🐍 06 | ㅤㅤSNAKE NEST

CAPÍTULO SEIS, NINHO DE COBRA
CALIFÓRNIA, LOS ANGELES

A MEDIDA QUE OS DIAS SE PASSAVAM, talvez mais lentos que o de costume, Padma pôde comemorar por ter recebido um breve descanso das provocações dos idiotas do Cobra Kai. Ficou sabendo que no final de semana anterior, os dois dojos se reuniram num fliperama para brigar, e óbvio que não terminou bem; Demetri, o nerd do Miyagi-Do, teve o braço quebrado por Falcão.

Em todos seus anos de vida, Padma nunca assistiu de perto uma situação tão intensa e perigosa como essa: alunos de cada dojô levando a arte marcial sagrada para fora do tatame, e praticando de forma negativa. Não importava se o Miyagi-Do pregava o bem, ainda eram outros idiotas que utilizavam lições de paz para pregar um discurso de falsa defesa. Eles não queriam se defender, eles queriam atacar. Prever o ataque, impedir a violência com a violência.

Por instantes, se viu escondida entre os alunos, assistindo de camarote as encaradas que as gangues rivais lançavam uma à outra. Tentou fugir o máximo que pôde, mas naquela maldita quinta-feira, os marionetes pareceram lembrar que Padma era a nova vilã do pedaço.

Ela estava na frente do armário, pegando os livros que usaria nas aulas daquele dia quando uma mão estapeou a sua, consequentemente fazendo-a derrubar não somente a mochila, mas todos os livros que tentava equilibrar com muito custo. Padma suspira, subindo o olhar com o cenho franzido. Encontrou Sabrina ao lado de Falcão, ambos sorrindo de forma diabólica.

─ Posso ajudar? ─ tentou controlar, mas o sarcasmo prevaleceu no tom.

─ Você parecia dormir acordada, novata ─ O de moicano comenta, cruzando os braços ─ queria ver se seus reflexos estão funcionando bem.

Padma aperta os lábios, mas respira bem fundo, clareando a mente e recusando-se a cair naquele papinho.

─ Se já fizeram a pesquisa de campo, me dêem licença.

Ela se ajoelha para catar os livros, mas antes que suas mãos tentassem encostar no material didático de álgebra, a mesma garota daquele outro dia o chuta para longe. A paciência de Padma aos poucos ameaça deixar seu corpo por completo. Ela os encara de novo, mas dessa vez outras pessoas surgiram ao seu lado.

Deixe ela em paz!

─ Olha só quem veio defender a novata!? Os fracassados do senhor Miyagi.

Pronto, era tudo o que precisava para aquele dia ficar perfeito. Padma pensa aos nervos, soltando uma lufada de ar ao catar os materiais e jogá-los dentro da mochila, olhando com certo tédio para o tumulto que se formava na frente de seu armário. Samanta LaRusso estava carrancuda, de braços cruzados e uma postura inabalável.

Nem parecia que haviam apanhado feio no fliperama, fim de semana passado.

─ Não se contentou com a surra? ─ Falcão pergunta para Demetri, que se encolheu levemente pelas palavras afiadas do ex-melhor amigo. ─ Quer que eu quebre o outro braço?

─ Por que vocês insistem em aterrorizar aqueles que não sabem se defender? ─ Samantha quase grita na cara dos indivíduos, e Padma ergue uma sobrancelha.

─ Estão tentando puxá-la para o inferno de vocês? ─ Falcão perguntou divertido ─ Novata, eu até faria o mesmo, mas no Cobra Kai só aceitamos durões, e não fraquinhos como você. Talvez devesse escutar o conselho dos idiotas aí, pode ser que você se Identifique.

Eles desmancham a rodinha enquanto gargalham e trocam soquinhos ridículos ao se afastarem para longe. A gangue do Miyagi-Do relaxam os ombros, e se viram diretamente para Padma que ainda encarava a situação geral como se fosse a coisa mais estúpida da história da humanidade.

─ Você é a aluna nova. ─ Samantha LaRusso declara, sem descruzar os braços. ─ Não deveria mexer com eles, são idiotas.

─ Eu não mexi. ─ Padma responde de forma seca, batendo a porta do armário com força e assustando Demetri pelo barulho alto e repentino. ─ Eu só estava pegando meus livros e eles apareceram.

Padma decidiu não prolongar a conversa; dá as costas para o grupo de adolescentes mas antes que pudesse caminhar para bem longe, a voz da adolescente lhe faz parar no lugar, revirando os olhos.

─ Você deveria treinar karatê. Você pode se defender deles.

─ Me defender, claro. ─ Ela balbucia baixo, passando a língua pelos lábios. ─ Eu não preciso aprender uma luta que deveria ser usada apenas dentro do tatame, para revidar conflitos que vocês não sabem resolver falando. Dispenso sua oferta, LaRusso.

Os adolescentes assistem Padma caminhar para bem longe, deixando-os perplexos no corredor com sua fala um tanto quanto ácida martelando suas mentes barulhentas.

─ Que… ignorante. ─ Demetri sussurra.

─ Ela quer ser um deles. ─ A garota diz, observando a silhueta da tailandesa sumir entre os diversos adolescentes. ─ Eu sabia.

Era cedo para criar suposições. Samantha LaRusso descobriria tarde aquilo. Inclusive, que geraria consequências inventar teorias infundadas de uma jovem que só queria se manter distante do ninho de cobras a qual estava, aos poucos, sendo inserida.

( . . . )

Aquele havia sido o primeiro dia que Robby não apareceu no horário combinado. Padma achou estranho, sentiu um emaranhado de emoções unindo-se tentar demonstrar apenas preocupação. Seu coração ardeu, mas não pôde fazer nada além de voltar ao trabalho e colocar um enorme sorriso no rosto para atender uma legião de clientes famintos.

Enquanto se esforçava para equilibrar diversas xícaras sobre uma bandeja de metal, não percebeu que estava sendo observada por outra adolescente que já havia escutado falar da presença de Padma. Tory Nichols tinha uma expressão curiosa, mas também distante enquanto secava alguns copos de vidro, querendo arrancar um mísero traço de informação da tailandesa.

Padma Madee-Kim não era exatamente famosa por fazer algo, mas sim famosa por não fazer algo. O que deixava a norte-americana inerte naquela linha de raciocínio sem fim, era que Padma parecia não se importar exatamente com nada. Seus pais estavam dominando o comércio no vale, ganharam uma legião de alunos sedentos pela prática de uma nova luta e a adolescente parecia ser apenas aquela da família que não dava a mínima para o que era ensinado. Padma não lutava, Padma não gostava de Karatê, Padma não se misturava com dojos.

Afinal, quem era Padma?

Os colegas de Tory não paravam de falar sobre o camp de Muay Thai, o Phaya Nak. Consequentemente, o assunto caia sobre a adolescente com olhar distante, postura perfeita e feição carrancuda para onde quer que fosse. O único lugar onde viam Padma, no máximo, sorrir, era juntamente de seus novos amigos nas mesas de refeitório. Aquele simples gesto foi suficiente para alugar um espaço na mente dos jovens despreparados, loucos por conflitos ridículos.

Um expresso duplo.

─ O que? ─ Tory pisca confusa, fechando a cara no automático ao ver Padma em sua frente um tanto quanto afobada.

─ Um expresso duplo para a mesa seis. Mike saiu para o intervalo, ele disse que você iria cobri-lo. ─ A tailandesa tenta explicar, tombando a cabeça ao notar que a nova contratada lhe olhava de um jeito estranho.

─ Ah. ─ Tory assente, se movendo até a bancada e começando a preparar o pedido. Enquanto isso, Padma batucava os dedos, uma hora ou outra observando a movimentação do café que, felizmente, agora estava baixa. ─ Então, você é a novata da Tailândia…

Os dedos de Padma param de se mover no mezanino, ela vira lentamente a cabeça na direção da loira.

─ E quem quer saber?

Bem que disseram que era pra frente.

A morena revira os olhos.

─ Vem cá, eu te conheço? ─ se aproxima do balcão, Tory ergue uma sobrancelha pela surpresa. Ninguém nunca lhe olhou daquela forma, como se não tivesse medo de quem ela era, e da onde ela pertencia. ─ Porque eu não te conheço, e não estou afim de conhecer, principalmente se for do Cobra Kai ou Miyagi-Do. Me deixa fora dos problemas de vocês e me dá a droga do expresso.

Padma não costumava ser ignorante daquela forma, mas era a segunda vez no dia que alguém do Cobra Kai insistia em encher seu saco. Ela estava por um fio, restava pouco de sua paciência para continuar lidando com todo aquele bafafá e movimentação desnecessária.

Tory se cala. Aceita o tom mandão que a tailandesa opõe e entrega a xícara para Padma que, rapidamente, põe sobre a bandeja e caminha até o cliente abrindo um sorriso gentil, espantando a carranca de segundos atrás.

─ Aqui seu expresso, qualquer coisa só me chamar. ─ Ela se afasta ao ouvi-lo agradecer, mas antes que retornasse para atrás do balcão e dividir as tarefas com a recém contratada, uma cabeleira loira ergue a mão. Padma reconhecia aquela mão, aquele rosto que lhe fez quase pegar um castigo.

Ela se aproxima em uma caminhada sorrateira, colocando a bandeja embaixo do braço.

─ O que quer? ─ ela pergunta ignorante, rezando para que seu gerente não estivesse por perto para ouvi-la. ─ Veio me chamar de Pâmela e me fazer ser demitida? Quase conseguiu isso na academia da minha família, e olhe que nem trabalhar lá eu trabalho. ─ Disse com um certo sarcasmo.

─ Queria saber como estava andando com as novidades ─ Johnny Lawrence responde num tom presunçoso ─ já soube?

─ Quais?

─ Você e sua família irão alugar para mim a sala. Vou abrir meu novo dojô.

Padma ri.

─ E você tem alunos? Pelo que eu saiba, perdeu todos eles para o atual sensei do Cobra Kai. Pelo visto suas lições eram péssimas, sensei Lawrence.

Johnny solta um riso sem presença alguma de humor.

─ Vai com calma, Pâmela. ─ a adolescente fecha a cara na hora. ─ Eu tenho um plano.

─ Que seja ─ ela responde com desdém ─ Vai pedir alguma coisa? Se não, peço que vá embora porque está aqui apenas ocupando mesa.

─ Sua mãe acabou deixando escapar que você é campeã mundial de Muay Thai. Seis vezes campeã, sei lá, alguma coisa assim.

Padma não esperava ouvir aquilo tão cedo. A verdade, a realidade. Seus músculos se enrijecem numa velocidade absurda, a ponto do ar faltar em seus pulmões num breve sinal de socorro. Seu cérebro interpretou toda a situação de forma exagerada, como se Padma estivesse descobrindo que toda sua vida era uma grande mentira e que provavelmente estava em perigo.

Mas não. Ela só havia tido contato com a verdade. Havia tido contato com um fantasma seu, que agora vagava por sua mente tal qual um espírito obsessor.

As mãos de Padma se fecham num punho, mas no instante seguinte ela as espalma na mesa de madeira, atraindo um arquear de sobrancelha por parte de Johnny.

Você não tem permissão para falar sobre isso. ─ Diz, firme e direta.

Ele ergue as mãos em rendição.

─ Eu não quero problemas, garota, eu só quero conversar.

─ Eu não tenho nada para conversar, intrometido do caramba. Se você quer abrir a droga do seu dojô, eu não ligo, tá legal? Não é problema meu. Eu não faço parte do Phaya Nak. Não deveria me dar satisfação.

─ Espera, Padma… ─ Vendo que ela iria se afastar, a chama com última esperança. A adolescente não entende o porquê de obedecê-lo, mas o faz. ─ Eu tenho uma proposta, sério.

─ Que proposta?

─ Se aceitar me ouvir sem querer me matar, talvez eu te diga. ─ Ele cruza os braços, tentando de todas as formas atiçar a curiosidade de Padma.

No West Valley, tudo girava em torno de “lados”. Johnny Lawrence iniciou de maneira precoce um projeto para reabrir o Cobra Kai, e quando tudo saiu fora dos eixos ao, mais uma vez, cair nos joguinhos de seu antigo sensei Kreese, ele percebeu que tudo saiu do controle. De novo.

Seus alunos foram praticamente roubados de si. Kreese mexeu com suas mentes, estimulou o ego, mostrou que eram capazes de atingir uma versão superior da qual eram ─ a tal versão que Johnny Lawrence tentou falhamente criar. O resultado não poderia ser outro: transformados em marionetes com personalidades semelhantes a de quando era nos anos oitenta, na primeira e aterrorizante versão do dojô que foi, por décadas, o maior pesadelo de Johnny.

Ele queria começar de novo, e numa ideia um tanto inusitada já que Miguel ainda não estava cem por cento recuperado, estava diante do que poderia ser a chave para a resolução de seus problemas. Ou, como Daniel mimadinho LaRusso disse, poderia ser a abertura de outra caixa de Pandora, e Johnny nem sabia quem era a Pandora e o que havia dentro da maldita caixa. Ele encara Padma, lembrando-se das palavras de Isara Madee-Kim.

Nossa academia foi por muitos anos sinônimo de vitória, Johnny. Padma é o exemplo. A criamos para ser uma atleta de elite e… Ah, prometa que não falará isso para ninguém, por favor. Ela foi uma atleta de elite até dois anos atrás. Não é mais.”

Padma, por outro lado, queria bater na cabeça daquele americano intrometido que constantemente cheirava cerveja barata, com a bandeja de metal que estava embaixo de seu braço. Ela nota, por cima dos ombros, o olhar intrometido que Tory Nichols lançava ao lhe ver conversando com aquele cara. Provavelmente ela abriria a boca para o grupinho de trapaceiros em algum momento. A adolescente resmunga internamente, voltando a encarar Johnny Lawrence que permanecia com uma sobrancelha erguida.

─ Eu não quero saber.

E sai caminhando para os fundos da loja, sentindo que sua decisão, foi uma decisão correta.

( . . . )

Pelo visto, alguém quer saber, sim.

Padma revira os olhos, cruzando os braços na frente do corpo.

Quando tomou sua decisão, mais cedo naquele mesmo dia, achou que era o correto. Em partes era, mas sua mente ansiosa ─ ou o profundo e vazio de esperança de recuperar seu eu do passado ─ quis saber mais. Voltar a lutar era um gatilho, as concepções e opiniões mudaram. Então, por que ela sentia que aquele maldito americano poderia lhe trazer a solução? Poderia lhe trazer a cura para sua dor? Johnny era somente um sensei de caratê fracassado, ele não poderia fazer nada para uma ex-atleta de elite que se perdeu no caminho. Ela achava que não.

─ Olha só, garota. ─ Ele termina de virar uma garrafa de cerveja ─ Você pode continuar nessa coisa ridícula de se esconder atrás de um avental e ficar com essa cara de peixe podre, ou pode me ouvir, que é uma ideia bastante sábia.

─ E o que você, grande mestre de Los Angeles pode fazer? ─ ela pergunta num tom debochado. ─ Não é como se você entendesse algo sobre mim. Nem ao menos me conhece e vem com essa conversa fiada de me ajudar? Me poupe, né?

─ Tem razão, não te conheço ─ ele entra naquele joguinho da adolescente antes de respirar bem fundo para não xingá-la de modo impulsivo ─ Mas sabe o que eu conheço? A sensação de fracassar, bem no estilo dos anos 80. Cair tão feio que você nunca vai conseguir se levantar. Pode ter certeza que eu conheço essa sensação.

─ É assim que você ajuda as pessoas? ─ ela ergue uma sobrancelha ─ seus alunos deveriam sofrer bullying danado para cair nisso.

─ Eu ajudo as pessoas com caratê.

Ali, Padma entendeu na horas as intenções de Johnny. Ele percebe a expressão confusa e indecifrável, e continua a falar.

─ Com caratê, você bate, e quando você bate, os problemas melhoram porque você esquece deles.

─ Que filosofia…

─ Bosta? Pode até ser, mas funciona.

Ela olha ao redor, respirando bem fundo.

─ Eu sei me defender, e não aprendi isso desde meus quatro anos de idade para machucar as pessoas. ─ É firme no tom ─ Eu aprendi a ter um equilíbrio comigo mesma.

Johnny tenta segurar uma risada.

─ E pelo visto perdeu, porque tá igual uma galinha medrosa tentando fingir que você não é quem você é.

Padma não soube descrever a sensação que sentiu quando Johnny disse aquela sequência de palavras que se assemelhavam a uma flecha afiada acertando seu coração em cheio. Johnny percebeu o choque da garota, mordendo os lábios e soltando um xingamento baixinho com medo que ela desistisse de uma vez, de escutar sua ideia.

Quem você pensa que é pra fa…

─ Eu já vi esse olhar antes. ─ Ela se cala novamente, ainda não sabendo se estava apenas chocada ou irritada ─ Era o mesmo que eu via toda vez que me olhava no espelho. Você pode não gostar de mim e continuar fingindo que no fundo não sente falta de ter controle das próprias ações. Ou, você também pode escutar um cara que já passou por isso, e que pode te ajudar.

─ Me ajudar como?

─ Olha, eu sei que perdi todos os meus alunos, tá legal? O único que tenho é um moleque que tá meio aleijado agora, mas ele tá aprendendo a andar de novo. ─ Ela franze o cenho com as palavras que ele escolheu de forma tão… natural!? ─ Eu quero abrir um novo dojo. Preciso de alunos, e… você é a garota mais durona desse vale. Nem a filha dos LaRusso é assim.

Padma sente um gosto amargo na ponta da língua ao escutar aquele nome. Ela chacoalha a cabeça, tentando se livrar da sensação.

─ Olha, não sei se você sabe mas, Muay Thai e karatê são duas coisas completamente diferentes.

─ Você é uma lutadora de elite, garota..

─ Ex-lutadora de elite.

Ele revira os olhos.

─ Tá, que seja ─ gesticula ─ Você tem base. Todos esses nerds aprenderam karatê para se defender do bullying. Provavelmente vão esquecer assim que terminarem a escola e entrarem numa universidade careta.

─ “Aprender a se defender?” ─ ela zomba ─ Qual é, cara? Aquela escola é um inferno porque tudo o que eles fazem é brigar. É um inferno, você criou um bando de babacas!

─ Eu não tenho culpa daqueles merdinhas serem uns imbecis, tá legal?

─ Não foi você que abriu o dojô? ─ ela franze o cenho.

─ É, mas a culpa não é minha. É do Kreese, aquele cara é um doente. Ele me destruiu no passado, e tá fazendo a mesma coisa com a droga dos meus alunos!

─ Tá, né ─ ela dá de ombros ─ E sua grande ideia é me arrastar para um dojô que até o momento tem apenas um “aleijado” como aluno?

─ Ele foi campeão regional, pega leve.

─ Foi você que o chamou assim primeiro!

Johnny esfrega a mão no rosto.

─ O que eu estou tentando dizer é: você pode arrebentar a cara dos babacas.

─ Já disse que não utilizo artes marciais para machucar pessoas.

─ Jesus, que careta do cacete! ─ Padma abre a boca ofendida, mas ele a corta com a mão ─ Se liga, Padmé Amídala, eu não sou nem do chato do Miyagi-Do e nem do Cobra Kai, sou o… não sei o nome ainda, mas eu sou um dojô diferente e no meu dojô não tem babacas. ─ Ela respira fundo, mas o deixa terminar de falar ─ Se eu te quero no meu dojô, é porque vejo potencial.

─ E porque você não tem alunos, fora o aleijado, claro. ─ Alfineta.

─ Eu não sei porque você largou algo que você se destacava, mas eu posso te fazer voltar com ajuda do karatê. Você pode ser foda, sabia? Se chegar no regional uma lutadora com habilidades híbridas, você pode gan…

─ Ah, é por isso que me quer no seu dojô. Porque além de não ter ninguém, você tá desesperado para tentar provar que não está no fundo do poço. Entendi. Olha, agradeço seu discurso…patético, mas eu prefiro ser a galinha que se esconde atrás de um avental mais patético ainda, e vive nas sombras. ─ Johnny suspira. Padma, definitivamente, era igual a sua versão mais nova. Extremamente difícil de convencer ─ Eu larguei algo que me destacava porque machuquei alguém. Eu não quero fazer isso de novo.

─ Eu posso te ajudar.

Eu não quero sua ajuda.

Desde o início da conversa, Johnny finalmente se dá por vencido, levantando-se com um ar melancólico o cercando. Pensava que seria fácil, mas Padma era uma caixinha repleta de fechaduras.

─ Se você mudar de ideia, sabe onde me encontrar. ─ Ele diz, finalmente arrancando um olhar surpreso de Padma ─ Eu só estou dizendo que… se lutar sempre foi sua vida, não deveria deixar com que algo estrague tudo. Que se dane os erros, garota. A gente erra, é normal. Você é forte fisicamente, mas sua cabeça tá fraca. Quando entender isso de uma vez por todas, pode ter certeza que eu vou te ajudar a pegar essa culpa que sente e te transformar na melhor versão de si mesma. Só que não posso te ajudar se não pedir ajuda, então.. até logo, pirralha.

── Oie, feliz ano novo! Como vocês estão? Senti saudades de postar, mas estava com família e não tive tempo de escrever mais alguns capítulos. Prometo tentar não demorar tanto para postar, mas é importante saberem que minhas aulas da faculdade voltaram e tá meio... corrido.

── Eu quero TENTAR terminar o ato 1 de Twin Flame até antes de sair a terceira parte da última temporada de Cobra Kai. Tecnicamente não falta tanta coisa assim não, e vai ter uma breve quebra de tempo no final dela. Acho que consigo, e favor, não me matar ❤

── Não sei se já falei isso antes, mas quero deixar esclarecido que minha intenção não é fazer da Sam uma vilã. Eu estou colocando ela pegando no pé da Padma, mas é porque isso que qualquer outro adolescente faria no lugar dela (não é a toa que tá todo mundo fazendo). Eu não sou a maior fã da filosofia do Miyagi, e minha intenção aqui é mostrar como uma pessoa inserida nessa briga enxerga esses lados. A Padma claramente não tá confortável, ela não vê ninguém ali como bonzinho. Todas as filosofias pregadas; Cobra Kai e Miyagi da terceira temporada, é só um bando de adolescente melequento querendo mostrar liderança. Isso tende a mudar, então paciência :)

── O que estão achando da história?

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