Capítulo 7
Suspirei, olhando para Haruki mas uma vez. Eu abri minha boca para me pronunciar, mas ele fala primeiro que eu.
-- Se acalme, senhorita. Estou apenas lhe protegendo. - Ele diz.
-- Protegendo?! Você matou eles, Haruki! - Eu digo, deixando um tom alto acidental escapar.
Ele parou o cavalo, então me olhou de maneira afiada por trás dos ombros, um silêncio perturbador surgiu entre nós, ele me olhava fixamente nos olhos, sem desviar uma única vez.
-- M-Me desculpa, eu não queria dizer isso! - Eu digo, cobrindo minha boca com as mãos.
-- Precisamos conversar, senhorita. Se importa de chegar mais tarde em sua casa? - Ele pergunta, apesar de sua voz não demonstrar seus sentimentos, podia sentir sua raiva pelos seus olhos.
-- Eu acho que... - Olhei para faixada da mansão, há poucos metros de nós. - Não... Não me importo.
-- Vou lhe levar para um lugar calmo. - Ele diz, com certeza sabendo a impressão que está causando.
Haruki puxa as rédeas do cavalo para o lado oposto da mansão, fazendo com que o cavalo corra para longe da aldeia. Eu olhei para trás, protegendo meu rosto dos cabelos de Haruki que se soltaram acidentalmente com o vento.
As luzes da aldeia, cada vez mais distante conforme Haruki corria no pasto aberto, aparentemente sem rumo.
-- Haruki, para onde estamos indo? - Eu o pergunto.
-- Nada de perguntas. - Ele diz.
Nesse momento, comecei a perder esperanças de que voltaria para casa com vida. Mas ainda estamos no primeiro dia, o que eu fiz que chateou Haruki logo de cara?
[...]
Pouco tempo depois, estávamos em uma floresta fechada em uma montanha aonde haviam vários rumores e casos mortais, ele andava naquela escuridão sem precisar de luz, já que a única luz que a luz poderia fornecer estara coberta pela copa das árvores.
Pensei em abraçar Haruki para me sentir mais segura, mas com certeza isso não seria uma boa idéia, mas meu medo era muito maior do que essa insegurança. Quando fui abraçá-lo, aonde estava ele?!
-- Haruki? Haruki! - Eu o chamo, então comecei a me desperar mais ainda, ele havia deixado o cavalo? Para onde ele foi?
Tentei olhar para a frente do cavalo, vendo se ele havia descido para guiar o cavalo sem que o animal se atrapalhe, mas não escutava seus passos. Senti algumas lágrimas querendo escorrer pelo rosto, isso não podia ser real!
Foi isso até sentir uma mão quente e macia segurando minha cintura, eu olhei para trás, e lá estavam seu par de olhos brilhantes.
-- Estou aqui, senhorita. - Ele diz.
-- Como você foi parar aí?! Você nem sequer desceu do cavalo! - Eu digo.
-- Eu pulei por cima de você, você não viu? - Ele diz, ironicamente.
-- Que merda! Você me assustou! - Eu digo, logo me afastando um pouco de Haruki na sela do cavalo, mas não demorou para que ele estivesse junto a mim novamente.
-- Até o momento essa é minha intenção. - Haruki diz, sussurando próximo ao meu ouvido.
-- Isso não se faz. - Eu digo. - Por que está fazendo isso? Eu já pedi desculpa, o que você quer que eu faça?
-- Eu disse sem perguntas. - Ele diz.
-- Mas você me respondeu quando eu perguntei como você foi parar atrás de mim. - Eu digo.
-- S/N. - Ele diz meu nome, confesso que era amedrontador ele dizê-lo dessa forma.
Eu fechei minha boca, tentando engolir o choro que implacavelmente pretendia escapar.
-- Pode fechar os olhos? Abra somente assim que eu disser. - Haruki me disse enquanto sentia os passos de seu cavalo pararem aos poucos.
Eu fechei meus olhos, sei que ele notaria caso eu mentisse para ele, por que entre tantos homens logo me encantei por um monstro?!
Senti seus braços envolverem minhas costas e atrás de meus joelhos, logo me levantando em seu colo.
Ouvia os sons dos passos de Haruki, logo o som macio da grama se tornou em um som um tanto barulhento de madeira e possíveis portas se abrindo conforme andava.
Quando ele finalmente me colocou no chão, estava em uma almofada macia e felpuda, e logo foi colocado um cobertor em minhas costas.
-- Boa menina. - Ele diz. - Pode abrir seus olhos, senhorita.
Assim que abri meus olhos, vi uma mesa cheia de diversos tipos de pratos deliciosos aparentemente feitos há pouco tempo. Olhei para Haruki, que estava sorridente, e atrás dele havia uma porta aberta com uma bela vista da grande lua atrás das mais altas montanhas que cercavam a aldeia.
-- Sinta-se a vontade em sua casa, senhorita. - Ele diz.
-- O que? - Eu questiono, surpresa.
-- É aqui o lugar em que moro. Espero que valha a pena pelo desagradável caminho até aqui. - Ele diz.
-- É-É lindo, mas... - Eu não consigo terminar de falar.
-- Acho que lhe devo explicações, não é? - Ele sorri em minha direção. - Primeiramente peço que você se sirva, foi eu quem preparei tudo especialmente para nós.
-- Oh... É que... O que eu vi na aldeia não abre meu apetite, me desculpa, Haruki. - Eu digo, nervosa.
-- Quero que saiba que o que eu fiz foi pelo bem da senhorita. - Ele diz. - Lorde Yoshida não morreu, e não morrerá, não por um simples veneno feito por mortais.
-- O que quer dizer? - Eu questiono.
-- Lorde Yoshida é um Tengu. - Ele diz. - Assim como toda sua linhagem.
-- Um Tengu?! Você tem certeza, Haruki? - Pergunto, incrédula.
-- As vezes me encanta o fato da senhorita esquecer que seu amante é uma raposa onisciente. - Ele diz, divertido.
-- Oh... É que é muita coisa para processar, Haruki.
-- Não se sobrecarregue. E também... Me desculpe pelo jeito que lhe tratei anteriormente. - Ele diz. - A senhorita não me levaria a sério caso eu não agisse daquela forma.
-- Eu vou pensar no seu caso. Você me magoou e me fez chorar. - Eu digo, deixando Haruki com olhos arregalados de surpresa. - Vai me dizer que o senhor onisciente da visão noturna não viu?
-- E-Eu realmente não estava concentrado no seu rosto, senhorita. - Ele diz, um tanto envergonhado.
-- Que horror, Haruki! - Eu suspiro.
Ele se levanta, logo se sentando ao meu lado. Haruki pega um par de hashi, e agarra um pedaço de peixe, o levando até minha boca.
-- Coma isso, vai te fazer mudar de idéia. - Ele diz.
-- Não vai! Acha que pode me ganhar com comi-... - Fui interrompida quando ele colocou o peixe em minha boca, e logo a fechou com a mão, me fazendo mastigar obrigatoriamente.
Fiquei paralisada tentando decifrar o que ele havia utilizado para que ficasse com aquele gosto diferente e incrivelmente delicioso. Era algo saboroso que nunca havia comido nada semelhante em toda minha vida!
-- E então, o que achou? - Ele pergunta.
-- Isso é incrível! Como você o preparou? - Eu estava realmente surpresa.
-- Tenho meus truques. Talvez o peixe seja o bastante para abrir seu apetite, não é? - Ele diz. - Esqueça Lorde Yoshida, vamos falar sobre ele depois.
-- É incrível como eu não estou surpresa por isso. - Eu digo, enquanto separo meu par de hashi. - Tem acontecido tanta coisa desde que você apareceu, nada me surpreende mais.
-- Oh, talvez você se surpreenda, mal sabe que isso não é nem o começo. - Ele diz.
-- Um começo? Do que você diz? - Eu questiono, separando um pouco de cada porção servida nas tigelas na mesa para a minha.
-- Talvez eu devesse lhe revelar o real motivo para ter vindo até aqui. - Ele diz, ainda no mesmo tom. - Não vim com o intuito de me tornar um pretendente para a senhorita, e sim em uma missão de exterminação de yōkais. Sou bem territorialista, digamos assim
-- O que?! - Eu paro imediatamente, esperando uma resposta mais clara.
-- Há muitos anos atrás esta terra foi habitada por kistunes, a aldeia Tanako. E foi lá aonde eu nasci. - (aqui ele contou toda a história da guerra, nn vou escrever pq é spoiler do outro livro dele) . - E desde então, por conta própria eu exijo que nenhum yōkai tente pisar nessas terras. Ainda existe magia na aldeia e ela deverá ser protegida.
-- Isso é... Me desculpe Haruki, eu sinto muito. - Eu digo enquanto levo minha mão ao seu rosto, acariciando com a intenção de confortá-lo.
-- Tudo bem. E... Me apaixonar por você não estava nos meus planos. Mas agora eu não quero que você pense que eu não a amo. - Ele diz, se aproximando com cautela, deslizando seus dedos pela minha nuca, me fazendo arrepiar ao sentir suas unhas pontiagudas raspando contra minha pele.
-- Você vai ter que provar isso então. - Eu digo.
-- Eu já lhe mostrei minha verdadeira forma, tirei a sua virgindade com responsabilidade e também petrifiquei meu sangue para lhe fazer um colar. O que a senhorita deseja? - Ele pergunta, ainda tão paciente.
-- Espera aí, então a jóia do colar nunca foi uma pedra preciosa? - Eu olho para o colar em meu pescoço, segurando o pingente.
-- O material que a pedra é feita não a faz ser preciosa? - Ele diz. - Espero que a senhorita não deixe de usá-la agora que sabe do que é feita, não deixe que a perca seu valor.
-- Isso é estranho, eu confesso. - Eu digo, olhando para a joia em meu peito. - Mas é diferente do que qualquer coisa que eu já tenha visto, isso a faz muuito especial.
-- Que alívio. - Ele suspira, realmente aliviado. - Ei, senhorita. Se importaria de voltar para casa amanhã?
-- Não sei se meu pai aceitaria essa ideia, Haruki. - Eu digo, segurando sua mão.
-- Estamos nos conhecendo, senhorita. É justo que tenhamos nossos momentos juntos para que não arrependa de me escolher como seu marido. - Ele diz.
-- Eu acho que já está claro quem será o meu marido, Haruki. - Assim que termino de falar, eu o puxo para perto, segurando sua nuca.
-- Talvez Lorde Yoshida? - Ele diz, zombando de mim.
Soltei uma risada nasalada assim como ele, e logo juntei meus lábios aos seus. Ele retribuiu o beijo, o que fez com que minha barriga se encha de borboletas, eu poderia fazer isso o dia todo, seu beijo é hipnotizante. Ele me puxou para seu colo enquanto apertava minha cintura com as mãos, e logo as desceu para apalpar minhas nádegas apenas para me provocar.
Ele mordeu levemente meu lábio inferior antes de descer os beijos até o meu pescoço, que deixara totalmente exposto ao mesmo. Segurei seus cabelo, quase abraçando sua cabeça quando ele desce seus beijos para meus seios, deixando um rastro doloroso de mordidas e chupões por onde passava.
Quando ficou sem ar, ele olhou para mim, sorrindo travesso enquanto recuperava seu fôlego.
-- Ora, que falta de educação a minha em plena hora do jantar. - Ele diz, me provocando.
-- Por que não me faz o seu jantar, Haruki? - Eu o provoco, notei que seu orgulho fingiu que suas bochechas não estavam avermelhadas.
-- A senhorita não me aguentaria. - Ele me responde no mesmo tom.
-- É o momento certo para dizer o quão excitante eu acho quando você me chama de senhorita? - Eu pergunto, me prendendo ainda mais ao maior.
-- Eu sempre soube isso, senhorita. - Ele diz. - Sempre soube de todos os seus pensamentos.
Quando ele deslizou sua mão por baixo de meu vestido, eu levantei sua blusa. Ele começou a gesticular com seus dedos em minha intimidade, ameaçando invadí-la com os dedos enquanto a outra mão é usada para apertar minha bunda com força, o que me fez soltar um gemido baixo. Senti um volume embaixo daquela região, soube exatamente o que aquilo significava. Mas é o que dizem, tudo que é bom dura pouco.
-- Haruki! Você não vai acreditar o que eu ache-... - Um rapaz desconhecido entra na sala, e logo se interrompe assim que se depara com nós dois.
Eu me assustei, e ficando extremamente envergonhada minhas bochechas queimaram, e Haruki aparentemente está igual a mim.
O rapaz não estava diferente. Ele parecia não ser um humano, na verdade era muito semelhante á Haruki, mas de cabelos pretos e curtos.
-- E-Eu não vi nada! - O rapaz cobre seus olhos esmeralda com as mãos.
-- H-Hyo, o que eu disse sobre entrar sem avisar? - Haruki diz.
-- Mas eu moro aqui também. - Ele diz. - E como eu saberia que você estava comendo outra humana?!
-- Outra?... - Eu questionei Haruki.
-- Eu não estava comendo ela! - Haruki diz. - Não no sentido literal!
-- O que? Ah... Que alívio. - O moreno sorri. - Pensei que você estava comendo o cérebro dessa também, assim como o das outras mulheres.
Eu suspirei aliviada enquanto Haruki encarava mortalmente seu colega.
-- Eu a apresento depois, Hyo. Poderia nos dar licença? - Haruki diz.
-- Ah! Eu entendi! Vocês vão... Namorar? - Hyo pergunta, quase indignado.
-- É. Vamos namorar. - Haruki responde.
-- Beijar na boca? - O moreno arregala os olhos.
-- Sim, beijar na boca. - Haruki parece estar assustando o garoto.
-- Ew! Que nojo! - Hyo diz. - Mas antes de sair, vou pegar essa tigela de salmão, se não se incomodam.
O garoto vem até nós, e logo pega uma pequena tigela com uma porção de salmão e logo se retira. Haruki me olha sem jeito.
-- Parece que vamos ter que deixar para namorar depois. - Eu digo, sorrindo nervosa.
-- Acho uma boa idéia. - Ele responde. - Vamos jantar? Prometo levar a senhorita para um lugar aonde não seremos interrompidos.
-- Mas... Você não está...? - Eu digo, apontando para baixo.
-- Eu já cuidei disso. - Ele diz.
Olhei para baixo, notei as calças de Haruki desajeitadas. Ele realmente conseguiu se masturbar sem que nós percebamos?
Realmente, não é nada surpreendente vindo dele.
Minutos depois enquanto comíamos, eu não deixava de pensar o quanto é incrível minha situação atual. Quem diria que estara noivando com um homem que vi apenas duas vezes, e ainda é um Kitsune que tem aproximadamente um milênio de anos.
Isso não me assusta, não se este kistune for um homem gentil e educado, assim como Haruki apresentou ser até agora.
Eu realmente espero que tudo dê certo entre nós dois.
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