Capítulo 14

Severo

- Como andam as buscas para o seu substituto? - Ouvi Flitwick perguntar ao professor de poções.

- Eu ainda não encontrei um professor adequado para lecionar em Hogwarts - Slughorn respondeu, antes de enfiar um pedaço de frango pela boca.

- Mas você já entrevistou muitos, não foi? - O vice-diretor levou uma garfada de lasanha aos lábios.

- Oh, sim, mas não senti nada com nenhum deles.

- Como assim não sentiu nada? Não é preciso sentir algo ao entrevistar possíveis substitutos para poções - Minerva entrou na conversa, antes que eu pudesse dizer algo.

- Estou esperando... não sei explicar... um sinal, talvez, de que encontrei o melhor pocionista para me substituir aqui - Horácio bebeu de seu suco.

- Está mesmo procurando um sinal ou não quer nos abandonar novamente? - Minerva perguntou.

- Não me leve a mal, Minerva, mas eu estou doido para voltar a minha aposentadoria. Eu lhe prometi que permaneceria como professor de poções aqui, até encontrar um substituto adequado, mas ainda não o encontrei.

Levei a taça com vinho em direção aos meus lábios e bebi um gole, apreciando o seu sabor.

- Professor, conseguiu encontrar a poção perdida? - Pomona Sprout perguntou, inclinando o seu corpo para frente, a duas cadeiras de distância de Minerva McGonagall.

- Poção perdida? - Minerva perguntou, olhando seriamente para Slughorn, que percebi engolir em seco.

- Oh, eu, am, fiz uma demonstração de como fazer uma poção mês passado, para os alunos. Realizamos o passo a passo dela, e não tivemos bons resultados, mas não posso culpá-los, a poção polissuco é difícil de realizar. Bem, quando eu estava arrumando minha sala, não encontrei minha poção. Tinha planos de ven... - Ele silenciou-se repentinamente, olhando de relance para a diretora. Soltou um pigarro e continuou. - ...de guardá-la para uso didático. Mas eu devo tê-la descartado junto com a dos alunos.

- É melhor ter certeza disso, Horácio, não é uma coisa boa termos alguém com uma poção polissuco por aí - McGonagall disse seriamente. - Por que não fui informada disso antes?

- Eu realmente acreditei que iria encontrá-la, mas me enganei - Ele respondeu tristonho.

- Que isso não volte a acontecer, Horácio. E caso aconteça, quero ser a primeira a ser notificada disso - Ela ergueu sua mão direita, com o dedo indicador levantado, soando com séria autoridade.

- É claro, diretora - Slughorn se limitou a responder, antes de voltar a comer.

É bom mesmo que ele tenha mesmo descartado sua poção junto com as dos alunos. Tomara que não tenhamos alguém aqui andando com uma dose de poção polissuco, ou que já a usou para algo que desconhecemos. Isso seria péssimo de acontecer.

•♡•

Isso somente poderia ocorrer com Slughorn, pois comigo nunca, jamais, ocorreu! Ingredientes roubados é uma coisa, mas uma poção? Onde já se viu? Perder uma poção! E não qualquer poção, a poção polissuco, a poção em que um bruxo pode se transformar em qualquer outra pessoa. Essa poção é muito perigosa para se perder assim. Onde já se viu!?

Mas Horácio nunca fora desatento assim, ao ponto de perder uma poção. Isso só deve ser um sinal para que ele se aposente de uma vez por todas, e logo! Precisamos de um mestre pocionista competente nessa escola e com urgência.

"Estou esperando um sinal para encontrar o melhor pocionista para me substituir aqui", mas que desculpa mais esfarrapada foi essa, Slughorn? Fica fazendo papel de quem está doido para se aposentar, mas não cumpri o prometido, que é encontrar um pocionista para lecionar aqui. É algo simples de se fazer! Ele já entrevistou um bocado de mestres pocionistas, mas ainda não contratou nenhum.

Perguntei-lhe uma vez o porquê de ainda não ter contratado nenhum de seus entrevistados, sua resposta foi que nenhum deles passou no seu teste. Mas que teste? Isso ele não se dignou a me responder.

Fechei a porta de minha sala, no terceiro andar, com força e caminhei até minha mesa, afundando na cadeira.

Se, quem pegou a poção de Slughorn, fizer alguma merda por aí, principalmente no colégio, isso vai gerar uma grande bola de neve, e se o jornal de fofocas descobrir sobre isso, Rita Skeeter irá dar um jeito de destruir a credibilidade de Hogwarts, de ser incopentente em manter suas poções bem guardadas de mãos curiosas. Slughorn seria demitido e sua carreira como mestre pocionista iria para o ralo, isso se ele quisesse lecionar algum dia, mas acredito que a aposentadoria é o seu destino tão aguardado. Minerva seria ridicularizada pelo seu trabalho de gerir um colégio, e com toda a certeza, o Ministério daria um jeito de substituí-la como diretora, burlando a linha de sucessão que nomearia Filius diretor. Hogwarts seria ridicularizada para sempre.

O jeito é rezar para que isso não aconteça nunca. Encontrar essa poção roubada ou quem a roubou. Se for um professor, ele ou ela não é de confiança e deve ser demitido imediatamente. Se for um aluno, uma grande detenção e redução de pontos de sua casa, isso se a expulsão não for o seu destino.

Mas quem roubou a poção e para que fim?

Já a usou ou ainda pretende usá-la?

Um suspiro cansado escapou pelos meus lábios, enquanto eu massageava minhas têmporas. Pensar nisso tem me dado dor de cabeça, desde que saí da mesa no jantar. Um bater na porta me fez erguer a cabeça.

- Pode entrar - Autorizei, após mais um suspiro pesado.

A porta se abriu e LeBlanc passou por ela, fechando-a logo em seguida.

- Boa noite, professor Snape - Ela disse, se aproximando de minha mesa. - Vim ver se o senhor poderia me dar uma poção de sono sem sonhos.

Não fala comigo há dias e é isso que me pede?

- Ainda tendo pesadelos? - Levantei e caminhei até um armário que tenho reservado para algumas poções, caso algum aluno precise durante alguma aula minha. Não sou mais o pocionista de Hogwarts, mas alguns casos têm de ser tratados com rapidez, não dando tempo de ir atrás de Slughorn.

- Infelizmente - Ela respondeu.

Peguei o último frasco dessa poção desse meu estoque, eu deixei algumas aqui para o meu uso. Fechei a porta do armário e ela caminhou em minha direção.

- Obrigada - Agradeceu ao pegar o frasco na mão.

- Devo adverti-la, que não é sensato tomar muito essa poção para dormir, pois, como reação, ela acaba com seus sonhos. Então, quando dormir naturalmente e quiser sonhar, não irá sonhar.

Ela olhou o frasco da poção na mão e depois olhou para mim.

- Bem, então acho que irei precisar de outra coisa para conseguir dormir.

Encarei seus olhos castanhos, entendendo as entrelinhas de sua frase. Mas não irei ceder facilmente assim.

- Como o quê? - Perguntei, vendo-a me devolver a poção. Segurei metade do frasco e meu dedo indicador encostou ao dela.

- Eu acho que - Senti sua mão subir na minha, seus dedos roçando os meus. - você poderia me ajudar nisso - Ela deu um passo para frente, se aproximando de mim, seus olhos nos meus.

- Então você realmente pensou naquilo antes de dormir? - Seus olhos desceram para os meus lábios, mas voltaram a me encarar tão rápido quanto desceu.

- Vai ter que me recordar daquilo, senhor Snape - Havia malícia em seu tom de voz, e admito que gostei disso.

Aproximei meu corpo do dela, baixando a cabeça e roçando meu nariz ao dela. Com uma última olhada em seus olhos, como um pedido de permissão que foi concedido, pelo castanho de seus olhos estar escuro de desejo, eu tomei sua boca na minha em um beijo demoradamente lento.

Invadi sua boca com minha língua, sentindo suas mãos subirem pelo meu corpo, em direção a minha nuca. Soltei o frasco de minha mão e ouvimos o som do vidro quebrando ao entrar em contato com o piso frio. O ignoramos.

Puxei seu quadril com força para perto de mim, sem quebrar o contato de nossos lábios. Eu devorava sua boca com uma fome indescritível.

Tomando consciência de onde estávamos, eu a empurrei até a minha mesa, quebrei o contato de nossos lábios por tempo suficiente para tirar as coisas de cima de minha mesa, com um feitiço não verbal, feito pela minha mão. Eu a sentei na mesa, abri suas pernas, subindo um pouco a saia de seu vestido, me encaixando ali, sentindo ela entrelaçar suas pernas em minha cintura, e voltei a beijá-la sem delicadeza nenhuma.

- Mais? - Perguntei, ainda a beijando.

- Mais - LeBlanc respondeu, e eu desci minha boca até seu pescoço, chupando sua pele macia.

Apertei minha mão em sua coxa, enquanto a outra permanecia em sua cintura, sentindo suas mãos passearem pelas minhas costas.

- Mais? - Perguntei novamente, voltando a encará-la.

- Mais - Ela respondeu ofegante, sustentando meu olhar. Subi minha mão de sua coxa até o seu seio, num percurso lento, apreciando as suas reações de me sentir tocá-la. Fechei minha mão em seu seio e o apertei levemente, LeBlanc fechou os olhos e soltou um gemido delicioso para os meus ouvidos. Segurei suas costas e voltei a beijá-la, aumentando a força de meu aperto em seu seio.

Quando ela começou a rebolar, forçando sua intimidade na minha, ambos impedidos de se sentirem naturalmente pelo tecidos de nossas vestes, eu gemi em sua boca, interrompendo o beijo. Inclinei meu corpo para frente, forçando-a a deitar as costas em minha mesa. Desci distribuindo beijos em seu pescoço, seu seio, por cima do vestido, sua barriga. Fantasias do que quero fazer com ela aqui e agora invadiram minha mente, e eu comecei a erguer a saia de seu vestido, para me dar acesso ao paraíso que há entre as suas pernas. Um tremor em seu corpo indicou uma risada vinda.

- Do que está rindo? - Perguntei, apertando suas coxas.

- Nada, eu só estou gostando desse seu lado sedutor e romântico. - Sua resposta fez, como se fosse, uma luz acender em minha mente, me fazendo parar de acariciar suas pernas.

Ela respondeu tão naturalmente, que deve ter esquecido que nunca tive essa conversa com LeBlanc, mas com outra mulher.

A poção que sumiu de Slughorn, então foi ela quem roubou. E para quê? Me ter?

- O que foi? - Ela perguntou, inclinando seu corpo para frente, apoiando seus cotovelos na madeira da mesa, no intuito de me ver.

Ela quer mesmo brincar disso? Ela quer mesmo jogar esse jogo? Comigo? Então eu irei jogar. As serpentes são mestres no jogo da manipulação.

- Você prefere que eu seja mais - Puxei seu corpo para mim, de forma que a sentei novamente na mesa, como reação, ela levou seus braços para a minha nuca. As suas costas, eu retirei a varinha da manga de meu casaco, e deslizei minha mão esquerda pelo seu corpo, em direção ao seu pescoço, fechando-a ali e apertando levemente. - bruto?

A mulher soltou um gemido satisfeito e retirou suas mãos de minha nuca, descendo-as pelos meus ombros.

- Sim.

- Você prefere que eu utilize de meios que a causem dor?

- O quê? - Sua testa franziu em confusão.

- Você sente prazer em sentir dor? - Deslizei minha varinha pelo seu corpo, vendo-o vibrar em antecipação do que imaginava receber. - Você gosta de ser submissa?

- Ah, sim, por favor senhor - Ela sussurrou, fechando os olhos.

Soltei sua garganta e puxei seus cabelos, em sua nuca, para trás, pousando a varinha em sua garganta.

- O que acha de um joguinho, querida?

- Oh, sim, sim.

- Onde está a Maitê, Lívia? - Minha pergunta fez a mulher me encarar, surpresa e confusa.

- O que? Do que está falando?

- Sabe do que estou falando - Disse seriamente.

- Que brincadeira idiota é essa? - Ela gritou. - Eu sou a Maitê!

- Não, não é - Afirmei, vendo-a tentar se mexer.

- Me solta! - Ordenou com raiva. Eu a soltei e me afastei. Observei-a descer da mesa. - Se quer a Lívia, vá atrás dela! Não me use dessa forma, Snape!

Ela passou por mim pisando firme, agarrei seu braço esquerdo e ela me encarou furiosa.

- Quando eu a encontrei na orla da floresta naquela noite, o que você fazia lá? - Perguntei. Precisava ter certeza de que essa não era a professora LeBlanc.

- Me solte, Snape - Ela mandou, puxando seu braço para tentar soltar-se de minha mão, mas sem sucesso.

- Responda!!

A mulher ficou em silêncio, seus olhos piscaram várias vezes e ela puxou novamente seu braço.

- Como eu adivinhei - Aumentei o aperto de minha mão em seu braço e a puxei mais uma vez, quando ela tentou se afastar de mim. Ergui minha varinha e a direcionei a sua pessoa, na altura de seu rosto. - Por que fez isso Lívia? A poção polissuco de Slughorn, aquela que sumiu, foi você que a roubou! Não foi? E para que? Se transformar em Maitê LeBlanc para me seduzir?

- Você a quer, eu sei disso! - Ela disse em voz alta. - Mas ela é muito puritana para você, Snape. Ela nem te quer, ela está namorando o Carlos. Mas eu o quero, Snape, eu vejo você, o você de verdade, e eu te quero. Me dê uma chance e você não irá se arrepender.

- Você é doente, só pode - Soltei seu braço e ela se afastou de mim, dando dois passos para trás, mas permaneci com a varinha levantada, ameaçando-a para que não se mexesse. - O que eu tenho de fazer para que você entenda que eu não te quero, Lívia? Porque negar na tua cara que não a quero, não adiantou!

- Não diga isso, Severo. Você passou por muita coisa nos últimos anos, é difícil saber quando alguém gosta de verdade de ti..

- Pois eu consigo ver muito bem! - A interrompi, furioso. Observei sua aparência e uma pergunta se formou em minha mente. - Me diga, Maitê LeBlanc está bem? Você precisou de algo dela, para que a poção desse certo. Ela está bem?

Vi a mulher engolir com dificuldade e ajeitar a postura.

- Lívia, a Maitê está bem? - Perguntei, receoso e com raiva.

- Por enquanto - Respondeu em tom soberbo.

- Lívia, o que você fez? - Dei um passo para frente.

- Percebi que Maitê gosta bastante de ficar dentro da floresta, então deixei-a lá, inconsciente - A mulher deu de ombros.

- FICOU MALUCA!! - Esbravejei, assustando ela. - A essa hora da noite há muitas criaturas que a atacariam!

- Ora, eu não sou um monstro, Snape! - Gritou. - Deixei uma barreira protegendo ela - Foi impossível não soltar um suspiro aliviado. - se bem que, essa barreira tem um tempo de duração pequeno, e - Ela pegou a varinha, da manga do vestido, que estava presa no braço direito. A varinha era de madeira clara, com vinhas escuras em volta da extremidade do cabo, contendo algumas flores rosas ali (imagem na mídia). - como ela está sem varinha, não sei se Maitê LeBlanc ficará bem por muito tempo.

- Me dê esta varinha, Lívia, agora - Ordenei lentamente, com a mão esquerda estendida.

Como resposta, Lívia jogou a varinha ao chão, para longe de nós.

- A essa altura, Maitê LeBlanc nem deve mais existir - Lívia cuspiu as palavras, era nítido que estava com raiva, e, como reação, eu prendi ela com o feitiço incarcerous, observei-a cair no chão com as cordas em volta de seu corpo, transfigurado no corpo de Maitê.

- Em qual parte da floresta você deixou Maitê? - Perguntei, após conjurar a varinha de LeBlanc até mim, com o feitiço accio não verbal.

- Eu não faço ideia - Respondeu com desdém, apontei a varinha em sua direção e ela logo se prontificou a explicar. - Nunca havia entrado naquela floresta antes de hoje.

- E por onde você entrou na floresta? Seguiu o caminho em direção reta? Contou seus passos para saber como retornar? Quantos passos deu? - Me agachei à sua frente.

Ela pareceu pensar.

- E-Eu não me lembro - Tomado pela impaciência, levei a varinha a sua cabeça e recitei o feitiço legilimens.

Vi Lívia atacar Maitê no corredor, por isso ela não estava no jantar hoje. Vi Lívia separar um pedaço de cabelo de Maitê. Vi Lívia sair por uma janela, voando com o auxílio de uma vassoura, flutuando Maitê ao seu lado, ambas escondidas por um feitiço de ilusão. Vi ela seguir até uma parte da floresta, que é de longe perto da orla da floresta. Quando Lívia voltou para o castelo, eu saí de sua mente.

Lancei a azaração da boca presa nela e me direcionei até a janela, que abri e passei por ela, voando logo em seguida, em direção a floresta proibida. Que Maitê LeBlanc esteja bem, por favor.

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Gostaram da varinha que escolhi para ser da nossa querida Maitê? Demorei para encontrar, hein.

Este capítulo foi maior que o anterior, espero que tenham gostado. O próximo só sai na semana que vem... até, my people

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