Capítulo dezenove
Ela solta uma risada baixa, o lábio inferior preso entre os dentes, os olhos apontados para baixo, para o retângulo cinzento de concreto que simbolicamente abriga a última família que sempre teve. Desvio meu olhar da cena, não exatamente para dar a ela a privacidade que precisa, mas porque me causa um incômodo difícil de explicar.
Em nada se parece com as cenas de filmes. Jéssica não está pendurada em uma sepultura bem conservada em um cemitério coberto por um gramado verde e bem cuidado, com árvores esparsas concedendo a ilusão de humanidade a um lugar que abriga nada além de saudade. Não; esse daqui é apenas cinza, morto e delapidado. Blocos retangulares de arbustos bem podados são tudo o que existe para conceder o alívio necessário para que não seja completamente sufocante estar aqui.
Não funciona muito bem para mim.
Quando ela lança os olhos na minha direção por um segundo antes de voltar a atenção à conversa sussurrada que tem com o túmulo da tia, uso cada gota de energia para oferecê-la um sorriso tranquilo. Por dentro, tudo ameaça gritar erraticamente.
Consigo sentir a agitação crescente que vem me acompanhando nos últimos dias, a inquietude difícil de manejar. Ficar parado, aqui, pacientemente esperando até que esteja pronta para ir, não é a coisa mais fácil de se fazer. A alternativa também não me agrada: estamos a caminho da casa da minha mãe para o Ano Novo, e a perspectiva de passar duas horas inteiras dentro de um avião não é a mais reconfortante.
As últimas semanas foram caóticas. Entre finalizar as notas de alunos e ajudar Melissa com os últimos ajustes do seu TCC, reuniões desnecessárias e preparativos para viajar, não dormi direito — não somente por falta de tempo, mas por falta de sono. E sei que, cedo ou tarde, as horas a mais acordado vão cobrar seu preço.
O Natal com a prima de Jéssica não ajudou muito a acalmar meus ânimos. Estava contando com alguns dias de descanso enroscados na cama e comendo bobagens nos intervalos entre trocas de presentes, mas não foi exatamente o que aconteceu. A tensão entre Jéssica e Viviane era palpável, fez o ar ficar pesado e difícil de respirar; e sua insistência em garantir que estava tudo bem e não havia problema algum não fez qualquer bem em me ajudar a tentar decidir se eu estava lendo a situação erroneamente.
Pego-me com um sorriso um tanto retorcido no rosto. Talvez as duas horas de voo não sejam tão ruins, afinal, se eu conseguir dormir.
Vendo-a completamente alheia ao mundo ao redor, afasto-me, indo em direção ao carro estacionado na entrada do cemitério. Vasculho uma das malas no banco de trás e engulo a seco o comprimido quando o encontro. Volto antes mesmo que perceba minha ausência, e só uns bons dez minutos depois Jéssica parece pronta para ir embora.
Quando vem até mim, olhos avermelhados, e joga os braços ao redor do meu tronco, limito-me a abraçá-la e prendê-la a mim, ignorando o quão completamente desconfortável esse simples toque faz com que eu me sinta por um momento, a pele pinicando, parecendo estática e quase dolorosa. Beijo o topo da sua cabeça com os dentes trincados e deixo que molhe minha camisa com as lágrimas quentes; egoísta, não posso negar, unicamente porque sei que não vai durar muito tempo. Jéssica nunca chora por muito tempo.
Nem um minuto inteiro depois, ela me solta e joga os ombros para trás, um sorriso pequeno no rosto. Pesco suas lágrimas com as pontas dos dedos e arranco-lhe uma risada quando esfrego sua bochecha na tentativa de secá-la.
— Tu vai arrancar minha pele desse jeito, criatura — reclama, dando um tapa inofensivo no meu pulso antes de enroscar o braço no meu. Começamos a andar até a saída; poucos metros depois, desvencilho-me do seu braço e seguro sua mão ao invés, os dedos sempre gelados oferecendo um alívio inesperado contra minha pele que parece quente demais. — Obrigada por ter vindo comigo. Nem acredito que já faz um ano...
Aperto seus dedos um pouco, mas não tenho certeza do que dizer; então, opto pelo silêncio enquanto a conduzo até a saída. É somente quando chegamos ao carro que me atrevo a falar de novo.
— Dirige? — peço, estendendo-a a chave quando ameaça abrir a porta do passageiro.
As sobrancelhas franzidas vêm acompanhadas de um olhar analítico; ela escaneia meu corpo de cima a baixo de uma forma que não me incomodaria normalmente, mas que agora parece invasivo demais.
— Claro — responde, sem questionar, tomando a chave da minha mão. Agradeço por não insistir, nem perguntar nada.
Jéssica sabe a significância do pedido, tenho certeza. Dirigir é uma das poucas coisas que não abro mão de fazer; não por ciúmes do carro, como ela costumava acreditar ser o caso, mas porque é uma medida muito precisa do meu estado mental. Se estou inquieto demais para dirigir, agitado demais; se não consigo me concentrar o suficiente ou as mãos não estão firmes o bastante para circundar o volante, é fácil perceber. Os sinais físicos são sempre mais fáceis de perceber.
— O que você conversou com ela? — pergunto, sentado no banco do passageiro, lançando os olhos na sua direção para encontrar os seus preocupados sobre mim por um instante antes de ela começar a dirigir. Aperto suavemente seu joelho, e Jéssica morde o cantinho do lábio, respirando fundo antes de me olhar pelo canto do olho, balançar a cabeça delicadamente e me oferecer um sorriso pequenino, ciente de que estou pedindo para que seja a sua voz dominando meus ouvidos.
— Não tive muito o que contar, foi um ano bem parado — diz, o sorriso agora crescendo no seu rosto. — Tirando meu doutorado, a viagem, a mudança da Becs e um pedido de casamento, não é como se tivesse acontecido nada de muito importante — brinca, tirando uma mão do volante por um segundo apenas para afagar o dorso da minha mão ainda em seu joelho.
— Parece bem entediante — gracejo de volta, recostando a cabeça no banco e fechando os olhos.
— Bem monótono — concorda, soltando um riso baixo antes de continuar: — Ela ia adorar estar aqui pra isso tudo. Tia Cida sempre disse que não queria morrer antes de ver minha filha nascer.
Paramos no que assumo ser um sinal vermelho, e sinto sua mão sobre a minha. Abro os olhos para a sua voz embargada.
— Filha? — questiono, girando a palma para cima para enroscar os dedos nos seus.
Jéssica ri, olhando-me travessa.
— Ela tinha certeza que, um dia, eu teria uma menina — explica, movendo os ombros displicentemente. — Aquela mulher nunca esteve errada na vida dela, eu não duvido de nada.
Subitamente, tudo que consigo imaginar é uma garotinha com os traços de Jéssica, sua pele escura, olhos redondos e travessura inata. A ideia me atinge como um soco, um pouco desesperadora demais; ao mesmo tempo, envolvente e tentadora. Uma fantasia palpável demais, mas, ainda assim uma fantasia; hipotética o suficiente vivendo no reino da imaginação para que essa conversa seja segura:
— E qual o nome dessa futura filha? — questiono, um riso quente na voz. Ela revira os olhos, me dá um tapa inofensivo na mão e passa a marcha para voltar a dirigir quando o sinal abre.
— Eu gosto de Giovanna — ela diz.
— Eu odeio Giovanna — respondo, e a risada que escapa da sua boca é tão espontânea que me faz sorrir também.
— Tudo bem, nossa filha não vai se chamar Giovanna — declara, balançando a cabeça em uma repreensão falsa. Nossa faz com que eu me ajeite no banco, esticando as costas, umedecendo os lábios. Ela não percebe. — Lilian? — sugere.
— Elisa? — arrisco, travando os dentes logo depois, repreendendo-me por me permitir ir tão longe assim nesse devaneio conjunto.
Um sorriso pequeno cresce no seu rosto. Jéssica fica em silêncio por alguns segundos mais enquanto entra no estacionamento e estaciona o carro. Desliga o carro e me olha com uma sobrancelha arqueada.
— Elisa... — testa, estalando a língua. — Posso viver com Elisa.
Ela tira o cinto e se impulsiona do banco, vindo até mim. Aperto os olhos quando Jéssica se encaixa no meu colo, as costas apoiadas no painel do lado do carona, as mãos nos meus ombros. Olho pela janela, para a luz clara do dia do lugar nada vazio, antes de voltar minha atenção para ela.
— Você está doida? — pergunto; em resposta, Jéssica encaixa-se melhor no meu colo, colando o peito no meu. — Jessi...
Ignorando minha repreensão, ela segura meu queixo, os dedos finos apertando minha bochecha, fazendo-me encará-la.
— O que tu tem hoje? — pergunta, descendo o rosto, o nariz arrastando no meu.
Em resposta, não consigo segurar um bocejo pequeno e chacoalho a cabeça.
— Desculpa — murmuro. — Não dormi direito.
— Percebi — diz com um suspiro. — Tu tem estado de pé antes de mim desde antes do Natal. Tomou alguma coisa? — Confirmo com a cabeça, e ela repete o gesto.
— Minha mãe provavelmente vai querer bater perna em algum lugar quando a gente chegar lá — digo, acariciando sua coxa. — Se importa de ir sozinha com ela?
Jéssica faz um bico.
— Vou fazer esse sacrifício por ti — brinca. — A gente deixa para fazer aquela trilha que tu me prometeu — solto um resmungo sofrido, mas ela ignora — depois da virada do ano. Temos uns três dias aí pela frente de cama e descanso.
— Boa sorte se acha que vão te dar um segundo de paz antes de arrancarem toda informação que puderem de você — implico, inclinando-me para deixar um beijo curto na curva do seu pescoço.
Sinto Jéssica saltar no meu colo quando ouço o barulho de três batidas firmes e ritmadas no vidro do carro. Ela desgruda de mim, e olho pela janela para ver um homem carrancudo com o que parece ser o uniforme de empresa de segurança. Ele gira o indicador e indica alguma coisa com a cabeça; não é preciso muito esforço para descobrir o que quer.
Jéssica ergue as mãos e, rindo, sai do meu colo, arrastando-se de volta para o banco do lado do motorista. O homem vai embora, e eu balanço a cabeça.
— Nem quando eu era adolescente me metia nessas situações, Jéssica. Não tenho idade para isso — repreendo. Ela ignora, tira a chave da ignição e abre a porta.
— Quando tu vai entender que minha função nesse planeta é te enlouquecer? — questiona, saindo do carro depois de alcançar a bolsa de mão que estava jogada entre meus pés. Ela fecha a porta, então a abre de novo, enfiando a cabeça pelo vão, as sobrancelhas franzidas, o indicador apontado para mim. — No bom sentido. Tu entendeu.
Ela faz uma careta, fecha a porta e se afasta alguns passos. Pela janela, vejo-a revirar a bolsa e alcançar o celular, digitando alguma coisa, concentrada. Olha para mim, assopra um beijo e volta a atenção ao aparelho.
Sorrio fraco.
Não é uma tarefa impossível interagir com o mundo aqui fora mesmo que minha mente esteja agitada, como está hoje, como vem estando nos últimos dias. Aprendi há muito a ignorar o burburinho e tenho sucesso simplesmente deixando-o de lado na maioria esmagadora das vezes. Às vezes, é um pouco dolorido tentar manter uma conversa despretensiosa quando o instinto natural é responder ao que está sendo dito dentro, e não ao que estou ouvindo de alguma outra pessoa.
Jéssica não é capaz de sumir por completo com esse incômodo; ninguém jamais seria. Mas ela, sem dúvidas, faz o mundo aqui fora ser muito mais palpável e prazeroso.
Remédio-café da manhã-meditação depois, aperto aos olhos na direção dela ao ver minha rotina matinal tão bem estabelecida ser invadida. Assisto-a tentar prender o cabelo em um coque, e falhando, os fios curtos escapando da restrição. Pouco incomodada, ela dá de ombros e me empurra contra a parede para roubar para si a água morna que cai do chuveiro.
Seu cheiro é o mesmo tão característico de toda manhã: sem o perfume às vezes doce demais, somente a pele quente e suada denunciando que acabou de voltar da corrida, porque mesmo aqui ela também mantém sua rotina impecável.
— Bom dia, intrometida — cumprimento, envolvendo-lhe a cintura, entrando novamente debaixo do chuveiro.
Jéssica joga os braços ao redor do meu pescoço, os dedos afundando em meu cabelo e puxando meu rosto em direção ao seu. Seus lábios estão gelados quando alcançam os meus, mas logo o calor se espalha, equilibrando-nos em um morno confortável.
— Ei, me deixa, vou ficar dois meses sem ti — protesta, empurrando-me novamente até que eu fique com as costas contra o azulejo gelado e úmido.
— Você está usando essa justificativa para tudo ultimamente — implico, limitando-me a apoiar as mãos no seu quadril enquanto ela usa a ponta dos dedos para marcar cada pedaço exposto meu.
Porque é isso que Jéssica faz a cada vez que me toca. Ela me marca, me reivindica de novo e de novo como seu, imprimindo na minha pele sua própria marca, cravando suas digitais em cada centímetro do meu corpo. Não é leviano, nunca é. Não para mim, não para nós dois.
É uma maldição, muitas vezes; essa incapacidade de simplesmente absorver e me deleitar de um contato físico íntimo despretensioso. É um evento, todas as vezes. Como um show há muito aguardado, com direito a ensaio, preparação, evento principal, e raramente um bis. Faço, então, por ela muito mais do que recebo, com muito mais frequência do que recebo, não por qualquer recusa de Jéssica — pelo contrário —, mas porque dar prazer a ela é o perfeito ponto de equilíbrio nesse relacionamento, porque a verdade é que Jéssica é responsável por muitas das melhores memórias que vou construir, por muitas das melhores sensações que já tive, mas foi com ela também que experimentei o que potencialmente foram alguns dos mais desesperadores minutos dos quais consigo lembrar.
Não a contei; não acho que um dia vá — não importa, e, a essa altura, conheço-a o suficiente para saber o estrago que causaria. Não a contei, e sei que Jéssica acredita que o motivo de eu ter resistido tanto a tê-la na minha cama de novo depois daquela nossa primeira vez na noite da formatura de Rebecca foi porque eu estava preocupado em preservar a amizade que havíamos construído ao longo dos anos. Essa é a única mentira doce que estou disposto a deixá-la ter, o único ponto do nosso relacionamento em que pretendo deixá-la no escuro. Porque a verdade... é complicada demais.
Lembro-me de cada detalhe daquela noite. Lembro-me da música barulhenta da festa, lembro-me do incômodo crescente por estar no ambiente tumultuado, lembro-me de não ter dormido bem nos dias anteriores, de ter esquecido de tomar os remédios por alguns dias, de estar preocupado com o trabalho. Lembro-me de estar com a mente agitada demais, ativa demais, falante demais. Lembro-me de ter completa consciência de que era a pior ideia do mundo escolher logo aquela noite, dentre tantas outras, para abrir a porta do meu quarto a ela. Mas Jéssica me beijou, e eu me esqueci de respirar. Esqueci de todo o resto quando a tive, finalmente, em meus braços depois de anos perguntando-me como seria. Menti para mim mesmo, convenci-me de que estava tudo bem, que ficaria tudo bem.
Não estava. E não ficou.
Já se pegou imerso nas suas próprias inseguranças? Questionando-se se ao menos sabe o que está fazendo? Com a sensação de que está desempenhando um papel patético, que é perda de tempo sequer tentar?
O problema aqui é que, nesses dias, nos dias como aquela noite foi, minhas inseguranças viram meu todo, consomem cada gota de sanidade e invadem cada nuance antes silenciosa com acusações dolorosas.
Naquela noite, senti a maciez dos seus lábios na minha pele, absorvi seus gemidos, abracei sua entrega. Não sei dizer, contudo, se meu coração acelerado, dedos trêmulos e olhos apertados fechados se deviam à sensação tão única de ter seu corpo encaixado ao meu, ou se foram causados pelos murmúrios dolorosos.
O engraçado — acidamente divertido na forma mais distorcida possível — é que tenho a plena consciência do fator comum a qualquer alucinação auditiva: a vozes nunca dizem nada que é verdade. Nunca a hora ou o dia da semana, nem me provêm qualquer informação relevante e até então desconhecida. São mentiras, sempre; agressivas, na maior parte do tempo. Ainda assim, é quase impossível não acreditar em cada palavra.
Foi o que aconteceu naquela noite. Quando a mulher que você ama há tantos anos está encaixada no seu colo, a cabeça jogada para trás e os olhos fechados, você acredita na voz que diz patético. Você acredita na acusação de que é incapaz de um dia satisfazê-la. De que ela é bonita demais, gostosa demais para realmente se interessar no lixo que você é. Que ela vai embora assim que souber o quão fodida sua vida é. Que ela só bebeu demais e é o único motivo para ter se prestado ao ridículo de transar com você; o que automaticamente faz de você uma pessoa ainda pior, criminosa por estar na cama com uma mulher que não está plenamente ciente do que está fazendo.
Eu estava com ela a noite inteira e vi que Jéssica não bebeu. Mas não importava. Saber disso não fez com que as acusações fossem menos intrusivas. Quando ela finalmente gozou, unhas afiadas cravadas no meu ombro, um gemido choroso chamando meu nome, abracei a aflição e o sentimento de humilhação tão pungente que ameaçavam me sufocar.
Querer estar com ela passou a duelar com o arrepio residual que perpassava minha pele ao me lembrar daquela noite. Então, sei que Jéssica se considera sortuda por estar com alguém disposto a noites seguidas dedicadas somente a fazê-la se perder em dedos e língua, e não consegui evitar o riso quase histérico quando me disse isso pela primeira vez, mas a verdade é que preciso disso. Entre os efeitos colaterais do remédio que jogam no lixo minha libido vez ou outra e a insegurança que nunca realmente me deixou depois daquela noite, dar prazer a ela é o que me permite colocar em perspectiva de novo qualquer interação física.
É por isso que, aqui, de pé no chuveiro, a água caindo sobre nós dois, sua língua quente escorregando pela minha barriga, seguindo para baixo, enrosco os dedos no seu cabelo e faço-a ficar de pé novamente, invertendo nossas posições, ajoelhando-me na sua frente, uma perna apoiada em meu ombro.
— Que horas precisamos sair para o aeroporto? — pergunto, beijando o interior da sua coxa.
— A gente tem tempo — responde em um suspiro, as mãos indo à minha cabeça, sem qualquer cerimônia puxando-me para onde me quer. Obedeço, e não demora para que um gemido baixo a escape e o aperto em meu cabelo aumente. — Deus, eu vou sentir sua falta. Preciso mesmo ir hoje?
Mordisco-a, afastando o rosto por um segundo apenas para encará-la, os olhos erguidos ao seu rosto, encarando os seus preguiçosos por entre os cílios.
— Vou estar bem aqui te esperando — murmuro, acariciando seu quadril. — É só voltar para mim.
Ela sorri, e o mundo inteiro para de girar. Já se passou uma semana da virada do ano e sei que os fogos já não estão mais explodindo no céu há algumas horas. Ao invés disso, eles parecem explodir aqui dentro, dentro de mim quando seus dedos saem do meu cabelo e escorregam pela lateral do meu rosto.
— Sempre — garante, as unhas arranhando a sombra de barba que ameaça crescer. Então, recebo uma sobrancelha arqueada e um mover de cabeça, indicando para baixo. — Mas, agora, tu pode continuar — instrui.
Rio, voltando a atenção para onde ela pede.
Esperando que sempre tenha o mesmo significado para nós dois.
BOOOM DIAAA!
Como vocês vão?
Esse é o penúltimo capítulo do Henrique (por enquanto, prometo que ele volta!). Jéssica tem umas coisinhas pra contar pra vocês também.
ai ai ai ai...
Amo vocês! Até breve <3
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