CAPÍTULO 23
Me despedi de Dominic e ao entrar em casa fui direto para o banho. Alicia havia ido para casa da sua tia e por mais que estivesse voltando com sua rotina, esse detalhe ainda estava sendo trabalhado. Agora eu estava revivendo os momentos que passei ao lado de Dominic e a saudade batia freneticamente no meu coração. Eu me sentia nas nuvens, flutuando e transbordando em uma genuína felicidade que se fosse possível rasgaria o meu peito em tamanha impetuosidade.
Tomei uma ducha e senti todo o meu corpo relaxar, depois do demorado banho vestir o roupão. Dominic estaria aqui às 19:00 horas como combinado. Entrei no meu quarto, e senti a maciez do tapete cinza felpudo sobre os meus pés. Na parede, ao lado da minha cama eu havia feito um mural de fotos, minhas e de pessoas que faziam parte da minha vida. Cada momento registrado ao lado delas, mãe, pai, meus avós e meus amigos e assim que tivesse um tempo colocaria algumas fotos minhas ao lado do meu namorado.
A estampa lisa e preta da minha cama de casal fazia combinação com as várias almofadas coloridas e com a manta de veludo marrom no pé da cama. Sentei-me no Puff lilás aveludado e comecei a fazer a maquiagem.
Após finalizar a maquiagem, fiz as madeixas modeladas no babyliss, o penteado era um entrelaçado semi preso. Levantei-me do puff, e andei até a cama. Vesti minha calcinha vermelha de renda, e depois coloquei o vestido longo cujo o modelo era ombro a ombro manga longa e com uma fenda na perna, o tornando sexy. Terminei de calçar o salto fino de tira, e observei todo o conjunto no espelho.
Eu estava deslumbrante, faltava apenas passar o batom vinho.
- Você está belíssima. - A voz gutural de Dominic ecoou no quarto, me causando um susto.
Soltei um grito devido ao susto e com a mão no peito, me virei e o encarei. Dominic estava encostado na porta e estava incrivelmente belíssimo.
- Como você entrou?
- A porta não estava trancada.- Putz! Como pude esquecer? - Amor, precisa ser mais cuidadosa. - disse gentilmente.
- É o costume. - suspiro. - A quanto tempo está aí?
- Não muito. Mas tempo o suficiente para vê-la de lingerie vermelha.
Sentir meu rosto esquentar em tamanha vergonha. Dominic se aproximou de mim e colocou as duas mãos ao lado do meu rosto e beijou os meus lábios com lentidão e ternura.
- Você é um insolente! - Falei quando cessamos o beijo. - Não pode entrar no meu quarto assim.
- O que vi foi adoravelmente desejado por meus olhos - sua língua deslizou pelo meu lábio inferior, me seduzindo.
- Você não pode falar essas coisas, assim do nada!
Ele riu e fez uma carícia no meu rosto.
- Tenho algo para você. - Dominic retirou do seu smoking uma caixinha de veludo branco. Na caixinha tinha um conjunto de jóias.
- Dominic, eu não posso aceitar! É demais para mim! - Falei rapidamente.
- Você é a minha namorada, e eu a estou presenteando. O que tem de mal nisso? - falou sem entender a minha negação.
- Fico sem jeito. - confessei o óbvio. - Não sei como retribuir a altura.
- E não precisa meu anjo. - disse terno. - Tudo que preciso você tem. O seu amor, carinho, doçura... - falou e vi o exato momento em que o anel delicado foi colocado em meu dedo anelar. A pulseira de prata foi colocada em meu pulso direito. - Eu não estou brincando com seus sentimentos Kristal, você só precisa saber que sou intenso em tudo que faço. Tenho defeitos e não sou nenhum mocinho nesse mundo que vivemos. - Assenti diante das suas palavras.
Dominic terminou de colocar o colar que continha uma gota de lágrima transparente. A escolha era muito especifica.
Intrigada, perguntei:
- Tem algum significado? - toquei o colar e depois o encarei.
- É uma promessa, cuidar e proporcionar felicidade a você.
Acariciou o meu queixo docemente e disse:
- Já está pronta?
- Quase.
Passo o batom e o meu perfume, peguei a bolsa prata de mão e acompanhada pelo Dominic, seguimos para o carro.
*
O carro parou em frente a mansão, antes de aceitar a mão que Dominic oferecia, engoli em seco vendo todo o movimento que cercava o lugar. Havia vários fotógrafos espalhados tirando fotos de cada pessoa importante que chegava. Aceitei a sua mão, o mesmo possuía um lindo sorriso no rosto ao posarmos para as fotos, sua mão estava em minha cintura em um firme aperto. Quando as fotos começarem a circular eu teria uma mãe louquinha porque o mocinho aqui do meu lado já havia conquistado o coração da minha mãe.
Subimos a grande escada e à medida que nos afastamos dos fotógrafos um alívio preencheu o meu corpo, eu estava nervosa.
- Não precisa ficar tensa. Os anfitriões são amáveis. - tentou me tranquilizar. - Além disso, é uma exposição de quadros pintados. O meu amigo costuma pintar em tela pessoas que ele conhece ocasionalmente e acredite na espetacularidade que os seus olhos contemplará.
Entramos no lobby, a elegância do lugar era invejável. Havia uma doce melodia tocada pelo pianista e várias pessoas conversando. Algumas olharam em nossa direção, pareciam surpresas. Mas com o quê?
- Por que estão nos encarando? - sussurrei.
- Sou suspeito para responder. - disse perto do meu ouvido. - Mas para mim você é minha bela pintura.
Soltei um singelo sorriso com o seu elogio - que aqueceu o meu coração feito lavas de vulcão - e guiada por Dominic, adentrei na enorme sala que já foi possível constatar as pinturas. A primeira que os meus olhos viram foi um lindo bebê tinha os olhinhos fechados enquanto sorria, a pintura parecia uma fotografia tirada por uma boa câmera profissional.
- Esse é o filho da Helena. - Dominic revelou.
Olhei surpresa e encantada com a descoberta. Entendendo também o motivo dela se desculpar por não comparecer ao evento.
- É lindo. - digo fascinada.
Encontrei o olhar brilhante do meu namorado sobre mim e suspirei apaixonada. Meus olhos contemplavam cada pintura daquela sala, era notável que umas das mensagens deixadas era a pureza da vida. Aceitei a taça de champanhe que Dominic me ofereceu, e antes de beber falei:
- É você tem razão. - comentei.
- Sobre?
- A surrealidade dos quadros pintados. - estávamos encarando a pintura de uma garotinha fazendo ballet no central park, vestida de bailarina. - É sem dúvida inacreditável.
- Ainda tem mais... vamos? - sorri, e o acompanhei.
Suas mãos ainda estavam em minha cintura, mas não foi possível de imediato prosseguir. Pessoas que conheciam o Dominic se aproximaram de nós para fazer cumprimentos e trocar algumas ideias. Uma casa se aproximou e uma conversa amigável foi engatada, um tempo depois a sua filha nos cercou.
- Dominic, que surpresa vê-lo por aqui! - A mesma o abraçou e beijou a bochecha dele demoradamente. Sutilmente vi Dominic afastá-la. - É tão difícil te encontrar nesses eventos.
- Sou um homem ocupado, Kenzie. - ele estava tenso.
- Claro, claro... sei disso. - piscou um olho.
Observo com atenção a interação a minha frente e confesso que não me agradou o fato de vê-la se mostrar tão íntima, e de ver meu namorado desconfortável com a chegada dela.
- Apresento a vocês a minha namorada, Kristal Hernandez. - direto e cortante.
Sorri, mas por dentro eu estava envenenada pelo bichinho do ciúme. Kenzie por um minuto perdeu a postura e foi quando me notou, a expressão alegre morreu lentamente e céus... devo ser uma péssima pessoa porque me senti bem vendo sua frustração estampada no rosto.
Ela estava vestida sensualmente para atrair atenções e tinha a atenção desejada, ela colocou um sorriso nos lábios pintados de vermelho.
- Desejo felicidades ao casal. - A Senhora que possuía cabelos loiros e juntamente do seu esposo, o senhor Jenkins, nos abraça.
Agradecemos.
- Felicidades ao casal. - suas vazias e frias palavras me fizeram recuar do seu abraço. - Oh, querida... nenhum um bicho irá lhe morder. - sorriu falsamente.
- Não vejo nenhum bicho por aqui, querida. - coloquei um falso sorriso no rosto e a mirei ao falar.
- Se nos dão licença, continuaremos a nossa excursão. - Dominic falou.
Confesso que estava um pouquinho chateada com a situação e apesar de não querer demonstrar, acabo sendo transparente com as minhas emoções.
Afastamo-nos daquele casal e antes de entrar no grande salão, Dominic faz o desvio e leva-me para a sacada que dava para o jardim da casa.
- Amor, não permita que essa situação estrague a noite. - disse carinhosamente.
- Não vai. - falei, sendo sincera.
- Kenzie é apenas uma amiga. Nada, além disso. - comenta, parece preocupado com o que posso pensar a respeito da intimidade que a moça demonstrou ter.
- Eu acredito. - e não menti, a expressão dela ao ouvir as palavras "minha namorada" disse tudo. - Mas ela não parece querer apenas amizade.
- Ela sei que não. - disse sincero. - Mais da minha parte é apenas amizade.
Suspirei fundo, livrando-me do bichinho do ciúme e cedo a razão.
- Tudo bem, amor. - falei - Desculpa, o ciúme falou mais alto.
- Não há o que desculpar, anjo. Entendo que a situação foi desconfortável.
Seus dedos dedilham por minha face e um beijo é plantado na minha testa. Saímos da sacada e voltamos para o caminho que nos levaria ao grande salão, onde o fluxo de pessoas era de grande quantidade. O que vejo me fez prender o fôlego com a ousadia, lascívia e fascinação das pinturas.
Mas os meus olhos parou em um específico e eu lembrava muito bem daquela noite, mas a descrença nubla o meu rosto. Aquela ali realmente era eu? Sentada no bar com um Martíni nas mãos e com as pernas cruzadas, e o rosto encarando o nada.
Aproximei-me da tela, encantada.
- Eu não pude acreditar quando me falaram que Dominic Ford, estava aqui, e principalmente quando me falaram que a mulher da pintura estava com ele. - A voz familiar me fez virar para encará-lo e não pude acreditar ao reconhecê-lo. - A vida e as suas surpresas. - o senhor Adolfo estava na minha frente, em seu terno preto sob medida e o terno sorriso no rosto. Adolfo nos cumprimentou e nos abraçou, eu estava surpresa.- Kristal, você salvou a minha noite naquele dia. Seu conselho não só abriu a minha mente para ver o outro ângulo da situação, como me mostrou a saída de um problema que eu havia criado. Sou muito grato a você.
- Gentileza sua, senhor Adolfo.
- Suponho que uns drinks e risos no bar já nos torna amigos, não? - seu jeito alegre estava ali presente - Para você é Adolfo... E a Helena não veio? - dirigiu a pergunta a Dominic.
- Não pôde, por motivos pessoais. Mas ela sente muito por não poder comparecer.
- Ah, que pena. Ela estava tão ansiosa para ver a pintura do seu filho e saber qual é a pintura de destaque desse ano! - lamentou-se o senhor Adolfo. Encarei mais uma vez a pintura, ainda sem acreditar que ali sou eu. - Ficou magnífico, não? Não é atoa que o escolhi como destaque! - revelou.
- Sem dúvidas, está perfeito. - ouvi Dominic falar.
- Ficou muito lindo. - respondi sinceramente.
- Dominic meu amigo, você não se importará se eu roubar a sua acompanhante por uns minutos, certo?
- À vontade. - falou.
Adolfo me estendeu o braço, aceitando o convite o seguir. O mesmo dizia o quanto a sua esposa estava curiosa para me conhecer.
1869 palavras...
Segue capítulo abaixo....
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