Estrela Cadente

O cheiro de mofo parecia desaparecer conforme respirava, seu pulmão chiava quando puxava o ar, talvez deveria ter parado de fumar quando Felix o alertou.

Seus dedos se expremeram contra o lençol quando lembrou do seu ruivo doce e amável, seus olhos já se encheram de lágrimas, tentando se recordar de momentos bons para não lembrar do rosto pálido indo de encontro ao caixão no seu enterro.

– Amor... – a voz grave sussurrou

Seus olhos se arregalaram, não teve outra reação se não se sentar em um salto sobre a cama, sua exaustão pareceu se esvair rapidamente, como se não precisasse de fato descansar.

Seus olhos se voltaram para o quarto, seu quarto estava limpo.
Suas roupas foram trocadas, estava limpo, alguém o banhou?

Se levantou, trêmulo, cansado, caindo sobre o chão sem nem conseguir dar dois passos.
Seus dedos tremeram quando olhou para a porta, vendo a pessoa tão familiar no qual tanto causou seu choro.

O ruivo correu para si, o abraçou, enquanto acariciava seus cabelos.

Hyunjin soluçou, chorando como um bebê com saudades, abraçou o corpo mais baixo, se deitando sobre seu corpo ali mesmo, no chão.
Seus fios foram acariciados, conforme o ruivo depositava selares em seu rosto.

– Você sofreu demais... – a voz parecia suave, mas ainda assim, não conseguia reclamar.

O cheiro de baunilha tão familiar lhe fazia chorar mais, deveria estar tão bobo...

– Lixie... A estrelinha te trouxe para mim... – o Hwang murmurou, olhando para as orbes do ruivo.

Seus olhos negroa se encontravam com as orbes castanhas, mas no fundo, seu coração se apertou.
Não queria acordar, se isso fosse um maldito sonho, preferia morrer assim, dormindo, nos braços de seu doce e querido Felix.

– Você não vai almoçar? – o ruivo questionou, a voz doce estava lhe causando náuseas, talvez pela ansiedade, talvez pela saudade.

O Hwang apenas negou, não iria sair dali, sabia que iria acordar, não podia ser real, não era real, mas queria tanto acreditar que sim.
Seus dedos tremeram quando olhou ao seu redor, no fundo, havia cheiro de desinfetante, amaciante, porém um pouco de poeira.

Sua estrelinha trouxe seu amado e agora sua casa também estava como antes, quando ainda tinha ânimo para limpa-la.

– Eu fiz almoço... Não vai jogar fora... Vai? – o Hwang negou com a cabeça, não iria jogar nada de seu amado fora.

Os dois caminharam para a direção da cozinha, suspirando o cheiro maravilhoso da comida de seu amado.

O tempero da família Lee sempre seria o seu preferido e não importa o quanto tente, jamais ficava igual.

O Hwang se sentou sobre a mesa, recebendo o prato de comida em sua frente.

– Eu vou trabalhar... Mas você vai comer e me esperar... Não vai? – o ruivo questionou, sorriso fraco quando o Hwang afirmou desesperado.

Ele ainda não havia engolido a primeira garfada, mas quando ouviu bem, Felix não voltaria...

Ele sabia que não iria voltar, era um sonho, quando ele saísse iria acordar.

O Hwang chorou, alto como uma criança, se encolhendo sobre a cadeira quando sua estrelinha saiu sem olhar para trás.

A hora passava, cansou-se, mas não quis dormir.
Anoiteceu, mas não pregou os olhos.

Se dormisse, então ele iria acordar...

Mas quando amanheceu, ouviu passos e seu coração apertou.

Ele não podia dormir, jamais dormiria, pois assim, seu Lixie estaria ali.

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