Dove - Chris
Nunca fiz uma viagem tão louca assim. Do prédio até o aeroporto os meninos foram brincando o tempo todo dentro da van e claro, me atazanando também. Principalmente o Richard, que sempre acha alguma coisa pra ficar me atormentando.
Para o meu enorme azar, o meu assento no avião foi junto com Christopher. Eu fiz as reservas dos hotéis, mas nunca imaginei ter que dividir o quarto com o Chris e também o avião. Não me incomodei tanto porque ele foi dormindo a viagem toda.
Chegamos à Itália. Ah Itália sua linda! Sempre tive loucura pra visitar esse país e aqui estou eu e não posso negar que foi graças ao Chris.
Estou esperando a recepcionista do hotel confirmar nossas reservas, enquanto os meninos estão beliscando algumas comidas que o hotel deixa na entrada. Vamos ficar no Hotel Lungarno que fica de frente para um rio. O lugar é simplesmente maravilhoso.
- A reserva está no nome de Chloe Cameron?
- Sim! - respondo.
- Certinho. - ela olha pra mim e sorri - Aqui as chaves. - ela entrega três chaves com um papel indicando de quem era os quartos.
- Obrigada! Qual andar?
- Décimo primeiro.
Agradeço a recepcionista do hotel e vou ate os meninos.
- Achei que a reserva tinha melado - Zabdiel brinca.
- Achei também - digo - A recepcionista ficou olhando no computador com uma cara de poucos amigos.
Seguimos até o elevador e ao respectivo andar.
- Wi-Fi grátis. Esse hotel é de Deus com certeza.
Christopher diz olhando pro celular. Ficamos o encarando até ele perceber e começar a rir.
- Richard e Zabdiel. - entro a chave.
- Valeu coisinha - Zabdiel diz e dou risada.
- Joelito e Erick.
- Obrigado - Erick agradece e sai correndo até o quarto.
- E o nosso - digo para o Chris.
Seguimos até o nosso quarto e Chris abre a porta. O quarto é maravilhoso. Têm duas camas de solteiro, uma televisão, escrivaninha, duas poltronas de frente à porta que dá para o deck do quarto e um closet enorme, mais algumas coisas, que se eu for ficar falando vou ficar falando por muito tempo.
- Caramba - digo - Esse quarto é do tamanho da minha casa.
- Vai se acostumando - Christopher ri.
Saio pela porta para ir ao deck e fico admirando a vista.
- Aqui é lindo - digo.
- É mesmo - Chris se debruça e fica olhando o rio.
- Obrigada por sugerir virmos pra cá.
- De nada. - ele sorri, mas não me olha - Eu sempre tive vontade de vir também. Achei que seria uma escolha ideal - ele olha pra mim e sorri de canto.
- Foi, com certeza!
Ficamos um tempo observando a vista que o nosso quarto tinha até baterem na porta e entregarem nossas malas.
(..)
- Você vai dirigir? - Dove pergunta quando me vê sentando no lado do motorista do carro que alugamos.
- Vou por quê?
- Cá entre nós Christopher, você é um péssimo motorista. - Zabdiel diz e eles caem na gargalhada.
- Haha, muito engraçado Zabdiel - reviro os olhos - Vamos, entrem.
- Nem pensar, eu tenho amor a minha vida - Richard diz e mostro o dedo do meio pra ele.
- Então, enquanto as moças decidem se entram no carro ou não, Dove pode tirar uma foto minha? - entrego meu celular a ela.
- Claro!
- Chris sendo gentil com a Dove. Milagres realmente acontecem - Erick brinca.
Damos risada e Dove tira várias fotos que, com certeza, depois vou postar. Enquanto ela tira as fotos, eles ficam me zoando que nem pra tirar uma foto dirigindo, eu não paro de comer. E, o pior que é verdade.
(..)
- Você e a Dove já se conheciam? - Joel fica do meu lado e pergunta.
- Não. Por quê? - tento parecer o mais normal possível.
- Deve ser porque, quando você foi entrar no carro pra dirigir, ela mesma ficou receosa. - ele diz cruzando os braços e fazendo uma cara engraçada de desconfiança.
- Não viaja "Joelito" - imito o jeito que Dove o chama e ele fecha a cara e caio na gargalhada. - Provavelmente, alguém já contou a minha ótima fama de motorista.
(..)
Chegamos ao hotel e vou direto pra piscina. Eu queria relaxar um pouco e nada melhor que um bom mergulho. Acabamos jantando em um restaurante então nem me preocupei em ir ao restaurante do hotel e pegar comida. Saio um pouco da piscina e fico sentado na beirada, observando o céu que está mais estrelado do que nunca.
Olho em direção ao deck do meu quarto e vejo Dove sentada mexendo no celular e tomando um copo de suco. Acabo olhando de mais e ela percebe e começa a rir.
- VAI FICAR ME ESPIONANDO AGORA? - ela grita lá de cima.
- EU NÃO. VOCÊ QUE RESOLVEU SE SENTAR NO MEU CAMPO DE VISÃO - digo e ela ri.
- VOCÊ NÃO TÁ COM FOME?
- SEMPRE, POR QUÊ?
Pergunto e ela entra dentro do quarto. Fico tentando entender o que ela está fazendo, até que ela volta com uma caixa de pizza na mão. Ela me mostra e dou risada.
- EU JÁ VOU, SÓ VOU FICAR MAIS UNS MINUTOS.
Ela assente e entra no quarto. Fico mais uns quinze minutos na piscina e resolvo entrar, antes que a pizza esfrie mais e ela coma tudo. Sim! Não sou só eu o comilão do grupo. Dove também come igual um dragão.
Entro no quarto e estranho a ausência dela. Imagino que ela foi pegar alguma coisa, então pra poupar o tempo, pego uma roupa no closet para tomar banho.
- Não sabe bater não? - Dove diz quando entro no banheiro e a vejo na banheira.
- Eu lá ia imaginar que você estava aqui - digo e ela joga um pouco de água em mim. - Chuveiro é bom pra isso sabia? Pra avisar que tem gente.
- Eu liguei o chuveiro pra encher a banheira. E banheira é pra relaxar sabia?
- E chave serve pra trancar a porta sabia? - ela abre a boca pra dizer alguma coisa, mas fica quieta. - Relaxa, não tem nada que eu já não tenha visto.
- Idiota! - ela joga mais um pouco de água em mim.
- Ai - seguro os braços dela - Se você continuar jogando água em mim, eu vou ser obrigado a entrar nessa banheira com você.
- Nem tente - ela diz.
- Vai demorar pra sair?
- Por quê?
- Porque eu também quero tomar banho. E se você for demorar eu prefiro ficar aqui mesmo, já que não tem como eu tomar banho nem de chuveiro.
- Tô indo - ela diz - Pega a toalha pra mim fazendo favor.
- Eu não. - cruzo os braços - Levanta assim mesmo. - dou um sorriso malicioso e ela revira os olhos.
- Tá bom então - ela se levanta e pega minha camisa que deixei pendurada do lado.
- Opa, opa, opa - impeço ela de enrolar a minha camisa no corpo. - Que acha que tá fazendo?
- Você não quer pegar a toalha pra mim, então eu arrumo outra mais próxima - ela puxa a camisa, mas seguro firme pra não soltar - Solta Chris.
- Nem pensar - puxo com força a camisa.
- Solta!
Ela puxa e com a força que ela faz bato meu joelho na banheira. Puxo mais uma vez e acabo fazendo ela se desequilibrar e colo nossos corpos pra ela não cair.
- Quem disse que eu não ia te ver sem roupa de novo - sorrio e ela revira os olhos - Não sei por que está preocupada em pegar minha camisa pra se cobrir, já vi mesmo.
- Me dá a camisa - ela começa a puxar a camisa de novo.
- Meu Deus, você não desiste.
- Lógico que não. Tá frio lá fora. - ela puxa de novo - Eu deixei a porta do deck aberta.
- Se você continuar puxando nós dois vamos cair dentro dessa banheira.
- Então para de ficar segurando que isso não vai acontecer - ela sorri sem mostrar os dentes.
Puxo a camisa de novo e faço ela bater o corpo no meu de novo. Dou risada. Sempre que ela começa a ficar nervosa, ela fica vermelha, muito vermelha.
Meu joelho está extremamente encostado na banheira. Ela dá mais um puxão na camisa e sou eu que me desequilibro agora, fazendo com que eu a abrace e com que caíamos na banheira.
- Merda! - ela resmunga.
- Eu disse - dou risada e ela dá um tapa nas minhas costas.
- Palhaço!
Ficamos nos encarando por um bom tempo, e até esqueço que estamos dentro da banheira. Seguro seu rosto e deixo um beijo no seu pescoço e resolvo me levantar pra evitar de acontecer alguma coisa. Estendo minha mão pra ela e a ajudo a levantar.
- Toma!
Pego a toalha e dou pra ela. Ela se enrola, agradece e sai do quarto. Fico sorrindo como um idiota até meu celular vibrar com uma mensagem. Vejo que é da Charlotte, mas ignoro.
Tomo meu banho rapidamente, me troco e saio do banheiro. Encontro Dove sentada na poltrona e a pizza, já fria, em cima da mesinha.
- Fica tranquila - ela olha pra mim sem entender - Vai ficar só entre a gente.
- Obrigada! - ela sorri envergonhada.
Começamos a comer a pizza, mas ficamos em silêncio o tempo todo. Nem ao menos nos encaramos.
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