Capitulo Único

Suas fotos estão sobre a mesa de centro. Em todas elas ele tem seu sorriso largo estampando a felicidade daqueles dias de sol, nos quais eu fui privilegiado em ter você só para mim. Na tela da tevê passam seus vídeos correndo em meio ao campo de flores da última primavera que o tive comigo, seus últimos momentos; nossos últimos beijos e nossa última jura de amor estava agora preenchendo o ambiente, saindo pelos alto-falantes.

Uma lágrima desce sobre minha face, queimando a pele por onde a água fazia seu caminho até despencar de meu queixo, manchando minha camisa branca. Meus olhos chegaram até a tela que pauso em seu sorriso, seus dentes perfeitamente alinhados, seu chapéu e sua camisa branca com flores amarelas dava-te um ar de leveza. Um eterno garoto do campo.

— Jinyoung, por quê?

Sinto falta dos dias de sol, das cores vibrantes, e sinto falta do seu cheiro em meus lençóis e do seu cabelo macio em meio aos meus dedos quando fazíamos amor sobre o sofá nas tardes de domingo.

— Eu te amo! — Sua voz rouca pela manhã acaricia meus tímpanos.

Tenho falta dos beijos que dava-me ao amanhecer, e de suas juras de amor enquanto banhava nossos corpos sobre a água gélida de nosso chuveiro em tardes acaloradas. Sinto a dor da saudade de ouvir teu respirar calmo, enquanto adormecia em meu colo depois de ver um romance pela tela de nosso televisor nas noites frias do outono.

— Quero um final feliz para nós, como o dos filmes que assistimos. — Ele desejou.

Seu toque me faz falta. Sua voz já não preenche mais meus ouvidos com suas reclamações sobre a comida estar dois pontos mais apimentada que o normal, já não tenho mais você falando sobre nossos planos do futuro que você traçou para nós. Tudo isso me faz falta, deixa-me com um vazio no peito que nada e nem ninguém pode preencher.

— Jaebeom, o que você acha de termos um filho daqui a dois anos e ele se chamar Eun-ji? Significa gentileza e sabedoria. — Ele olha a tela do aparelho celular, lendo os nomes expostos no site. Seu maior sonho era ser pai. Dar amor a uma criança e a ouvir chamá-lo de pai. Tudo aquilo que ele não teve com o pai que o abandonou ainda pequeno.

Um barulho na janela me tira de meus pensamentos e da minha dor, caminho lentamente pela sala arrastando meus pés em direção a janela que bate sem parar. O vento adentrou o local espalhando as fotografias, e pensei em dar meia volta e as recolher, mas a chuva já havia chego e o vento estava ainda mais forte.

— Park, venha para dentro. Não está vendo a chuva, ela vai acabar te molhando. — Grito da janela na esperança que aquele desmiolado adentre nossa casa, mas ele se nega deixar as flores do jardim. — Você não pode tomar essa chuva, quer realmente ficar doente? — Pergunto quando ele se vira e sorri como uma criança ansiosa pela chuva de verão.

— Já irei entrar, amor — diz quando fecho por fim a janela da sala. Segundos depois ouço a chuva cair no telhado com força e abro a porta indo a varanda, encontro o homem de roupas brancas dançando sob a chuva. Seus fios negros colados em sua testa e seu rosto elevado aos céus negros enquanto a água gelada toca sua pele avermelhada.

Ele sorri com a sensação gostosa deixada pelo banho de chuva que tomava, sua risada era alta e ele gritava em sinal de felicidade.

— Você deveria vir até aqui. — Sua voz soa entre um grito eufórico e outro. — É libertador — dizia ele ao rodar em meio ao terreiro de terra preta, sujando ainda mais a calça jeans branca. — É libertador — repetiu.

Olho pela janela vendo a água cair pelo telhado e tocar as folhas das poucas flores que resistiram ao tempo no velho jardim, o mesmo jardim onde ele adorava estar em suas tardes de terças. Uma lágrima desce e sem cerimônia as outras chegam lavando minha alma, e com ela eu desejei que toda a dor fosse esvaída de mim, mas meu desejo não fora capaz de ser realizado.

— Você é um garoto muito levado, Park Jinyoung — digo ao encostar o termômetro em sua testa, contatando a febre que tomava seu corpo. — Eu disse que iria ficar doente, por que você não me ouve?

Ele sorri fraco e uma tosse escapa entre seus sorrisos tristes. Ele estava febril há dois dias e nada do que fizessemos melhorava isso, o médico havia receitado os remédios e ele já os tomava, mas seu estado ainda era delicado.

As noites foram longas até ele finalmente se recuperar e outra vez voltar a sorrir e fazer de meus dias os mais felizes.

— Oh baby. — Seus lábios quentes tocaram os meus em um beijo calmo. — Eu estou aqui, não chores.

A brisa fria tocou meu rosto e as primeiras gotas tocaram o alto da minha cabeça, molhando meus fios longos e negros, realmente a sensação era boa assim como ele havia descrevido naquela ocasião. Ali me deixei levar pelas gotas que vinham do céu. Deixei que toda a dor fosse levada de mim. Chorei por sentir sua falta e fiz daquele momento a minha despedida; despedir-me daquele que sondava meus sonhos, e que levou com ele minhas expectativas para o futuro e minha esperança.

Park Jinyoung havia partido em uma tarde com a brisa fresca depois da primavera, levando com si todo o amor que eu pude sentir por outro alguém. Ele levou muito mais do que sonhos, levou uma vida junto a sua.

Naquela mesma noite eu chorei sobre o chão frio do corredor vazio e gelado, amaldiçoei aquelas pessoas que diziam que um dia tudo voltaria ao normal. O normal nunca mais iria existir para mim, e o esquecer não era algo que eu estivesse disposto a fazer, nem agora e nem nunca.

— Não solte a minha mão, Jaebeom, nunca a solte por favor.

Um adeus ao amor.

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