Capítulo 66 - Vamos Acreditar

7 meses depois...


Que festa boa!

Caio e Júlia de mãos dadas com o filho pela festa do vinho de Ponta do Noroeste chamavam atenção pela felicidade. Ela, já com barrigão de oito meses, pediu muito pra ir e prometeu não se cansar e ficar só um pouquinho. Ele atendeu seu pedido; aliás, atendia todos. Nos últimos tempos, perdia-se em seu sorriso e seus pedidos. Um encanto que o sexo feminino causava duplamente, já que havia uma menininha crescendo dentro de Júlia.

O mundo era bom...

As pessoas, generosas...

A vida, bela...

Vamos acreditar...


Júlia

Santa Helena mudou, mas continuava a mesma.

A jovialidade de Henrique voltou, no entanto, alguns anos envelhecida.

Franco Antonelli amava de novo, porém diferente, mais intenso.

Morena retornou a seu antigo posto de amiga, contudo cuidadosa em suas atitudes.

Ver minha tia feliz de novo, me fez aceitar sua relação com Franco sem reservas.


***

Caio levou Dani pra jogar argolas só por causa de um ursão peludo maior que o menino e que estava sendo oferecido como prêmio. Júlia ficou sentada a uma mesinha de madeira com um suco de laranja como companhia.

Passou a ler o panfleto da festa com as atrações. Distraída, nem percebeu que alguém parou a sua frente e olhou sua barriga com interesse.

- Soube que é menina.

Júlia levantou a cabeça na hora que reconheceu a voz.

Era a primeira vez que ficavam cara-a-cara.

Celeste Martinez

- O que você quer? – Júlia perguntou seca.

- Só te dar os parabéns pelo bebê.

Os pelos de Júlia arrepiaram. Não gostou da forma como a outra a olhava.

- Boa hora, Júlia. – Falou com um sorriso torto.

Da mesma forma que veio, foi.


**

Celeste Martinez viu o amante ser literalmente expulso da fazenda Martinez, viu a mãe adúltera voltar toda melosa e arrependida, viu o pai deixar tudo na mão de Alexandre sem questionar e, ainda por cima, prometer não se meter mais com os Antonelli!... Viu Justino se voltar contra ela e sumir de Ponta quando presenciou seu silêncio diante dos mandos do irmão. Viu-se sozinha, sem o amor que achava existir e perdida, viu seus sonhos e sua prepotência caírem por terra.

O mundo era ruim...

As pessoas, pérfidas...

A vida, merda...

Vamos constatar...

E a proposta que recebeu há alguns dias tornou-se atraente, ganhou viço, preencheu o buraco do peito e fez sentido na mente atrofiada da menina.

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Sinto um mau presságio

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