4: Desejo ardente.
Acordei com um delicioso cheiro de brownie, me levantei e fui para o banheiro, tomando um banho rápido e coloquei um conjunto de saia e cropped, preto. Desço as escadas e segui para a cozinha, Lucas está dançando ao ritmo de Feel It, seus movimentos são lentos e sensuais. Os músculos do seu braço estão contraídos, mostrando o seu bíceps definido. Sua mandíbula é marcada e com uma sombra de barba.
- Vai precisar de um pano para limpar a baba que está escorrendo.
Ele virá de frente para mim e seu abdômen está sujo de farinha, umedeci os meus lábios com a ponta da língua e essa ato não passou despercebido por Lucas. Seus olhos estão fixos nos meus lábios, seu pomo de Adão sobe e desce, mostrando a guerra interna que ele está lutando, como a que eu estou lutando para não trair o meu namorado.
- Seu café está pronto. Brownie com castanha do Pará e muito chocolate e um suco de maracujá para acalmar os nervos pela manhã.
- Você não vai ficar para o café? - perguntei ao ver ele indo em direção ao andar de cima.
- Tenho que ir. Foi bom a estadia, mas agora quero as minhas roupas limpas para ir para a aula.
Ele subiu as escadas correndo e eu comecei a comer o meu café da manhã. O brownie está crocante por fora e macio por dentro, além da abundância de chocolate derretido dentro do doce. Bebo um pouco do suco e escuto Lucas descendo as escadas.
- Quer que eu chame um Uber para você? - me ofereço.
- Não é preciso, conheço um atalho até a minha casa - ergo uma sobrancelha duvido das suas palavras.
- Esse atalho se chama motorista particular?
- Você é uma ótima detetive - um sorriso malicioso se formou em seus lábios - Espero que um dia você descubra onde tem fogo.
Ele saiu pela porta me deixando intrigada. Concentro-me em acabar de tomar o meu café da manhã para acabar de ler o livro que eu comecei ontem a noite.
*****
Entro no campus da universidade Felipe veio até mim, tentando me beijar. Seu hálito está fedendo a bebida alcoólica, seu cabelo que permanece sempre em um penteado elegante, agora está bagunçado. Sua mandíbula está tensa igualmente aos outros músculos do seu corpo.
Ele fala sem parar como se sente mal por estar agindo dessa forma comigo, mas não escuto nada que ele está falando. Minha atenção permanece ao quarteto sentado no corrimão de cimento da escadaria principal.
Para mim Lucas é o mais bonito dos quatro, o garoto a sua direita é o Matteo e os outros dois não conheço, mas sei que já fiz algumas aulas com eles. Seus cabelos são ondulados em uma tonalidade castanho, um deles mantém o sorriso nos lábios e o outro mantém o semblante neutro, enquanto conversa com o Lucas.
- Isabelle está me escutando? - sua voz é tensa.
- Claro.
Lucas chamou os outros garotos e entrou no prédio da universidade, então me concentrei em Felipe que não parava de falar.
- Então? Você aceita?
- Aceita o que?
- Sair comigo? - ele cerrou os dentes, deixando o sua mandíbula ainda mais marcado.
- Quando? - tentei suor confiante.
- Esse final de semana. Porra Isa - Ele deu um grito e todos olharam para nós - Você não estava me escutando.
- Esse final de semana não dá, tenho compromisso mais importante.
- O que você vai fazer esse final de semana, Isabelle? - ele segurou o meu pulso apertando com força.
Lucas saiu pela porta da escola de calça jeans envelhecida, uma blusa social xadrez de preto, uma botina e um chapéu de couro na mão. Seus amigos estão no mesmo estilo.
- O que você está olhando? - Felipe se virou e seu olhar encontrou com o de Lucas que dá um sorriso malicioso.
Ele não presta, mesmo.
- Você transou com aquele bastardo, Isa?
- Não, só fizemos o trabalho - sua mão aperta mais o meu pulso - Felipe, está doendo.
- Preciso de um tempo.
Ele saiu andando e foi para o prédio de administração, enxugo as lágrimas que ameaçavam a escorrer e entrou no prédio de engenharia e agronomia. Sigo pelo corredor me desviando dos outros alunos, quando vou entrar em sala sou puxada para um canto escuro. O perfume de carvalho com couro é o hálito mentolado e não podia pertencer a ninguém mais do que o Lucas.
- Você devia parar de me encarar. Não sou muito afim das pessoas ficarem me encarando - sua voz está profunda e rouca - Se você não quiser acabar machucada, pare de me encarar.
Ele me largou e saiu às pressas e sumiu pelos corredores da universidade. Ele realmente me assustou agora, mas a única coisa que ele não sabe é que a pessoa que mais me machuca sou eu mesma. Abro a minha mão, sentindo a ardência na palma se espalhar pelo meu corpo, causando arrepios em todo o meu corpo.
Decido que não vou assistir nenhuma das aulas, saí do campus e minhas unhas perfuram a minha pele. Tudo à minha volta parece estar desmoronando, o ar começa a entrar no meu pulmão com dificuldade e a minha visão começa a escurecer, até que não consigo ver mais nada.
Como estou no parque apenas me sento no gramado e coloco a minha cabeça e meio às minhas pernas. Não ligo de está de saia, é para isso que inventaram os shorts. Minha visão começa a voltar e quando ergo a minha cabeça Gabriel está abaixado
na minha frente.
- Está tudo bem com você, Isa?
Caiu no erro de olhar para frente e me deparar com aquele homem maravilhoso, ele está sem camisa e sua pele brilha com o suor que escorre pelo seu corpo. Sempre tive uma queda pelo meu vizinho, mas ser menor de idade não ajudou muito.
- Vou ficar.
- Toma um pouco de água - ele me entregou a garrafa de água e eu bebi um pouco.
- Obrigada.
- Por que não está na universidade? - Ele se sentou ao meu lado.
- Não estava me sentindo à vontade.
Ele não fez mais perguntas, apenas se deitou na grama e ficou admirando o céu azul, me dando um vislumbre melhor do seu corpo. Nos seus braços as veias são saltadas, o V no seu abdômen é bem marcado como a sua mandíbula.
- Suponho que alguém já está melhor.
- Desculpe - disse envergonhada.
- Não se desculpe, se eu não quisesse que ninguém visse, eu ficava de blusa.
- Como estão indo os treinamentos? - mudo de assunto.
Gabriel é treinador do time de natação de Cazelle, seus alunos são conhecidos por fazerem diversos comerciais e propaganda. Cada um é treinado ao seu limite, os tornando máquinas dentro d'água e modelos em frente às câmeras. Eu já fui uma das suas alunas, mas não tive força para continuar.
- Estão todos ansiosos com o campeonato estadual.
- Mas você nos ensinava a não pensar pequeno.
- Já perdi muitos alunos com esse método, então prefiro que eles fiquem ansiosos para uma coisa pequena.
- Você vai acreditar que eu sempre tive um romance platônico por você? - umedeço os meus lábios com a ponta da língua e ele observa esse movimento.
- Nunca percebi - suas mãos acariciam a minha coxa.
- Mas como você era o meu professor, eu guardei isso tudo para mim.
- E o que te impede agora?
Gabriel me colocou em seu colo, tomando os meus lábios em um beijo agressivo. Sua língua abre os meus lábios entrando na minha boca explorando cada parte. Passo os meus braços em torno do seu pescoço, enquanto a mãe de Gabriel entra no meio dos meus cabelos, o puxando. Nossas línguas dançam em sincronização, arrancando gemidos de nós dois.
Rebolo em cima do membro que já está duro e pulsante em baixo de mim. Meus seios estão espremidos contra o peitoral músculo de Gabriel, sua mão livre aperta a minha coxa. Ele encerra o beijo puxando o meu lábio inferior.
- Você é muito gostosa - ele me deu um selinho.
Eu não sabia o que era ser solteira, desde o começo do ensino médio eu tenho namorado e todos eles me privaram de conhecer novas pessoas. Mas se eu soubesse que a vida solteira era assim tão prazerosa, teria ficado solteira antes.
- Acredito que não devemos continuar aqui se não quisermos ser presos por ataque ao pudor.
Gabriel se levantou comigo grudada em seu peito, como se uma pena e eu tivéssemos o mesmo peso. Entrelacei as minhas pernas em volta da sua cintura e ele tomou os meus lábios novamente para ele, sua língua e ágil em encontrar a minha. Dessa vez sou eu a finalizar o beijo, sugando o seu lábio inferior.
- O que acha de ir lá para casa?
- Não posso, tenho que ir.
Desço do seu colo e ele me olha perplexo. Sua ereção está evidente em sua bermuda de corrida e eu também estou excitada, mas beijar um homem no meio do parque já é coisa demais para o dia que terminei o namoro.
- Que tal sairmos um dia desses? - ele não se importa de esconder o seu pau ereto.
- Por que não.
Ele me dá um sorriso malicioso e começa a correr pelo parque. Vou para a calçada e meus saltos agradecem por não ficarem afundando do gramado. Passo a minha mão pelos meus lábios sentindo-os inchados, o gosto mentolado da boca de Gabriel ainda se faz presente dentro da minha. As imagens começaram a se formar na minha cabeça de como seria se eu estivesse indo para a casa dele. Balanço a minha cabeça fazendo esses pensamentos sumirem e caminho de volta para casa.
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