Ao chegar em casa, me joguei na cama e comecei a pensar muito nele. Será que ele não se lembra mesmo de mim? O que o fez me seguir naquela hora? Por que não consigo parar de pensar nele?!

Logo meu celular começa a tocar, me tirando a concentração de todos os meus pensamentos.
Pego e vejo quem é, Matheus.
Assim que o atendo, consigo ver seu rosto com um sorriso de orelha à orelha.
- E aí gata, como foi?
- Como foi o que?
- Seu encontro, pegou ele?
Revirei os olhos no mesmo momento, como ele pode saber?

- Não teve encontro nenhum tá, nem vi aquele idiota
- Seii... Eu tava brincando moça loira
- Haha, obrigada em.
- Ei, como anda as coisas aí?
- Normal, não vejo meus pais quase a semana toda, fico lendo livros e ignorando o fato de nunca ter eles presente
- Nossa, eles não conseguem mudar né?
- Não, não conseguem...
Naquele momento senti um vazio crescendo dentro de mim, e a vontade de chorar só aumentando a cada segundo.
- Matheus eu vou ter que desligar... Preciso ler outro livro, sabe como é né?
- É eu sei como é
- Ótimo, bye
Por que não consigo parar de sentir isso... Por que é tão difícil...?
Fiquei o dia inteiro pensando nisso, até que bem de tardezinha decidi fazer uma coisa.
Fui até o terraço do meu apartamento, e fiquei olhando a cidade, como sempre.
- Que droga Arthur! Tinha que me machucar mais?!
Enquanto olhava, um sentimento estranho de culpa, medo e uma enorme vontade de me jogar, foram aumentando.
Mas não posso deixar eles... O Matheus, a May... Não posso.
Me virei e voltei até o meu andar, fiquei andando por ele, ainda pensando em desistir.
É o que eu mais quero... O que será que aconteceria depois da minha morte? Acho que nada demais, meus pais não se importariam, meus amigos eu nem consigo imaginar.. E o Peter não... Espera, Por que lembrei dele? Meu Deus, eu não me conheço mais.
Voltei para meu quarto, logo deitei na cama e continuei com os mesmos pensamentos, até que peguei no sono.