Capítulo 1
Quando Alex ouviu o ronco do motor da moto, se aproximou da janela. Sim, parece ele, pensou esperançoso ao chegar na janela. Por um motivo besta, mesmo sem ninguém com ele no quarto, ficou apenas alguns centímetros próximo da janela. Havia dois medos em seu coração: que não fosse o amigo e que, caso fosse, ele o visse pela janela e ponderasse o quão desesperado Alex estava. Muito.
Finalmente, Troy estacionou e tirou o capacete em frente ao prédio. O coração de Alex acerou demais e errou as próximas duas batidas, a primeira batendo rápido demais e a segunda quase não veio, como um sussurro. Ele nem notou isto, estava fascinado pelo movimento que o amigo fazia ao retirar o capacete. Deu para ver os músculos através da blusa no movimento de tirar o capacete. Alex estava agora quase na metade da janela.
Então, para sua angustia, Troy sumiu do seu campo de visão. Quando correu e se dependurou na janela, notou que ele já havia entrado no prédio.
Correu mais uma vez pelo ambiente. A cama estava feita, toda a bagunça do quarto escondida no armário, mas esta parte ele sabia que Troy conhecia. Afinal foi ele quem me ensinou, veio-lhe o pensamento e um sorriso.
Sem outra coisa para fazer, parado na cozinha e se certificando que a louça estava lavada, pela quinta vez, sua mente voltou a ser assaltada por lembranças... fortes. Uma parte do seu cérebro, a mesma que achava toda aquela cena uma armação muito perigosa, dizia, não, gritava para que ele não trouxesse certos pensamentos para a mesa. Infelizmente, para a parte racional, o outro lado da barganha estava com poder total e jorrou memorias de apenas dois meses antes... Dois meses?, perguntou-se o rapaz roendo uma unha. Parece que faz mais de um ano que não ficamos juntos na mesma sala.
A primeira lembrança que teve foi do dia em que conheceu Troy, ele não murada muito depois disso. Assustou-se com a aparência do rapaz, alguém tão bonito concordara em dividir a cena com ele? Troy era alto, muito alto, quase batendo no umbral da porta. Tinha os cabelos castanhos, e lisos, tão escuros que em certas luzes era preto. Alex gostou disso logo de cara, era como se Troy tivesse a habilidade de se transformar. Seguindo mais abaixo, Alex literalmente o olhou da cabeça aos pés, havia um par de sobrancelhas grossas, com um risco na esquerda; os olhos eram castanhos também, ele não conseguiu se decidir o que sentiu ao fitá-los seriamente por alguns segundos. Talvez fosse timidez, inocência (Em alguém daquele meio?) ou simplesmente um olhar sincero; um nariz comprimido, mas não chegava a ser grande e feio; combinava com suas orelhas levemente abertas. Os lábios...
Alex suspirou. Os lábios que viria a beijar, naquele mesmo dia, muito em breve. Eram uma coisa a qual não conseguia mais imaginar ou descrever sem colocar nele apenas sentimentos, bons sentimentos. Quase não se recordava como o lábio superior era um pouco pequeno comparado com o inferior, o qual pegou o costume de prender entre seus dentes e pressionar levemente. Era a parte que fazia seu cérebro desligar e o coração bombeava sangue para pelo menos cinco pessoas. Não, não tinha como pensar na boca de Troy sem se perder no que ela trazia de bom para ele. Pelo menos até a última vez...
Depois de um momento, notando o quanto o rapaz estava deprimido, a parte racional cedeu e trouxe-lhe o restante do quadro. E que quadro meus amigos. Havia três condições que proporcionaram que Troy fosse chamado para contracenar ao lado de Alex. O rostinho bonito para as câmeras: check. Agora tinha a segunda parte. O corpo de Troy não faria o diretor desejar nada. Tinha os ombros tão fortes quanto qualquer touro que puxasse carroças a vida toda, os braços, bíceps e todo o resto ressaltando músculos a quem quisesse ver. Ele tinha diminuído o líquido, para que ficassem mais aparentes. E funcionou, sua barriga estava no ápice, assim como o conjunto de peitoral saliente a camiseta. As pernas demonstravam a disciplina de Troy. Corpo padrão: check.
Alex passou rapidamente do peitoral para as pernas, não queria conferir o terceiro item que abriu as portas para o amigo. Tudo o que menos precisava, quando Troy chegasse, era que o encontrasse desesperado mentalmente e fisicamente.
Por falar nisso, quanto tempo demora para subir quatro lances de escada? A um minuto atrás exaltava como o rapaz era um touro forte e agora, entretanto, vinha como uma velha carregando as sacolas do mercadinho. Não podendo mais esperar, Alex foi até a porta decido a descer e ver se Troy havia desistido e ido embora.
Não precisou. Para sua sorte, não estava muito próximo da porta e sua sombra não estava projetada no pequeno vão abaixo, quando Troy bateu à porta.
Pela segunda vez na manhã, o coração de Alex parou de bater. Desta vez ele sentiu, sentiu com todas as emoções e músculos. Engoliu uma pedra de gelo com espinhos particularmente afiados. Sua parte racional, aproveitando o momento para sacaneá-lo ainda mais, soltou: vai lindão, você concordou em vê-lo agora aproveite, então se retirou.
Sem tempo para deixar que ela voltasse, Alex se jogou contra a porta e a abriu. Claro que não estava trancada, claro que Troy sabia disto e poderia simplesmente entrar. Mas as coisas haviam mudado.
Lá estava o mesmo rapaz alto como uma árvore, o capacete enfiado entre a dobra do braço. Usava uma blusa branca, de tecido leve, apenas para proteger o corpo contra o sol e vento enquanto estivesse na moto. Alex notou, pelo movimento o coração pulsando de Troy, o quanto aquela blusa era fina. Lembrou-se da vez em que tomaram chuva e o tecido ficou grudava no corpo do amigo, revelando mais do que deveria. Usava uma calça jeans preta não muito justa, sustentada por um cinto prateado. Nos pés o velho par te tênis surrado que Alex fizera uma petição para irem ao lixo.
Depois de olhá-lo novamente, como da primeira vez, da cabeça aos pés, o cérebro de Alex registrou que na luz da manhã o cabelo de Troy estava castanho, com um corte novo, raspado nas laterais.
— Oi, entra — disse Alex depois do que pareceu trinta anos parado feito um idiota na porta.
Ele não notou, mas Troy também perdera o senso do tempo quando viu a porta se abrir. Nem sequer ficou impaciente enquanto contemplava o colega. Contemplar é uma palavra estranha para quem apenas fita outra pessoa, mas Troy não apenas olhava o outro, ele literalmente contemplava um rosto há muito desejado. Demorou, pois, ficou parado no terceiro lance de escadas, ele sabia que se quisesse desistir tinha que ser naquele momento, depois não havia mais volta. Diferente do seu mundo atrás das câmeras, para a minha infelicidade, ninguém conseguia parar o mundo gritando "corta!". Era a vida real e teria que levar aquilo adiante, se terminasse de subiu aquela escada.
Por fim, decidiu que deveria tentar, mesmo que se magoasse, contudo tinha combinado de ver o amigo e se voltasse agora quem ficaria magoado seria ele.
Depois de bater a porta, seu campo de visão recebeu uma rajada de luz que vinha da janela atrás de Alex. Ficou cego por alguns segundos, e quando seus olhos foram se acostumando com o brilho intenso, uma forma masculina foi se revelando a sua frente. Notou algo estranho, mesmo quando já estava acostumado com a luz, ainda parecia que tinha um brilho próprio no vulto a sua frente.
Ainda sem saber o que dizer, ficou apenas estancado olhando o colega. Era quase errado Alex ter sido aceito naquele mundo. Era este, também, um dos motivos que os levaram a brigar e se afastarem. Alex tinha os cabelos louros e gostava tanto de um boné preto que quase fazia parte dele. Claro, como Troy suspeitava, que ele estava usando o boné ao contrário, com uma mecha do cabelo louro pra fora. Seu rosto possuía um formato oval, com as bochechas saudáveis, vermelhas e redondas. Orelhas pequenas e um nariz um pouco gelado em dias de chuva. Os olhos eram verdes escuros, como duas joias retiradas de uma mina. A boca pequena esboçou um pequeno sorriso a sua chegada.
A visão do quadro completo, com todas as peças acima, formava um rostinho de um garoto em um homem de vinte e seis anos, com o corpo tão musculoso e forte quanto o seu. Alex também seguia os requisitos para entrar. Tinha, até, mais peito que Troy, dois montes salientes sob a camiseta. O pior, ele tem o coração de uma criança, pensou Troy quase se esquecendo que viera para conversar e não voltar a briga tão chata que cada um já tinha decorado o script. Alex, quando ia ao supermercado, sempre deixava as senhorinhas pegarem algo na prateleira, se estivessem indo fazer isso ao mesmo tempo. Gritava na rua se visse alguém deixar algum troco cair e não devolvia maldade com maldade.
Como posso explicar essa peste dos infernos?
Troy sentiu uma pontada de raiva, mas estava feliz. Alex tinha esse dom, de confundir sua cabeça. E que dom...
— Oi, entra — disse Alex e ele aceitou. Se fossem brigar por Alex ser uma pessoa tão legal e não aceitava deixar aquele mundo, seria melhor sentado e tomando uma cerveja.
O apartamento estava impecável, como uma mãe gostaria de encontrar a casa após um dia cansativo de trabalho. O rádio tocava uma música pop, o gênero favorito de Troy, em som ambiente. É claro que ele fez de tudo para impressionar, pensou Troy e logo sentiu uma pontada de culpa e saudades. Quando esteve ali pela última vez havia uma cueca sua sobre o sofá, e logo ao lado uma camiseta de Alex. Gostava do ambiente familiar e acolhedor que conseguiam dividir e construir. Agora, por outro lado, eram dois estranhos em uma casa muito bem cuidada.
— Você está bem? Aceita uma Coca? Cerveja? Água? — Alex teve que morder a língua, literalmente, para parar de falar. Um segundo antes possuía uma pedra de duas toneladas sobre o peito, quando conseguiu se livrar dela, as palavras começaram a jorrar sem controle.
— Aceito a segunda opção, obrigado, e estou melhor. Você? — respondeu Troy sorrindo. Ele notou o nervosismo do colega e o seu pareceu desaparecer. Pelo menos era bom ver que ambos estavam ansiosos e que Alex não seria um mala com ele.
Não, claro que ele não guardou mágoa do que eu disse da última vez. Infelizmente esse não é o Alex.
— Estou bem. Só um minuto — quando o anfitrião foi buscar as bebidas, o visitante aproveitou para encontrar um lugar onde pudesse deixar o capacete. Achou um lugar sobre uma mesinha de canto, ao lado de um jarro de lírios brancos artificiais.
— Não estão muito geladas, lembrei de comprar só hoje de manhã... — vinha se desculpando Alex.
— Quando você diz isso é porquê elas não estão a ponto de congelar. Sei que estão ótimas — respondeu Troy aceitando a sua e logo confirmando que estava correto.
— Odeio que você presta atenção nas minhas manias e consegue decorar cada uma delas. Até parece quando a gente... — tela preta, silêncio constrangedor.
O único som, no minuto seguinte, foi o rompimento do lacre das cervejas. Troy tomou um gole, estava mesmo ótima, mas demorou-se no gole não pelo gosto, mas sim porquê tinha a garganta tão seca quanto um deserto. Ainda em silêncio cada um procurou um lugar para se sentar. Troy se acomodou no sofá, com os pés em um tapete grosso e fofo, e Alex puxou uma cadeira da mesa de jantar, o apartamento tinha um ambiente aberto com a sala e a cozinha.
— Quase não atendi sua ligação ontem — começou Alex depois do terceiro gole constrangedor. Secou os lábios e continuou: — Achei que fosse alguma cobrança ou telemarketing enchendo o saco.
— Tinha que comprar um telefone e número novos, você jogou o meu dentro do lago... — Troy esperou um segundo ou dois para ter certeza que não começara uma briga sem querer. As maçãs do rosto de Alex pegaram fogo, ficando tão vermelhas que dava para ver o sangue correr, e Troy soube que escapara por pouco.
A música acabou, começou uma balada romântica com um dueto entre dois cantores. O homem tomou os primeiros versos.
— Desculpe por isso — voltou a dizer Alex. — Mas você também me provocou.
— Eu sei, sinto muito.
— Eu não penso aquilo de você.
— Eu também não penso que você seja uma pessoa hipócrita. Desculpe.
— Não... — Alex jogou a cabeça para trás. Esperou que Troy não tivesse notado o movimento discreto que fez para seca uma lágrima teimosa que insistiu em cair. Suspirou alto e voltou: — Não temos que repassar nossa última briga ofensa por ofensa.
— Já eu penso o contrário. Disse coisas desnecessárias, maldosas e mentirosas para você, mentirosas porque estava furioso e não penso nada aquilo de você. E se for para eu sair por essa porta — indicou a saída com a cerveja — e nunca mais voltar, não quero que pense que sou um filho da puta pelo resto do tempo em que ainda se importar e se lembrar de mim.
Um momento antes, trocaram apenas meias palavras, mas a cerveja deu a coragem extra que faltava para Troy começar a o seu plano.
— Então fale o que tem para dizer — foi assustador ver o quão sincero Alex podia ser. Deixou a cerveja em um canto, virou a cadeira para que pudesse ficar cara a cara com o amigo e esperou. Os olhos verdes faiscaram de curiosidade.
O primeiro pensamento de Troy foi de abandonar sua cerveja, se levantar e arrancar o colega daquela cadeira e dar-lhe..., mas sua coragem não estava tão aflorada. Em vez disso, se agarrou tanto a cerveja que a lata começou a amassar.
— Ok, primeiro eu não acho que você seja um hipócrita por estar nesse mundo em que estamos e querer continuar sendo uma pessoa bacana. Eu acho, não, tenho certeza que naquele momento quem estava falando eram o meu ciúme e inveja. Como uma pessoa que só leva porrada na cara, pauladas nas costas, tratado como um lixo que se tiver um pouquinho mais gordo perde serviços, como uma pessoa que tem que trocar de personalidade como troca de roupa, continua a ser quem ela é? Como faz para ter essa integridade toda? O que eu sentia era ou ainda é inveja de como você entrou no que entrou, mas não deixou essa coisa entrar em você. Olha para mim! O que você disse que pensava de mim depois do nosso primeiro trabalho juntos?
— Eu não pensava — corrigiu Alex esquecendo que tinha, discretamente, de limpar os cantinhos dos olhos. Era como se uma nuvem negra, carregada de energias ruins, maldosas e autodestrutivas tivesse parado, pelo que pareceu um longo, sobre a ilha que era o relacionamento de ambos. E que, para fugir dessa nuvem negra, cada um tivesse tomado um barquinho precário para si e navegado em um mar de incertezas e pensamentos confusos. As palavras de Troy eram como uma corrente puxando o barco de Alex de volta para essa ilha, e que a nuvem negra finalmente se mostrara passageira e estivesse abrindo um pequeno caminho de sol na escuridão. Estava tão feliz que chorou de alegria e alívio, mas não se atreveu a imaginar que poderia habitar novamente naquela ilha. Seria esperar demais, até para alguém emocionado como eu.
— Eu não pensava — recomeçou — eu sabia que você é uma pessoa boa.
— Exatamente. Eu fiquei impressionado com sua personalidade logo no primeiro momento e queria que nós pudéssemos ser pelo menos colegas. O restante das pessoas que andavam comigo naquela época eram pessoas tão derrotadas consigo mesmas que traziam um vazio para quem estivesse a sua volta. Não estou querendo colocar a culpa em ninguém, eu próprio devo ter espelhado esse vazio para algumas pessoas. Mas você foi diferente desde o começo. E eu tentei ser igual a você. Poxa o que custa esperar a mulher grávida passar na nossa frente na fila do banco? Lembro que você me ensinou pequenas lições da vida que eu não poderia ter comprado com dinheiro ou aprendido sozinho porque estava feliz na minha zona de conforto. E quando eu vi o quão chato e difícil isso era, comecei a ficar com raiva de você e disse que era um porco hipócrita, mas nunca cheguei a pensar isso. Por favor, me perdoe.
Pronto, estava feito. Troy rasgou essa página do plano. Suas mãos estavam machucadas nas dobras da lata, mas sentia, dentro do coração, que valia a pena.
Naquele ponto do discurso, Alex chorava abertamente. Finalmente, depois de dois meses a deriva no mar, tinha colocado os pés na areia novamente. Sentiu cada pequeno grão entre os dedos, sorriu com o sol brilhando outra vez, satisfeito por ver o horizonte a sua frente. Não sabia o que poderia acontecer além daquela linha brilhante e azul, mas pelo menos estava feliz que teria um amigo. Que sempre teve um amigo.
Troy esperou um momento, constrangido e com raiva de si mesmo. Fora ali para consertar as coisas e em vez disso fizera o colega chorar. Quando ameaçou falar algo, já sem cerveja para disfarçar, Alex levantou a mão e pediu licença.
E agora, porra? Pego o capacete e vou embora? Que grande filho da puta eu sou. Por que tudo o que faço eu termino igual um maldito covarde? Ele próprio estava assustado e confuso com seus sentimentos. Era assustador ver que, depois da nuvem negra, as coisas entre eles continuavam, ou poderiam continuar, exatamente como antes. Então ouviu a voz da razão: senta essa bunda magra e espera, caralho!
Um.
Dois.
Três minutos depois Alex voltou, recomposto. Sabia que Troy tentaria dizer algo para quebrar aquele clima, então saiu na frente:
— Agora é minha vez, por favor. Eu fiquei muito magoado com o que você me disse e fiquei me autossabotando com pensamentos ruins a seu respeito. Desejei que batesse de moto e quebrasse uma perna. Assim precisaria voltar aqui para casa, eu te trataria mal, daria comida fria pra você e até... olha como isso estava me fazendo mal. O que um acidente traria de bom para mim? Pior ainda, para você? A sua sorte, acredito eu, foi que não sei qual o fio cortar na sua moto para tirar os freios. Enfim, depois eu percebi que nada do que pensasse, bom ou ruim, traria você de volta se esse não fosse o seu desejo. Então veio a aceitação e a tristeza. Eu disse que ficaríamos juntos do seu jeito e que nunca cobraria nada de você, mas aquilo que eu disse era tão verdadeiro quanto o sinto que é agora — no fim, Alex deixou a mão descansar sobre o peito. Estava orgulhoso de si mesmo por reunir forças o bastante para falar tudo isto sem cair no choro novamente.
— Alex, não me faça sentir pior do que naquele dia e me sinto agora. Eu disse a verdade para você. Não porque eu sou uma pessoa exemplar, muito pelo contrário. Era o meu vazio falando mais alto, querendo exibir o que possuía para me sentir melhor. Falando: olha como eu sou um cara foda, ela até aceita tudo o que quero e faço. Mas, independente do motivo, eu fui sincero com você.
— Eu sei, e sei que ela não tem nenhuma culpa. Desculpa ofendê-la, mesmo não querendo aceitar que você tem sentimentos por ela e eu deveria, pelos menos, no mínimo, respeitá-la. Era esse o trato... — foi deixando as palavras morrerem em um sussurro.
Como era difícil! Porra! Tudo o que Troy desejava, cerrando forte os punhos, novamente, era correr até o colega e toma-lo nos braços, dar-lhe um beijo que arrancaria o boné de seus cabelos louros, e o ar de seus pulmões. Algo que os faria felizes, mesmo que nunca mais se vissem depois daquele beijo. Mas teve medo de que a nuvem negra voltasse com qualquer nova idiotice sua.
— Quando me mostrou a foto com ela — retomou Alex dando pequenos passinhos até o sofá, para perto do amigo.
— Alex, eu...
Mais um passo.
— O que estavam fazendo...
Mais um passo.
— Fui um canalha expondo-a daquele jeito...
O último passo.
— Eu senti ciúmes do que vi. Do que ela tinha. Sabia que, mesmo querendo muito, não poderia mudar o que você sentia... por isso joguei o seu celular no lago. Desejava nunca mais ver aquilo de novo.
Alex estava em frente a Troy, e este não sabia o que fazer, ficou parado, com a lata estupidamente entre os dedos gelados. Mudar o que eu sentia você nunca pode mesmo, mas fez melhor que isso, construiu algo novo, melhor, em verdade com quem eu era, por isso fiquei tão assustado e me afastei. Não ligava para a briga, pouco me importava com o celular, foi só fazer um trabalho e consegui comprar outro. O motivo que me afastei foi medo pelo que você conseguiu plantar em mim. Quando eu senti as raízes desse sentimento fazendo cocegas na minha barriga, entrei em desespero e fui embora, desculpa por não ter sido o homem que você amou. Poxa, a melhor parte do discurso e do plano ainda não estava pronta para ser dita em voz alta.
— Tínhamos um trato e eu deveria ter respeitado isso também, nunca deveria ter exibido ela para você, não daquele jeito — Troy encontrou algo para dizer, em vez do que realmente sentia.
Parado diante dele, Alex começou a se abaixar.
— Mas agora estamos aqui — disse.
Ficou de joelhos no tapete macio da sala.
O rápido começou a tocar Sad Girl.
♫♪ Being a mistress on the side
— Eu ainda estou com ela — avisou Troy.
Alex fechou os olhos com força, a parte irracional do cérebro jogou aquela informação no vaso e deu descarga três vezes. Deixou a mão repousar em uma das coxas fortes de Troy.
♫♪ It might not appeal to fools like you
— Eu sei — foi o que conseguiu dizer sem ofender ninguém. A parte de como sabia, seguindo cada nova foto postada no Instagram de ambos, não precisava ser revelada.
— Se você tem certeza...
Alex acomodou os joelhos de lado, para não machucar.
♫♪ Creeping around on the side
— Eu tenho — começou a passar a mão pelo tecido jeans da calça, subindo um pouquinho de cada vez, como se estivesse tímido e aquela fosse a primeira vez que fizesse aquilo. — Quando estou com você tenho certeza de qualquer coisa, mesmo das que sei estarem erradas — sua mão encontrou o volume dos testículos de Troy, que se contraiu involuntariamente com o calor do toque.
— Nunca te faria acreditar em nada que fosse contra sua vontade — disse entre os lábios mordidos. Seu coração começou a disparar como se estivesse tentando apagar um incêndio e ele o xingou por isso. Sabia para onde todo aquele sangue estava sendo bombeado. Droga dos infernos! Agora vou parecer que estou tarado e tudo o que queria era sexo ao vir aqui hoje. Duro com um toque superficial, e ainda vestido! Nota dó para meu profissionalismo.
Não demorou mais que alguns segundos para Alex constatar que havia um novo volume se formando entre as pernas grossas do rapaz. Sorriu em ver que ainda possuía algum fascínio sobre o amigo.
Mal ouvia agora os versos nos alto-falantes.
♫♪ You haven't seen my man (man, man)
— Posso? — indagou agarrando a massa rígida.
— E houve algum dia que não? — Troy gemeu de prazer. Já estavam velhos demais, adiantamos demais naquele jogo, para fingimento. Se ele tentasse fingir qualquer coisa, Alex o conhecia bem o suficiente para descobrir sozinho a verdade.
O pau estava marcando a coxa esquerda, como Alex sabia que faria. Ele é naturalmente torto nessa direção, recordar aquilo lhe trouxe um sorriso sacana. Então começou a abrir a calça pelo lado direito. Troy mordeu o lábio inferior. Ele sabia que se apenas o tecido e a mão do colega o estavam deixando naquela situação, teria o gozo mais rápido da história. Pelo menos fora das câmeras podemos gozar igual pessoas normais, eu não aguentaria ficar segurando, não hoje.
Depois do zíper, foi a vez do botão. Um segundo depois, puxando a calça para baixo, contemplou uma cueca branca, nova, sobre a rola dura de Troy, assim como a blusa a cueca era fina, dava para ver a pele escura do pênis marcando cada veia inchada de sangue.
— Nunca vi você tão predisposto — brincou Alex. — Tomara que não tenha tomado nenhum remédio, te dei álcool.
— Cala a boca — rosnou Troy. Soltou outro gemido de prazer quando Alex agarrou seu pau e o apertou com força com o insulto.
— Acho que sei como calar minha boca.
— Isso — os olhos de Troy brilhavam como se tivesse prestes a abrir seu presente de natal a muito desejado e solicitado ao papai noel.
♫♪ I'm a sad girl, I'm a sad girl
A música continuou, mas ambos são prestavam mais atenção.
Com um movimento rápido e costumeiro, Alex agarrou o cós da calça e Troy, automaticamente, soube o que fazer. Levantou as nádegas alguns sentimentos e o colega puxou a calça em alguns segundos. A tirou pelo tornozelo sem dificuldades e jogou para trás sem conseguir dar importância onde fosse parar.
Sua atenção estava em hiper foco no terceiro motivo que fez de Troy um astro em seu mundo; uma rola descomunal: check.
Era uma tora deixada de qualquer jeito sobre a coxa esquerda, grande demais para Troy conseguiu empurrar para o meio das pernas e ser discreto quando estivesse duro em público.
Com um sorriso que misturou obscenidade da mais escura e uma alegria juvenil, Alex se jogou sobre a rola. Estava com fome, tanto tempo em mar aberto, sem nada para comer, estava cobrando seu preço agora. Contudo não poderia fazer a faminta, arrancar a rola e chupar desesperadamente, faria isso, e como faria, mas antes brincadeira um pouco. Aproveitando o momento.
Deixou o nariz percorrer a rigidez peniana, inalando como se sua vida dependesse daquele aroma de macho limpinho, de tecido recém lavado. Como era bom a mistura de ambos, chegou na cabeça, dava até para sentir o sabor salgado se ela tivesse sido usada recentemente. Isso lhe trouxe uma onda de saliva sobre a praia. Engoliu e inalou novamente, quase, se pudesse, enfiando o tecido nas narinas como um drogado em abstinência.
O próximo passo foi usando os dentes com delicadeza para demarcar os centímetros daquela tora de madeira. Mordeu brandamente o pau e usou a limpa por detrás para molhar o tecido, foi mordendo e marcando até o final, a base peluda. Dava para sentir os pelos arranhando o tecido, querendo participar. Alex não tinha barba, assim como o amigo, e tinha o costume de se manter liso, os diretores sempre diziam que um cara com rostinho de criança e cu peludo quebrava a fantasia. Já Troy, fora a barba existente, tinha o peitoral todo peludo — enquanto o lambia, Alex levou a mão por debaixo da blusa, ansiando pelos cabelos grossos do peitoral —, assim como o resto.
Alex contou seis mordidas ao longo do varão, mas perdeu a conta tão rápido a fez. Sua atenção estava no cacete pulsando e batendo na maçã do rosto mais próxima. Ele inalou os pentelhos uma última vez e subiu o rosto.
Assim como esperava, e não se decepcionou, já havia uma marca transparente na cabeça e na cueca, mostrando a liquido pré-ejaculatório que minava da glande. Alex o lambeu com avidez, era amargo e limpo, mal notou que estava mamando a cabeça com roupa e tudo. Quando se afastou, a marca de pré-gozo tinha sumido. Agora havia uma marca grande da sua saliva.
Troy suspirou, fazendo o cacete saltar duas vezes. Alex soube que nenhum deles podia mais adiar aquele momento. Enterrou os dedos nas laterais do elástico e puxou de uma vez. Teve o efeito desejado, para sua alegria. O cacete, finalmente livre, saltou diante dos seus olhos, movimentando para cima e baixo, três vezes. Antes que pudesse parar, Alex o agarrou pela base e inalou os pentelhos. Ria tão inocente e feliz que Troy lhe deu um tapa no rosto, para lembrá-lo de que era uma boa vadia mamando e queria o trabalho bem feito.
Motivado pelo tapa, Alex passou aos trabalhos.
Curvou-se um pouco e lambeu atrás do pau algumas vezes, sua língua aproveitando cada centímetros da piroca que ficava mais dura a cada batida de punheta. Subindo por trás, sua língua encontrou a marca da circuncisão. Como era gostoso um pau assim, sem qualquer risco de acúmulos indesejados. Depois de aproveitar aquela parte, foi direto para a glande. Encontrou uma poça de pré-gozo escorrendo pelo lateral. A chupou antes de voltar e enfiar toda a glande na boca. Não ficou satisfeito até a carne tocar o fundo da garganta, e nem depois disso ficou. Começou a se mover, procurando o ângulo que lhe deixasse enfiar o pau torto de forma prazerosa garganta adentro.
Quando o encontrou, Troy soltou um gemido rouco. Sua jeba estava entrando garganta adentra, batendo um pouco nos dentes — arrancando outro gemido — até finalmente a testa de Alex bater contra seu corpo. O boné, naquela posição, não atrapalhou em nada. Era exatamente por isso que Alex sempre o usava para trás.
O pau o sufocou por alguns segundos, ele segurou o corpo naquela posição, se afastando apenas o suficiente para os lábios pressionados contra a carne pudessem se acariciar alguns centímetros, e logo voltou até a base. O saco e seu queixo dividindo uma dança apenas deles.
Com os olhos cheios de lágrimas, finalmente se afastou, deixando um rasto discreto de saliva. Tomou ar em menos de um segundo e sua saudade o fez abocanhar a glande novamente, desceu os lábios até onde o pênis começava a ficar torto, daquele ponto conseguia ir e vir rapidamente, sem machucar Troy com seus dentes. Troy sabia muito bem o que ele queria parando justamente ali e lhe agarrou a cabeça. Então Alex sorriu ainda mais, era bom que não tivessem perdido velhos hábitos.
Segurando a cabeça do colega fixa, Troy passou a meter-lhe a pica, um vai e vem descontrolado em que tinha que parar exatamente onde a curva da pica começava para que não se machucasse e não engasgasse Alex.
Apesar de não estar enfiando toda a rola na boca, não foi fácil para Alex. O pau tinha seu tamanho e mesmo indo até a curva, era mais do que a metade e o estava bloqueando a respiração tão rapidamente, antes de se afastar e voltar, que era como se realmente não estivesse respirando. Logo ficou sufocado, com uma mistura de prazer queimando cada átomo do seu corpo. O movimento deixava Troy cada vez mais perto de gozar, notando isto, segurou mais firme e meteu até sentir o nariz do colega roçar abaixo do seu umbigo.
Ambos urraram de prazer, Troy em voz alta e Alex entalado com pica, do melhor jeito em sua opinião.
Ficaram nessa brincadeira, de meter com força até o fim, e depois várias vezes até a curva, por uns três minutos. Nesse tempo todo, o pau de Troy foi ficando cada vez mais inchado e sensível. De repente, Troy começou a procurar uma outra posição no sofá, o pau latejando. Alex notou que ele procurava um meio de distrair sua mente, que focalizava apenas em jorrar seu leite glande afora. Notando que o clímax estava a porta, parou de chupar no mesmo instante.
Em vez de Alex, foi Troy quem recuperou o folego daquela vez. Olhando para os lados em busca de algo que não o visse gozar naquele instante.
Aproveitando o momento, Alex tateou a própria bermuda, como um bêbado, em busca da porcaria do botão. O encontrou e tratou de logo se ver livre o zíper. Sacou o próprio pau, este como o de Troy estava: check. Sua mão mal dava conta de segurar a parte dianteira. Não precisou cuspir sobre a glande. Estava tão molhado como uma virgem olhando um homem nu pela primeira vez. Com a ajuda do pré gozo passou a ordenhar o pau descontroladamente. Ao contrário do amigo, ainda não estava tão sensível, mas queria estar, para dividirem o momento do gozo.
Quando voltou a mamar o seu macho, não parou de bater. Dividia os movimentos entre o constante ritmo da punheta, indo até o fundo do pau provocando a tão saudosa auto asfixia erótica, voltando e mamando a cabeça como um bezerro. Troy o segurou pela nuca e o fez procurar petróleo na própria pica. Quando notou que havia entrado tudo, realmente tudo, as vezes os dentes pegavam, mas não importou, enfiou o nariz do outro rapaz na sua barriga e gemeu. Dobrou o corpo para frente e macetou aquela garganta. Não era profunda, era subterrânea.
Alex espancou o seu palhaço em um ritmo tão acelerado e duro que logo ficou com o pênis sensível. Muito em breve gozaria os dois meses de castidade.
Com a glande procurando sua alma boca adentro, sentiu um terrível anseia e foi liberto por seu carcereiro. Respirou como se estivesse submerso por tempo demasiado. Os olhos verdes e infantis eram suas pequenas piscinas no meio daquele oceano de prazer.
Quando percebeu que Troy gozaria com ou sem a sua ajuda, a partir daquele momento, o pau dando pequenos saltos de prazer e tremendo da base a glande, voltou a mamar. A etapa final da sua jornada do viado. Agora eram movimentos apressados fazendo glub, glub, glub com saliva escorrendo para todo canto. Não demorou muito e o próprio Alex estava derramando leite sobre o piso limpo da sua casa. Não sem antes jorrar quatros jatos fartos de porra no sofá. A porra escorreu lentamente, como orvalho em uma manhã, caindo no piso, e depois sua glande ficou derramando o resto, enquanto ele continuava a se masturbar, para trazer todos os filhos ao mundo.
Vendo que o colega já fizera sua parte, Troy teve vontade de tomar-lhe a cabeça do pau, enquanto ainda estava rijo, e se afogar nela, sugando toda a porra que pudesse encontrar. O pensamento de mamar Alex foi o ápice. Gozou como não se lembrava há muito tempo.
Os urros e palavrões que soltou não faziam parte de nenhuma cena, as câmeras estavam off. Foi de coração que segurou a cabeça do colega uma última vez e lhe meteu a pica até o talo para se certificar que não gozaria fora.
Alex revirou os olhos, como se precisasse disso. Tragou o corpo do pênis com sabedoria, engolindo e mamando a porra sem fazer a menor careta. Quando sentiu que acabou, afastou o rosto. Muito apressadinho, pensou Troy, rindo consigo mesmo. Alex moveu os lábios para perguntar o que estava acontecendo. Sua resposta foi uma esporrada no olho. Ele gritou e xingou Troy por ficar com a maldita vara apontada para ele e não avisar que ainda não tinha acabado. Mas deliciou-se ao voltar para o cacete, enterrando bem fundo na garganta, e receber o finalmente o leite.
Troy o olhou naquela posição. Os raios de sol entre os cabelos dourados, os olhos tão avermelhados que ele não sabia se era choro de prazer ou tristeza. As bochechas vermelhíssimas.
Eu aprendi a amar você e isso me deixou com medo, pensou.
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