Capítulo I - Pagina 6 -


Está dizendo que um dos Lins é o culpado pela morte de Eva?

O detetive fala apavorado, enquanto apenas dou um suspiro cansado, realmente, minhas dicas não levaram a muita coisa.

Três dias antes da Eva morrer, ela disse que duas pessoas iriam morrer em três dias, eu tinha perguntado o por que, mas ela não me disse nada, apenas encarava o céu onde voavam pássaros escuros como a noite, para mim, parecia anjos da morte prontos para ceifar almas, na manhã do dia seguinte ela falara que seriam assassinados, e a noite disse que usariam uma facão de cozinha, um igual ao do açougueiro.

Deixo o detetive ali de pé sozinho, enquanto desapareço novamente em meio à horta de Eva, como sempre faço, simplesmente sumo, como sempre fiz, sumir, desaparecer, evaporar, deixar minha existência esperar um pouco mais.

O detetive sem entender minhas falas apenas vai procurar mais pistas, ele tentava entender por que seguia as segas as minhas falas complicadas, mas acreditava que eu era alguma espécie de guia enviado por uma divindade, quem dera eu fosse.

Apenas podia esperar o dia seguinte, esperar a noite passar, tenho apenas mais dois dias.

Como sempre a noite foi fria, triste, e assustadora, igual à noite do dia 17 de outubro do ano de 1896, uma noite assustadora a qual de tanto medo, Eva pedira que dormisse com ela, ela tinha medo de algo, mas não sabia o que era, ela temia algo, temia tanto que tremia, e não dormira a noite toda, seu corpo revirava nos lenções, e seu corpo pedia um descanso, e eu só podia recitar versos de autores de livros que ela lera, tentando acalma-la. Mas isso foi em vão, pois sabia Eva que no único momento que conseguimos pegar no sono, não acordaríamos nunca mais.

O dia amanheceu, e o detetive voltara até a casa de Eva, e eu o esperava na varanda novamente.

Com carinho: Laura.B.Pinto

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