Capítulo 10


Alex Narrando

- Isso não é possível! - Indignado, praticamente gritei enquanto olhava para o teto que girava.

- Se você não me contar o que não é possível, eu vou continuar boiando aqui! - Alice disse.

    Quando eu a vi, ela tinha cruzado os braços e esperava minha resposta.

     Dei outra volta e mais outra volta e encarei o teto girando novamente.

- Você pode parar de ficar girando a cadeira que nem uma criança e me explicar o que está acontecendo? - E pelo tom da sua voz, ela já estava estressada.

    Resolvi obedece-la e parei a cadeira ficando justamente em sua frente

- Explique. — Pediu, ligeiramente mais calma.

    Acabei por morder o lábio inferior e respirar fundo.

      Sentia meu orgulho se esvair por ter que contar a verdade, mas precisava compartilhar aquilo com minha irmã.

- Eu não paro de pensar na Samantha, ainda mais depois que ela soube das minhas intenções.

- É só isso? — Sério que ela fez pouco dos meus sentimentos?

    Balancei a cabeça para os lados.

- Quem me dera fosse só isso! — Afirmei de pronto. — Como eu não parava de pensar nela, quis desabafar com alguém, e como você sempre está ocupada, eu resolvi chamar a nossa psicóloga.

- Já estou com pena da Kate. Continue.

    Esfreguei o lábio um no outro. Ia ter que me expôr mais ainda...

- Pára de enrolar e vai logo direto ao ponto! - Alice disse, quase gritando.

   Fiz uma careta pra ela, mas continuei:

- Bem, eu expliquei para Kate sobre como eu me sentia em relação a Samantha e que eu pensava nela há todo instante, e a Kate disse que...

- Espera! - Ela interrompeu, abrindo um sorriso bem sugestivo - Deixa eu adivinhar! Ela disse que você está apaixonado pela Sam, não é?

   Só senti uma das sobrancelhas se erguer.

- Você estava escutando atrás da porta antes? - Foi a única resposta que encontrei pra ela ter conhecimento sobre tal coisa.

   Minha irmã riu.

- Não, seu bobo!

- Então eu volto para o que eu dizia quando era criança, você faz bruxaria!

- Ei!

    Foi a minha vez de rir pela cara que ela fez de zangada.

- Nem um, nem outro! É que dá pra perceber assim que olho pra ti! - E sorriu enquanto se achava a esperta.

- O QUÊ?

- É isso mesmo! Você não engana ninguém com essa cara aí! Você 'tá caidinho pela Sam que eu sei.

   Cruzei os braços e fechei a cara.

- Eu não estou apaixonado!

- Está simmm ! - Cantarolou.

- Não. Não estou.

    Alice puxou uma cadeira e se sentou do meu lado me encarando.

- Por que não tenta fazer algo por ela? — Sugeriu.

     Interessado, já quis saber mais sobre:

- Tipo o quê?

    Ela deu de ombros

- Você é que é o gênio, pensa em alguma coisa!

    Suspirei.

- Ótima ajuda, Alice! Ótima ajuda.

- De nada, irmãozinho! Está me devendo uma!

  E me deu uma piscadela.

Folgada!

*

    Deitei no sofá e olhei para o teto.
Tinha uma luz me incomodando. Olhei pra frente e vi o sol se pondo no fundo da paisagem urbana.

   Observei até o último brilho de luz do dia, e quando finalmente o sol sumiu, eu uni forças para vencer minha preguiça e caminhei até a grande janela.

   Olhei para o céu e respirei fundo.

    Lá estava a primeira estrela se mostrando, tão bela e brilhante, tão linda e solitária num céu infinito, assim como...

- Samantha.

   Ela era tão sozinha, sempre de cabeça baixa, pensativa.

  Queria vê-la sorrir mais.

   Respirei fundo.

   A campainha tocou.

Quem poderia ser ?

   Tocaram outra vez e outra vez.

- Já vai ! - Gritei, estranhando a pressa da pessoa.

   Assim que abri a porta, levei um susto, era um menino baixinho que eu já conhecia muito bem, de olhos puxados, cabelos castanhos com aquele penteado que as mechas caiam na testa em uma franja. Ele estava todo arrumado e tinha uma mala ao seu lado.

   Ele sorriu pra mim.

- Olá, hyung!

   Acabei por esbugalhar os olhos.

- Não vai me dizer que essa mala é o que estou pensando?

- Vou ficar um mês aqui de férias! Com licença! - E puxou a mala já entrando no apartamento.

   Fiquei encarando o lugar onde antes ele estava parado e que agora só havia o vazio.

- Isso não pode estar acontecendo! - Neguei, mantendo o olhar fixo no chão por mais alguns segundos.

- Esse apartamento é muito bonito! - Aquela voz irritantemente fofa falou em algum lugar atrás de mim.

    Tive que respirar fundo antes de fechar a porta.

- Que sofá macio! - Disse ele, pisando no móvel usando tênis.

- Tira esse tênis do meu sofá agora, garoto! A não ser que você queira perder os pés!

- Calma, calma, irmão! - Disse já tirando o tênis e jogando cada par em um canto da sala.

- Eu devo ter ofendido algum deus por aí, só pode! - Sussurrei, enquanto encarava aquele minidiabinho.

- Vou tirar uma sonequinha aqui e depois vou para o meu quarto. - O parasita disse, já se acomodando ali.

    Puxei a almofada que ele tinha colocado embaixo da orelha e falei:

- Seu quarto, uma ova! Você vai dormir é na sala!

- Mas...

- "Mas" nada, Tae! Agora pegue seu tênis e coloque ele arrumadinho ali no chão da entrada, vá tomar um banho que eu vou fazer algo pra gente jantar.

- Desde quando você faz sua própria refeição? — Os olhinhos brilhantes pareciam curiosos. Havia um bico fofo nos lábios do pequeno.

   Fiquei meio sem saber o que dizer.

- Desde que eu me mudei pra cá...

- E ainda não colocou fogo no apartamento como? — Provocou.

   Aquela vozinha irritante...

    Ele soltou um risinho arteiro assim que eu deixei transparecer minha raiva.

- Vai tomar banho AGORA!

- Já começou a me dar ordens, e olha que eu mal cheguei! - E correu com a mala para o banheiro.

   Eu me sentei no sofá e suspirei.

- Eu não mereço isso!

   Então algo me veio a cabeça.

  Corri para o banheiro e parei na porta onde bati duas vezes.

   O chuveiro estava ligado, então pensei que ele não me escutaria, mas ele me surpreendeu ao responder:

- O que foi?

- Quem é que te mandou pra cá?

- A mamãe, ela está de viagem com o papai comemorando as bodas de bronze.

    E eu é que tenho que cuidar dessa praga? Eu renho cara de babá agora? Pensei.

- Foi ela quem te trouxe até aqui?

- Não. Ela me pôs num táxi e disse pro motorista me trazer até esse prédio. — Nem responsável essa mulher é com o próprio filho.

- Como descobriu qual era o apartamento?

   Sem resposta.

- Tae?

- Eu perguntei para uma moça que estava comigo no elevador, eu disse o seu nome e ela disse que era esse o apartamento.

    Uni as sobrancelhas.

- Quem?

- E eu lá vou saber! Eu só falei o seu nome quando perguntei pra ela, ela apenas respondeu que te conhecia e que você morava nesse apartamento..

   Ele estava falando de quem eu estava pensando?

- Como essa mulher era?

   Só me falta ser...

- Ah, ela era muito bonita, tinha os olhos azuis e o cabelo loiro e...

   Eu não escutei mais nada depois daquilo, pois já estava na cara quem Tae tinha conhecido no elevador.

- Que droga.

    A campainha tocou.

   Quem podia ser agora?

    Por favor, que não fosse mais um irmão pra me atormentar - Não que eu tivesse mais algum, mas sei lá.. do jeito que meus pais sempre foram ativos.. vai saber que se eu não tinha mais algum irmão que tinha sido mandado pra fora do país pra ir estudar em um colegio particular.

    Meio receoso em relação a quem podia ser, eu caminhei até a entrada e abri a porta.

   Certamente fiquei com cara de idiota abobado.

- Samantha ?

------

Onntt só eu que imaginei o Tae uma graça??

O que será que vai acontecer com a chegada desse garoto ? Eu planejo umas coisas, mas o destino sempre pode mudar, não é?

Bjss

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top