Uma semana antes do acidente...

-Catarina Pasquale, acorde! hora da escola. - Gritou minha mãe parecendo uma desesperada.

Já disse que odeio estudar pela manhã? Não?
Não vem ao caso, odeio estudar pela manhã ter que acordar todos os dias às 06:00 horas com berros da minha mãe e ainda ter que fazer o máximo de esforço para me localizar até o banheiro e tomar banho com água super gelada.

-Já estou indo mãe! -Digo ainda debaixo do cobertor quentinho.

Queria ficar aqui, só mais uns vinte minutos, mas se eu fizer isto é capaz de minha mãe mim matar. Privilegio é ouvir o que ela sempre diz;
"os estudos fazem melhor para o seu futuro"
- Arg. - Resmungo antes de me levantar.  Dou uma olhada rápida no espelho meus cabelos estão bagunçados e sorrio para mim mesma. Tudo normal por aqui.
Pego minha toalha na cabeceira da minha cama, e fito a foto do Jacob em um quadro sobre o criado mundo do abajur.
Meu quarto eu mesma fiz questão de decorar, pedi para o papai colocar papéis adesivas nas paredes com o desenho que escolhi, luas estrelas ao redor da parede azul do quarto, era bem minha cara mesmo.

Penso comigo, sou sortuda por ter um banheiro no meu próprio quarto.

O quarto do Jacob ficava ao lado do meu, lembro quando pequena tinha muitos pesadelos e o Jacob sempre me recebia no seu quarto, eu considerava ele meu herói nessas horas.

-Cuuiidaaa menina!- Minha mãe grita pela segunda vez da cozinha.

Me desperto e saio dos mundos das nuvens e corro para o banheiro.
Chego na cozinha depois do banho com a mochila nas costas.

- Mas que demora foi essa?!

-Mãe tava no banho.

Pego alguns biscoitos recheados com caramelo que estava sob a mesa, olho pra ela que se encontra olhando pra mim e com a mão na cintura, um olhar quarenta e oito como dizem.

-Vai pegar carona com o seu pai até a escola. -Ela diz.

-Não precisa mãe, vou com a Ingridy. -Respondi tomando de uma vez só o meu suco, peguei mais uns desses biscoitos gostosos e dei um beijo na mamãe.

Ela beijou de volta. -  Se comporte!

- Tá bom!

Ingridy a interesseira em garotos de olhos claros, era minha melhor amiga, sempre achou responsável por mim por ser um ano mais velha, mas particularmente não levo isso com grande importância, até porque com a inteligência dela se reprovou um ano e isso fez com que eu a conhecesse e eu tive que ser obrigada a aturar ela todos os dias.

***

-Bora sua louca! - Falou quase gritando ao lado da minha carteira.

-Espera , só falta esses livros aqui.

Guardei o material na minha mochila e sair as pressas com ela segurando meu braço praticamente correndo indo para a cantina.

Converso distraidamente com ela conhecida como a rainha dos cachos e quando de repente tropeço feito uma barata tonta em alguém.

-Ai! - Gritei.

O indivíduo me olha, tinha cabelos ondulados, pele branquinha, olhos verdes e alto..  a essas alturas Ingridy tava infartando.

-Me desculpa.- Ele diz apanhando alguns livros que caiu das mãos.

Ingridy dar uma risada meia sem noção.
Ainda fico de pé sem saber o que fazer.

O garoto porém se levanta e sorri pra mim, seu sorriso são perfeitamente, incrivelmente alinhados dos mais branco que já vi.

-Vou indo.-. Falou saindo em caminho ao contrário do meu.

Ingridy bate no meu ombro, e ri feito uma maluca, entendi a referência dela

-Você tropeçou no novato gatão sua doida!

-Novato? -Pergunto

Voltamos a caminhar.

-Sim, Novato ele é do terceiro ano as meninas falam mais dele por aqui agora não percebe?

Volto a olhar para trás e ainda vejo ele caminhando de longe.

-Não percebi não.

Pegamos o lanche e sentamos em uma das mesas distante.

Conversamos mais um pouco sobre o novato que a Ingridy se diz ser gatão, ele é até que é bonitinho..
Me apoio sobre a mesa com cotovelos, e tento não perder nenhuma palavra sobre o garoto "bonitão".

O sinal toca, colocamos os talheres no portas pratos da cantina e caminhamos de volta para a sala.

Joana a nossa professora de espanhol, explicou alguns assuntos até um pouco tempo e depois recitou uma tarefa para casa.

Sinto uma leve beliscada vindo de uma ponta de uma caneta. Olho para Ingridy, que se eu podesse a fuzilava.

-O que foi? - Perguntei.

-Posso ir na sua casa hoje? - Perguntou ela usando aquele sorrisinho de sonda que sempre costuma fazer.

Suspirei devagar e confirmei.

-Essa semana vou passar o máximo de atividades- Joana diz. - Semana que vem estão entrando de férias.

Alguns alunos reclamam principalmente a Nastácia a aluna mas chata e egoísta da turma.
Ela tem o costume de se achar a primeira bolacha do pacote. Sempre tem essa mania de achar que pode mandar em tudo por aqui, não é a toa que não vou com a cara dela.

-Onde vai passar as férias?- Ingridy me pergunta aproveitando que a sala estar alvoroçada com barulhos.

-Não sei ainda, mas meu pai estava comentando que íamos​ para o sítio da minha vó em outra cidade.-Digo.

O sinal toca e coloco todo material da escola na mochila.