Olhos Abertos
Quando piscou os olhos, cansado e exausto, seus dedos tremeram.
Lágrimas escorriam sem exaustar seu ser, talvez por já estar exausto.
Se sentando sobre a cama, notou o local tão sujo e desarrumado.
No fundo, Hyunjin sempre soube que era um sonho.
O Hwang quis se jogar da janela, Minho havia morrido a cinco anos, como ele acreditaria que seu cunhado estaria vivo? Era alguma espécie de otário?
Um peso se pousou em seu peito, se encolhendo sobre a cama antes de permitir suas lágrimas tomarem conta de seu momento.
Merecia chorar, mesmo que no momento, seja tudo o que faça.
Suas vontades não passavam de deitar e chorar, então não estava saindo da rotina depressiva.
O Hwang suspirou, estava sentindo fome, aquele sonho lhe trouxe coisas que não sentia.
Sentiu vontade de se banhar, talvez estivesse mesmo fedorento.
Olhando em volta, se sentiu mal em sua casa podre, deveria arruma-la.
Realmente, aquele sonho não o fez bem.
Suspirando, se ergueu, talvez se chorasse um pouco mais, desanimaria, mas dessa vez, ele não queria desanimar.
Pensando nisso, se ergueu de vez, mesmo tonto, caminhou lento para a cozinha, a única coisa em sua dispensa era um pão velho, mas serviu como um manjar.
Estava com certeza desempregado, faltou quase três semanas, com toda a certeza do mundo que ele estava desempregado.
Se encolhendo, continuou a comer aquele pão, seus olhos se incharam, enxarcaram, permitindo a dor escapar por suas bochechas como finas camadas de lágrimas, pingando sobre o pão duro e mofado que comia.
Seu peito doeu tanto, soluçando, sentia seu coração falhar, enquanto chorava naquele canto.
Se seu Lixie estivesse ali, ele com certeza iria o abraçar e o obrigaria a se banhar.
Para Felix, o dia não começava antes de um bom e limpo banho.
O Hwang caminhou para a direção de seu banheiro, se banhando finalmente após três semanas.
As camadas grossas de sujeira eram removidas com uma facilidade absurda, seus cabelos imploravam por aquele banho.
Estava tão magro, comendo apenas uma ou duas vezes por semana, quando passou a vomitar a própria bile, pensou que morreria, mas vendo assim, era um covarde por não ter coragem de se matar?
O Hwang suspirou, não iria pensar assim.
Se arrumou, estava bem cedo, o sol havia acabado de nascer, pensando bem, fazia tempos que não percebia, estava sem o sono devidamente ajeitado.
Deixando uma nova lágrima escapar, suas mãos tremeram ao abrir a porta, iria resolver sua vida.
O Hwang ignorava, mas parecia que todos o julgavam ou o encaravam com pena, problemas de cidade pequena.
Quando se viu de frente a enorme empresa, engoliu a seco.
Entrou, passando normalmente pela recepcionista que o olhava repleto de dor e pena.
Quando encontrou seu parceiro de equipe, o mesmo apenas lhe lançou um sorriso fraco, antes de seguir rumo a frente.
Hyunjin tremia, abrindo a porta de seu patrão.
Jisung estava ali, o encarando com os olhos cansados, mas com lágrimas nos olhos.
O Hwang engoliu o seco, permitindo-se se sentar a frente do patrão, olhando para o homem, como se estivesse acordado pronto para receber sua carta de demissão.
Foi quando o homem se levantou, apenas para o abraçar.
O Hwang não percebeu o quanto precisava desse abraço até recebê-lo, permitindo mais lágrimas sujarem seu terno.
Os dois choravam ali.
Hyunjin sabia que Jisung o entendia, pois o Han havia perdido Minho antes de Hyunjin perder seu Lixie.
Os dois sofreram, os dois se entendiam.
Por isso, os dois choraram naquele dia, abraçados, permitindo a dor ser jogada fora lentamente conforme suas lágrimas escorriam por seus rostos.
Quem visse de fora, saberia que aqueles dois só precisavam disso, um bom abraço.
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