para ti que tem vergonha de buceta.

eu sei que dói
corrói dentro de ti
menti ao reflexo dói
A sóis estamos aqui.

faz tempo que não olho para o espelho
saboreio as cinzas salgadas
amargas sem intensão de curar
chorar as cores pintadas.

o sol revela o imperfeito do seio
creio que tuas cores não são as minhas
estrias não são estrelas, creio
veio o sentir de passadas poesias.

gostaria que me devolvessem o furtado
o sagrado do olhar profundo do eu
o meu perfume fosse desejado
amado por mim mesmo

quem tem medo de ti, outro?
solto no ar sem calma, nem chão
é ilusão, querer me sentir outro?
doutro sem medo da opinião?

colori meu céu de cinza e fumaça
a carcaça dos abutres sem delicadeza
esteja ruim, bom, a carne é a caça
faça, antes que você vire a próxima presa.

olhe para o reflexo, o que vê?
o ser, é além do sal e o mar dentro de ti
sorri a sol que te revelaste
sabe que és perfeita até os pingos no i.

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