Flores Para Seu Tumulo (Parte 1)

Uma paisagem. Areia colorida, estendendo-se para um horizonte de preto. Muito sereno. E então vemos uma gota de sangue rolando como uma lágrima, e percebemos que isso não é paisagem, mas sim um corpo.

Naty: Morte... - Pétalas de rosas caem lentamente pelo espaço, pousando na pele nua. - Mistério. - Mãos enluvadas colocam girassóis nos olhos da vítima, uma jovem de vinte e poucos anos. - E o Macabro. - Então, corta para uma festa de publicação de um livro. Garçom vestido como vítima de assassinato serve bebidas, enquanto gatas hardcore se misturam com homens de meia idade. Ao redor da sala, cartazes gigantes anunciam o mais recente livro de Christopher Uckermann, "A queda de Storm". A mulher, de pé no pódio em frente à multidão, é Natalia Tellez, presidente da Black Pawn Publishing. - O que há por trás de um detetive frio, uma mulher fatal e o aço frio de uma arma que mantém nossas lâmpadas de cabeceira ligadas até altas horas da madrugada? - Diz em cima de um palco falando sobre o livro que será lançado. - Independente de como cria a história, hoje vamos homenagear um mestre do romance e colebrar o lançamento de "A queda de Storm". - Uckermann segura uma caneta afiada quando uma jovem loira da risadinha puxa a blusa para o lado. Ele sorri e assina seu nome logo acima da linha do sutiã.

Uckermann: Me dá uma ligada quando tomar banho. - Naty olha a tempo de testemunhar isso e um vislumbre fugaz de desaprovação cruza seu rosto.

Naty: Veremos a brilhante conclusão da série de mistério sobre Derrick Storm. - Ela fuzila Uckermann com os olhos. - Senhoras e senhores, o grande mestre dos macabro Christopher Uckermann. - A platéia aplaude. Christopher posa para fotos com fãs e autografa cópias de seu romance, além de várias partes do corpo.
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Saviñón segue pelo corredor, passando pelos policiais que estavam entrevistando os vizinhos, até o apartamento 217. Um par de policiais à paisana está examinando suas anotações. Eles são os detetives Alfonso Herrera e Christian Chávez. Técnicos da cena do crime fotografam o corpo da vítima, Alison Tisdale. Ela está deitada na mesa da sala de jantar, nua, mas coberta da cabeça aos pés em pétalas de rosa. Cobrindo os olhos estão dois girassóis. Saviñón se agacha para olhar o corpo da vítima.

Saviñón: Quem é você? - Questiona.

Herrera: Alison Tisdale. - Diz respondendo a pergunta dela. - Formada na Universidade de Nova York, fazia parte do programa social. - Revela.

Saviñón: Que lugar para uma assistente social. - Comenta olhando ao redor.

Chávez: Dinhero do papai. - Diz olhando para o local.

Herrera: Os vizinhos ligaram reclamando da música e como ela não atendeu e aí mandaram o síndico vim ver. - Diz a ela.

Saviñón: Nenhum sinal de luta. - Diz olhando no corpo dele. - Ele a conhecia. - Uma mulher cruza a sala, a medica legista Anahí Portilla.

Anny: Trouxe até flores pra ela. - Comenta olhando para o corpo. - Quem disse que o amor morreu? - Diz tentando fazer graça, enquanto Saviñón olhava o corpo.

Saviñón: Eu digo, toda noite de sábado. - Anahí olha o corpo da vítima.

Anny: Um batomzinho não faria mal. - Saviñón a olha, com o cenho franzido. - Só uma dica. - Diz a ela.

Saviñón: O que ele deu a ela além de flores? - Anahí arranca pétalas de flores, revelando dois tiros.

Anny: Dois tiros no peito. - Diz a ela. - Calibre pequeno. - Saviñón da a volta na mesa, olhando o corpo.

Saviñón: Alguém acha isso familiar? - Pergunta cruzando os braços.

Herrera: Não. - Diz sem nem pensar. - Mas eu não sou fissurado em psicopatas. - Comenta. - Isso esta mais para crime passional, só prender o traído e ir para casa. - Diz a ela.

Saviñón: Mas psicopatas são mais complicados. - Ela descruza os braços e volta a andar em volta da mesa onde estava o corpo. - Eles revelam mais, olha como ele deixou. - Diz apontando para um corpo. - Ela para de andar e cruza os braços novamente. - Modestamente coberta. - Diz achando estranho.

Chávez: E daí? - Diz olhando o corpo da vítima.

Saviñón: E daí que apesar dos esforços e preparação você não vai achar indícios de abuso sexual. - Herrera que estava vendo suas anotações olha para Saviñón.

Herrera: Você chegou a essa conclusão só vendo? - Pergunta surpreso.

Saviñón: Vendo, aliás eu já vi isso antes. - Revela.

Chávez: Você já viu isso? - Pergunta confuso.

Saviñón: Rosas sobre o corpo, girassóis nos olhos. - Diz pra ver se os rapazes sabem do que ela está falando, eles a olham mudos sem fazer a menor ideia do que se trata. - Vocês não leem, não? - Questiona sem acreditar.
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Flash, flash. Naty e Uckermann posam para as fotos. Naty fala através de seu sorriso.

Naty: Que idiota mata seu personagem principal de seu best seller? - Diz tirando os óculos de sol dos olhos de Uckermann.

Uckermann: Você está me perguntando como editora sanguessuga ou como ex esposa sanguessuga? - Diz olhando para ela com um sorriso irônico nos lábios.

Naty: Ah, então é isso que está fazendo? - Pergunta entendendendo o que ele queria dizer. - Me punindo matando a galinha dos ovos de ouro? - Pergunta olhando para ele.

Uckermann: Ah qual é? - Diz entre dentes. - Eu posso ser fútil e desatento, mas eu não sou tão fútil e desatenta assim. - Eles se viram.

Naty: Então por que? - Eles começam a andar, saindo dali, deixando os fotógrafos pra trás, Naty andava na frente e Uckermann a seguia.

Uckermann: Escrever sobre o Derrick costumava a ser divertido. - Enquanto ainda anda Naty levanta a mão em que estava o óculos de sol de Uckermann e ele pega. - Agora é trabalho. - Comenta.

Naty: Hum. - Reprovando. - Deus proibiu você de trabalhar, você poderia ter aposentado ele, aleijado ele, feito ele trabalhar numa porcaria de circo, mas não, tinha que meter uma bala na cabeça dele. - Eles param de andar e Naty se vira de frente pra ele.

Uckermann: Foi um estrago, né? - Diz orgulhoso. - A saída da bala também. - Chega a uma loira com um livro para ele autografar. - Mas não se preocupe, Derrick Storm não é a galinha dos ovos de ouro. - Diz terminando de autografar o livro. - Eu sou. - Ele põe a caneta em cima do livro antes da loira sair. - Já escrevi vários best sellers, bem mais vendidos, antes dele, o que te faz pensar que eu vou parar agora? - Questiona sem entender.

Naty: Pelo simples fato de que o novo livro deveria ter sido lançado a nove semanas. - Diz meio óbvia.

Uckermann: Não se pode se apressar a genialidade. - Diz tentando se justificar.

Naty: Genialidade? - Questiona irônica. - Querido, eu diria bloqueio, eu ouvi dizer que você não escreve a meses. - Revela a ele.

Uckermann: Isso é ridículo. - Diz tentando se defender.

Naty: Minhas fontes são muito confiáveis. - Argumentam.

Uckermann: Pois elas erraram. - Revelam.

Naty: Acho bom. - Diz a ele. - Se não tiver um novo manuscrito na minha mesa, nas próximas três semanas Black Pawn pedira a devolução do seu adiantamento. - Avisa.

Uckermann: Não se atreveria. - Diz duvidando.

Naty: Dúvida? - Ela provoca. - Não entrega pra voce ver. - Ela se vira e começa a se afastar dele.

Uckermann: Eu já devolvi aquele adiantamento. - Ela para e se vira olha para ele. - Gastei tudo me divorciando de você. - Ela sorri ironicamente e sai, um garçom passa perto dele, com bandejas cheias de taça de champanhe, ele pega uma e bebê enquanto a vê se afastar.
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Querem saber o que vai acontecer?

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