O Vizinho - Nossa primeira discussãozinha
Quando fez um mês que eu e Fernando estávamos nos relacionando ora em sua casa, ora na minha, sempre as escondidas, embora desconfiasse se nossos pais já não suspeitassem de algo entre a gente, pois Fernando e eu as vezes dávamos muitas brechas, pois vivíamos muito juntos, mais do que a anormalidade, mais do que amigos "héteros" se portariam. Porém eu e Fernando não havíamos cogitado a ideia de nos assumirem aos nossos pais.
Numa tarde de sexta-feira, estava com Fer em seu quarto deitado com ele na sua cama, o lençol desarrumado depois de uma selvagem transa que desorganizou a cama toda, e claro, nossos corpos também, meus cabelos molhados de suor estava uma zona só, meu corpo marcado de vários vergões avermelhados e para piorar no meu pescoço e ombro haviam marcas de chupões e mordidas, seria difícil usar uma camisa-gola alta para tampar o pescoço sem ter uma boa desculpa.
— Ai Fer hoje exageramos! — exclamei deitado ao seu lado. Fernando riu da minha expressão preocupada, e fez uma bagunça no meu cabelo ensopado de suor. — Como vou chegar em casa nesse estado?
Fernando ficou me encarando sem piscar, como se tivesse pensando numa solução.
— Liga para seus pais e diz que vai dormir hoje aqui.
Olhei para ele estupefato:
— Isso não vai resolver os problemas, talvez possa até piorar!
Fernando piscou os olhos aturdidamente:
— Como assim piorar?
Bufei e apoiei o lado da cabeça com a mão.
— Poxa se eu dormir aqui essa noite meus pais no outro dia vão me fazer passar por uma audiência!
Olhei para o Fernando que sorria de forma cínica para mim:
— O que eles podem querer perguntar o que já não sabem?
Dessa vez fui eu quem fiquei o encarando aturdido:
— O que você quis dizer?
Fernando revirou os olhos jogando a cabeça para trás como se tivesse se entediando:
— Poxa Gaby seus pais não são tão inocentes assim, é obvio que eles suspeitam que você é uma florzinha! — Fiquei de queixo caído quando ele disse aquilo, de uma forma tão insensível, até pareceu que ele era aquele hétero enrustido. Não desviei o olhar dele, e ergui a cabeça para que ele pudesse ver minha reação. Ele olhou de canto e fez uma careta, rindo ainda mais. — Ah sério que ficou toda mordida com esse comentário?
Sentei na cama, cruzando as pernas, olhando para ele, até que ele parou de rir e ficou vendo que eu estava mesmo "mordida".
— Não achei graça nisso Fernando, você foi muito infeliz nesse comentário.
Fernando sentou de frente para mim, e abaixou a cabeça como se tivesse se arrependido, e tocou com suas mãos nos meus joelhos.
— Desculpa.
Fiquei em silêncio, mas suspirei, ele estava envergonhado e sorri, tocando em suas mãos, o fazendo erguer os olhos para mim.
— Você me desculpa sim ou não?
— Claro que desculpo — tentei dizer sério, mas o seu olhar icônico do Gato de Botas quando convence o Shrek me faz rir e dar um tapa em sua coxa. — Besta!
— Então o que vai fazer? — o indagou voltando ao assunto de antes. — Se quiser dormir aqui, prometo que vou me conter a noite.
Fiquei olhando para ele pensando, e balancei a cabeça decidido:
— Olha Fer não fique ofendido, mas não vou dormir hoje aqui com você, até porque o dia que for dormir aqui com você a única coisa que não quero é que se contenha quando estiver comigo, pois quero acordar todo do avesso com você — disse a ele, e Fernando ergueu as sobrancelhas, concordando com meu ponto de vista.
— Tem razão meu fofo, se você dormisse aqui teria que usar uma camisa de força, pois não sei se ia me segurar... seu corpo me chama constantemente, pode ser que eu esteja sendo pegajoso, mas confesso que cada segundo que passa minha vontade é de ficar grudado com você.
Aquela foi a mais linda declaração que ele me fizera até então e olha que ele já fizera várias juras de amor, era meu lindo Romeu, se declarando o tempo todo, só faltava ele fazer uma serenata ao luar na janela do meu quarto, o que não queria que fizesse, ao menos não ainda.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top