Capítulo Quatorze - Layla
Eu não sei o que estava esperando acerca da chegada da princesa Asha de Liechtenstein, mas definitivamente vinte empregados, três damas de companhia, um motorista particular e uma prima distante não tinha sido algo que me passou pela cabeça.
Todos aqueles criados e funcionários estrangeiros instantaneamente foram conduzidos para alguma parte distante do palácio assim que chegaram, e, quando percebi, havia sobrado apenas a tal princesa e a garota que muito em breve eu viria a descobrir ser sua prima no saguão principal.
Assim que pousei os olhos na princesa, dizer que ela era apenas bonita seria um eufemismo, pois a garota era tão perfeita que qualquer um poderia vê-la ofuscar como a luz do sol, tirando o brilho de quem quer que estivesse por perto. Ouso dizer que ela só perdia para a rainha Arabella, que apesar da idade ainda era a mulher mais elegante e magnífica naquele lugar.
"Eu juro que vi fotos", sussurrei para Alexia naquele instante, que tinha voltado a se postar fielmente ao meu lado. "Mas devo dizer que as câmeras não fizeram jus a ela."
"Se quer mesmo saber, não acho que ela seja isso tudo", Alex sussurrou de volta, tomando cuidado para não ser ouvida pelo pai, que estava ao seu lado. "Mas a prima dela é bonitinha."
Olhei para a garota postada ao lado da princesa, que era consideravelmente mais baixa e menos chamativa do que a prima. Ela tinha cabelos ruivos opacos e inteligentes olhos castanhos.
"Como você sabe que ela é a prima da princesa?", perguntei para Alexia, sentindo meu estômago revirar quando vi a princesa se curvar para cumprimentar Sebastian com um sorriso nitidamente menos caloroso do que aquele que tinha lançado para o rei e para a rainha.
"Steven comentou alguma coisa sobre isso há alguns dias", ela respondeu, os olhos ainda fixos na princesa. "Disse que Asha sempre trouxe a prima quando era mais nova e passava curtas temporadas em Steinorth."
"Você chegou a conhecê-la?", perguntei ansiosa. "A princesa?"
"Não. Mas isso está prestes a mudar, não é?"
Naquele instante, vi quando Asha se virou para Steven, com quem até então não tinha falado. Quando o olhou, pude ver claramente o brilho no olhar da princesa e o tom claro de rosa em suas bochechas, e, ao julgar pelo modo como seu corpo cheio de curvas naquele vestido rodado se inclinou na direção do príncipe e como ela pareceu satisfeita por encontrá-lo, não foi muito difícil imaginar que Asha estava pelo menos um pouco interessada nele.
Sem querer, meus olhos se voltaram para Steven e eu o vi retribuir os sorrisos de Asha com igual simpatia, e, quando ele se inclinou para abraçá-la, parecia perfeitamente confortável.
"Steven sempre me disse que não gostava dela", sussurrou Alexia para mim de repente. "Sabia?"
Senti minhas bochechas arderem com o comentário.
"E daí?"
Alex deu de ombros, mas havia um sorrisinho incriminador em seus lábios.
"Achei por bem comentar."
Me remexi no lugar, sentindo novamente a falta de ar proporcionada por aquele maldito vestido.
Poderia apostar minha vaga na universidade de St. Andrews que Margot, aquela pestinha, tinha colocado minhocas na cabeça de Alex. Senão com algum comentário, provavelmente pela sua atitude de mais cedo.
Ótimo, pensei com sarcasmo.
Alguns minutos depois, como uma onda gigante se aproximando de mim, a princesa Asha foi cumprimentando membro por membro da família real, embora - e isso era claro para qualquer um - que seus olhos azuis safira de tempos em tempos se voltavam para a única pessoa que realmente parecia lhe interessar naquele saguão: Steven.
Uma placa pregada em sua testa com os dizeres "estou à procura de um príncipe" seria menos óbvio.
Não que eu tivesse alguma coisa a ver com isso.
"E você deve ser Alexia!", a princesa exclamou no momento em que se aproximou de Alex, envolvendo-a em um abraço. Dali eu podia ouvir com clareza a voz dela, que era carregada por um sotaque pesado. "A rainha comentou algo sobre você em alguma de suas cartas à minha mãe", ela disse, se afastando um pouco e analisando Alex da cabeça aos pés.
"É mesmo?", disse Alexia de maneira cordial, mas seus olhos verdes estavam repletos de ironia contida. "É uma grande honra que a rainha de Liechtenstein já tenha ouvido falar de mim. Espero que sejam coisas boas."
"Pode apostar que sim", disse a princesa, rindo e fazendo com que seus longos cachos negros ondulassem nos ombros expostos pelo decote do vestido. "Essa é a minha prima, Lilian. Suponho que já deva ter ouvido falar dela."
Lilian, que parecia ter quase a mesma idade da princesa, sorriu e se aproximou de Alexia para cumprimentá-la.
"É um prazer conhecê-la", disse minha amiga. "Meu primo disse que tem boas lembranças de você quando era mais jovem."
Lilian sorriu gentilmente, os olhos brilhando.
"Acompanhei Asha algumas vezes em suas visitas a Steinorth. Também tenho ótimas lembranças do príncipe."
Lilian e Alexia começaram a conversar amenidades, parecendo se entenderem muito bem à primeira vista. Porém, quando a princesa voltou sua atenção para mim, no mesmo instante me desliguei do que elas estavam falando.
Nervosa, pensei que ela não devia ser tão ruim como Steven tinha dado a entender, não é? Na verdade, a princesa tinha se mostrado bastante simpática e educada até então.
Era ridículo e repugnante que eu já tomasse um juízo tão mau dela, levando em conta apenas o meu receio em conhecer mais alguém com um título real. Além do mais, por mais que eu não quisesse admitir, tinha me sentindo um pouco incomodada com o seu claro interesse em Steven, e levar isso em conta no momento de julgá-la era uma ideia da qual eu não compactuava.
Mais relaxada e tentando me manter confiante naquele vestido que eu tinha escolhido com tanto cuidado com o objetivo de agradar os olhos alheios, eu sorri para a princesa.
"É um prazer conhecê-la, Alteza", falei me curvando um pouquinho, apenas o quanto o vestido permitia.
Porém, quando voltei a erguer os olhos para ela e vi suas sobrancelhas franzidas, percebi que tinha feito a coisa errada.
Mas não era essa a atitude correta diante de príncipes e princesas? Eu estava certeza de que sim.
"E você é...?", a princesa perguntou então, e sua voz claramente fria e repleta de desprezo fez com que um arrepio percorresse minha espinha.
De repente como um raio, compreendi o que estava acontecendo.
Era claro que eu não deveria ter me curvado. A princesa achava que eu fazia parte da família real, que era um deles, e quando me curvei diante dela, Asha percebeu que na verdade eu era só uma garota normal de penetra naquele mundo da realeza.
"Layla", eu respondi, odiando-me pelo tom baixo que usei sem querer. Pigarreei, tentando limpar a garganta. "Layla Bennett."
"Bennett..." A princesa sussurrou o nome, os olhos azuis ainda cravados em mim como facas. Ela era mais alta do que eu, e não gostei de ter que olhar para cima para encará-la.
"Ela é uma amiga", uma voz disse naquele instante, e eu quase suspirei aliviada ao ver Alexia vir ao meu socorro. "Nós estudamos juntas em St. Andrews."
"É mesmo?", disse a princesa, a boca vermelha se torcendo ligeiramente, assim como seu nariz perfeito. "Bom, é um prazer conhecê-la também, Srta. Bennett."
Bom, não posso dizer que eu esteja prazerosa também, não é?
A princesa não se demorou mais comigo, passando por mim para cumprimentar o tio postiço de Steven, que estava ao meu lado com a esposa e o filho.
Durante todo o tempo em que continuei ali, minha garganta segurou um nó enorme, e eu sabia que seria quase impossível falar alguma coisa naquele instante.
Alexia deve ter percebido meu desconforto, mas não disse nada, pelo menos não naquele momento.
Ora, o que eu estava esperando afinal de contas? Era claro que a princesa de Liechtenstein estava esperando que todos naquele saguão do tamanho de uma casa tivessem sangue azul, não é mesmo? Bom, eu sentia muito em decepcioná-la.
Era estranho, mas apesar de meus maiores medos infundados eu nunca pensei que seria tratada de maneira tão mesquinha. Talvez aquilo me dissesse que eu realmente tinha motivos para temer encontros com pessoas da realeza que eu não conhecia.
"Não ligue para ela", a voz de Alex disse momentos mais tarde, quando as apresentações tinham acabado e a rainha conversava com Asha, aparentemente a respeito de onde ela ficaria hospedada durante seus dias no palácio. "É só uma garota metida."
"Eu sei", falei baixinho, mas me senti ainda pior ao confirmar minhas suspeitas que o modo como Asha havia agido comigo não tinha sido exagerado pela minha própria mente insegura. "Não se preocupe."
Mas era claro que Alexia se preocuparia.
Depois que a princesa foi levada para os andares superiores pelo rei e pela rainha, o restante da família real também foi se dissipando. Alexia disse que estava louca para tirar aqueles sapatos desconfortáveis que estava usando e nós também subimos as escadas.
Steven já tinha saído do saguão há pouco tempo, mas não antes de lançar um olhar significativo para mim, me lembrando que ainda nos veríamos naquela manhã.
Só de pensar naquilo, meu estômago dava voltas de ansiedade e empolgação.
Assim que Alexia e eu entramos no meu quarto, a primeira coisa que fiz foi pedir a ela que me ajudasse a tirar aquele vestido. Quando me vi livre no tecido, respirei profundamente como um passarinho recém-solto da gaiola, prometendo a mim mesma que nunca mais, de jeito nenhum, usaria uma única peça de roupa que me fizesse querer morrer.
"Desculpe, mas por mais chique que essa coisa seja eu ainda prefiro as minhas calças jeans", falei para Alex, caminhando até o armário e revirando as gavetas em busca de roupas mais confortáveis. "A princesa Asha que me desculpe, mas não vou continuar me vestindo como uma dama da corte apenas para agradar seus lindos olhinhos."
"E você não devia mesmo", disse Alex, sentando-se na beirada da minha cama e descalçando os sapatos, jogando-os longe. "Quer saber, a partir de hoje vamos aparecer nos jantares como bem entendermos", ela falou, com os olhos verdes raivosos. "Chega de vestidos e meias-calças. Quero voltar a me sentir eu mesma de novo. A minha família que aguente."
Eu sorri, sentindo meu coração aquecer diante das palavras de Alexia.
Comecei a me vestir com roupas mais quentes, a fim de suportar o frio que estava fazendo lá fora quando Steven e eu fossemos para Arthenia. Estava nevando um pouco, trazendo àquela manhã o mais puro espírito natalino, que, pelo menos para mim, tinha sido um pouquinho estragado pelo encontro de mais cedo com a princesa.
Eu realmente esperava que a imensidão daquele palácio conseguisse nos manter afastadas por todos os dias que estivéssemos ali. Era claro que ela não havia ido com a minha cara, por isso eu esperava profundamente conseguir evitar seus olhares minuciosos e críticos pelo tempo que pudesse.
"Ei, aonde você vai?", a voz de Alexia perguntou então, e eu percebi que estava ajeitando um gorro na cabeça sem me dar conta da presença dela ainda no meu quarto.
Meu coração redobrou o número de batimentos por minuto e eu tentei pensar em alguma coisa que pudesse despistá-la.
Droga! Aquele não deveria ser o trabalho de Steven? Inventar uma desculpa sobre onde íamos para Alexia?
Mais cedo, eu devia ter dito que estava com dor de cabeça e pedido para que nos encontrássemos mais tarde antes que ela entrasse no meu quarto, mas agora já era tarde demais.
"Eu..." A palavra ficou suspensa no ar por um instante. Os olhos de Alexia me encaravam com avidez e levou menos de um segundo para eu perceber que não podia mentir para ela. Eu não conseguia. Alex era a minha melhor amiga e apenas pensar na ideia de enganá-la fez meu coração doer. Então, seguindo algum instinto patético, eu disse a verdade: "Vou sair com Steven."
Os olhos de Alexia se arregalaram no instante em que eu pronunciei as palavras, e ela olhou para mim como se de repente outro braço estivesse brotando no topo da minha cabeça. Seu silêncio se prolongou por um longo tempo, e a cada segundo eu desejei bater com a cabeça na parede por ter dito aquilo.
Se tivesse mentido seria mais fácil...
"Você. Vai. Sair. Com. Steven?", ela perguntou pausadamente, como se se dissesse as palavras com lentidão elas pudessem fazer algum sentido. "Então aquilo com Margot..."
"Não!", eu gritei no mesmo instante me aproximando de Alex, que ainda parecia mortificada. "Quer dizer, não é o que você está pensando..."
"Como diabos não é o que eu estou pensando, Layla?!", ela perguntou, agora se levantando da cama e andando pelo quarto como uma barata tonta. "Deus do céu, você e Steven! Eu só posso estar sonhando..."
Então, para o meu alívio e constrangimento, ela começou a rir.
Na verdade, não rir. Gargalhar.
"Alex?", chamei, mas ela estava ocupada demais segurando a barriga com as duas mãos e rindo na minha cara para sequer erguer a cabeça.
"Como isso aconteceu?", ela perguntou entre as lágrimas de riso depois de longos segundos, tentando tomar ar para formar a frase.
Eu pensei por um minuto antes de responder, percebendo que teria que ter muito cuidado a partir dali.
Para manter o segredo de Steven, eu estava inventando algo completamente maluco para distrair Alexia, e eu não sabia se aquilo tornava tudo pior ou melhor.
"Olha, isso não é um encontro", falei por fim, pausadamente e tentando me concentrar. "Ele só... Bem, ele me convidou para assistir a um coral de Natal na cidade. Você sabe como adoro corais, e música, e Natal... Não pude recusar."
Alexia me encarou com os olhos estreitos, como um gavião olha para a sua presa antes de devorá-la.
"Um coral, hein?", ela disse, me rondando devagar. Eu me encolhi onde estava. "Por acaso Steven mencionou que onde quer que vá há sempre um repórter por perto para garantir um flash? Sem contar que todos o reconheceriam em um lugar público."
"Ele vai estar disfarçado", respondi, dando de ombros e tentando me manter casual. "Ninguém vai nos ver."
Alexia estreitou ainda mais os olhos na minha direção, obviamente desconfiada.
Quem diria, eu estava inventado uma mentira na tentativa de evitar contar uma mentira para a minha melhor amiga.
Patético. Como tinha me enfiado naquilo? Em tudo aquilo?
"Bom, nesse caso, não tem problema que eu vá também, não é?", ela falou então, agora sorrindo para mim maliciosamente.
"Bem...", eu gaguejei, minha cabeça dando voltas para tentar encontrar uma saída. Porém, antes que eu dissesse qualquer coisa ainda mais incriminatória, Alex falou:
"Ok, Layla, já chega. Não precisa dizer mais nada. Está tudo bem."
"Está?", perguntei, me sentindo patética pelo tom desafinado da minha voz ao falar.
"Sim", disse Alex, colocando as mãos na cintura e dando de ombros, como se algo muito ruim tivesse acontecido e ela não tivesse outra escolha a não ser aceitar. "Está rolando um clima entre você e o meu primo. Tudo bem. Agora que sei disso os sinais são bastante claros."
"São, é?", perguntei, realmente curiosa e me aproximando dela com cuidado.
"É, estão. Desde aquela noite em que vocês apareceram aqui depois daquela tempestade notei algo diferente, mas pensei que era só coisa da minha cabeça. Mas depois do que Margot deu a entender mais cedo e a sua revelação... Bem, estava na cara o tempo todo."
Senti meu estômago dar voltas ao ouvir aquilo, e tive que me segurar para não sair disparando perguntas e entregar o jogo de bandeja.
"Só na minha cara? Ou na dele também?", perguntei, torcendo as mãos em apreensão.
"Na de ambos", disse Alex, em seguida soltando um suspiro. "Eu devia saber. Steven está sempre tão espontâneo perto de você, rindo de qualquer coisa como um idiota. Ele nunca esteve apaixonado, sabe? Deve ser novidade para ele. O pobre coitado não deve saber como agir."
Dizer que aquelas palavras tinham me atingindo como um soco seria um eufemismo. Mais parecia que uma centena de boxeadores me esmurraram de uma só vez no estômago, tirando todo o ar de meus pulmões.
Steven? Apaixonado por mim? Aquilo era... risível.
Sim, risível.
Daqui a pouco e eu estaria acreditando na mentira que eu mesma tinha criado.
"Bom, talvez", me obriguei a falar, mantendo um esforço hercúleo para soar natural.
A verdade é que o que Alex tinha dito se recusava a sair da minha mente, empurrando para um lado todas as outras coisas que estavam me preocupando, como o mistério que Steven e eu tínhamos nas mãos, o modo como havia me sentindo desconfortável na presença da princesa Asha e o fato de estar mentindo para a minha melhor amiga. Mentindo pelo menos um pouquinho.
Eu estava tão perdida em meus próprios pensamentos, tentando convencer a mim mesma que Alexia estava errada - que na verdade o que ela pensava ter visto em Steven era simplesmente outra coisa - que não percebi quando ela se aproximou de mim e colocou uma mão no meu ombro.
"Quer saber? Parando para pensar, essa não parece ser uma ideia mais tão absurda assim, vocês dois", ela disse, e me surpreendi ao ver a verdade em seus olhos. "Quer dizer, quem diria? Meu primo e a minha melhor amiga? Loucura total. Mas pode dar certo. Para vocês dois."
"Você acha?", me peguei perguntando, tentando convencer a mim mesma que só estava fazendo aquilo para sustentar a mentira.
"Acho sim", ela disse com convicção. "Steven... Bem, ele é muito sozinho. Acredite se quiser, mas nunca teve uma namorada na vida. Confio em você o suficiente para dizer que a vida dela em Partelia não é o que alguém chamaria de alegre e divertida. E você... Bem, acho que dar uma chance para alguém novo é o que você precisa, não é, Lya?"
"Eu..." Engoli em seco, lutando para conter o tremor em minha voz. "Não sei se consigo fazer isso. Não depois de Joseph." E aquilo, bem, aquilo não fazia parte da mentira.
Alex suspirou e apertou meu ombro, fazendo com que eu quisesse abraçá-la e chorar.
Era difícil conter as lembranças daquela fase da minha vida. Era difícil olhar para o futuro com o constante medo de seu coração ser partido em pedaços.
"Ele nunca vai te machucar. De nenhuma maneira", disse Alex, me olhando nos olhos. "E eu sei que sou um pouco suspeita para falar, mas Steven... Ele é a pessoa mais especial que conheço. Junto com você."
Eu sorri, não resistindo ao impulso e dando um abraço apertado em Alex.
"Quando quer, você é uma fofa", disse com a voz abafada.
Alex riu.
"Eu sei. O difícil sou eu querer."
Eu ri, me afastando um pouquinho dela.
"Quero que me prometa uma coisa", disse Alex, me olhando séria de repente. Senti meus músculos tencionarem.
"Pode me dizer."
"Você nunca, nunquinha, vai me contar sobre o que você e Steven fazem quando estão a sós. Eu não quero saber, não quero nem desconfiar, porque senão eu juro que vou vomitar. Desculpe, mas não quero participar dos detalhes sórdidos que uma amiga tem de ouvir da outra, não quando o meu primo estiver nesses detalhes."
"Alexia!", exclamei, sentindo meu rosto corar tanto que pensei que ele literalmente estivesse pegando fogo. "Nós nunca... Quer saber? Não quero falar sobre isso com você. Pode ir dando o fora."
Alexia riu, correndo para pegar seus sapatos no canto do quarto antes que eu a enxotasse para fora.
"Depois me conta como foi o coral", ela disse com ironia, sorrindo para mim. "Talvez ele acabe lhe comprando um globo de neve com um casal dançando dentro."
"Alexia!"
"O que foi? Apesar de não conhecer esse lado de Steve, ele parece ser um daqueles caras bem românticos e grudentos. Eca."
Eu comecei a rir, pois aquilo tudo era tão absurdo que ou eu me debulhava em lágrimas, ou ria até começar a acreditar que realmente tinha feito minha melhor amiga acreditar que eu e seu primo - que por acaso era um príncipe - estávamos tendo um caso.
"Ei, você pode me prometer uma coisa também?", pedi a Alexia, quando ela já estava no corredor do meu quarto.
"É para já."
"Não comente nada com Steven sobre isso, ok? Nem sobre o coral, nem sobre...", eu suspirei, simplesmente não acreditando que ia realmente falar aquilo, "nós."
Alexia, apesar de ser uma brincalhona inconveniente, assentiu no mesmo instante.
"Certo, mas quando as coisas se oficializarem, quero uma apresentação formal. De vocês dois."
Eu suspirei e fechei os olhos com força, tentando não surtar ali mesmo.
"Fechado", disse, agora sabendo que não tinha mais como voltar atrás. "Pode deixar."
Então Alex sorriu e piscou para mim, em seguida me dando as costas e caminhando alegremente pelo corredor.
Eu esperava com todas as minhas forças que tivesse coragem o suficiente para contar a Steven o que eu tinha feito e que ele entendesse meus motivos. Mas, primeiro, eu precisava me sentar e me recuperar daquela manhã de Natal turbulenta, que tinha me deixado completamente fora de órbita.
Talvez uma conversa com a minha mãe ajudasse, aliás, eu realmente precisava de um pouco de calmaria para aguentar o que ainda estava por vir.
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Oii gente! Tudo bem com vocês? Espero que sim!
Demorei um pouco para postar esse capítulo, mas é que estive ocupada com muitas outras coisas. Mas me digam, o que acharam? Qual foi a primeira impressão de vocês sobre a Asha? hahaha
Os próximos dois capítulos (que já estão escritos) vão ser bem intensos, fofos e talvez (no caso da capítulo 16), façam vocês chorarem um pouco! Não posso revelar mais, mas estou super ansiosa para soltá-los para vocês!
Milhões de beijos e até a próxima!
Ceci.
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