5 - Igual as batidas de um coração!
Tum tum tum!
Não sei se foram aqueles pulinhos, mas algo em mim mudou depois daquele dia em que conversei com Juliano.
Tanto mudou que decidi manter uma distância segura da Ju.
Lhe disse simplesmente que era melhor não ficarmos muito tempo juntos, que isso só aumentaria o ciúme do seu namorado.
Passamos a nos encontrar somente na base e aí era inevitável...
Tum tum tum!
O bendito do meu coração acelerava quando ela vinha ao meu encontro, toda sorrisos, querendo saber das novidades.
Algo para saber sobre mim: tenho muita fé no Criador!
Quando sofri no passado por Ry e Cá, eu fiz uma promessa para o Pai Celeste: eu só namoraria novamente caso uma pessoa muito especial caísse de paraquedas na minha cabeça.
Isso aconteceu, mas não do jeito que eu esperava.
Na base eu conversava às pressas com Ju, depois pegava minha bike e ia almoçar em casa.
A Sílvia percebeu que eu havia mudado. Ela era uma grande amiga e tinha uma sensibilidade maior até do que a minha.
*Você pode enganar todas elas, mas a mim você não consegue, Joe. O que há de errado com você?
Tum tum tum!
Eu mudava de assunto. Era o que eu fazia naqueles dias.
Comecei a planejar uma mudança de emprego, fazer algum curso, essas coisas que a gente faz quando quer mudar de ares.
Fui sincero e contei isso para Sílvia, que ficou triste na hora.
*Tudo bem, Joe! Mas promete se empenhar no último evento que vamos fazer aqui?
Algo para saber sobre mim: faço sempre o melhor!
Qualquer serviço que vou realizar, procuro fazer bem-feito. Se não for assim, nem faço.
E claro que disse para ela que podia contar inteiramente comigo, mas também deixei claro que depois desse dia eu sairia do serviço, o que seria dentro de um mês.
No estacionamento rotativo, sempre que surgia uma época festiva, fazíamos uma comemoração interna para confraternizar. Eu era sempre o responsável por essas comemorações.
Por uma coincidência do destino, o próximo evento seria relacionado ao Dia dos Namorados. Nesse dia entregaríamos o prêmio para a orientadora do mês, que eu já sabia quem era, e faríamos também uma troca de presentes.
Essa troca seria através de um sorteio, como se fosse um tipo de amigo secreto. A Sílvia entrava na brincadeira também, para que tivéssemos um número par de participantes.
Feito o sorteio, tirei o nome da Cris, o que achei muito legal e surpreendente, pois ela também era a orientadora do mês. Então, receberia dois presentes meus no mesmo dia.
Me mantive evasivo de todas nos últimos dias de trabalho, procurando somente auxiliar no trabalho e nada mais. Já me sentia triste só de pensar em ir embora dali, mas eu tinha consciência de que era o que eu deveria fazer, afinal...
Tum tum tum!
Como eu tinha alguns dias de férias para tirar, o fiz nos 15 dias que faltavam para o evento que eu organizava.
Assim, no último dia antes do Dia dos Namorados, eu pude me empenhar com Sílvia nos preparativos, sem precisar ir para o trabalho de campo.
Quando ficamos sozinhos, ela aproveitou para tentar me fazer mudar de ideia, quanto a minha saída do serviço e me emocionou.
Algo muito importante para saber sobre mim: não tenho vergonha de chorar!
A demonstração que Sílvia fez da minha importância para o estacionamento rotativo tirou lágrimas sinceras dos meus olhos. Eu adorava aquele lugar!
*Que se dane! - eu lhe disse enfim, fazendo com que ela se assustasse – Eu vou ficar!
Sílvia me abraçou e choramos juntos. Depois concluímos a arrumação enquanto ela me contava as últimas novidades das garotas e já era noite quando fui embora de bike, tendo que passar no shopping antes.
Das novidades que ela me contou, muitas nem me chamaram a atenção, mas uma delas...
Tum tum tum!
Na manhã seguinte, quando as garotas chegaram, eu e Sílvia já estávamos lá.
Um DVD com músicas românticas tocava enquanto elas viam os balões de coração espalhados por todo canto, com fotos delas colocadas em vários cartazes, circundadas por corações.
Era isso que o Dia dos Namorados devia significar ali: que o amor era o mais importante!
Saí distribuindo copos com um líquido vermelho, que era groselha, mas muitas acharam que era vinho. Depois começamos a distribuição dos presentes.
Ju tirou o meu nome e me deu um embrulho e trocamos um abraço embaraçado.
*Você não vai abrir? - ela me perguntou.
Tum tum tum!
*Daqui a pouco – tentei responder sério.
Eu fui o último a entregar o presente. Primeiro entreguei para Cris uma caixinha com um perfume, que ela agradeceu com um beijo no meu rosto.
Pude ver que algumas garotas ficaram enciumadas. Ju estava entre elas e fiquei alegre ao perceber isso.
Depois chamei Cris novamente e lhe dei o prêmio por ser a melhor funcionária do mês.
Ganhei outro beijo no rosto e uma careta da Ju, que mesmo assim continuava linda.
Depois que a Cris saiu de perto de mim e as garotas a aplaudiram, eu pedi que elas ouvissem um recado que eu tinha para dar.
Não havia combinado nada com Sílvia e ela fez uma cara de surpresa que me divertiu.
Bem naquele momento começou a tocar Carrie e eu achei a música perfeita.
*Quero que todas vocês saibam que eu ainda tenho um presente para dar, o qual espero que seja para minha futura namorada.
Eu soube um dia antes, por intermédio da Sílvia, que Ju não estava mais namorando há vários dias. Não aguentou mais o ciúme exagerado do Juliano.
Me aproximei dela e estiquei a mão contendo um embrulho vermelho.
Fiquei com medo de que Ju não o aceitasse, mas pegou o presente e o abriu.
Mostrou para todas o coração de pelúcia que ganhara, representando meu próprio coração.
Ela me abraçou e cochichou em meu ouvido:
*Abra o seu presente.
Me afastei dela e fui até o balcão buscar o embrulho. Dentro dele, como para me certificar do quanto eu estava certo, havia outro coração idêntico ao que eu lhe dei.
Tum tum tum!
Ela deu pulinhos de alegria e veio em minha direção.
Eu fiquei emocionado enquanto nos abraçávamos. Muito!
Era a primeira vez que eu ganhava um amor de presente.
FIM
4958 palavras.
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