fala. 

 — Eu estou livre e com a ajuda dela vamos dar conta, Emy. Não se preocupe, pode ficar tranquila. Até porque, a gente não sabe se depois do concurso você irá ver o John. Sugiro que aproveite bastante. 

— Isso não é um programa de relacionamento. É um concurso exclusivamente de culinária. Esqueceu que ele é o jurado? Seria antiético. 

— Então se o John não fosse o jurado você pensaria no assunto? — Ashley fala. 

— Esse não é o assunto que precisamos discutir. — retruco — Vamos retornar às encomendas. Todas concordamos em aceitar? 

— Tenho certeza que vamos dar conta. 
— Lindsay responde sorridente. 

— Conte comigo para quebrar os ovos e fazer outras tarefas simples. 

Lindsay anota no caderno a encomenda. Bebo um gole de água e olho nas minhas anotações os próximos assuntos a tratar. 

— Para o próximo mês temos um bolo de casamento. Já está tudo certo. — ela avisa.

— O casamento da Summer. Agora precisamos fazer uma lista dos ingredientes que vamos precisar. Quem fez a encomenda especificou o sabor dos cupcakes? 

— Sim. Chocolate com morango e mirtilo com chocolate branco. Ela perguntou se nós fazemos doces veganos, o que eu acho uma ótima ideia para incluir no menu. — minha sócia responde. 

— Eu concordo. Vamos alcançar um novo grupo de clientes. 

— Eu verifiquei a despensa e vi que está acabando a manteiga, os ovos e o chocolate. — Ashley diz — Vou anotar esses ingredientes na lista. — ela pede a caneta que a Lindsay estava usando para registrar as encomendas e anota os ingredientes.

— Também precisamos de maçãs e frutas vermelhas, pode colocar na lista. Frutas temos que comprar toda semana, porque preferimos usar frutas frescas. Quanto a farinha e aos ovos, não precisamos nos preocupar, vão chegar amanhã. Okay?

— Você já enviou a receita para o concurso? — Lindsay pergunta. 

— Sim, enviei ontem mesmo. Vou fazer cupcakes de chocolate com morango. O mesmo que a senhora Smith compra todos os dias. 

— Ah, por falar nisso, ontem ela comprou o seu último cupcake do ano. Ela disse que vai tentar diminuir a quantidade de açúcar que consome. 

— Chocante, não é? Perdemos temporariamente uma cliente fiel. Talvez foi por isso que choveu tanto ontem à tarde. — Lindsay comenta — Sorte a sua que o senhor Morgan estava lá para lhe ajudar. 

— Eu reparei quando ele sorriu para você hoje. Não foi um sorriso amplo, mas ainda assim foi um sorriso. John sorri para as pessoas mais próximas, como nossos pais. De alguma forma, você significa algo para ele. 

— O seu irmão tende a ser mais reservado. Apesar de eu querer que ele seja um pouco mais descontraído, não podemos forçar isso. Bom, agora temos que falar sobre o seu emprego, Ashley. Agradeço por ter aceitado ficar conosco durante esses dias. Depois do feriado provavelmente não vamos precisar que você venha, porque eu estarei aqui. Espero que não se importe. — termino de dizer, apreensiva. De maneira alguma quero passar uma ideia errada sobre a presença dela aqui. 

— Eu já estava ciente disso desde o começo. Vou sentir falta da rotina de estar aqui, mas eu vou continuar voltando uma vez ou outra. A Sweet Dream vende a melhor torta de limão do mundo. 

— Você foi de uma grande ajuda. Espero que a Emily e eu possamos contar com você em outras ocasiões. 

— Claro que podem. É só ligar. Eu sou a funcionária do mês, não vou perder o meu lugar no pódio. 

— Fique tranquila, esse título pertence somente a você. — digo — Se você não quiser ficar o dia todo hoje, pode ir para a casa. 

— Não, tudo bem. Eu gosto de ficar aqui e, além do mais, eu posso ser útil para alguma coisa. Ninguém quebra ovos tão bem quanto eu.

— Perfeito! Vamos ao trabalho, então! — Lindsay fala e levanta da cadeira.

— Não tenho dúvidas disso. Por ora, acho que é somente isso por enquanto, podemos discutir sobre outros pontos depois. Tem um bolo na cozinha esperando para receber recheio e cobertura. 

Retorno para a cozinha e não hesito um segundo sequer para retomar o trabalho com esse bolo. Combinamos que a Lindsay ficará responsável por comprar a manteiga e o chocolate. Ela decidiu que vai ir hoje mesmo. Deixamos cem dólares 
separado para gastar durante a semana. As frutas vermelhas vamos comprar no domingo, pois faremos as tortas, o bolo e os quinze cupcakes na segunda-feira. 

Em uma panela, coloco leite condensado e seis colheres de chocolate em pó, antes de adicionar o restante dos ingredientes, utilizo uma espátula para misturar, incorporando totalmente o chocolate no leite condensado. Logo após, despejo na panela o creme de leite e uma colher rasa de manteiga. Deixo o fogo em temperatura baixa, para evitar que queime. Esse recheio é uma receita brasileira denominado brigadeiro, no Brasil é uma receita muito popular, eu aprendi no curso de confeitaria. Durante dois meses aprendemos receitas de outros países. O brigadeiro, por exemplo, tivemos uma confeiteira brasileira para ensinar. Mia é uma pessoa extremamente simpática. Sua missão, segundo ela mesma, é preencher o mundo de amor através dos seus doces. É uma filosofia que eu também pretendo seguir. 

Quando o brigadeiro atinge a consistência adequada para recheio, desligo o fogo e acrescento cem gramas do bom e delicioso chocolate amargo. O aroma que essa receita traz convida qualquer pessoa que esteja passando  por perto a entrar na confeitaria. Ainda quente, transfiro o brigadeiro para uma travessa de vidro e cubro com plástico filme, levando ao freezer. Meu celular vibra em cima da cadeira, a música "Over The Rainbow" fica cada vez mais alta.  Lavo as minhas mãos e o celular continua a tocar, seja quem for que estiver ligando, vai persistir se for algo urgente. Tia Jenna é quem está ligando. Raramente ela me liga ou vem até aqui no meu horário de trabalho, pois além de ela achar que é inconveniente, Jenna também trabalha à tarde de segunda  a sexta-feira. Mas especialmente neste mês, ela está me ligando com mais frequência. O motivo é óbvio, está cada vez mais perto o aniversário de morte dos meus queridos pais. Atendo a ligação e, não consigo dizer sequer uma palavra, tia Jenna é mais rápida que eu. 

— Emy, querida, espero que já tenha feito as compras de Natal.

Sento na cadeira em que estava o meu celular, permito-me ter uma folga rápida enquanto converso com a minha tia. 

— Tia, a senhora sabe que eu não vou comemorar o feriado este ano e, talvez, por muito tempo. 

 — Eu sei que você tem péssimas lembranças do último Natal, mas acredito que seus pais não gostariam que você rejeitasse a data. Peter e Marisa eram os meus melhores amigos, eu também sinto a sua dor, mas é preciso entender que o mundo não vai parar de girar.

 — Eu entendo e agradeço. Porém, enquanto todos estarão felizes com a data, eu vou continuar sendo a garota órfã que teve o azar de perder a mãe e o pai no mesmo dia. 

Ouço a respiração profunda da minha tia do outro lado da linha. Com a voz de quem esteve chorando há pouco tempo, ela responde. Imediatamente o meu coração fica apertado no meu peito. Senti como se o meu coração estivesse sendo esmagado como uma massa de biscoito.

— A culpa não é do feriado, não é sua e também não é deles. Acidentes infelizmente acontecem, pessoas morrem todos os dias, — depois de se recompor melhor, ela continua — não importando se é Natal, Páscoa ou outra época. Natal também é tempo de agradecer por tudo que temos. Amor, união, respeito, gratidão e empatia são virtudes que define o real significado da data. Você tem família, amigas, saúde e a confeitaria. Somos uma família, podemos compartilhar nossa dor e nossas inseguranças juntas. Ninguém tem que carregar o fardo sozinha. 

Quando ela termina de dizer a última frase, lágrimas escapam dos meus olhos. Essas lágrimas são o resultado de vários sentimentos. Saudade, dor, solidão, gratidão e, de certa forma, representam alívio, em saber novamente que eu não tenho que passar por isso sozinha. 

— Eu sei, mas é tão difícil. Às vezes eu não consigo dormir direito, é horrível. Mas, ainda assim, tento me apegar às boas recordações. 

— Agora você compreende, meu amor? — ela diz com suavidade e calma, como se tivéssemos todo o tempo do mundo e, realmente, talvez eu tenho o tempo necessário para me reconciliar com o feriado — Se eles tivessem partido em outro dia, você não iria gostar da data do mesmo modo. Então, tenta enxergar o Natal com outros olhos e tudo bem não se sentir completamente confortável, você tem o direito de ainda ficar triste e emotiva. Não se sinta pressionada a aceitar tudo, mas que tal dar uma chance? Acredito que biscoitos amanteigados com decoração natalina é uma ótima forma de começar.  
  
— Tudo bem. Acho que eu posso fazer isso, tia. E sei o que posso fazer antes de começar pelos biscoitos. Eu não sei como, mas parece que tudo o que a senhora disse funcionou como uma fórmula para me libertar. Eu agradeço imensamente. Você é uma segunda mãe para mim.

— Fico feliz em saber disso, Emy. Depois eu ligarei novamente, agora que a minha missão foi cumprida, tenho que ligar para a sua irmã também. Eu te amo muito, querida. Vejo você em breve!

— Eu te amo mais. — e assim a chamada é encerrada.

Vou para o salão usando as pontas dos dedos indicadores para terminar de secar as lágrimas. Ashley percebe que há algo diferente e pergunta se estou bem. Sinceramente, eu não tenho certeza. 

— Eu não sei. Ao que parece, estou estranhamente aliviada. Não chorei tanto, mas foi como se um peso tão grande saísse de mim. Onde está a guirlanda que você trouxe?

— Está aqui. — ela pegou de algum lugar atrás do balcão e entregou para mim — Posso levá-la para casa. Como eu disse antes, não quis ser inconveniente.

— Tudo bem. Não se preocupe com isso. — abro a porta para pendurar a guirlanda — Isso representa que vou tentar gostar novamente do Natal, o próximo passo é comer biscoitos amanteigados.  
 
Mesmo sem entender exatamente o que eu disse, Ashley fala, sorrindo. 

— Okay. Aceito tudo que envolve seus doces, principalmente se houver torta de limão. 

Sorrio para ela. Assim que a Lindsay retornar, vamos precisar ter uma conversa para que eu explique sobre a conversa com a tia Jenna. E, sem reuniões de trabalho, preciso contar com a colaboração delas como minhas amigas, não é o momento de colocar trabalho na conversa. Afinal, tudo tem seu tempo oportuno.

Aii esse simples gesto da Emily colocando a guirlanda na porta é muito representativo para ela, tem um peso muito grande, significa um recomeço, uma nova fase.

E olhaquem apareceu na Sweet Dream pela segunda vez. Algo me diz que o John não tem interesse somente nos deliciosos doces da confeitaria, não é mesmo?

A Ashley e a Lindsay concordam comigo. Vocês gostaram do capítulo? O que vocês estão achando do livro até agora? Estamos praticamente na reta final e, com isso, o meu capítulo favorito está cada vez mais perto.

A Mia, que a Emy mencionou, é uma personagem da minha amiga EmilyCristina1710 que eu peguei emprestada haha. Vamos torcer para ela escrever a história da Mia logo, pois eu já estou curiosa para conhecê-la melhor.

Faltam onze dias para o Natal!

Beijinhos e bengalas de açúcar!

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