Capítulo 4
Alex narrando
Eu nunca fiquei tão entediado em uma reunião de trabalho como fiquei naquele dia. Minha mente estava completamente focada em Samantha. Só pensava naqueles intensos olhos azuis.
Quando o fim daquela chatice chegou, já eram 10:57.Eu tinha menos de uma hora para arrumar o resto da papelada antes do almoço.
Despedi-me de cada um dos sócios e assim que todos se foram, saí correndo da sala de reuniões no segundo andar. Corri pelo salão pedindo licença pra todas as pessoas que eu encontrava e até esbarrando em outras. O shopping estava muito movimentado naquela manhã o que era muito bom pros negócios, porém péssimo quando eu estava com pressa (o que acontecia quase sempre).
- Bom dia, presidente Kim. - Lilia, uma das funcionárias de uma das lojas de sapatos (que, aliás, eu já tinha tido algumas aventuras) me disse com um sorriso no rosto.
- Bom dia! - Gritei enquanto continuava a correr até a escada rolante mais próxima.
Logo vi que a escada rolante estava lotada e que não seria possível subir rapidamente por ali, decidi pegar o elevador que estava a poucos metros, mas assim que cheguei a porta, vi o quanto estava lotado e logo desisti também. Teria que ser pela escada comum.
Assim que cheguei ao terceiro andar, corri um pouco mais, e de repente parei com tudo.
Lá estava ela. Samantha.
Ela atendia com um sorriso maravilhoso uma mulher que aparentava ter uns trinta anos que lhe sorria de volta enquanto segurava duas peças de roupa nas mãos.
Pelo visto, ela estava se adaptando muito bem ali.
A visão que eu estava tendo era tão maravilhosa que por alguns segundos eu esqueci de tudo o que eu tinha que fazer.
Quando me dei conta, já eram 11:12 e eu ainda nem havia chegado em minha sala.
*************
Poucos minutos antes do horário de almoço, eu praticamente tomei um banho de perfume e verifiquei meu visual no reflexo das paredes do elevador. Eu tinha que estar bem apresentável para quando encontrasse minha nova aventura.
Logo encontrei ela e Alice juntas no espaço de um dos restaurantes do Shopping no último andar público. Estavam sentadas em uma mesa sorrindo uma pra outra, enquanto Alice tagarelava de algo sem parar. Isso era bem típico da minha irmã.
Aproximei-me devagar já pensando em como deveria agir a primeira impressão.
Deveria fingir que não a tinha visto e falar com a minha irmã como se ela não estivesse acompanhada ? Não. Era impossível não notar a garota ali com toda aquela beleza e aqueles olhos que estavam me deixando louco.
Deveria então, chegar lá com tudo, sentar-se ao seu lado e lhe mandar uma piscada rápida de olho? Descartei essa possibilidade no segundo seguinte que pensei nela, Samantha não parecia ser do tipo que gostava de homens que já chegam rodeando.
Sem muita ideia do que fazer, decidi optar por algo mais simples e espontâneo:
- E ai, Alih ? - Cumprimentei minha irmã esfregando minha mão em sua cabeça bagunçando seu cabelo todo.
Alice me deu um tapa na mão e mostrou a língua me fazendo sorrir.
- Folgado. - Disse enquanto arrumava as várias mechas bagunçadas.
Olhei para a garota por um instante e ela me olhava. Vi suas bochechas corarem quando nossos olhares se encontraram.
É, não tinha como não achar bela.
- E quem é esta ? - Perguntei a Alice fingindo não conhecer a garota.
Alice tinha a mente meio lenta, às vezes, e por isso ficou alguns poucos segundos me encarando confusa até entrar no embalo de meu jogo. Porém, acho que Samantha não percebeu.
- Meu nome é Samantha Samantha Price - A garota se apresentou estendendo a mão - Mas prefiro ser chamada de Sam.
Abri um sorriso ao estender a mão para aceitar seu cumprimento.
- Eu sou Kim Suk Joon, mas prefiro meu nome ocidental, Alex. Sou o irmão dela. - E olhei para Alice.
Samantha olhou para Alice e depois para mim e pra minha irmã novamente. Provavelmente procurava traços que nos fizessem parecidos. Acho que só os olhos puxados de ambos já entregaram nosso alto grau de parentesco.
- Vocês são gêmeos ? - Ela perguntou quase em um doce sussurro.
- Não! - Alice disse parecendo espantada com a pergunta de Sam. - Graças aos Céus não somos.
Eu apenas sorri.
- Posso me sentar com vocês?
Samantha se virou para Alice e esperar sua aprovação.
- É claro, meu irmão.
Samantha então me deu um pequeno sorriso.
Sentei-me numa cadeira em frente as duas e sorri para Samantha que sorriu de volta de modo gentil.
- Diga-me, Sam, por que o interesse em trabalhar aqui?
Sam me encarou com a expressão séria.
- Perdão, mas acho que isso apenas diz respeito a minha chefe, não? - E ergueu uma de suas sombrancelhas.
Por um momento fiquei sem saber o que dizer, e quando finalmente pensei em algo, Alice foi mais rápida em dizer:
- Oh, peço perdão pelo mal entendido. - Ela então sorriu para Sam. - Nossa família é dona deste shopping e Alex, como o irmão mais velho, é o presidente, e também meu chefe.
Com as coisas mais claras, vi Samantha ficar confusa e depois vermelha de vergonha pelo que havia feito antes.
- Não fique sem graça. - Falei tentando deixá-la mais confortável. - Eu não fui claro antes.
Ela passou a mão sobre o cabelo e abaixou os olhos para seu prato.
Houve alguns segundos tensos de silêncio
- Sobre a sua pergunta.. - Samantha retomou depois de arranjar coragem para me olhar nos olhos novamente. - Quando eu apareci a procura de um emprego, não foi pelo lugar, mas sim para pagar dívidas que tenho e para sustentação pessoal.
Uni as sobrancelhas.
- Que tipo de dívidas? Se é que posso perguntar...
- Dívidas que tenho com minha prima que me ajuda desde que completei a maior idade e tive que sair do orfanato...
- Orfanato? - Alice e eu falamos juntos.
Samantha deu um sorriso daqueles que a gente dá quando fica sem jeito.
- Meus pais morreram em um acidente de carro quando eu ainda era um bebê. - Sussurrou.
- Céus. - Alice disse chocada e pondo a mão sobre a boca.
- Eu sinto muito. - Sussurrei com sinceridade. Perder os pais ainda pequeno deve ser horrível .
Sam repetiu o sorriso que mostrava que ela estava sem jeito e falou:
- Está tudo bem. Eu só gostaria de poder lembrar de seus rostos... - E em seguida abaixou seu rosto.
Tenho que dizer que suas palavras me afetaram um pouco.
Alice pegou a mão de Sam para confortá-la.
- Eu sinto muito mesmo, Sam..
Quando vi Sam passar a mão no cabelo novamente, eu achei que a tivesse visto com os olhos avermelhados e cheios de lágrimas.
- Está tudo bem, eu... Se me derem licença, eu preciso ir ao banheiro... - Ela falou já se levantando.
Alice e eu a observamos se afastar.
- Eu vou atrás dela. - Alice disse logo em seguida. Conhecendo minha irmã, eu sabia que ela era do tipo que se preocupava muito fácil com os outros e sempre procurava ajudar as pessoas de algum modo.
Já sozinho na mesa, suspirei me culpando por fazer tais perguntas.
Depois de um longo dia de trabalho, me despedi de Alice e perguntei da garota. Minha irmã à havia dispensado mais cedo, apesar de Samantha dizer que estava bem.
Ao sair do shopping, fui direto para o apartamento que eu iria me mudar. Depois de entrar no elevador, encarei o painel de andares por um segundo antes de clicar no vigésimo terceiro andar, o último, aliás.
Entrando no corredor do andar, avistei 3 portas , uma no fim e as outras duas estavam de frente uma pra outra em paredes opostas. O meu apartamento era o 341. Assim que abri a porta, fiquei impressionado com o que estava vendo.
A sala era muito espaçosa, toda pintada de branco com uma parede cheia tintas de várias cores que pareciam ter sido espirradas na mesma, o que tornava o espaço ali muito moderno assim como a enorme televisão de tela plana pendurada em cima de uma lareira, um sofá branco de três lugares que ficava poucos metros a frente com algumas almofadas coloridas sobre ele, um lustre em formato de retângulo pendurado no teto, também dois vasos de plantas, um em cada canto da sala, um tapete cor pastel entre a lareira e o sofá e uma pequena mesa de centro feita de vidro.
- Uau. - Falei admirando o local.
Mas o melhor era a bela vista que se podia ver graças as compridas janelas de vidro que iam do teto ao chão.
Aquilo era o paraíso.
Joguei meu terno no sofá e sentei no mesmo.
- Confortável. - Aprovei em voz alta.
Fiquei olhando por um tempo a vista da cidade toda iluminada, e uma curiosidade veio a mente: "Se a vista daqui é tão bela, como deve ser a vista do topo?", Pensei.
E depois dessa pergunta, não pensei duas vezes antes de levantar do sofá e correr até a escada de incêndio.
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