CAPÍTULO 22.
Uma semana depois…
O tempo que passamos na ilha foi incrivelmente fantástico. Comportamo-nos como dois recém casados que se amam e deleitam-se um do outro. No último dia tomei coragem e comuniquei a minha decisão a Dominic sobre não querer lembrar. Óbvio que ele argumentou, alertando que o acompanhamento psicológico não envolvia apenas a recuperação da memória. A terapia era um bálsamo que solidaria qualquer ruptura trazida pelo trauma.
Mas após ouvir o meu temor sobre o porquê de não querer lembrar, Dominic se calou. Simplesmente olhou-me com ternura em seus olhos e não argumentou mais nada, naquele momento também ele revelou sobre Alec Fontana. Diante do meu medo, Dominic me disse que me buscaria diariamente para trabalhar e me levaria de volta para casa e que contrataria um segurança para minha proteção, e assim tem sido após nosso retorno. Por incrível que pareça Alicia havia retornado a sua rotina “rapidamente”. Ao poucos ela lidava com a tia que estava super protetora. Ela também saia para correr, trabalhar e estudar. Estávamos progredindo, nada como um dia após o outro para nos mostrar que podemos vencer qualquer obstáculo que cruza o nosso caminho.
Saio dos meus pensamentos com Helena e Dominic encerrando a reunião sobre a restauração e construção em andamento no Brooklyn. A senhora Ford estava à frente do projeto, monitorando a obra e acompanhando as etapas. As outras pessoas presentes se despedem e saem da sala de reuniões.
— Senhor Ford, gostaria de comunicá-lo que não poderei comparecer a exposição. Infelizmente não poderei ver a pintura. — iniciou — O senhor tem como colocar outra pessoa para me substituir? É o aniversário do meu filho e viajarei para a casa dos meus pais. — Se explicou.
— Tudo bem, Helena. — ouvi Dominic falar.
Após alguns segundos Helena se retira e fica apenas eu e Dominic.
— Anjo, nós iremos.
— Eu não…
— Se me lembro bem, você é a minha namorada e secretária e tem que me acompanhar nos eventos relacionados a empresa. — ele abriu um lindo e luminoso sorriso e piscou seu belo olho celeste, balancei minha cabeça diante da sua presunção.
— Presunçoso. — Deixei a palavra escapar e ganhei um bônus ao ouvir a sua risada, explodir como notas musicais.
— Aceitarei essa resposta como um, sim. — piscou seu belo olho celeste.
Dei com um ombro só e neguei brincalhona com a cabeça. Dominic se levantou da sua cadeira e veio até onde eu estava e girou a minha cadeira para ficar de frente para ele.
— Então não tenho um sim? — indagou olhando nos meus olhos.
Prendendo o riso neguei mais uma vez tendo seu olhar divertido sobre mim.
— Creio que a senhorita tenha esquecido… — sua boca brincava com as palavras perto da minha, seduzindo meu olhar para os seus lábios. — você me deve uma semana da sua companhia.
Arregalei meus olhos diante das suas palavras.
— Pelo que me lembro, já paguei. — digo, brincando.
— Não me recordo desse detalhe.
— Hum, vejamos… — batuco os dedos levemente na minha bochecha enquanto finjo pensar. — Ilha, mar, beijos e dança…
Seus dedos deslizam por meu pescoço em uma carícia sensual.
— Não foi nesse propósito, anjo. — senti dó da sua carinha de gato de botas.
Minhas mãos pousaram ao lado do seu rosto e sorrindo beijei os seus lábios.
— Estou brincando, amor. É claro que irei.
— Aah sua feiticeira. — grunhiu e beijou os meus lábios com paixão.
*
Dominic havia saído para ter um almoço de negócios. Marquei com Jasmine para almoçarmos juntas, mas por estar ocupada com um documento que seu chefe pediu para editar, pediu para que eu viesse na frente que logo chegaria. Assim como os demais funcionários, eu me encontrava em uma mesa, a diferença era que a minha era um pouco afastada. Percebi que minhas amizades aqui na empresa eram poucas e se resumiam a Paula — a mocinha da recepção que julgou meu atraso para a entrevista — Jasmine, Helena e Ruan.
Reviro os meus olhos discretamente diante dos olhares que recebo. Sei que os últimos acontecimentos têm colocado meu rosto em evidência, mas encarar uma pessoa de forma tão incisiva acaba sendo desconfortável. Voltei a comer o meu filé mignon e após engolir, provo o meu suco de laranja. Tiro os olhos da minha comida para olhar a mulher que surgiu na frente da minha mesa, franzo o rosto ao reconhecê-la.
Ela era a mulher que havia me desejando boa sorte, quando saiu da sala de entrevista.
— Olá, eu sou a Silvana. Posso sentar-me aqui? — ela empurrou o cabelo para longe do rosto enquanto equilibrava a sua bandeja com a mão livre e sentou-se quando concordei.
— Sou a kristal. — respondi cortês e dei uma rápida olhada nas poucas pessoas que estavam nos observando.
— Não se preocupe com os olhares. Olha para mim, sou tão legal e os amigos que fiz nem almoçam aqui! — soltou um riso simpático.
Deixei um sorriso pintar os meus lábios gostando da personalidade da Silvana.
— Alguns devem julgar pelo fato de ser a namorada do Dominic em tão pouco tempo. — comentei sendo sincera e dei de ombros.
— Particularmente falando, nunca liguei para opiniões de terceiros. A maioria está sempre criticando, invejando e desmotivando o sucesso alheio, prefiro trilhar meu próprio caminho sozinha do que ter más companhias ao meu lado. Afinal, é o desconhecido que me motiva a prosseguir.
Silvana deu uma garfada na sua comida e após provar e engolir, perguntou:
— E você? O que te motiva a cumprir seus objetivos?
A encarei depois de beber o meu suco.
— Esperança. — ela abria caminhos, e é a âncora do que nos faz persistir na realização dos nossos ínfimos projetos, conclui em pensamento.
— Oiiiii! Perdão pela demora. — Jasmine chegou e sentou-se à mesa já com sua bandeja em mãos. — Meninas, eu tenho uma super notícia para contar! Não sei como me segurei a manhã toda.
Sua empolgação despertou literalmente a minha curiosidade.
— Conta logo se não terei um ataque por esperar. — Silvana diz.
— No dia do leilão o Ruan me chamou para sair, mas não deixamos nada marcado de imediato. — não consigo esconder minha expressão de surpresa ao ouvi-la. — Ontem a noite após o cinema ele me deixou em casa e já temos um segundo encontro marcado.
Jasmine estava apaixonada e era tão visível o sentimento que podíamos constatar no olhar, sorrisos e naquela aura mágica que todo apaixonado transparece.
— Como ele tomou a iniciativa? — Silvana perguntou.
— Mostrei reciprocidade depois de ouvir a Kris.
— De mim ouvir? — perguntei surpresa.
— Sim, após você notar o interesse dele por mim. Decidi arriscar ao perceber que eu também nutria um sentimento por ele.
— Fico feliz em saber que vocês se deram uma chance. — digo.
— Eu também. Um brinde ao amor! — Silvana levanta sua caixinha de suco e juntas brindamos.
Quando terminamos o nosso almoço, combinamos de conversar mais na próxima vez. A tarde passou rapidamente com tanto trabalho que executei em frente ao computador. Encerrei tendo alguns minutos de descanso e relaxei minha mente ao encarar por alguns segundos os raios de sol através da parede de vidro e comecei a guardar as minhas.
1168 palavras...
Segue capítulo abaixo...
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