Capítulo 15 - O caos controlava minha mente
Eu estava tão chapado que não reconheci
O fogo queimando nos olhos dela
O caos que controlava minha mente
Maroon 5
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Apesar das tentativas de Nicholas em me animar, a única coisa que eu consegui fazer ao voltar para casa foi tomar um banho e tentar dormir pelo restante da tarde. Não conseguia parar de pensar em Ethan, se ele chegaria bem em Boston, se estava pensando em mim. As lágrimas voltaram a lavar meu rosto enquanto eu me sentava no chão do quarto, observando o pôr do sol através da janela aberta.
Eu não deveria gostar tanto dele, as coisas não podiam ter chegado a esse nível. Pelo menos Nicholas voltou. Por um momento, eu cheguei a pensar que Nicholas me deixaria sozinha, mas não... Assim que Débora contou para ele o que havia acontecido, ele fez questão de esquecer o quanto estava com raiva de mim e me apoiar.
Como se soubesse que eu estava pensando nele, Nicholas bateu com o nó dos dedos na porta do meu quarto, antes de abri-la e acender a luz.
— Oi — eu sussurrei limpando o rosto.
— Acho que pela forma que você está vestida, você não quer sair, não é? — Ele se aproximou, carregando duas sacolas de papelão do Duke's.
Eu observei meu corpo coberto apenas por uma blusa de alcinha e uma calcinha preta. Definitivamente eu não estava com nenhuma vontade de sair. Nicholas se limitou a se sentar ao meu lado, esvaziando as sacolas no chão.
— O que é isso? — eu franzi o cenho.
— Eu te falei que te daria uma dúzia de tortas hula — ele sorriu — na verdade só consegui seis, mas creio que seja o suficiente para te deixar gorda e menos deprimida.
— Acho que eu preferia ficar bêbada — eu suspirei, recebendo uma risada em troca.
— Não se preocupe, a Débbie nos abasteceu quando eu contei que voltaria pra casa — ele piscou, começando a esvaziar a segunda sacola.
Ele tirou algumas garrafas de bebidas variadas de dentro da sacola, me fazendo rir com a situação.
— Ela fez mesmo um estoque — eu mordi o lábio inferior.
— Ela já tinha percebido que nós precisaríamos de um pouco de ânimo — ele garantiu enquanto eu avaliava as garrafas — eu acabei com o Whisky que ela tinha em casa. Quer começar com o Appletini?
— Eu quero qualquer coisa, menos rum — eu fiz uma careta, entregando a garrafa de rum pela metade para ele.
Ele aceitou, me entregando a tequila em troca, algo me dizia que aquilo seria uma péssima ideia, já que passei o dia inteiro sem comer nada. Mas no momento ambos precisávamos daquilo. Ele abriu uma das embalagens de torta, estendendo em minha direção com um talher de plástico enquanto eu bebericava a tequila.
— Você não me contou o que aconteceu — Nicholas comentou despreocupado.
Eu não precisei me esforçar para compreender sobre o que ele falava.
— Não tem muito o que contar — eu mordi o lábio inferior — Ethan conseguiu o emprego de volta, precisava participar de uma reunião amanhã.
— Eu sinto muito — Nicholas suspirou passando o braço ao meu redor.
— Eu sabia que no fim isso iria acontecer, mas não sei — eu comentei antes de comer um pedaço da torta — eu não esperava que fosse tão rápido.
Eu coloquei um pedaço na boca do Bryce, antes de beber mais um gole de tequila, sentindo o líquido queimar minha garganta.
— Acho que ambos não esperávamos estar nessa merda tão cedo — Nicholas gargalhou, bebendo uma boa parte da garrafa de rum.
Eu coloquei a embalagem com metade da torta comida no chão, me inclinando para apanhar a garrafa de Appletini. Eu sentia o álcool começando a fazer efeito em minha mente, me deixando um pouco mais leve e menos pensante.
— Débbie não devia ter feito isso — eu bebi um pouco do líquido esverdeado e doce — ela deveria ser a parte responsável que nos impede de fazer besteira, e não a parte que fornece bebidas e nos deixa sem supervisão.
— Não, essa era a Amanda — Nicholas comentou em um tom amargo, fazendo com que eu me recriminasse por não ter prestado atenção em minhas palavras — Débbie é aquela que recebe as ligações de madrugada do babaca que descobriu que foi feito de besta pela namorada pelos últimos meses e vai buscá-lo no bar e o obriga a tomar um banho gelado para colocar a cabeça no lugar.
— Nick... Sobre o que aconteceu — eu respirei fundo, decidida a me desculpar mais uma vez pela situação.
— Vamos esquecer aquilo, não foi sua culpa — ele voltou a beber com uma expressão sombria — eu sinto muito pelo o que te falei.
Eu respirei fundo, me sentindo mal por ele. Eu queria que ele ficasse bem e esquecesse Mandy. Era verdade que ela havia sido minha amiga por anos antes de eu sequer conhecer Nicholas, mas o que ela fez com ele. Não, ela não tinha o direito de magoá-lo daquela maneira.
— Você era bom demais pra ela — eu comentei, voltando a me encostar na cama — ela não te merecia de verdade, e no fim, vai acabar em um relacionamento fracassado com um engravatado qualquer.
— Você não precisa fazer isso — ele murmurou — ela preferiu outro cara.
— Ela estava cega por não ver o que tinha de incrível na vida — eu retruquei respirando fundo ao observá-lo enquanto ele voltava a beber — Olha, eu sei que eu estou sempre implicando com você, e dizendo o quanto ela era maluca por estar com você, e que eu arrumaria um cara melhor pra ela.
— Você tem um ponto, Dess? — ele revirou os olhos.
— Você deveria estar aproveitando a vida com alguém que soubesse valorizar o cara legal que você é. Você é leal, divertido, bonito, carinhoso. Se alguém como ela não soube valorizar isso, ela vai merecer cada um dos almofadinhas metidos a besta que conseguir arrumar. Eu duvido que valha a pena — eu pisquei antes de abaixar a voz para um sussurro — eles são péssimos na cama.
Aquilo arrancou um sorriso mínimo de Nicholas, ele se inclinou pegando uma das embalagens de torta que estavam espalhadas pelo chão.
— Você não tem como saber disso — ele negou.
— Ahh qual é, você sabe bem que frequentamos a mesma faculdade que ela. Eu conheço o tipo sem graça — eu cantarolei.
— Sim, eu esqueço que você acaba na cama de qualquer um — ele me provocou fazendo com que eu lhe mostrasse o dedo do meio.
— Eu apenas gosto de me divertir — eu me deitei, encarando o teto — e eu sei que você também gosta, porque você é igual a mim.
— Isso não é um elogio, Destie — ele me cutucou com o pé — e eu não sou igual a você. Nunca convidaria uma desconhecida para morar comigo.
— Vamos, eu tenho certeza que você também gosta de cometer algumas loucuras — eu devolvi com um leve chute antes de erguer a cabeça o suficiente para beber mais um pouco.
— Loucuras? Eu namorava com a Mandy — ele revirou os olhos — que tipo de loucuras você acha que a gente cometia?
Eu senti uma leve tontura me acometer, fazendo com que eu voltasse a me deitar, batendo minha cabeça no chão no processo.
— Isso teria doído se você não tivesse a cabeça tão dura, De Angelis — Nicholas gargalhou, eu o acompanhei no riso antes de pensar no que ele havia falado sobre Mandy.
— Você gosta de loucuras, se não gostasse não teria vindo para o Hawaii, Bryce — eu voltei a chutá-lo, colocando um pouco mais de força, obrigando-o a segurar meu pé — então acho que o problema era a outra pessoa e não você.
— Eu não vou falar sobre isso — ele retrucou, soltando meu pé.
— Está com medo de admitir suas frustrações sexuais para mim, Bryce? — Eu gargalhei voltando a chutá-lo — Vamos, eu tenho uma infinidade de loucuras para contar, você também deve ter alguma. Não é possível que Mandy fosse tão parada.
Nicholas voltou a segurar meus pés, começando a fazer cócegas na sola, fazendo com que eu me contorcesse enquanto gargalhava.
— Me solta, Bryce — eu me arrastei para longe, ele tentou alcançar meu pé e se desequilibrou, se esparramando no chão, tombando a garrafa de rum quase vazia.
— Não é que ela fosse parada... — ele comentou despreocupado deitado encarando o teto — só não parecia muito animada, eu gostava dela então não me importava.
— Qual é, a animação é uma parte importante — eu retruquei virando meu rosto em sua direção — eu estou sempre animada.
— Isso é bem fácil de perceber ou de ouvir — ele revirou os olhos — Mandy morria de medo de que alguém a ouvisse.
— Eu nunca me preocupei com isso — eu voltei a observar o teto.
— Você nunca se preocupa com nada — ele me cutucou — Você sempre faz a coisa mais estúpida que te passa na cabeça sem pensar, depois tenta compensar as loucuras.
Eu franzi o cenho antes de alcançar o pedaço de torta hula e jogar em sua direção. Nicholas olhou para mim na hora, de forma que a torta acertou em cheio sua testa, fazendo com que eu começasse a rir de sua expressão.
— Dess, eu vou te fazer pagar por isso — ele ameaçou, se esforçando para se sentar enquanto limpava o rosto.
— O que você vai fazer? — eu o desafiei também me sentando.
— Eu vou te fazer vomitar de tanto rir, De Angelis — ele se jogou em minha direção, me obrigando a voltar a me deitar enquanto fazia cócegas em minhas costelas.
Eu me contorcia em meio a uma gargalhada tentando me livrar dele, minha barriga já estava doendo e apesar dos meus apelos, ele não parecia nem um pouco disposto a parar.
— Deus, Nicholas por favor — eu implorei em meio a uma risada.
Ele finalmente atendeu minhas súplicas, permitindo que eu recuperasse o fôlego enquanto me observava com um meio sorriso no rosto e aqueles intensos olhos azuis. Provavelmente era o álcool falando em minha mente, mas eu observei como Nicholas era bonito naquele momento. Mandy foi uma verdadeira burra por jogar tudo isso fora por alguém tão sem graça como Jack Dawson.
Eu parei de rir franzindo o cenho ao notar a forma como estávamos próximos. Eu estava deitada no chão, Nicholas estava parcialmente sobre mim, impedindo que eu me movesse, suas mãos ainda estavam em minhas costelas e eu sentia meu coração acelerar diante daquela situação.
Eu desci meus olhos para a boca rosada de Nicholas, notando pela primeira vez sua barba por fazer, adicionando um charme a mais a ele. O que estou pensando?
Imediatamente meu olhar retornou para seus olhos, sentindo meu rosto esquentar, apenas para notar que Nicholas seguira o movimento de meus olhos. Quando eu pensei que as coisas não poderiam se tornar mais esquisitas, ele me beijou.
Eu não estava preparada para aquela atitude, mas meu primeiro instinto foi corresponder. Sua língua dançava em minha boca espalhando o sabor de rum ali, enquanto suas mãos voltaram a apertar minha pele.
Nicholas se afastou subitamente franzindo o cenho, parecendo confuso enquanto eu piscava atordoada.
— Desculpe, acidente de bêbado — ele balbuciou sem graça se sentando.
Eu imitei seu movimento o observando enquanto ele se atrapalhava tentando tirar as garrafas do caminho. Ele parecia deprimido, e eu odiei vê-lo daquela maneira. Então, eu ignorei a parte da minha mente que gritava que aquilo era uma péssima ideia.
— Nick.. — eu chamei sua atenção enquanto me inclinava em sua direção.
Ele se virou para mim e antes que pudesse reagir eu segurei seu rosto com ambas as mãos, voltando a selar nossos lábios. suas mãos envolveram minha cintura, puxando meu corpo para perto do seu enquanto eu tomava o controle do beijo.
Nicholas, que antes parecia um pouco inseguro sobre o que estava acontecendo, logo firmou seu aperto em minha cintura e se ajeitou para se sentar encostado na cama. Eu subi em seu colo, colocando uma perna de cada lado de seu corpo, antes de separar nossos lábios olhando em seus olhos azuis, que pareciam um pouco descrentes sobre o que estávamos fazendo
Suas mãos desceram pela minha cintura, contornando meu quadril antes de passear por minhas coxas. Seu toque estava longe de ser sútil, na verdade, Nicholas parecia querer confirmar se aquilo estava mesmo acontecendo. Eu não pude deixar de compará-lo com o que aconteceu na noite anterior entre Ethan e eu, aquele pensamento acabou me trazendo lágrimas aos olhos.
Não, eu não deveria pensar em Ethan!
Minhas mãos, que ainda segurava seu rosto, seguiram para sua nuca antes de roçar meus lábios nos dele, eu queria fazer algo para esquecer aquele vazio que Ethan deixou, qualquer coisa.
— Você quer descobrir como é estar com alguém tão animada quanto eu? — eu questionei ofegante
— Destiny — Meu nome saiu em meio a um gemido quando eu mordisquei o lóbulo de sua orelha antes de descer para seu pescoço.
Suas mãos correram para minha bunda, me movimentando em seu colo fazendo com que eu sentisse sua ereção pressionada contra meu clítoris. Aquilo acabou me incentivando a acelerar um pouco as coisas.
Em um movimento um pouco desajeitado por conta da embriaguez eu me coloquei em pé antes de puxá-lo comigo. Assim que ele estava em pé, eu ergui sua camiseta raspando minhas unhas pela pele de seu abdômen, ele logo tomou a dianteira e se livrou da peça de roupa enquanto eu avaliava seu corpo.
Eu nunca tinha olhado para ele daquela forma, e eu tinha que admitir que apesar de não ser tão gostoso quanto Ethan, Nicholas era quente e tinha um corpo bem definido. Sem perder tempo eu desci minhas mãos para o cós de sua calça jeans, mantendo o contato visual com Nicholas enquanto tentava me livrar de mais aquela peça.
Nicholas mantinha aquele olhar fascinado sobre mim o tempo todo, eu voltei a me esticar buscando seus lábios para mais um beijo, sua mão seguiu até minha nuca antes de se embrenhar em meus cabelos me fazendo sorrir em meio ao beijo.
Eu me abaixei, correndo a ponta da minha língua por seu pescoço mordiscando sua pele imaculada durante o processo. Ele mantinha sua mão ainda embrenhada em meus cabelos, mas ainda me dava liberdade para agir como queria. Eu continuei descendo por seu corpo, beijando seu peitoral e lambendo sua pele. Sua respiração começou a ficar cada vez mais descompassada enquanto eu avançava por seu abdômen, me ajoelhando e abaixando suas calças e a cueca no processo.
Corri a ponta da unha por sua barriga até chegar até a pequena tatuagem, a contornando com certa devoção.
— Nunca imaginei que um dia a veria — eu mordi o lábio inferior erguendo o olhar em sua direção — ainda mais tão de perto.
Nicholas me ofereceu um de seus sorrisos zombeteiros enquanto massageava meu couro cabeludo.
— Isso é uma surpresa pra mim também, De ngelis. Você é a última pessoa que eu esperava ver nessa posição.
— Eu fico bem nessa posição, não acha? — eu levei minha mão até seu membro que já estava ereto, aplicando um pouco de pressão antes de começar a masturba-lo lentamente.
— Sim — ele ofegou aumentando suavemente a pressão na massagem que fazia em meu couro cabeludo — Mandy odiava e...
Eu o encarei me sentindo um pouco atordoada com aquele comentário, aquele não era o momento para ele pensar em Mandy. Mas como eu poderia julgá-lo se eu mesmo estava pensando em Ethan momentos atrás?
— Eu vou compensá-lo por isso — eu mordisquei a pequena rosa tatuada em sua virilha antes de beijá-la — te garanto que eu sou melhor nisso do que ela poderia sequer sonhar...
Antes que ele pudesse reagir eu voltei a me afastar mantendo o contato visual com Nicholas que me encarava com expectativa. Devagar eu deixei que minha boca envolvesse seu pênis, observando sua reação através de meus cílios.
Ele fechou os olhos em uma expressão de puro deleite enquanto sua mão se fechava com mais força em meus fios. No começo eu trabalhei com suavidade, em movimentos lentos, o levando cada vez mais fundo enquanto seus gemidos de prazer enchiam o ambiente.
A umidade acumulada em minha calcinha aumentou enquanto minha excitação subiu a níveis alarmantes. Eu precisava urgente de um alívio, era bom que Nicholas me recompensasse muito por aquilo. Eu subia minhas mãos por suas coxas, arranhando-o de leve enquanto sentia seu membro começar a inchar, anunciando seu orgasmo. O sabor salgado de seu sêmen invadiu minha boca quando ele gozou, eu voltei a erguer meu olhar em sua direção, observando sua boca entreaberta, respiração rápida e a cabeça jogada para trás antes de sua mão soltar meus cabelos.
— Puta que pariu, De Angelis — ele soltou enquanto eu limpava meu lábio inferior.
Eu me sentei no chão com um sorriso convencido no rosto, vendo ele se livrar das peças de roupa que estavam emboladas em seus tornozelos.
— Eu quero descobrir o que você pode fazer por mim nesse momento, Bryce — eu me espreguicei antes de alcançar a garrafa de tequila, ignorando a sensação quase dolorosa que se alojava em minha área íntima.
Nicholas me puxou pelo braço, me colocando em pé antes de voltar a envolver minha cintura pressionando meu corpo contra o dele. Eu sorri antes de levar a garrafa até a boca, tomando um longo gole antes de oferecer a ele.
Ele pegou a garrafa de minha mão antes de me empurrar em direção a cama, eu não consegui me manter em pé, desabando ali com uma gargalhada. Eu me arrastei até o meio da cama enquanto Nicholas continuava me observando, levando a garrafa até os lábios.
— O que foi? Vai me deixar na mão agora? — eu questionei com uma voz manhosa correndo os dedos de forma despretensiosa pela minha barriga, erguendo a regata que eu usava, expondo parte de minha barriga no processo.
Nicholas sorriu antes de subir na cama, sua mão começou a percorrer minha coxa, contornou meu quadril antes de chegar a minha cintura, erguendo a regata para expor meu corpo. Ele estava mais uma vez parcialmente por cima de mim, ainda segurando a garrafa de tequila com a outra mão. Seus lábios vieram de encontro ao meu pescoço, me fazendo fechar os olhos sentindo uma leve pressão ser aplicada na área.
Sua mão livre encontrou meu seio por baixo do tecido da regata, fazendo com que eu me contorcesse embaixo dele. Será possível que ele não entendeu que eu preciso de um alívio?
— Ok, Bryce... Se você quer descobrir como é estar com a garota animada e tudo mais, você precisa me ajudar um pouco — eu respirei fundo, me irritando.
— Eu tenho planos pra você, De Angelis — ele se ajoelhou largando a garrafa em cima da cama antes de deslizar minha regata para fora de meu corpo, expondo meus seios.
Seu olhar se prendeu a eles de imediato, parecendo um pouco embasbacados.
— Eu sabia que você era gostosa, mas não imaginei que era tanto — ele balbuciou.
Eu levei minha mão até meu seio passando a massageá-lo, notando que suas pupilas se dilataram ao acompanhar meus movimentos. Ele continuou me olhando sem ao menos piscar enquanto eu soltava pequenos gemidos ao rolar meu mamilo entre o polegar e o indicador, Nicholas alcançou a garrafa de tequila bebendo um longo gole sem quebrar o nosso contato visual.
— Acho que vou ter que cuidar de tudo sozinha — eu gemi fechando os olhos.
Um pequeno sorriso surgiu em meus lábios quando senti ele se inclinar sobre mim, eu me preparei para beijá-lo, mas ao invés disso, senti um arrepio correr por todo o meu corpo quando Nicholas despejou o que eu suspeitava ser a tequila que ele estava bebendo antes no vale entre meus seios. Não pude conter um gemido alto com o contraste de sensações, primeiro, veio o líquido frio em contato direto com minha pele quase febril, e depois, sua língua quente trabalhando para limpar toda a área.
Eu abri os olhos, pronta para protestar ao senti-lo se afastar de mim, mas foi apenas a tempo de vê-lo despejar mais um pouco da bebida em meu seio. Eu ofeguei sentindo o líquido escorrer pelas minhas costelas, seguindo pelo meu abdômen em direção ao meu umbigo.
Os dentes de Nicholas rasparam na carne tenra de meu seio, antes de sua língua rodear meu mamilo o mordiscando em seguida. Ele voltou a se afastar repetindo o processo, meu corpo estava servindo de copo para ele e eu estava adorando. Ele constantemente erguia o olhar em direção ao meu rosto, sorrindo contra minha pele ao ouvir meus gemidos aumentarem.
Eu já estava ofegante quando ele enfim deslizou minha calcinha para fora do meu corpo, parando para apreciar minha própria tatuagem.
— Ficou melhor em você do que em mim — ele sorriu antes de mordiscar a parte interior de minha coxa, apoiando meu tornozelo em seu ombro fazendo com que eu prendesse a respiração sentindo a antecipação tomar conta de mim. Ele fechou os olhos respirando fundo correndo o nariz pela minha perna — você tem um cheiro tão bom.
Ele voltou a se inclinar sobre mim, capturando meus lábios em um beijo faminto que eu logo correspondi, arranhando seu abdômen enquanto tentava trazer seu corpo para mais perto do meu. Eu ergui a perna que estava fora de seu ombro, envolvendo seu quadril com ela. Nicholas entendeu a deixa, conseguindo se encaixar em minha entrada já encharcada àquela altura. Ele se endireitou, permanecendo de joelhos na cama antes de descer as mãos para o meu quadril, eu pude sentir cada centímetro de meu interior envolvê-lo completamente quando ele começou a me penetrar. Ao chegar no final, nós permanecemos imóveis e ofegantes, com o olhar preso no outro tentando assimilar o que estávamos fazendo. Aquilo com certeza foi a maior loucura que já fiz bêbada.
Mas logo a necessidade de satisfazer a onda de desejo que me atingiu me incitou a me mover, fazendo Nicholas aumentar o aperto em meu quadril e respirar fundo. Um novo movimento meu trouxe aquele sorriso característico aos seus lábios, sem nenhum aviso ele se retirou quase que inteiramente de dentro de mim apenas para me preencher em um movimento único arrancando um grito de surpresa.
Eu não tive tempo para me recuperar quando ele repetiu o movimento, assumindo um ritmo intenso que parecia prestes a me levar à loucura. Eu fechei os olhos me deliciando com cada sensação que estava sentindo naquele momento. A cada nova investida, uma explosão acontecia em meu interior fazendo com eu me contorcer na cama ansiando sempre por mais.
— Puta merda, Ethan — eu gritei quando o orgasmo me atingiu de forma inesperada, jogando a cabeça para trás enquanto apertava os lençóis da cama entre os dedos.
Nicholas diminuiu um pouco o ritmo, fazendo com que eu percebesse meu erro enquanto ainda tentava me recuperar do orgasmo, eu abri os olhos para encarar o par de olhos azuis que pareciam confusos.
Eu mordi meu lábio inferior me sentindo sem graça com a situação, mas ele deu de ombros e decidindo que não se importava. Ele voltou a se mover no mesmo ritmo de antes à procura do próprio orgasmo enquanto guiava meu corpo a um abismo com as mais diversas sensações.
Ele não demorou para chegar ao ápice, se derramando dentro de mim em meio a um gemido extasiado. Eu estava ofegante e um pouco desconfortável pela posição, de forma que quando Nicholas saiu de dentro de mim e se jogou ao meu lado foi um alívio.
— Isso foi incrível, De Angelis — ele comentou quando se recuperou.
Eu virei meu rosto em sua direção, lhe oferecendo um sorriso convencido em troca.
— Sim, foi... — eu voltei a me virar, sentindo o vazio voltar a tomar conta de mim.
Sim, não podia negar que havia sido incrível. Mas no momento a única coisa que eu queria era Ethan ao meu lado. Nada mudaria isso.
— Nós ainda podemos sair — Nicholas sugeriu ao notar minha mudança de humor — eu estou bêbado, você está bêbada. Que tal uma nova tatuagem? Um dragão nas Costas, ou a morte montada em um unicórnio, o que me diz?
— Na verdade eu estou com sono — eu bocejei sentindo o cansaço recair sobre meu corpo.
Eu fechei os olhos tentando esquecer tudo o que me levara até esse momento, mas não demorou muito para que Nicholas me puxasse sem nenhuma delicadeza, fazendo com que eu me deitasse em seu peito enquanto me envolvia em um meio abraço.
— O que você está fazendo? — eu murmurei ainda de olhos fechados.
— Eu sei que você sente falta dele — ele explicou — e eu sinto muito por ele ter ido embora assim.
— Ele tentou me convencer a ir com ele, ter uma vida normal e tudo mais — eu suspirei, voltando a abrir os olhos e erguendo meu rosto para encará-lo.
— Ele não foi a primeira pessoa a tentar te convencer sobre algo assim — Nicholas ergueu a sobrancelha enquanto acariciava meu braço.
— Não, mas foi a primeira vez que eu quis aceitar — eu confessei.
Ele se limitou a beijar minha testa, me apertando um pouco mais em seu abraço. Eu voltei a fechar os olhos deixando a inconsciência me levar.
~~**~~
Eu esqueci de me cobrir ontem, então a minha única fonte de calor vinha do corpo de Ethan entrelaçado ao meu. Eu estava deitada sobre a pele nua de seu peito e ouvia os batimentos de seu coração enquanto seus braços me envolviam, mas...
Ethan foi embora.
Aquele súbito pensamento me fez abrir os olhos piscando atordoada enquanto uma dor de cabeça começava a se projetar. O que está acontecendo? Quem está comigo aqui!?
Minha movimentação parece ter despertado a pessoa e quando eu ergui meu olhar, ele se prendeu aos olhos azuis de Nicholas.
— Mas o que.. — Eu tentei me afastar de Nicholas, que parecia ainda não ter compreendido o que estava acontecendo.
— Dess? Porque você está no meu quarto e... — ele arregalou os olhos ao notar a grande questão.
Sua primeira reação foi me empurrar para longe, fazendo com que eu rolasse para o chão, batendo minha cabeça no assoalho antes de me levantar com dificuldade.
— Que merda, Bryce — eu gemi, massageando a parte de trás da cabeça.
— Que porra é essa? — ele gritou jogando o lençol em minha direção — Porque você está pelada!?
— Eu? Porque você está no meu quarto? — eu devolvi me enrolando no lençol enquanto tentava apanhar minha roupa no meio da bagunça de garrafas e embalagens de torta que estavam espalhadas pelo chão — melhor, porque você está no meu quarto, pelado, me abraçando enquanto eu durmo?
Aquilo parece tê-lo pego de surpresa, ele tentou se cobrir com uma colcha embolada na beira da cama, enquanto eu apanhava a primeira peça que achei no chão, a vestindo em seguida.
— Essa é a minha camiseta — Nicholas reclamou.
— Você prefere que eu continue sem roupa? — eu cruzei os braços para encará-lo — Porque você está aqui?
Nicholas se moveu desconfortável sobre a cama enquanto olhava em volta em busca de alguma explicação possível.
— Eu pareço saber, De Angelis? — ele murmurou — acho que nós acabamos nos envolvendo em uma partida estranha de strip poker ou algo do tipo ontem.
— Strip poker? — Eu apanhei a cueca dele jogada no chão — Você acha mesmo que eu jogaria strip poker com você, Bryce? Se veste, eu não tenho interesse em ver absolutamente nada do que você tem aí.
Eu joguei a peça íntima para ele enquanto desviava o olhar tentando transformar aquela situação em algo menos constrangedor.
— Você tem uma explicação melhor, Dess? — ele exclamou — porque eu realmente prefiro pensar que jogamos Strip poker e dormimos abraçados com uma garrafa de tequila.
Eu voltei a encará-lo com raiva, notando a garrafa de tequila que ele segurava em mãos.
— Porque você está com uma garrafa de tequila na minha cam... — eu me interrompi quando uma lembrança de Nicholas ajoelhado ao meu lado, derramando a bebida no meu corpo antes de me lamber fez meu rosto esquentar consideravelmente — não...
— Não o que? — ele arregalou os olhos ao meu ouvir gemer — Dess, não o que?
Eu me joguei na cama sendo atingida por inúmeros flashs de lembrança da noite anterior. Eu escondi meu rosto entre os travesseiros, torcendo para que um buraco se abrisse ali para que eu pudesse me enterrar nele. Porque essa é a única alternativa para lidar com o fato de ter transado com o Nicholas ontem.
— De Angelis, você não acha que... — eu ouvi Nicholas começar antes de levantar da cama em um pulo — não!
— Não, não, não, não, não — eu gemi em desgosto ainda com o rosto escondido no travesseiro — isso é um pesadelo!
— Dess, me diz que a gente não transou ontem — ele implorou andando de um lado para o outro no quarto com o rosto escondido entre as mãos.
— É melhor você sair do meu quarto, Bryce — eu respondi com a voz abafada pelo travesseiro — eu não consigo olhar pra você agora.
— Isso é uma excelente ideia — eu ouvi seus passos apressados irem em direção à porta — eu vou sair daqui e provavelmente vou fugir de você pelas próximas semanas.
Eu permaneci naquela posição por alguns minutos após ouvir a porta do quarto ser fechada. Não acredito na proporção de merda que tomou conta da minha vida em tão pouco tempo. Minha mente ainda era bombardeada com lembranças de momentos aleatórios da noite anterior, e eu me sentia incapaz de assimilar tudo o que tinha acontecido.
— Eu ainda chamei ele de Ethan — eu gemi me virando na cama para encarar o teto.
Como sempre, eu acabo fazendo besteira. Já não bastava toda a confusão de sentimentos dentro de mim, eu ainda tenho que encontrar uma forma de piorar tudo. Como eu posso viver sob o mesmo teto que ele depois disso!?
E por que eu sinto como se tivesse traído Ethan?
Eu respirei fundo e fui até o banheiro, decidindo me livrar da camiseta de Nicholas e do cheiro de tequila que tomava conta de mim. Eu deixei que a água escorresse pelo meu corpo enquanto eu pensava na possibilidade de sair do quarto para conseguir uma aspirina e cruzar com Nicholas pelo caminho.
Que merda!
Eu saí do banho retornando para o quarto, aquele lugar estava a mais completa bagunça mas eu não conseguia nem pensar em limpar tudo naquele momento. Eu peguei um jogo de lençóis limpos, arrancando aqueles pra quem sabe, queimar mais tarde. Eu não queria mantê-los depois de lembrar o que Nicholas e eu fizemos ali. Talvez eu devesse queimar aquela cama também.
Assim que terminei, me joguei ali, disposta a dormir pelo resto do dia, ou quem sabe do mês. Algumas horas depois uma leve batida na porta me despertou.
— Vai embora — eu murmurei escondendo minha cabeça entre os travesseiros.
— O que aconteceu nessa casa, afinal? — a porta foi aberta revelando Débora parada ali — ou melhor, o que aconteceu aqui?
Ela entrou, parecendo um pouco assombrada enquanto olhava em volta.
— Não aconteceu nada — eu desviei o olhar tentando me impedir de corar.
— Nada? Dess... — ela balbuciou um pouco confusa chutando uma das sacolas que Nicholas trouxera — vocês assaltaram o duke's ontem?
— Nós deveríamos ter feito isso — eu gemi em desgosto — teria sido incrível.
Não que o que fizemos não tenha sido, mas.. Que merda Dess, não é hora de pensar nisso!
— Você vai me contar o que aconteceu, ou vai se recusar a falar sem a presença de um advogado como Nicholas está fazendo? — ela franziu o cenho.
— O que você está fazendo aqui mesmo? — eu murmurei.
Débora era a última pessoa pra quem eu queria contar o que aconteceu. Não, Mandy era a última pessoa. Não, definitivamente Ethan. Ou quem sabe meus pais.
Ok, ela não era a última, mas eu não queria contar mesmo assim.
— Nicholas me ligou para vir ver se você estava bem — ela explicou — mas se recusa a me dizer o motivo que o impediu de fazer isso, sendo que os dois estão na mesma casa.
— Ele ainda está com raiva de mim pelo o que aconteceu antes — eu ofereci a explicação mais aceitável.
— Dess, isso é ridículo e você sabe — ela retrucou começando a apanhar os lençóis jogados no canto do quarto — aconteceu alguma coisa ontem e eu espero que não seja uma nova tatuagem.
— Eu deveria ter feito a morte montada no unicórnio que ele sugeriu — eu respirei fundo.
— Nicholas fez isso? — ela estreitou os olhos.
— Claro que não, por que?
— Porque deve existir alguma explicação para ele estar usando um moletom nesse calor — ela deu de ombros.
Moletom? Ele ainda está bêbado!?
— Vocês estão estranhos — ela murmurou indo até o banheiro.
— Dess... Nicholas não estava vestindo isso ontem? — Ela voltou com a camiseta que eu tinha largado no chão do banheiro antes de estreitar os olhos e se abaixar ao lado da cama — e essa calça não parece ser sua.
Eu coloquei o travesseiro na frente do rosto enquanto praguejava em italiano. Aquele maldito não pensou nem em levar a roupa daqui!
— Dess, tem algo que você queira me contar? — ela perguntou em meio a um tom sugestivo.
— Não, e eu estou bem, você pode avisar o Bryce e voltar pra casa — eu respondi sem tirar o travesseiro do rosto — e pode levar ele com você. Eu não quero ele na minha casa.
— Dess, se você não me contar, eu vou descobrir! — ela exclamou
— Não tem nada pra descobrir — eu tirei o travesseiro do rosto a tempo de vê-la correndo em direção à porta, fazendo com que eu me sentasse em um pulo — onde você vai!?
— Eu vou descobrir o que aconteceu nessa casa ontem — ela gargalhou em resposta, fazendo com que eu me levantasse da cama e corresse atrás dela.
— Débora, volta aqui — eu gritei.
— Nicholas Bryce — ela cantarolou descendo as escadas — nós precisamos conversar!
— Eu vou matar você, sua hippie de meia tigela — eu ameacei, me segurando no corrimão da escada para descer ao sentir uma leve tontura.
Eu não comi nada até agora!
— O que foi... — Nicholas se calou ao me ver, desviando o olhar.
Eu parei na beira da escada sem saber como agir, eu nunca pensei que algum dia me sentiria daquela maneira em relação ao Nicholas. Débora avaliou nossa situação com um olhar astuto.
— Tira a blusa, Nick — ela pediu.
— O que? Porque? — ele murmurou dando as costas — De Angelis eu fiz ovos mexidos pra você, não devia ficar tanto tempo sem comer.
— Meu Deus, vocês não conseguem nem olhar um para o outro! — ela exclamou o seguindo — deixa eu ver o estrago.
Eu podia imaginar o que ela esperava encontrar, do jeito que Nicholas é branco, ele com certeza ficou com mais marcas do que eu da noite anterior.
— Me deixa em paz, Débbie — ele reclamou tentando se afastar enquanto ela se engalfinhava com ele — não tem nada pra você ver.
— E essa mancha roxa no seu pescoço? — Ela gargalhou.
— Você está imaginando coisas — ele retrucou enquanto eu sentia meu coração acelerar.
Ela já tinha descoberto, e ela tinha razão, ele nem conseguia olhar pra mim. Como é que a situação poderia piorar?
— Ok, a gente transou! Está feliz agora? — eu praticamente gritei, interrompendo os dois.
Nicholas gemeu desgostoso enquanto Débora se afastava com o cenho franzido. Minha cabeça voltou a doer fazendo com que eu desejasse nunca ter saído da cama. Como a gente vai conseguir lidar com isso agora?
— Ok... isso é meio constrangedor — ela mordeu o lábio nos observando.
Eu arrisquei olhar para Nicholas, mas ele mantinha o olhar fixo no próprio pé, enquanto Débora alternava sua atenção entre nós dois.
— Meio? — eu suspirei — eu vou voltar pra cama.
— Hey, vocês não acham que em algum momento vão precisar lidar com isso? — Ela perguntou — ou vocês pretendem continuar morando na mesma casa e se evitando?
Eu suspirei observando meu pé. Eu não sabia como poderíamos lidar com aquilo, eu adorava Nicholas e não queria perder sua amizade, mas sempre que eu olhava para ele eu me lembrava de algo que fizemos ontem.
— Ok, ninguém está disposto a falar — ela suspirou — vocês vão ficar juntos agora ou...
— O que? Enlouqueceu? — eu ergui a voz e Nicholas finalmente olhou em minha direção.
Débora parecia estar se divertindo com a situação, apesar de seu olhar se mostrar um pouco magoado. Provavelmente ela não imaginou que ele acabaria na minha cama assim que terminasse com Mandy. Bem, eu também jamais pensaria isso.
— O que aconteceu foi coisa de bêbado, Débbie — Nicholas garantiu — a gente sabe que Dess não vai esquecer o Roberts tão cedo, e sinceramente, eu estou fugindo de qualquer relacionamento no momento. Nós dois só nos sentíamos péssimos e...
— Tentamos compensar isso de alguma forma — eu suspirei — e como tudo na minha vida, escolhi a forma errada.
— Dess, você está bem? — Débora me lançou um olhar preocupado.
— Eu só preciso pensar em algumas coisas — eu garanti indo em direção à varanda.
Sim, chegou o momento de tomar algumas decisões importantes agora. Chega de cometer erros.
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