13: Voltando para casa.
Os raios solares começam a nascer no horizonte e as pequenas pétalas rosadas cintilam toda a sua maravilha. Lucas permanece dormindo sereno, enquanto as pétalas caem sobre o seu peitoral. Continuo admirando a beleza que aquele homem possui, passo o dedo pelas tatuagens de rosas, localizada no seu pulso e próximo ao cotovelo.
- Bom dia! - dei um selinho em seus lábios - Dormiu bem?
- Dormindo com um anjo, quem dorme mal?
Ele subiu em cima de mim, depositando beijos pelo colo do meu seio, pescoço e bochecha. Ele se ergueu e me olhou com admiração e ternura.
- Acredito que está na hora de nós irmos embora.
- Mas já?
- Infelizmente sim, maçãzinha. Tenho que te deixar em casa ainda hoje.
Lucas saiu de cima de mim e pegou a sua bermuda em cima do gramado. Quando ele se levantou, arregalei os meus olhos ao ver o tamanho do seu membro meia bomba. O sorriso convencido voltou para o seu rosto e ele me entregou a sua blusa.
- Não seja preguiçosa, temos que pegar a estrada - ele recolheu as peças do meu baby doll e o meu sutiã.
- Onde está a minha calcinha? - olho para todos os lados na intenção de encontrar.
- Deve ser a que está no seu corpo.
Ele puxou a coberta de cima de mim e eu cruzei meus braços na frente dos meus seios, para os escondê-los. Lucas ergueu uma sobrancelha e saiu andando, vesti a blusa e recolhi o tapete, segui ele pelo caminho de pedra. Os cachorros me acompanham, olho para trás e sinto que eles estão me julgando.
- Lucas, seus cachorro estão me julgando.
- Por que eles estariam te julgando?
- Não é óbvio - minhas unhas voltaram a ficar na minha pele - Nós transamos perto deles.
- Não liga para isso. Eles estavam passeando, enquanto transamos.
- Como você tem tanta certeza?
- Só confie em mim. Mantenha a confiança em mim, igual a que teve na hora que te penetrei.
Entramos no casarão e o cheiro de biscoitos caseiros pairava pelos cômodos. Lucas me segurou pela cintura e me conduziu pelos corredores até o seu quarto.
- Você pode ir para o banho, vou revisar o carro e já venho.
- Sentirei saudades - Nora me entregou um grande pote como alguns biscoitos caseiros - Venha mais vezes.
- Quem sabe - olhei para Lucas que parecia perdido em seus pensamentos - Foi bom passar esse tempo com vocês.
- Leve algumas maçãs para adoçar a sua vida - Samuel entrega uma caixa de maçã para Lucas, que a coloca no porta-malas - Espero que o velhote aqui tenha sido útil para algo.
- Você foi essencial Samuel. Aprendi muitas coisas com você, que levarei comigo durante toda a minha carreira.
- Não espere pelo nosso neto para voltar aqui - Samuel dei um tapa na cabeça de Lucas, que gemeu de dor e esfregou o local - Ele só visita os velhos aqui, uma vez na vida e outra na morte.
- Não é bem assim! - ele encarou Yasmin que está com os braços em volto da minha cintura.
- Concordo com o vovô, você não vem muito aqui.
Novamente aquele sentimento desagradável de sentir que não devia estar aqui, começou a consumir todo o meu ser. Minhas unhas já estavam manchadas de sangue e pelo olhar de Lucas, eu não era a única que tinha visto que os meus costumes de automutilação voltaram.
- Prometo que venho passar o meu aniversário aqui - seu olhar permanecia fixo ao dos seus avôs.
- Isso vai demorar horrores - Yasmin afundou o rosto no meu ombro, fazendo drama.
- Isso é daqui a dois meses.
- Que dia é hoje? - todos olharam para mim, com a minha pergunta inesperada.
- Dia oito de abril - Nora olha para Lucas que dá de ombros.
Esse era o real motivo do meu irmão estar vindo para o Brasil. Eu não sei como conseguiu esquecer o meu próprio aniversário e esquecer que David sempre pegava folga para vim me ver e ter certeza que não possui mais nenhuma marca no meu corpo. Lágrimas se formaram nos meus olhos e Yasmin me apertou com força.
- Está tudo bem? - ela sussurrou em meu ouvido.
- Estou. É só saudade de casa, não estou acostumada a ficar tanto tempo longe.
Não era uma mentira, eu amava a minha cama e todas as lembranças boas que já aconteceram ali. Sair da minha zona de conforto sempre me rendeu péssimas lembranças, mas dessa vez as coisas foram diferentes. Esses quatro dias que passei aqui serão guardados na parte feliz da minha mente.
- Meu filho, leve essa menina para casa - Nora me deu um abraço - Te esperamos aqui novamente.
Ela me soltou e foi abraçar o neto, Samuel se aproximou de mim e me deu um abraço apertado, me transmitindo toda segurança que uma pessoa podia me dar.
- Sua presença foi ótima para nós, espero que volte. Se não for com o Lucas, que seja sozinha.
- Apareço outras vezes.
- Estaremos esperando por isso - ele foi para perto de Lucas e Nora, me deixando com Yasmin.
- Você não sabe o tanto que me fez feliz nesses dias - lágrimas cobriam seus olhos.
- Você que não sabe o tanto que me fez bem - retirei um dos meus cartões de visita da minha bolsa e entreguei para Yasmin - Me ligue nesse número que eu te passo o meu número pessoal.
- Você é uma mulher incrível, não sei o que aconteceu no seu passado, mas não deixe que isso define quem você é e como deve viver - ela me abraçou com força - Não posso dizer que o meu primo não vai se decepcionar, porque depende dele. Mas quero dizer que ele não é como aquele que um dia feriram você. Bella donna.
- Você também é uma bella dama. E sempre que precisar de ajuda, pode me ligar que estarei aqui para te apoiar.
- Eu te amo. Você é a mulher mais batalhadora que conheço.
- Você que é, Yasmin.
Ela se afastou de mim e abraçou o seu primo, entramos no carro e Lucas abaixou a capota. Peguei os óculos escuros da Gucci no porta-luva e coloquei no meu rosto.
- Reservem algumas peras para mim - Lucas deu uma piscadela para o avô e ligou o carro.
- Te esperamos em junho.
Lucas saiu com carro e eu conectei o meu celular ao carro, Arabella ressoou pelos alto-falantes do automóvel. Calvin parou o carro no acostamento, ele desceu do carro, deu a volta e abriu a minha porta.
- Dirigindo você não se machuca - ele estendeu a mão para me ajudar a descer - Preferia que esse desenho fosse feito de esmalte e não de sangue.
- Também preferia.
Dei a volta no carro, entrando no banco do motorista. Quando me sentei no banco de couro, uma dor aguda consumiu meu corpo, me arrancando um gemido. Lucas colocou novamente aquele sorriso no rosto e mudou a música para Do It for Me.
- Está doendo muito?
- Apenas um pouco.
Acelerei o carro pela avenida local, enquanto Lucas escolhia a próxima música e cantava com elas, a que a viagem ia passando e Lucas ficava cada vez mais animado.
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