Cap 36


Incómodos do passado¬

Pov's S/n

S/n: Kurama falou merda, não foi. - Não havia escutado uma palavra se quer do que eles estavam falando.

Trocar de lugar com uma bijuu faz com que o jinchuuriki fique em um pequeno transe se for uma troca de curto prazo, se fosse uma luta ou algo que demasiasse mais tempo ambos poderiam ficar conscientes.

Como este não é o caso, acabei ficando no total escuro, apenas retomei posse da minha consciência quando senti o chakra da Kuina-san oscilar muito.

Ela parecia estar com medo, não a culpo, afinal quando quer Kurama não é nada delicado com as palavras.

Seja lá o que tenha acontecido nesse espaço de tempo fez minhas dores sumirem parcialmente, sentia-me um pouco zonza firmei mais as mãos no braço do otousan que com cuidado me ajudou ficar de pé, virei o rosto na direção da mamãe que parecia meio pálida.

Me desvinciliei de meu pai e cambaleante fui ao encontro dela, sutilmente ergui as mãos e segurei seu rosto fazendo seu olhar assustado focar em mim.

Eu sei o quanto ela sofreu pelo que aconteceu no passado, pelo incidente que fez meu mangekyou adquirir essa forma. Kurama ter me possuído hoje foi um erro, ver os olhos dela tremendo fez doer o peito.

S/n: Me desculpe, isso não vai mais acontecer - sorri timidamente tentando passar um pouco de conforto a ela, a mesma fechou os olhos e balançou de leve a cabeça.

Kuina: Não fale bobagens S/n, eu não sou medrosa! - um sorriso sapeca reinou em seus labios, ergui um sombranselha não entendendo muito.

Em uma fração de segundos ela me deu um mata leão esfregando o punho contra a minha cabeça, me agarrei no seu braço tentando me soltar.

KAMI AMADO ESSA MULHER TEM FORÇA DESCOMUNAL!!

Kuina: Deixe de ser tola, acha mesmo que eu vou me assustar com uma bijuu enjaulada!? - sua voz apresentava humor botou um pouco mais de força no punho.

S/n: M-mãe so-solta! - pedi sem fôlego dando três batidinha em seu braço. Ela me soltou devagar rindo da minha fraqueza.

Kuina: É tão bom ver você bem de novo. - me puxou para um abraço apertado que retribui envolvendo meus braços em volta da sua cintura, ela tinha um cheiro doce.

S/n: Bem entre aspas né, a senhora quase me mata asfixiada - brinquei apoiando meu queixo no seu ombro

Kuina: Isso são detalhes, pequenos detalhes querida. - afirmou dando uma balançadinha enquanto me apertava um pouco mais.

Madara: Porque.. - sua voz soou melancólica, me virei pra ele que tinha o olhar caído para as mãos enluvadas

Kuina: Madara.. - sua voz saiu baixa, eu acho que ferrou pro nosso lado 😅. Ele nos fitou com uma feição dura.

Pov's Autora

Madara: Por que não me contaram que isso estava acontecendo?! - ambas as mãos penderam ao lado do corpo, serradas, revoltadas por dentro - Pensei que não houvesse segredos entre nós, Kuina. - ela tomou a frente cruzando os braços, em uma pose defensiva, a Uchiha já sabia qual seria o rumo daquela conversa.

Kuina: Se realmente quer saber, - ergueu o queixo não se deixando intimidar pelo olhar de Madara - você andava muito ausente, isso já acontesse faz anos Madara, você tinha o dever de proteger o clã e eu a sua filha...

Madara: Você sabe por que eu não voltei. Mas podia ter mandado o Ashura me avisar o que estava acontecendo! - dos dois lados farpas eram arremessadas, ambos com culpa no cartório e um ressentimento enorme pelo destino da pequena.

Kuina: Eu sei, não o culpo, você tinha o dever de proteger o clã, o sharingan não foi o único problema dela. - seus olhos correram para a marca no peito da menor.

S/n vacilou o olhar, ambas estavam escondendo um segredo que envolvia o motivo daquela marca, e também porque a nove caudas foi selada nela. As duas se entre olharam e um leve aceno da menor deu liberdade a Uchiha contar o passado para ele.

Kuina: S/n, - a menor lhe encarou - vá se limpar e colocar um kimono. - a Uchiha acenou com a cabeça tomando o rumo do corredor sumindo pelo mesmo - Acho melhor nos sentarmos, o que eu vou contar não vai ser nada fácil de digerir.

........

A cerca de 10 anos atrás, um vírus poderoso foi espalhado pelo país do Fogo trazido por um viajante de fora. Ao que tudo indica foi criado para prejudicar os shinobis dessa terra, contando que o antigeno atinge o fluxo de chakra o devorando podendo levar a morte do hospedeiro.

A única maneira de parar o avanço do vírus é selando-o, uma combinação difícil e minunciosa de selos foi criada especialmente para esse fim. Um círculo em seu entorno oito selos que combinados formam uma figura que se assemelha a um sol é colocado acima do núcleo de chacka do shinobi, apartir desse momento o vírus para de "devorar" o chakra da pessoa.

Entretanto, o enfermo deixa sequelas que são a produção reduzida de chakra, o corpo não entende que precisa produzir 100% para todas as vias de chakra, variando do tempo que o vírus ficou no shinobi ele pode perder de 15% a 80% da produção de chakra, em estágios mais graves 100% levando-o a morte.

Tal selo foi comummente chamado de Barreira do Sol, por sua forma, porém atualmente somente antigos samurais do pais do Ferro e alguns membros do clã Uzumaki sabem realizar o selo e da existência de tal.

S/n Uchiha adquiriu a doença aos 10 anos de idade, por não saberem do que se tratava a garota passou muito tempo com o vírus em seu corpo o que levou a 80% do seu nível de chakra ser tomado até ser selada.

Isso foi uma tragédia, contando que ela não teria mais chakra suficiente para realizar jutsus, estava fadada a morrer ou viraram uma pessoa comum, porém a herdeira do famoso clã Uchiha do sharingan não podia ceder ao fracasso.

Rumores rondavam o templo que a raposa de nove caudas havia escapado e estava solta pelo país do Vento, foi ai que surgiu a ideia de selar a bijuu no corpo da pequena, com o acordo da besta doar boa parte de seu chakra a criança sem assumir o controle do corpo.

Algo que poderia dar muito errado, mas, entre morrer tentando e se entregar aos abutres, a Uchiha já havia tomado a sua decisão.

...........

Kuina: Peço desculpas - disse de cabeça baixa ao Uchiha que ainda estava em choque com tantas informações - eu quase deixei o futuro do nosso clã se esvair. - cerrou os punhos.

Um silêncio ensurdecedor se fez presente naquela sala, o barulho dos pássaros cantando e das respirações nervosas dos Uchihas era somente o que restava, até todo esse silencio ser quebrado pelo som de um palitinho se quebrando, Kuina e Madara olharam pra trás constatando a filha.

De cabelos molhados caindo pelos ombros, trajando um quimono azul escuro aberto o suficiente pra sua marca aparecer, tinha no rosto a cara de alguém que não sabia de nada do que estava acontecendo, quanta inocência ou cinismo.

S/n: Bom, eu vou treinar - relatou tirando do Kamui sua katana - Otousan me acompanha? - sorriu divertida, Madara observou a pequena em seguida Kuina, fechou os olhos balançando de leve a cabeça negativamente dizendo:

Madara: Claro, por que não? - sorriu fino fazendo o coração de filha se encher de alegria, o mais velho se sentia igual porém preocupado com o estado da menor. Quando Madara ia se levantar Kuina interviu.

Kuina: Não acha que esta cedo de mais? A poucos minutos estava pra morrer nesta sala S/n. - disse séria, a menor fez uma careta e sorriu

S/n: Pode ficar tranquila kasan, me sinto muito mais revigorada do que antes, aquilo não foi nada, poderiam até tirar as minhas tripas pra fora e colocarem novamente no meu corpo que eu conseguiria enfrentar o exercito de Suna inteiro! - andou até o sofá que os mais velhos estavam acomodados e sentou no meio deles espojadamente.

Madara: Isso prova que ela é minha filha legitima Kuina-chan~ - zombou dela que fez uma cara de 'é sério isso?'

Kuina: Você não toma jeito mesmo não é criança?! - brincou tocando como dedo indicador e o médio na testa da menor. Ficou encarando os dois ao seu lado, sentia-se tão bem com os dois ali, seguros, felizes. S/n girou a cabeça pro lado incomodada com o olhar da mais velha por tanto tempo

S/n: O que foi kasan? - perguntou, Kuina levemente arregalou os olhos e piscou algumas vezes

Kuina: Eu amo vocês - uma feição meiga surgiu em sua face, Madara agarrou as duas abraçandoas fortemente, parecia que finalmente os Uchiha's tinham encontrado paz de espírito após tanta dor e sofrimento, risos e gargalhadas eram escutadas por pessoas que passavam na rua.

Naquele instante o mundo parecia menos triste para aqueles três, mas só parecia..

S/n em meio a euforia quase deixou passar pelo seu sensor um chakra quase inpercptivel rondando a casa, seus olhos rodopiaram em direção ao corredor, sem dar explicação alguma saiu correndo rumo ao escritório, abriu a porta com certa brutalidade adentrando ao cómodo vazio, andou rapidamente até as janelas que davam para o jardim, olhando para todos os lados a procura daquela presença misteriosa.

Pov's S/n

S/n: Merda! - bati com força o punho na pilastra da parede, eu tinha certeza que alguém estava aqui, eu senti!

Olhei em volta mais uma vez, nada foi levado, tudo estava em seu devido lugar.. Suspeito. Com a testa enrugada sai do escritório fechando a porta devagar, segui pelo corredor e escutei o barulho da porta da frente batendo.

Madara: Kuina! - ouvi meu pai reclamar.

Kuina: É aquela víbora! - respondeu entre os dentes, sem saber do que se tratava continuei até chegar junto a eles, quando a porta se abriu de novo levei um leve susto.

Era aquela senhora de mais cedo, a que me olhou com cara feia. Eu me recordo vagamente dela, de antes de Konoha, me pergunto o que ela faz aqui?

Kuina: O que deseja?! - perguntou nervosa, cruzando os braços. - ... Anciã..

Ela, não, por favor não me diga que é ela! Olhei assustada para meu pai que retribuiu o olhar dando uma leve confirmação. Essa desgraçada! Meus pais passaram um inferno por causa das decisões dela, eu sofri um diabo por culpa dela. Só está mais velha do que já era, continua com o mesmo olhar de nojo e o jeito mesquinho.

Enrigideci minha postura e meu semblante. Você pode até ser fraca S/n, mas não na frente dessa peste! Ela me fitou de cima a baixo, adentrando a casa.

Anciã: Ora, ora, parece que você cresceu bastante desde a última vez que nós vimos. - concluiu se aproximando. - Uma garota alta, uma pele bonita.. - fechei o punho sentindo ela ficar poucos centímetros - Agora, retire essa porcaria desde disfarce garota. Você não é assim desde nunca! - proferiu tais palavra com rancor, eu não abaixe minha cabeça um minuto se quer, mordi o interior da minha bochecha puxando com raiva a barra do quimono que usava mostrando minha pele.

Madara: Wue merda é essa? Não ache que pode mandar na filha dos outros sua velha caduca! - perguntou autoritário, o olhei de relance mas logo voltei a queimar o olhar sobre a velha a minha frente. Juntei as mãos fazendo um selo.

S/n: Libertar. - um tipo de vapor começou a sair do meu corpo, desfazendo a transformação, cada poro, cada marca, cada cicatriz, tudo estava a amostra pra aqueles três.

Anciã: Ah, vejamos parece que elas ficaram ainda mais feias e aumentaram. - disse passando a mão por cima de uma das minhas cicatrizes - Não tem vergonha de ter uma pele tão marcada assim? - tirou sua mão do meu corpo, num movimento brusco ela ergueu a mesma indo em direção ao meu rosto.

Segurei seu pulso antes que sua palma atingisse meu rosto. A olhei firmemente nos olhos com tal soberania que era-me de direito.

S/n: Não, eu não me envergonho de ter essas cicatrizes. - apertei mais seu pulso - Elas são a marca de nascença dessa Uchiha S/n a sua frente. - meu tom era firme rígido. Ela acha mesmo que vai abaixar a minha autoridade na frente desses dois? Que patética.

Anciã: Me solte sua mal criada! - o dessespero em seu olhar era notável, afinal, mais uma apertadinha o pulso dela quebraria.

S/n: nçNão se preocupe velhota, - sorri cínica - eu já quebrei meu pulso várias vezes, te garanto que não vai doer. Bom, não vai doer em mim. - o sorriso em minha face aumentou enquanto a expressão de dor dela piorava.

Madara: S/n já chega! - seus olhos sharingan queimavam sobre mim, sem contestar larguei o pulso da Anciã, que fez uma cara de alivio. - E você velhota fala logo o que quer. - cruzou os braços irritado, vejo que essa mulher não irrita só a mim.

Vesti as mangas do kimono enquanto ela se preparava pra falar.

Anciã: Bom, a última vez que te vi você só conseguia produzir uma pequena bola de fogo, - me olhou com nojo - creio eu que já consiga fazer algo melhor. - soltei um riso anasalado.

S/n: Claro que eu melhorei. - com o sharingan nós levei até o deck.

Anciã: Isso é uma das habilidades do seu sharingan? - concordei com um 'huhum'. A velha se virou pra meu pai - Madara, faça uma bola de fogo.

Madara: Vou se eu quiser! - ele foi até a ponta do deck fazendo os 'famosos' selos do clã Uchiha.

Cobra, Bode, Macaco, Javali, Cavalo, Tigre. Por mais que já tivesse visto esses selos várias e várias vezes, eu nunca vi o meu pai os fazendo.

Observei atentamente cada movimento seu, ele estufou o peito de ar e lançou a gigantesca bola de fogo. Tão grande, tão perfeita, parecia o próprio sol na minha frente.

Já ouvi histórias e mais histórias de meu pai e seus jutsus, mas vendo de perto, é totalmente magnífico!

Parece até um deus. Não, na verdade ele é um.

Aos poucos a densidade foi diminuindo, antes que se acabasse pude jurar que vi algumas borbulhas da água do lago. Ele de afastou da ponta vindo até o meu lado com um sorriso convencido.

Ele deu dois tampinhas na minha cabeça li seus lábios que diziam: "Sua vez pirralha, manda ver!" Arque-ei minhas sobrancelhas em surpresa.

Sem rodeios caminhei até a ponta, observando o vasto lago a frente fechei os olhos e comecei os selos, devagarinho lembrando de cada um pra não fazer errado.

No final enchi meus pulmões de ar e soltei, senti minha garganta esquentar a medida que o fogo subia, lancei em frente, conforme meu rosto se acalorava eu comecei a abrir os olhos. Tão fervente, levei um pequeno susto ao ver que a bola de fogo que eu estava cuspindo era quase o dobro da qual otousan tinha feito, ela tampava boa parte da minha visão o ar de meu pulmão havia esgotado e a bola de fogo continuara queimando no meio do lago.

Eu estava de boca aberta! Não sabia que meu poder de ataque tinha avançado tanto, bom, poderia ser por conta que uma parte do chakra original do meu corpo aumentou um pouco com a transfusão de mais cedo.

Olhei para meu pai eufórica, o mesmo continha um sorriso estampado no rosto, Kuina-san batia palminhas feliz pela minha conquista, quanto a velhota.. Estava com os olhos arregalados.

Sequei um pequena gota de suor que escorria de minha testa e nos levei novamente até em casa.

S/n: Satisfeita velhota? - sorri convencida, ela entortou o nariz erguendo o queixo.

Anciã: Hum, não fez mais que sua obrigação como herdeira dos Uchiha's. - uma veia saltou de minha testa, eu juro que se essa véia não fosse importante eu dava um murro na cara dela! Foi isso o que minha mãe quase fez.

Kuina: Escute aqui sua víbora! Você sabe que a S/n-sama tev- Otousan a segurou por trás tampando a boca dela, que começou a espernear pronta pra avançar na velha que fez pouco caso.

Anciã: Pare de ser descontrolada Kuina, não é atoa que não foi você quem casou com o Madara. Ela já tem vinte anos esta praticamente pronta, nenhum problema vai acontecer dessa vez já que o corpo dela esta maduro o suficiente. - de repente ela começou um papo estranho sobre estar pronta? Tá me vendo com cara de que? Janta pra estar pronta?!

Anciã: E sobre isso - olhou para mim - trate de arranjar um noivo até o final do mês. Já esperamos tempo de mais - deu as costas caminhando até a porta. - E uma última coisa. - olhei um olhar sombrio pra ela, já não está bom de exigências? - se afaste de Senju Tobitama. - meu coração errou uma batida com aquilo, minha postura tinha ido em vão com essa frase pois não podia disfarçar o quão espantada fiquei.

S/n: Como assim? - perguntei em tom baixo ainda perplexa.

Anciã: Eu não preciso nem dizer o que ele fez, o que o nosso clã perdeu, não se faça de tonta criança...

E continua nos próximos capítulos 💟

Não esquece da estrelinha minha kunoichi ✨

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