Capítulo cinco

Foi no dia da formatura da Rebecca.

Metade de mim assistia irritada enquanto, em um canto afastado do salão, ela e o namorado imprestável do ano encenavam uma discussão que não parecia nada boa. A outra metade tinha os olhos fixos no homem sentado em uma mesa no canto, parecendo completamente fora de lugar dentro de um terno que em nada combinava com ele, brincando com o copo de suco em sua mão, os lábios movendo junto com a música que explodia das caixas de som, os olhos ocasionalmente pousando em mim por um segundo apenas antes de desviarem mais uma vez.

— Cansou de dançar? — ele perguntou quando me aproximei e puxei uma cadeira para perto dele. — Você é boa nisso.

Ao invés de responder, contudo, minha atenção foi atraída por cada detalhe dele de uma vez. Henrique estava desconfortável, era visível nos dedos nervosos tamborilando a mesa. Aproximei-me dele, a mão apoiada em seu ombro.

— Tudo bem? — perguntei por sobre a música alta. A resposta foi um sutil negar de cabeça, acompanhado por uma risada nervosa.

— Não sou bom com festas — confessou, balançando os ombros. — Odeio festas — corrigiu-se, parecendo envergonhado de uma coisa tão banal. Olhei ao redor, prendendo os olhos na nossa formanda preferida que, àquela altura, tinha os braços cruzados na frente do peito e o olhar raivoso na direção do namorado.

Eu já conhecia o desenrolar das coisas. Levaria mais uma boa meia hora até que ele arrumasse uma desculpa idiota para ir embora e a culpasse por isso; até lá, Rebecca não me ouviria. Então, alcancei a mão de Henrique, que me olhou confuso por um instante antes de entender que eu o estava arrastando para fora.

Ele pareceu respirar melhor quando estava longe do barulho e local amontoado, de pé na brisa fria da noite. Ainda parecia estressado, então me aproximei.

— Você está linda nesse vestido — ele sussurrou, o nervosismo escorrendo por sua voz enquanto me pendurava em seu pescoço.

Àquela altura, ele ainda estava resoluto na sua decisão de que eu ocupava o posto de amiga inocente e nada mais. Eu já tinha desistido, verdade fosse dita, e estava pronta para ir para casa com o barman da festa. Talvez tenha sido naquela noite que notei que há algo em Henrique que me atrai a ele mesmo quando o pensamento sequer se concretiza em minha mente, porque não planejei levar a mão à sua gravata, nem a afrouxar antes de escorrer os dedos por seu cabelo. Sua respiração pesada foi acompanhada pela mão hesitante encontrando o caminho da minha lombar. Foi Henrique quem me puxou para perto, foi ele quem colou meu corpo no seu. Ele quem moveu meu cabelo e dedilhou meu pescoço.

Vi seu pomo de Adão subir e descer quando meus lábios tocaram sua bochecha, sentindo seu coração bater forte sob a mão que mantive apoiada em seu peito.

— Eu quero te beijar — sussurrei, recebendo uma risada nervosa em resposta.

E queria. E beijei. Henrique não me parou quando rocei os lábios nos seus, tocou meu rosto quando suguei seu lábio, puxou-me para si quando finalmente sentiu meu gosto. O pequeno gemido que soltou na minha boca foi o melhor som que ouvi na vida.

Som que foi interrompido pelo toque o meu celular, vibrando diretamente no meu decote. Meus lábios ainda estavam pousados nos seus enquanto falava com Rebecca ao telefone. Um "dorme comigo" escapou dos seus um segundo antes de eu o soltar ao ver minha amiga chorosa se aproximar.

Usei cada gota de energia para fazer aquela noite ser a melhor possível para ela. Fiz um bom trabalho, ninguém pode negar, mas não fui eu a resolver o problema ou a fazê-la parar de chorar. Foi Henrique. Não sei o que aconteceu, nem o que ele disse. Tudo que sei foi que ele a arrastou para fora e, quando voltaram, minha amiga tinha um sorriso tranquilo nos lábios. Ele a abraçou e a devolveu para mim, com nada além de um balançar de cabeça.

Pelas horas seguintes, dancei com Rebecca ao meu lado, ignorando quaisquer bolhas que ameaçassem surgir em meus pés. Presenciei o primeiro porre dela, que logo se transformou em nossa amizade sendo posta à prova quando precisei segurar seu cabelo enquanto vomitava no banheiro do salão de festas. Quando consegui a proeza de acomodá-la no banco de trás do carro de Henrique, levaram dois segundos inteiros para ela apagar.

Rebecca dormiu no quarto de hóspedes da casa dele. Eu não dormi por nenhum minuto das horas seguintes. Não. O restante daquela noite foi dedicado às suas mãos em cada centímetro do meu corpo, à sua boca queimando minha pele, aos seus sussurros, meus gemidos, preliminares incrivelmente longas que logo me viciariam na delicadeza do seu toque, na sua atenção aos meus detalhes, no seu aconchego.

Talvez tenha sido naquela noite que me apaixonei por ele de verdade, que Henrique parou de ser só um amigo muito próximo, muito bonito, que se recusava a me beijar. Ele me beijou, me trouxe café da manhã na cama e me perguntou pela primeira vez o que era aquilo que estava acontecendo. O que eu queria.

Foi a primeira vez que menti na caradura, despretensiosamente dispensando o questionamento e garantindo que uns beijos não mudariam nossa amizade que ele tanto já tinha deixado claro valorizar. O suspiro aliviado destruiu um pedacinho do meu coração, mas eu ainda tinha todo o restante dele para entregar, e o fiz, repetindo a mesma resposta vezes demais quando a mesma pergunta surgiu vezes demais nos meses seguintes, anos seguintes.

Mas eu vi. Vi naqueles olhos cintilantes dele que eu não era a única sentindo essa insanidade, e não foi a única vez que enxerguei uma constelação inteira nas íris cristalinas. O que quer que ela significasse, contudo, nunca encontrou o caminho da sua garganta, nunca escapou seus lábios, nunca encontrou meus ouvidos.

A constelação tomou forma apenas do mais belo arco-íris, em cores que tingiram essa amizade ao longo dos anos. No fim desse nosso arco-íris, contudo, ainda não encontrei um pote de ouro. Encontrei, contudo, uma maldita foto.

Quem no inferno é Danielle?

— Gato de Schrödinger.

Melissa, sentada na outra ponta da mesa, passa a mão pelas tranças coloridas que traz na cabeça, soltando uma risada nervosa. Diante do desespero no olhar da menina, tomo um longo gole do meu chá antes de colocar a caneca de lado e puxar o computador para mim, indicando com a cabeça para que venha para mais perto.

— Não sei nem como se escreve isso, muito menos o que significa — ela reclama, arrancando-me um sorriso. Acomoda-se na cadeira ao meu lado no refeitório da faculdade onde estamos, em um intervalo rápido entre as aulas que preciso dar e as aulas que ela precisa assistir.

Soletro o sobrenome austríaco que dá nome ao experimento e viro a tela do computador para ela, simplificando o conceito tanto quanto posso:

— Princípio da incerteza — explico. — Se você colocar um gato em uma caixa com um frasco de veneno, não tem como saber se ele tomou o veneno ou não a menos que abra a tampa. Enquanto a caixa está fechada, o gato pode tanto estar vivo, quanto morto. É impossível ter certeza.

Ela faz uma careta.

— Isso não faz sentido — murmura.

— Prometo que faz. Só estou te poupando de todos os detalhes de superposição quântica que tu realmente não precisa saber para isso. Teu curso é biologia, não física. Só precisa passar nessa prova.

Mel me encara com os olhos arregalados, quase saltando do rosto. Justo. Não é exatamente o tipo de discurso que se espera ouvir de uma professora e é provável que eu não devesse fazê-lo, mas é verdade que ela pode usar seu tempo, esforço e inteligência para outra coisa.

— Então... É tipo não saber se o cara que a gente gosta, gosta da gente de volta? — pergunta, fazendo-me crispar as sobrancelhas em sua direção. — Ele pode gostar ou não, é uma possibilidade. Se não perguntar, pode ser sim ou não. Mas se abrir a caixa, se perguntar, daí sei qual a resposta.

Meneio a cabeça, batucando as unhas na mesa.

— Acho que tu pegou um pouco pesado na analogia, mas, claro, o que funcionar para ti — declaro, sacodindo os ombros para a risada dela.

Recebo um abraço e uma sequência de agradecimentos antes de a garota sair, correndo para a prova que precisa fazer em poucos minutos. Fecho o computador após ver a hora e constatar que preciso seguir para a minha aula também.

Enquanto gasto minha voz com o repertório de astronomia de posição, tentando ensinar a turma de primeiro período sobre posição e movimento de estrelas, tendo a certeza de que verei alguns rostos aqui novamente ano que vem, a foto não sai da minha cabeça.

Saí da casa de Henrique sem qualquer explicação. Ainda que aparentemente contrariado, ele aceitou pacificamente a justificativa mal dada de que precisava trabalhar. Saí da casa de Henrique sem qualquer explicação, caso contrário seria eu a exigir explicações às quais não tenho direito e a mergulhar nós dois em um drama que jamais me coube, jamais caberá.

Mas a verdade é que se a comparação infantil de Melissa se aplica corretamente a física quântica, não tenho certeza; não posso, contudo, fingir que ela está errada. Uma pergunta, é tudo que preciso fazer. Abrir a caixa e descobrir se o gato está morto, ou se está vivo e gosta de mim. Se a mulher na foto é parte de um passado distante, perdido, ou se as palavras escritas no verso ainda habitam seu coração. Se aquele sorriso que exibia em seu rosto quando ao lado dela ainda a pertencem, se o brilho em seus olhos algum dia deixará de ser platônico quando dirigido a mim. Se estou me machucando à toa, submetendo-me a algo que jamais terá futuro. Que sequer tem um presente.

Quando o relógio marca o fim do dia, não estou pronta para ir para casa. Então, pelo que provavelmente é a primeira vez em muitos anos, valho-me da pilha de provas a serem corrigidas para postergar meu tempo aqui. Minha atenção não dura muito tempo, contudo, e logo saco o livro que carrego na bolsa, mergulhando novamente na leitura, as pernas apoiadas sobre a mesa, sabendo que a sala não será usada para mais nada pelo dia.

Ouço a porta se abrir algumas horas e doze capítulos de leitura depois. Ainda sem me mover, ergo os olhos e franzo as sobrancelhas quando vejo meu querido, adorado coordenador parado no batente. Ele enfia a cabeça no cômodo, encarando as cadeiras vazias antes de voltar sua atenção para mim, uma sobrancelha arqueada.

— Aplicando prova para uma multidão de fantasmas? — questiona, a mão apontando para a sala vazia.

— As provas começam semana que vem — aponto o que ele está cansado de saber, arrumando a postura na cadeira, dobrando a pontinha da página do livro antes de guardá-lo na bolsa e me levantar. — Precisa de alguma coisa? — pergunto, os braços cruzados na frente do peito.

Ele me oferece um sorriso e umedece o lábio inferior com a ponta da língua. Uma mão vai ao bolso da calça, a cabeça é tombada para o lado, os olhos cerram, encarando-me. Leandro seria um homem absolutamente irresistível, com seus olhos escuros combinando em tom com os fios lisos, o rosto angulado que carrega toda a maturidade dos seus quarenta e tantos anos — seria, se não fosse irremediavelmente desprezível.

— Você não apareceu na reunião segunda-feira — comenta, fingindo uma despretensão frágil demais.

— Reunião? — questiono, franzindo o cenho. — Tinha reunião? Acho que não recebi o aviso.

A risada incrédula que ele me oferece mostra o quão bem me conhece; bancar a louca não funciona com ele, e eu não poderia me importar menos.

— Não ofenda minha inteligência, Jéssica.

Puxo o celular do bolso, procurando pelas horas.

— São oito e meia da noite, e tu está me fazendo falar de trabalho. Mando a conta dessa hora extra para o RH? — pergunto, vendo a centelha de irritação nos seus olhos.

— Continue com esse comportamento e quem vai precisar procurar o RH sou eu — ameaça. — Você está me fazendo acumular motivos para pedir sua demissão, e sabe que não quero fazer isso.

Meneio a cabeça, as mãos indo ao cabelo, prendendo os fios que começam a me incomodar. Encaixo a bolsa no braço e contorno a mesa, indo até ele, que bloqueia parte da saída.

— Tem algum relatório meu atrasado? — pergunto. Diante da ausência de resposta, continuo: — Alguma reclamação de aluno? Alguma prova que deixei de aplicar, alguma aula que deixei de dar?

— Você sabe que não — responde entredentes.

Assinto.

— Então a menos que tu queira ir no RH, ou aos seus superiores, pedir a demissão de uma funcionária exemplar e explicar que o motivo é que ela não quer abrir as pernas para ti — dou de ombros —, estou indo para casa. Boa noite.

Sob seu olhar raivoso e contrariado, aceno com a cabeça e o contorno. Ouço um resmungo qualquer quando passo por ele, mas ignoro. Não porque subestimo a irracionalidade de um homem com ego ferido, mas exatamente porque a conheço. Meu réu primário já foi usado, afinal, Rebecca fez bem em me lembrar. Ele não merece um segundo da minha atenção além do que já o ofereço.

Não tenho certeza se o dia está quente ou se é meu corpo protestando pelo excesso de atividade. O que sei é que sinto a pele pegar fogo, a roupa grudar na pele por causa do suor, os pés doerem a cada passada pesada, a cada impacto contra o chão. Cedo em um sábado, a corrida não disputa espaço com nenhum passante, e permito-me a liberdade de espaço para acelerar, sincronizando as passadas com as batidas erráticas do meu coração. Acelero o quanto posso, ou até ouvir meu nome ser chamado, seguido de um palavrão.

Ofegante, sentindo o peito subir e descer com violência, viro para trás e encontro Calebe com os antebraços apoiados nos joelhos, o suor descarado na testa enquanto me olha por entre os cílios, os olhos claros divididos entre transbordar preocupação ou desespero.

— O que te deu hoje? — pergunta com a respiração entrecortada. Outro palavrão, levanta-se e alonga as costas. — O que aconteceu para você estar correndo tanto assim?

Esfrego o rosto e refaço o rabo de cavalo, arqueando uma sobrancelha.

— Olha o teu tamanho, guri! Para de moleza, anda — implico. Inquieta, sinto-me trotar no lugar, e ele me encara como se eu fosse completamente louca.

— Jessi. Chega — declara, firme, balançando a cabeça lentamente em negativa. Estende-me a mão, que hesito antes de aceitar. Ele insiste. — Vem, vamos comer alguma coisa.

Mostro a língua para ele, que ignora e me puxa pelo ombro, passando um braço ao meu redor. Caminhamos em direção ao restaurante do hotel onde está hospedado, e não consigo evitar de rir do ridículo que é eu parar em um dos lugares mais caros da cidade, suada dentro de uma roupa de ginástica. Após alguns minutos, devidamente acomodados e com os pedidos feitos, estou presa sob o olhar atento do meu amigo.

— Como está o trabalho? — pergunta, fingindo um despretensão que não é real, tomando um gole de água — E o Henrique?

Bufo.

— Por que todo mundo se comporta como se eu fosse porta-voz do Henrique? — pergunto, uma sobrancelha arqueada para ele. — Quer saber como ele está, tu tem o número do telefone dele — encerro o assunto.

O sorriso pretencioso que ele me dá é o mesmo que Rebecca sempre me apresenta. Aquele repuxar de lábios que diz que eles têm plena ciência de que é esse meu calcanhar de Aquiles, meu ponto fraco, aquele nervo que, se apertado corretamente, faz com que eu arremesse um prato em alguém.

— Aí está — declara, abandonando a bebida e levando os braços à altura do peito, cruzando-os. Diante da minha passividade, ele suspira. — Conversa comigo, Jéssica. Você me fez correr como se estivesse fugindo de alguém, pelo menos me deve uma explicação.

Rio da lógica deturpada, realmente feliz por eu ter sido um cupido acidental nessa história. Não imaginei que aquela confusão em forma de relacionamento relâmpago entre ele e Rebecca fosse tomar a proporção que tomou — agora, um ano depois, tendo passado todo esse tempo sem sequer se falaram, uma semana não chega ao fim sem que minha amiga exija por informações dele, e não tem uma única vez em que eu o veja e não esteja claro em seus olhos a saudade que sente da nossa maluquinha. Disso tudo, ganhei um amigo acidental que não gosta de me deixar lidar com meus próprios problemas no silêncio contemplativo ao qual estou acostumada.

— A última vez que você desembestou desse jeito foi quando a Rebecca foi embora — comenta, a cabeça tombada para o lado. Nego.

— Não, quando a Becs viajou, quem surtou e me fez correr quase uma meia maratona foi tu. De nada — rebato, arrancando-o um sorriso um tanto desesperado, seguido de um assentir de cabeça contrariado.

— A questão é que o Henrique fez alguma coisa para te irritar — rebate, apertando os olhos espertalhões na minha direção. Antes que eu possa mandá-lo catar coquinho na ladeira, ele continua, suavizando a voz: — Eu já falei com ele, Jessi. Nós jantamos ontem. Ele me disse que você saiu da casa dele ontem de manhã de repente e não sabe o que fez de errado.

Reviro os olhos, Calebe ri.

— Vocês jantaram ontem? — implico, arqueando uma sobrancelha para essa amizade irritante dos dois.

— Ela me enlouquece, sabe? — ele divaga, ignorando a pergunta e pegando-me se surpresa. Ele não costuma falar de Rebecca, e a pontada de dor nos olhos bonitos fica visível. — Rebecca é indecisa, na maioria das vezes não sabe o que fazer da vida e transforma muita coisa em um drama desnecessário.

Sorrio para o sorriso solto no rosto dele. Nada disso é uma crítica ou uma reclamação verdadeira.

— Mas uma coisa que ele nunca fez foi se esconder. Não posso dizer que não sabia exatamente onde estava me metendo, que não sabia que nós dois tínhamos um prazo de validade, que não sabia exatamente o quão bagunçada ela estava quando nos envolvemos. Eu sabia, porque se teve uma coisa que ela nunca fez foi medir palavras.

Desvio o olhar, ciente de onde ele está indo com isso.

— Você sabe o que fazer, Jéssica, sempre sabe o que fazer. É sempre você que tem a solução perfeita para problemas impossíveis de todo mundo. A voz da razão no meio de qualquer insanidade. Por que está deixando sua própria vida sair dos trilhos assim? Logo você?

Calebe tem razão. Eu sempre sei o que fazer. E sei o que fazer aqui também. Levanto-me, cansada dessa festa de autopiedade.

Minha tia está morrendo. Minha prima está se afogando em arrependimento depois da nossa última conversa e, forçando-me a ser a pessoa melhor, engoli a mágoa e a ferida ainda aberta que ela cutucou, e aceitei seu pedido de desculpas. Maldito pragmatismo. Meu chefe é um babaca, meus alunos me enlouquecem. Na lista de coisas a me tirar o sono, Henrique deveria estar no final.

Não está, mas deveria.

— Preciso ir — declaro. Calebe aponta para algum ponto atrás de si.

— Café da manhã? — questiona.

Nego com a cabeça.

— Shopping! — Bato as mãos. — Tenho vinte e sete anos e me recurso a criar rugas precoces. Eu vou fazer as unhas e comprar um vestido novo. — Aponto para ele. — E nós vamos sair para dançar mais tarde.

— Eu tenho um voo para pegar em algumas horas — ele contesta, mas o sorriso está em seus lábios.

— Não é problema meu. Cancela, remarca, te vira. Te espero às nove.

Assopro-o um beijo e ouço uma risada antes de me afastar e sair para cuidar da pessoa mais importante da minha vida: eu.

Henrique que se exploda.

OI, MENINEES!

Como vocês estão?

Pois muito que bem, sentem aqui e conversem comigo. Estou curiosa para ouvir o que vocês acham que acontece daqui para frente.

As postagens, a partir da semana que vem, serão mais frequentes.

Amo vocês!

Até breve <3


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