Cap 46

Entre lençóis ¬

Pov's S/n

S/n: Mas que raios...?! - olhei pasma pra mulher caída como se ela estivesse na frente de um fantasma. Olhei para minhas vestes procurando algum resquício de sangue, sei lá vai que eu matei alguém inconscientemente, porem nada, nenhuma manchinha, arregacei as mangas do kimono pelo calor, que inferno! Mesmo aqui está quente. Fitei de relance meu antebraço notando cicatrizes espalhas por ele.

Merda! Não era pra elas verem isso, fiz o selo com os dedos fazendo minha pele voltar ao "normal" outra vez. Olhei pra mulher de meia idade que tinha medo estampado em seus olhos verdes, mordi o lado de dentro da bochecha, medo... É sempre isso que enxergam? Soltei um suspiro me abaixando encarando-a sem animo.

- Que samurai o que velhota? Sou eu, a pirralha filha do Madara. - disse simplista e ela desajeitadamente se arrastou para trás se afastando.

-- É pior ainda! Tem um Uchiha aqui dentro! Um Uchiha! - continuou berrando, minha vontade era de esganar essa senhora de cabelo rosa, senti uma veia saltar do meu pescoço enquanto minhas mãos comichavam pra fazer o que minha mente pedia. Mas fui impedida quando uma senhora devia ter uns 70 anos apareceu na porta, ela era baixinha de cabelos alvos e tinha uma expressão cansada no rosto, me lembro que ela me ofereceu chá a ultima vez que estive aqui. Acho que seu nome era Keiko.

- Que surpresa a ver aqui S/n-sama! - enxugou as mãos no avental vindo até mim. - Está tão magrinha! - franziu o cenho segurando meu rosto enxugando o suor do mesmo com uma toalha - Venha! Venha! Eu acabei de fazer bolo. - levantei-me sorrindo amarelo, ela realmente gostava de me ver, me levou pelo braço até a cozinha, olhou de relance por cima do ombro séria pra mulher que continuava me olhar assustada, ainda mais com o tratamento da vovó Keiko a mim.- O que pensa que está fazendo sentada ai Setsune? Ainda temos muita coisa pra arrumar até Lorde Toirama chegar! - bradou irritada com sua voz soprosa. Ela pediu que eu me sentasse que daqui a pouco ela me serviria, não ousei desobedecer, a outra mulher deveria ter uns 50 anos não era de falar, mas me olhava estreito enquanto lavava a prataria, devolvi o olhar pra ela quando cruzei os dedos frente ao rosto, a mulher entortou a boca abrindo em seguida.

-- Não está com suas crianças.. - constatou me fuzilando por cima do ombro - Qual motivo te traz aqui garota. - eu sabia que com essa eu deveria usar a educação que Kuina havia me dado, pessoas como ela se conquistam pelo respeito, dá pra sentir isso.

- Vim em missão com o To- me auto cortei ao percebe-la estreitar os olhos, eu quero cortar a minha língua por dizer isso mas vamos lá - o Tobirama-samavim na frente procurar os documentos que o mesmo me solicitou, ele e mais um shinobi de Konoha estão vindo, vão chega aqui por umas quatro horas. - balancei a cabeça estipulando o tempo, a mais velha olhou para o relógio na parede vendo que eram duas e meia da tarde ainda, ela soltou um suspiro cansado.

– Que bom, fico aliviada. - sorriu terna enxugando e guardando a louça do armário aéreo de madeira clara - Faz tempo que ele não vem pra cá – vacilou o olhar para o chão de madeira negra – pensei que você fosse a noiva dele. – aquelas palavras me atravessaram com uma lança, senti meu coração palpitar forte dentro do peito, enquanto um calor tomava minha face.

- No-noiva de-ele?! – meus lábios tremiam, ergui as mão chacoalhando em negação – N-não, imagina, eu ele, haha, nada a ver! E-eu sou uma Uchiha isso nunca aconteceria, afinal ele nem- ela contornou a mesa parecia se divertir com meu nervosismo enquanto colocava chá gelado em uma xícara pra mim.

– O que tem haver você ser do clã dos olhos de sangue? – contestou, me encarando, abaixei as mãos em meu colo, fitando o liquido esverdeado e o cubo de gelo flutuando, sentia minha cabeça girar. – os tempos não são mais os mesmos de 20 anos atrás.

– Bom, – pensei nas respostas mais plausíveis para aquela pergunta – ele odeia o meu clã. – isso deveria explicar tudo, envolvi minhas mãos em volta da cerâmica trazendo pra perto de minha face, ela continuou insistindo a arrancar a verdade de mim.

– Quem foi que te disse isso menina? – levantei minha cabeça a encarando

– Não precisa alguém dizer, ele por si só já exala essa ideia. – voltei a xícara bebericando o liquido gelado, tinha gosto de erva-cidreira, era bem docinho e o gelo boiando fazia cocegas em meu lábio superior. Ouvi ela soltar um riso anasalado me olhar com pena.

– Ter ressentimentos não equivale a ele odiar seu clã, muito menos você. – afirmou fazendo um brilho voar pelos negros de meus olhos. Abaixei a cabeça com aquelas informações, espremi os lábios, não sabia ao certo como reagir, sentia um peso sobre meus ombros querendo ignorar o sentimento que surgirá em meu peito depois daquela noite.

– Mesmo assim, por mais que ele não me odeie, não podemos. – a fitei segura do que dizia, falando baixo a ultima parte - Amor é uma coisa inútil que quando se esvai só serve pra sucumbir as pessoas. E eu não quero dar a ele o gostinho de ter razão em me chamar de demônio. – lhe estendi a xícara – Mais por favor. – pedi erguendo a mão sem olhar pra ela, eu queria acreditar no que eu dizia, queria acreditar que não sentiria e não sinto nada por ele, pelo meu próprio bem, mas... Por que? Esse sentimento de frio na barriga acontece sempre que ele me toca, que me fita com aqueles olhos estreitos parecendo ver todos os meus pecados. Não, não mesmo, não o amo! O que eu sinto é.. É admiração, é! Admiração só isso, por ele ser um ninja mais experiente, só isso. – Afinal qual é o seu nome?! – cruzei os braços mudando de assunto ajeitei minhas costas na cadeira de madeira, e ela me serviu uma segunda vez.

– Kanae. – se afastou misturando algo em uma panela – o seu é Uchiha S/n, não? – confirmei com a cabeça, ela soltou um sorrisinho presunçoso – Mal posso esperar pra que volte aqui com o sobrenome Senju! – e outra vez senti meu rosto esquentar como uma pimenta. Trinquei os dentes com a insistência daquela senhora.

–Oe que é a parte do eu não posso a senhora não entendeu? – bebi o chá com raiva e ela soltou risinhos .

– Eu faria gosto! Você é bem eficiente – elevei a sobrancelha – você e as crianças colheram em um dia o que nós três levaríamos uma semana para colher, seria de grande serventia pro clã Senju. – derrubei as pálpebras ao ouvi-lá, ela só gosta de mim por que eu colhi um campo de chã.

– Seria mais fácil ele me contratar pra trabalhar aqui do que um casamento entre nós.

– Não, não jovem. Você não me parece do tipo que trabalharia pra ele, mas sim uma companheira pra vida toda, ele também gosta de colher chá as vezes. – eu deveria gostar de saber disso? Cruzei os braços percebendo que se dependesse dela eu sairia casada daqui com o maldito Senju.

– E uma coisinha que ela deixou escapar – surgiu atrás de mim de repente o que me fez dar um saltinho na cadeira – ela só disse que não podia, não que não queria – fez farra de mim, colocando o pedaço de bolo de cenoura, com uma calda majestosa de chocolate que fez meus olhos brilharem na mesa a minha frente, sem frescura ou modos algum abocanhei a massa macia lambuzando meus dedos com chocolate. – Está vendo Setsune! – exclamou pondo as mãos em meus ombros – ela não é nenhum fantasma! – apertou a região.

Continuei a me encher de bolo enquanto a mulher de cabelo rosa muito mal escondida no batente da porta estendia um pergaminho de selamento aberto em minha direção, pelo que entendi dos traços era um de subjugação.

– Quem garante? – tremia estendendo o pedaço de papel – por garantia eu vou segurar isso aqui se ela tentar nos possuir eu selo ela. – a encarei nos olhos deixando minha aura alastrar pela cozinha tal como fogo em palha seca, a coitada perdeu a consciência tombando no chão frio, escutei um grito de espanto chamando seu nome vindo das mais velhas, engoli o último pedaço de bolo me levantando.

– Nossa, eu acho que ela desmaiou – me fiz de sonsa chegando perto da mesma. – querem que eu leve ela em algum canto? – que tal numa vala?

– Pobre Haruno, tão medrosa. – massageou as têmporas – poderia leva-la ao quarto dos fundos? - concordei com a cabeça, pegando a velhota nos braços – Keiko-San vai te levar até lá. – a mais velha passou a minha frente me guiando a parte traseira da casa, um comodo com três futons no chão acredito que é aqui que elas dormem.

– Peço desculpas pelo inconveniente com a Setsune, ela é tão frouxa que tem medo até da própria sombra. Não está acostumada a se encontrar com pessoas com uma aura tão imponente quanto a sua. – deitei-a no futon cinza perto da parede que a vovó tinha me indicado.

– Tá tudo bem vovó – sorri pra ela – já estou acostumada. – ergui-me pondo a mão na cintura

– É um pena que agora perdemos um par de braços pro serviço. – soltou um suspiro cansada, lhe olhei de relance. – bom eu vou voltar ao trabalho – me deu as costas – tenho que fazer a parte da Setsune de lavar os lençóis no rio.

Me deu dó da vovó, que eu me lembre o rio não era muito longe... Lidar com água não seria nada mal nesse calor!

– Ehr, vovó Keiko – sai no seu encalço – se quiser eu faço as tarefas da Haruno enquanto ela estiver nesse estado – coçei a nuca oferecendo meus serviços, bem fui eu quem deixei ela inconsciente, espero que não tenha entrado em coma.. – só não vou me envolver na cozinha, eu quase matei meu sensei com banha quente uma vez sem querer – ri de meu próprio desastre, olhei pra senhora que me olhava meiga, seus olhos finos pareciam querer molhar.

– Faria isso? 

S/n: Claro! - sorri fino e ela me segurou pela mão me arrastando outra vez por aquela casa. 

Keiko: Então vamos logo, tem muita coisa a ser feita! – ONDE É QUE EU FUI ME METER????

[...]

Devo dizer que a vida de dona de casa não é nada fácil, tive de lavar um cesto de lençóis brancos, aliás Tobirama acha que lençóis brancos são fáceis de limpar pra comprar tantos?!?! Tive de fazer 34 clones só pra me ajudar a lavar aquilo! Isso me custou um bom tempo! Depois os pendurei para secarem ao sol em seguida passei pano em todo o assoalho da casa, elas me pediram que buscasse lenha para o forno, assim o fiz, e aproveitando que estava em meio a uma floresta com a katana em punhos, cortei algumas árvores para deixar um estoque de lenha para as mais velhas, empilhei tudo em um galpão perto da casa.

Minhas vestes estavam encharcadas com suor, me sentia um pouco zonza pelo mormaço mas me mantive ativa, minhas tarefas aqui por sorte tinham acabado, só faltava eu separar os documentos que o Senju me pediu e varrer a frente do patio, mas elas não me deixaram entrar no escritório no estado que eu me encontrava pois tinham medo de eu sujar alguma coisa. Por tanto eu fui tomar banho, e adivinha quem teve mais uma peça de roupa roubada por mim? Isso mesmo o Tobi-chan! Dessa vez era um kimono verde, ficou grande em mim o cheiro dele inundava os meus sentidos. 

Tão bom, Tão gostoso!

No fim me desvincilhei de meus pensamentos fúteis e fui procurar os benditos papeis, segundo o platinado eram todos os pergaminhos de cor vermelha com o simbolo de Konoha desenhado amarrados com cordas douradas. Foi fácil encontrar pela descrição, uma caixa média foi enchida com eles, nem Hashirama nem Tobirama me explicaram o por que queriam isso, só disseram alguma coisa vaga por se tratar da anexação de um novo clã a vila. Coloquei a caixa na sala e fui varrer a frente, já eram quase quatro horas então eles chegariam a qualquer instante.

Mal comecei a varrer e aqueles dois apareceram no portão. Olha como eles são pontuais! Acenei pra eles com o braço erguido, Myamura me respondeu com um pequeno balanço de mão seu rosto dizia que era bom eu correr, quando levei os olhos a Tobirama ele já me queimava com o olhar, estava puto!

–Você desfez a formação! – tinha raiva em sua voz, revirei os olhos com seu piti – Simplesmente nos abandonou lá e seguiu em frente sozinha, e se nós fossemos atacados? – sorri em escarnio com isso enquanto ele se aproximava.

– Mesmo se fosse atacados, ninguém conseguiria bater de frente com vocês dois, então não tinha com o que eu me preocupar. - continuei a varrer vi pelo canto do olho Myamura passar de fininho pra dentro da casa, desgraçado, vai fazer eu escutar sermão sozinha.

– Você me desobedeceu. - bateu o pé e eu cruzei os braços

– Dês de quando você manda em mim?! - indaguei indignada, ele acha que é quem? Meu pai

– Eu sou o capitão desse time porra! Você tem que respeitar as regras. - ergui o lábio em repulsa a essa ideia.

– E se eu não fizer isso? Hum? Vai me punir? - o fitei provocante, esse arrombado vai apanhar tanto de mim se tentar me subjulgar

– Não acha que está me provocando demais? - perguntou entre dentes agarrando-me pelo braço, fiquei surpresa com o ato repentino enquanto me guiava pra dentro da casa

– Eu não estou provocando nada, você que é sistemático de mais! - franzi o cenho mostrando os dentes, entramos no engawa e de uma forma bruta ele me empurrou contra a parede, fechei os olhos sentindo as costas aderem, quando abri de volta ele já estava praticamente em cima de mim, com sua mão livre ele bateu a palma na parede rente ao meu rosto fazendo um estrondo.

Ele não era muito mais alto que eu, mas a diferença de altura me fazia olhar pra cima pra encara-lo não parecia muito contente.

– Troque essa roupa - se referiu ao kimono verde, dele, que eu trajava, eu não tinha amarrado muito forte por estar calor por tanto ele ficou, digamos assim, revelador de mais.

Era por isso que estava putinho?

– Vai fazer o que se eu não trocar? - ergui uma sobrancelha sorrindo de lado, seu rosto irritado era divertido de se ver, apertou mais o meu braço chegando mais perto.

– Se não trocar, - me fuzilou com o olhar - eu vou arrancar. - sussurrou ao pé do meu ouvido.

E continua nos próximos episódios 💟

Senta o dedo nessa estrelinha minha kunoichi! ✨

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top