1.6
~ Anne ~
Não é possível, depois de tudo que aconteceu essa cretina ainda tem coragem de colocar a cara aqui...
Peter havia me falado sobre ela, provavelmente ela veio na intenção de me provocar, acho que o melhor seria ignorar.
Continuei andando até meu prédio, peguei a chave do portão no meu bolso, logo comecei a abrir o mesmo.
Patrícia me encarou por alguns minutos e logo foi até mim.
- Olá Anne. -ela disse em um tom de deboche.
- Como sabe meu nome?
- Peter me falou, nós dois conversamos muito nos últimos dias.
Olhei a mesma, já com certa irritação.
- O que você quer?!
- Quero que largue o Peter.
Comecei a rir, abri o portão já entrando em meu prédio, me virei e olhei Patrícia.
- Não tem como alguém como você decidir algo entre o meu relacionamento com o Peter, o que acontecer entre nós não é da sua conta! Então se manda antes que tudo fique bem pior. - disse enquanto fechava o portão novamente.
Logo me virei e saí andando, até escutar a voz irritante dela novamente.
- Ele vai trocar você igual fez comigo.
Fiquei parada e logo respirei fundo, voltei a andar até o elevador, aquela frase ficou em minha mente, logo peguei meu celular e mandei uma mensagem para Peter.
Mensagem on 📱~
- Peter! Amanhã teremos que conversar!
Mensagem off📱 ~
Enviei a mensagem e logo desliguei meu celular, senti uma pontada em meu peito, realmente ser trocada e traída é algo que me assusta muito, mas acho que ele nunca faria algo assim...
Logo o elevador parou e abriu no meu andar, saí indo até a porta do meu apartamento, abri a mesma e vi quem eu não esperava, meus pais.
- Oi Filha! Já estávamos preocupados, eu e seu pai ficamos esperando por você.
- Ah... Eu... desculpa, é que como sempre vocês não me avisaram..
- Queríamos fazer surpresa para nossa filha! E também precisamos te avisar que viajaremos amanhã cedo, então hoje vamos aproveitar.
Era o que eu menos precisava...
- Tudo bem... Eu vou só trocar de roupa... - sai correndo antes que pudessem me falar alguma coisa.
Ao chegar no quarto, fui até o guarda-roupa e peguei um vestido preto simples.
Me vesti com um pouco de pressa, com certeza eles vão querer ir em algum restaurante, mesmo que eu já tenha dito que odeio...
Após me arrumar, fui até eles.
- Vamos?
Eles deram um sorriso enquanto olhava um para o outro.
- Vamos! -disse minha mãe que já pegará sua bolsa.
Fomos até um restaurante que parecia ser bem chique, claro que tive que colocar minha atuação em dia.
Eles haviam reservado uma mesa, me sentei e logo dei um sorriso, mesmo que eu estivesse com vontade de sair correndo daquele lugar. Meus pais começaram a contar histórias de sua última viagem, fizemos os pedidos e logo quando a comida chegou pensei que eles ficariam sem falar por um momento, mas claro que não foi o que aconteceu.
Apesar de tudo, eu até gosto um pouco disso, observando eles, vejo como são felizes, minha mãe é uma pessoa que ri por qualquer coisa e meu pai, ama fazer piadas, então já viu, casal perfeito.
Após terminarmos de comer, meu pai pediu a conta, e enquanto ela não chegava, me perguntaram o que eu não queria...
- Mas e você filha? O que tem feito?
Eu nem sabia o que responder, por um momento fiquei paralisada.
- Vocês sabem... escola... Matheus, May... o de sempre sabe..
- Nenhuma novidade? Um garoto novo?
- Não! Não tem nenhum garoto.
Eles me olharam com um semblante de assustados.
- Tudo bem filha, Não precisa ficar desse jeito.
- Tá... desculpa.. Eu só...
Logo a conta chegou.
- só o Que?
Eu queria poder falar... eu queria poder falar tudo, mas Não posso... e mesmo se eu pudesse, minha garganta está fechada, prendendo todas as palavras nela.
- nada... - disse enquanto dava um sorriso- vamos?
- Vamos!
Nos levantamos e fomos andando até o carro, ao entrar no mesmo, comecei a olhar as cicatrizes em meus pulsos.
Desde que conheci o Peter eu não me cortei mais, porém, a vontade era enorme... Eu só queria aliviar toda a dor...
Chegamos em nosso apartamento, logo fui até meu quarto, já tirando aquele vestido e aquela maquiagem, é como se eu tirasse minha máscara de filha perfeita, coloquei meu pijama e fui até minha escrivaninha, achei algumas cartas que eu havia escrito, e sei que é aquilo que eu realmente irei fazer, não importa o que aconteça.
~ Peter ~
Já era tarde, e eu estava em meu quarto desenhando, quando recebi as mensagens de Anne, isso me preocupou um pouco, o que será que ela queria conversar comigo que era tão urgente?
Mandei várias mensagens, mas nada de respostas, eu tinha medo do que poderia acontecer.
Anne tentou se jogar de um prédio, eu tenho muito medo de perder ela um dia, ela foi a melhor coisa que me aconteceu em anos.
Enquanto pensava, comecei a desenhá-la para me distrair, desenhei aquele rostinho que não saia da minha mente de jeito nenhum, aqueles olhos, sorriso... eu amo tudo naquela garota.
Logo comecei a receber um monte de mensagens, e quando fui ver, era Patrícia, sempre me atrapalhando.
Ela não desiste não?
Ignorei as mensagens, logo me veio a cabeça, será que ela fez algo com Anne?
Não... ela não faria, ela é burra demais para pensar em algo, sempre pedia minha ajuda em tudo.
As mensagens pararam de chegar em Anne, tentei não me preocupar... mas era impossível.
Ela vai ficar bem.
Pensei comigo mesmo enquanto arrumava minha cama para dormi, nem consegui comer, apenas deitei e tentei descansar.
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Continua...
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