Capítulo 2
Severus
O que posso dizer sobre a nova professora de aritmância, a senhorita LeBlanc?
Ela é sempre doce e gentil com todos que lhe dirigem a palavra. Ela está sempre sorrindo para todos. Ela é uma mulher bonita com olhos belíssimos, com um corpo esbelto, sempre moldado pelos vestidos ou saias floridas.
Durante todo o mês de Setembro, a vi esbanjar suas estampas floridas por todo o castelo. Que, devo admitir, ficam belíssimos nela.
Mas LeBlanc me intriga.
Na primeira vez em que nos vimos, após ela trombar contra o meu corpo naquela curva do corredor, eu esperava que ela agisse como as outras mulheres. Umas me odeiam pelo que fiz durante meu disfarce de duplo espião na Segunda Guerra Bruxa. Outras se jogam em cima de mim tentando me seduzir para realizar seus fetiches de dormir com um ex-comensal da morte, o que é deplorável.
Mas a senhorita LeBlanc não teve nenhuma das reações que eu esperava. Ela não me olhou com ódio e nem me xingou. E ela não se insinuou para cima de mim. Confesso que achei isso estranho.
Em nossa pequena conversa, pude ver o esforço em tentar puxar assunto comigo. Talvez ela seja uma dessas mulheres que agem como se não tivesse interesse, mas, na verdade, tem interesses sim.
Ou LeBlanc é uma dessas pessoas que me odeia, mas tenta disfarçar esse sentimento sendo gentil comigo.
Conforme os dias foram passando, nos encontramos nos corredores algumas vezes, ela estava sempre perdida, e eu sempre a ajudei a encontrar o destino que queria ir.
Conforme esses dias passaram, com minhas falas secas e curtas, LeBlanc parou de tentar puxar assunto comigo. Agora, trocamos, no máximo, duas palavras quando nos vemos, como a boa educação de "bom dia", "boa tarde" e "boa noite". LeBlanc, sempre com um sorriso estampado no rosto. Eu, sempre com minha expressão neutra, que tanto Albus quanto Minerva dizem ser uma expressão carrancuda.
Estamos na metade de Outubro agora, e em alguns dias dessas cincos semanas, desses meses, eu vi LeBlanc ir para dentro da floresta proibida.
Curioso. O que a senhorita LeBlanc faz dentro da floresta proibida?
Então, no momento, me encontro andando entre as árvores secas da floresta proibida, atrás da professora LeBlanc. Seja lá o que ela vem fazer aqui, tem tirado o meu sono. Bem, isso e os pesadelos.
Demorei para encontrá-la e quando a encontrei, estranhei onde ela estava.
LeBlanc estava parada ao lado de uma árvore, com os braços cruzados, olhando para um rebanho de animais alados. Estou impressionado com ela poder os ver.
Os Testrálios somente são vistos por quem presenciou e aceitou a morte de alguém.
Quem a professora LeBlanc viu morrer para poder ver esse animais?
Um Testrálio é uma raça de cavalos alados, com um corpo esquelético, rosto com características de répteis, e asas de couro. Eles são muito raros.
Seus corpos são cobertos com um casaco translúcido e brilhante. Esta pele lisa e escura é um pouco escorregadia e tão fina, que os ossos dos testrálios são claramente definidos através de toda a extensão de seus corpos elegantes. Estes cavalos têm longas crinas pretas, bem como uma cauda grande, com cabelos negros como os dos cavalos ou terminando em um tufo como os das zebras. Eles têm asas vastas, que brotam das costas, sendo pretas e coriáceas, que são mais parecidas com as dos morcegos.
LeBlanc não parece ter repulsa e nem nojo de ver essas criaturas mágicas.
Alguns dos bruxos que podem vê-los, descrevem essas criaturas como sendo sinistras e assustadoras. Isto é porque eles são vistos como tendo grandes figuras ósseas e seus rostos são semelhantes aos dragões, exibindo olhos brancos e cintilantes que não têm expressão nem pupilas.
Após alguns minutos observando-a olhar para os Testrálios, respirei fundo e virei-me para partir dali. O plano era sair tão silenciosamente quando cheguei, mas não foi isso que aconteceu.
Maldito galho seco!
— Professor Snape, o que faz aqui?
Virei-me novamente para ela e me aproximei de sua pessoa.
— Eu lhe pergunto o mesmo — disse, tirando o foco de mim.
Ela não me respondeu, apenas virou seu belo rosto na direção dos animais e respirou fundo.
— A senhorita vem muito aqui para ver os Testrálios? — perguntei, fingindo já não saber disso. Ela me olhou surpresa.
— O senhor também pode vê-los?
— Posso.
— Desde a guerra? — ela perguntou baixinho, desviando o olhar de mim.
— Desde antes — respondi e ela me olhou novamente. Dessa vez foi eu quem desviou o olhar.
Fiquei grato por ela não me perguntar quem eu vi morrer. Sendo assim, eu não perguntei o mesmo a ela.
Ficamos por um tempo, lado a lado, observando o rebanho de Testrálios.
— Na primeira vez que vi um Testrálio, foi quando eu vim para a minha entrevista aqui — ela quebrou o silêncio, com sua doce voz. — Quando desci da carruagem, perguntei se Flitwick também os via, e ele confirmou. Me explicou um pouco sobre esses animais. Estudei sobre eles em Beauxbatons, mas na época não os via.
— Qual foi sua reação ao ver um Testrálio, pela primeira vez? — olhei para ela, que estava com sua visão focada num deles, perto de nós.
— Eu fiquei surpresa. A aparência deles é diferente de como eu pensei que seria, mesmo vendo os desenhos antes, é diferente quando os vemos com nossos próprios olhos. Eles têm sua beleza não compreendida por muitos.
Nisso eu tive de concordar com ela.
O animal que estava perto de nós se aproximou um passo e eu a vi erguer sua mão, para baixá-la rapidamente. Creio que ela queira acariciá-lo, mas deve ter medo para tal. Compreensível.
Caminhei para frente e ofereci minha mão a ela, que me olhou com curiosidade. Após poucos segundos, em que ela olhou de minha mão para os meus olhos, LeBlanc segurou na minha mão e eu a puxei, delicadamente, para perto do animal.
Com muito cuidado e cautela, eu acariciei a parte da frente da cabeça do Testrálio. Acariciei sua pele lisa e escura, que é um pouco escorregadia. Lentamente, levantei a minha mão que estava segurando a mão da senhorita LeBlanc, e as levei até onde estava acariciando. Eu pousei sua mão ali e vi a mulher sorrir grandemente com isso.
— Eles são criaturas leais, capazes de discernir um amigo de um inimigo e de oferecer ajuda aos seres humanos que necessitam de transporte — eu explicava enquanto acariciava o animal. Disfarçadamente, eu afastei minha mão da mulher.
— Sabe muito sobre eles, não é?
— Eles são criaturas incompreendidas. O Ministério os classificou como perigosos. Mas eles só atacam quem os ameaça. Durante a guerra, eles lutaram ao nosso lado, atacando pelo ar os gigantes que estavam ao lado do Lord das Trevas.
— Quem sabe agora o Ministério não os classifique como um pouco perigosos ou perigosos somente sob ameaça — LeBlanc brincou, e eu me permiti soltar um sorriso de canto por isso.
Vi-a acariciar a pele da criatura e decidi me afastar, deixando-a aproveitar esse momento.
Um momento fofo entre o nosso casal 😍
As informações sobre os Testrálios, eu peguei do site do Harry Potter Fandom. Eu pesquisei lá, mais para saber como descrever essas criaturas mágicas 😉
Espero que tenham gostado do capítulo ♡
É isso por hoje e até o próximo capítulo gentih lindah ☺️
Bjokas proceis 🤭❣️✨
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