Capítulo 9
Maitê
Sua boca estava na minha, sua língua dançava dentro da minha boca e suas mãos passeavam pelo meu corpo nu.
Estava sentada em seu colo, estamos na cama, ele me apertou em seu corpo enquanto eu me movimentava.
Quebramos o contrato de nossas bocas com um gemido. Tombei minha cabeça para trás e senti ele lamber um de meus seios.
Rolamos na cama e ele ficou por cima de mim, se movimentando lentamente. Eu ouvia seus gemidos em meio aos meus.
Eu o sentia preencher-me por completo, arranhei suas costas e ouvi ele gemer o meu nome.
O som do despertador me trouxe a realidade. É, ele estava certo, tive outra coisa para pensar antes de dormir e isso influenciou nos meus sonhos. Snape me beijou noite passada, e foi tão bom que eu retribuí.
Me sentei na cama e olhei para o quarto, a claridade entrando pela janela, devido ao início do dia, o levantar do sol.
Levantei e fui ao banheiro, tomei um banho demorado, lavei meus cabelos e os hidratei.
Após o banho, me sequei e fui até o guarda-roupas. Olhei para minhas roupas, penduradas nos cabides. Optei por um vestido longo, vermelho escuro, num tom bordô, tem uma decoração delicada e dourada de folhas e caules de flores. Coloquei um cinto dourado com uma enorme flor vermelha no centro, onde se encontra o fecho. Calcei um par de saltos de plataforma, que não combinam em nada com o vestido, mas, que de qualquer jeito, ficarão escondidos pelo tecido do vestido. Saí de meus aposentos e segui para a sala dos professores.
Lívia já estava na sala, sentada no sofá lendo um livro. Eu a cumprimentei com um bom dia e recebi o mesmo em resposta, porém, de um jeito diferente, com raiva.
Ela deve saber que Snape me beijou ontem, ou deve desconfiar. Meu sorriso sumiu ao pensar que beijei um homem comprometido ontem a noite.
Não! Ele me beijou. Ele que traiu a Lívia.
Droga! Eu não queria que nada disso acontecesse. Não quero me meter no relacionamento de ninguém.
Vi Carlos entrar na sala e ele me olhou brevemente, logo seguindo para o outro lado da sala. Não ousei olhar novamente para Lívia, e fui para perto do meu novo amigo.
– Bom dia Carlos – Sorri para ele.
– Bom dia – Ele disse, num tom seco, evitando olhar para mim.
– O que foi?
– Nada.
– Estou vendo claramente que há alguma coisa te incomodando, então, ou é algo comigo ou você está muito irritado a ponto de descontar nos outros.
Ao final da frase ele olhou para mim e respirou fundo.
– É comigo então. Me diga, o que eu fiz?
– Você mentiu pra mim – Carlos olhou para a porta, segui seu olhar e vi Snape entrar na sala. Voltei a olhar para meu amigo e encontrei seu olhar. E eu entendi. Ele sabe.
Carlos, de algum jeito, sabe do beijo entre Snape e eu.
E agora? O colégio inteiro vai saber disso também?
Lívia! Ah, se Lívia descobrir isso vai querer minha expulsão daqui. Eu ficarei como a oferecida, a mulher que separa casais, uma destruidora de lares. Eu não sou assim.
Pelo canto do olho, vi Snape se aproximando de nós.
– Pruitt, LeBlanc – Ele nos cumprimentou, seu tom de voz, como de costume, sério.
– Snape – Pruitt o cumprimentou com um tom ríspido e isso me incomodou um pouco. Ele deve achar que eu o rejeitei para ficar com Snape, e dei-lhe uma desculpa qualquer.
– Professor Snape – Cumprimentei o homem de vestes negras, com raiva.
Snape me encarou e eu retribuí o seu olhar, ele pareceu surpreso, mas com o quê?
– Eu, – Ele desviou o olhar e focou em Carlos. – vou dar uma aula para o clube de duelos hoje, e preciso de um ajudante – Seu tom de voz mudou ao pronunciar a palavra ajudante, acho que Snape não gosta de Carlos. – O senhor..
– Eu ajudo, professor – Eu me ofereci, interrompendo sua fala, que, provavelmente, seria uma pergunta ao Carlos, se ele queria ser o seu ajudante.
– Tem certeza disso, professora LeBlanc? – Eu preciso estar forte caso algum dia encontre com Leonard, então, sim, eu tenho certeza! Não vou deixar mais ninguém pisar em mim. Nunca mais. – Eu não sou alguém fácil de derrotar – Snape disse, num tom presunçoso.
– Não quero derrotá-lo, professor Snape – Encarei seus olhos escuros. – Serei apenas sua ajudante nessa aula, pois é disso que precisa, certo? – Pisquei meus olhos, conforme aumentava o tom sarcástico em minha voz. – E então, vai aceitar-me como sua ajudante, Snape?
– Se estiver livre duas horas antes do almoço, sim – Ele disse e eu lhe dei um sorriso forçado.
Como ele consegue agir tão naturalmente, depois de ter traído a namorada me beijando ontem?
– Estarei sim – Confirmei. – Onde será a aula?
– Há uma sala nas masmorras ao qual usarei para esse fim. Eu busco a senhorita em sua sala para que não se perca – Anui com a cabeça e o vi virar-se e sair da sala.
– Agora vai ser ajudante do seu nam..
– Não – Interrompi Carlos, que me encarou. – Podemos conversar? A sós? – Pedi e ele desviou o olhar para a janela.
Ele respirou fundo e umedeceu os lábios.
– O desjejum logo vai começar – Disse, sem me olhar.
– Então, depois? No almoço? – Ele me olhou. – Precisamos conversar.
Carlos pensou por alguns segundos e, então, acenou com a cabeça, em sinal de sim, e eu respirei aliviada. Não quero perder sua amizade.
O professor Snape não compareceu ao grande salão para o desjejum. Só espero que coma algo antes de nosso duelo, não seria sensato demonstrar técnicas de duelo aos alunos estando fraco.
•✿•♡•✿•
Minhas aulas seguiram normais. Os alunos que haviam me pedido aulas de reforço antes, estavam cada vez melhores. Estou muito orgulhosa deles.
Quando deu o horário, vi Snape entrar em minha sala, no momento em que eu havia acabado de dispensar meu último aluno, que veio me agradecer pelas aulas de reforço.
– Está pronta? – Ouvi Snape perguntar, não olhei para ele.
– Claro – Levantei da cadeira e o acompanhei para fora da minha sala de aula, ao qual tranquei a porta com feitiços.
– A senhorita está bem? – Ele perguntou, assim que começamos a andar, lado a lado.
– É claro, por que não estaria? – Respondi. Não quero conversar com ele, não agora.
Se Snape não consegue ser fiel à namorada dele, eu não tenho nada haver com isso, contando que não me use. Então, tomei a decisão de impor a minha posição quanto a ele, o tratando com rispidez e sarcasmo, talvez assim ele entenda que não sou uma mulher que se envolve com homem comprometido.
Chegamos nas masmorras e Snape me conduziu até a sala do Clube de Duelos. Há muitos alunos aqui, creio que desde o quinto ano até o sétimo. Andamos até o outro lado da sala.
– A professora LeBlanc irá me ajudar nas demonstrações para essa aula. Então, calem a boca e prestem atenção – Quanta delicadeza, professor Snape. – Serão cinco feitiços de ataque e cinco feitiços de defesa, sem contagem para o início do duelo, pois na realidade não temos esse luxo de contar e esperar que seu adversário lhe ataque, será sempre quando se menos esperar – Ele se virou para mim. – Podemos começar.
Fizemos a postura de início de duelos, com as varinhas frente a nossos rostos, como se fossem espadas de esgrima.
– Não pegue leve comigo, professor.
– Isso nem passou pela minha cabeça.
Inclinamos levemente os nossos corpos e então endireitamos a postura, nos viramos e demos os cinco passos necessários, nos viramos novamente. Mantive minha posição de duelo enquanto esperava Snape me atacar. Como o duelo será sem contagem como aviso prévio para o primeiro ataque, não sei quando isso virá, tenho de ficar alerta.
– Estupefaça – Ele disse rapidamente e eu me preparei para o seu ataque.
– Deflexio – Consegui me defender com rapidez. – Alarte ascendare – O ataquei com o primeiro feitiço que veio a minha mente.
– Protego nerus – Ele não estava mentindo quando disse que não é alguém fácil de se derrotar, pois se defendeu com um feitiço de proteção que somente bruxos experientes e fortes conseguem conjurar com total sucesso. – Everte statum – Consegui me defender rapidamente, de novo. Meus reflexos estão bons.
– Estupore – Voltei a atacá-lo, e ele se defendeu rapidamente. Se isso fosse uma luta de verdade, eu com certeza perderia.
Perder.. eu já perdi muito. Inclusive duelos. Contra aqueles comensais. Contra o Leonard, aqueles anos todos.
– Expelliarmus – Voltei a realidade quando Snape me atacou, me defendi e logo o ataquei, estava com raiva. Raiva de ter sofrido todos aqueles anos com Leonard. Raiva de ter sido fraca. Raiva de Snape me beijar, dele me usar para trair sua namorada. Tenho raiva de homens assim.
Foi só um beijo, e, se depender de mim, não passará disso. Foi o primeiro e o último. Não me deixarei ser usada como um meio de traição entre Snape e Lívia. Não me meterei no meio da relação deles.
– Flagelum – Vi que ele se defendeu de meu ataque com dificuldade. Bom.
– Kadabrus – Esse feitiço não irá me derrubar hoje, de novo não. Me defendi, de uma forma que vi um professor de Beauxbatons se defender uma vez, numa demonstração de duelos aos alunos também, devem ter pego essa ideia daqui.
– Eletricus – Eu o ataquei, ele se defendeu, e nossas varinhas ficaram conectadas por um feixe de luz. A partir daqui, não há como não realizar algum feitiço sem que algum aluno se machuque.
– Chega! – Snape gritou. Eu baixei a varinha e ajeitei minha postura.
Andamos até o meio da sala, mas me mantive afastada dele. Eu o vi analisar meu vestido. O que se passa na mente desse homem para me analisar assim, tão descaradamente?
– Bem – Snape desviou o olhar de mim e o focou nos alunos. – Formem duplas e realizem cinco feitiços ofensivos e cinco defensivos, sem contagem para aviso prévio.
Os alunos o obedeceram, e ele se aproximou um pouco mais de mim.
– Agradeço pela ajuda, professora. Apesar, de que não acredito, que os ataques foram para demonstrações aos alunos.
– E o que mais seria, professor? – Perguntei, tentando não transparecer que ele estava certo. Mas, o fato de usar sarcasmo em minha voz, anulou esse meu pensamento. Droga, estou agindo feito uma adolescente com raiva.
– Já pode ir – Ele disse e logo girou nos calcanhares, me dando as costas. Respirei fundo e saí de sua sala, fechei a porta e segui para a sala de Carlos, precisava conversar com ele.
•✿•♡•✿•
Subi as escadas até o quinto andar, andei até a sala de Estudo dos Trouxas, onde encontrei Carlos lendo um livro, com as pernas apoiadas na mesa. Bati na porta e ele levantou o rosto, saindo de sua concentração para ler o livro. Ele me olhou e permaneceu em silêncio.
– Podemos conversar agora? – Perguntei, ainda parada na porta.
– Não sei o que quer conversar comigo – Ele disse, voltando a olhar para o livro. – Você me dispensou pelo Snape, ao menos podia ter me dito a verdade, ao invés de uma desculpa.
– Eu não menti pra você, Carlos – Disse, entrando na sala.
– Eu vi vocês dois aos beijos no corredor – Ele fechou o livro e o jogou na mesa, tirando as pernas dali e as abaixando, ajeitando sua postura na cadeira. – Eu ensino estudo dos trouxas, mas eu não sou troxa! Não gosto que me tratem assim, Maitê.
– Me deixe explicar então, por favor – Pedo e ele respirou fundo, anuindo com a cabeça e eu fechei a porta de sua sala.
Me aproximei de sua mesa, ele não me olhou, manteve-se focado no livro fechado sob sua mesa.
– Ele me beijou e eu retribuí. Foi o primeiro beijo – Me apoiei numa das carteiras. – Eu não vou negar que acho Snape um homem atraente, mas o que disse a você, Carlos, é verdade. Não estou afim de namorar ninguém.
– A forma como vocês estavam se beijando me diz ao contrário – Ele me encarou.
– Aquilo não vai mais se repetir – Afirmei e ele me olhou surpreso.
– Não precisa deixar ele só pra não magoar os meus sentimentos.
– Não é isso, Carlos – Me levantei da carteira. – Eu realmente não quero me envolver com ninguém agora. Já sofri por amor antes e não estou afim de passar por isso agora.
– Ah, então admite que ama ele? – Carlos me interrompeu.
– Não. O que eu quis dizer, é que já sofri por um homem antes, e isso me machucou e muito. O que preciso agora, é cuidar de mim.
– Entendi – Carlos disse, enquanto balançava a cabeça em sinal positivo. – Me desculpe, pela minha reação – Ele passou a mão nos cabelos. – Eu não gosto que mintam pra mim. Agora sei que você não mentiu.
– Tudo bem, eu entendo a sua reação – Interrompi ele. – Então, ainda somos amigos?
– É claro, amigos – Carlos disse sorrindo e eu sorri também.
– Só não comente pra ninguém sobre o beijo entre mim e Snape, por favor. Eu quero esquecer – Pedi e ele anuiu com a cabeça.
– Prometo que não toco mais no assunto – Ele disse com a mão direita levantada.
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Não vou escrever sobre a conversa da May com o Snape no final do capítulo, pois já a tivemos no cap anterior né 👀 kkk
É isso por hoje 🤗, espero que tenham gostado ☺️
Bjokas proceis e fui 🤭❣️✨
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