☆《MY OBSESSION》☆
☆《▪︎ Shane Walsh ▪︎》☆
Uma semana depois
— Tô pronta. — Virei de uma vez, olhando para Anya por cima do ombro.
— Verificou sua arma? Tá carregada? Colocou os pentes reservas na mochila?
— Sim, senhor, Shane mandão. — Anya resmungou sem me olhar, enquanto verificava algo na bolsa.
Buscar suprimentos era só um pretexto. O coreano não precisava fazer tudo sozinho, claro, mas essa era a desculpa perfeita para tirar Anya do acampamento. Lori insistiu que era perigoso, que a irmã não era experiente o suficiente. Eu estava pouco me fodendo. Ia estar lá para protegê-la. E, sendo bem sincero, não era na porra das buscas que eu queria ver experiência.
Me aproximei devagar, tirei a bolsa das suas mãos e joguei-a sobre a cama. As minhas deslizaram para sua cintura, puxando seu corpo contra o meu. Anya espalmou as mãos no meu peito, e o cheiro doce de baunilha invadiu meus sentidos. Mulher cheirosa da porra. Subi uma das mãos para seu pescoço, o polegar deslizando devagar pela linha do maxilar, enquanto os demais dedos pressionavam sua nuca. Seus olhos ansiosos estavam presos nos meus.
— Vou te mostrar o quanto eu sou mandão.
— Tô contando com isso. — Anya se esticou, ficando nas pontas dos pés e mordendo meu queixo.
Porra.
— Posso confessar uma coisa? — Minha voz saiu rouca, os dedos ainda traçando a pele macia do seu rosto.
— Pode...
— O dia em que você matou o Ed... porra.
Abaixei o rosto, selando nossos lábios em um beijo lento, profundo e provocador. O tipo que começava leve e terminava com a respiração falhando.
Foi rápido, mas o suficiente para me deixar de pau duro. Essa mulher ia me destruir.
Separei nossas bocas e mordi forte o lábio inferior dela. Anya arfou baixinho e cravou as unhas no meu peito.
— O que tem aquele dia?
— Me deixou com um tesão do caralho.
Pressionei o volume da minha calça contra o ventre dela. Anya estreitou os olhos e me deu um tapa no ombro antes de se afastar e voltar para sua mochila.
— Você é maluco.
— Nunca neguei. — Dei de ombros.
Anya suspirou, e seu semblante mudou de divertido para frustrado em um segundo. Tombei a cabeça de lado e dei alguns passos na sua direção.
— Ei, o que foi?
— Melhor a gente sair logo, antes que minha mãe e minha irmã voltem a infernizar minha vida com mil e um motivos pelos quais eu não devia ir com você.
— Elas não vão. — Garanti, mas, se tratando daquelas duas, já dava para esperar qualquer coisa. — Deixei tudo explicado para sua mãe, passei nossa rota direitinho. A gente vai e volta hoje mesmo, e de quebra traz mais suprimentos... Ei, dona encrenca...
Segurei seu queixo, erguendo seu rosto até seus olhos encontrarem os meus.
— Quero que esqueça elas por agora, entendeu?
— E se elas estiverem certas?
— Não estão. E, caso algo dê errado, eu vou te proteger. Além do mais, você já está atirando bem; as aulas extras comigo e com o Daryl te ajudaram pra caramba. Confia em mim?
— Confio.
— Então vamos.
Abri a barraca e coloquei a cabeça para fora antes de finalmente sair. O círculo de barracas que montamos como uma fortaleza para passar segurança para Carol — a minha, da Anya e da Amélia, a do Daryl, Carol e Sophia, Glenn e T-Dog — estava silencioso. Olhei para o céu enquanto saía e estendia a mão para ajudar Anya. Azul, sem uma única nuvem. O dia seria quente e ensolarado.
Caminhamos juntos, conversando e rindo, como dois amigos normais. Nada de beijos ou abraços. Só que, quando nos aproximamos da parte mais alta, onde Dale mantinha seu trailer e a fogueira central era feita, a trilha estreitou, e deixei Anya ir na frente.
Erro meu.
A visão da cabeleira dela balançando com o caminhar, o quadril bem desenhado rebolando com sutileza a cada passo...
Porra. Eu estava ficando obcecado por essa garota.
— Ah! Aí estão vocês! — Glenn exclamou animado assim que eu e Anya dobramos a esquina das árvores. — Não vão nem tomar café da manhã?
— Não dá pra sair por aí de estômago vazio, amiga. Come alguma coisa antes. — Amélia completou, estendendo para Anya um copo de café e uma fatia de pão.
Anya pegou e agradeceu à Grimes com um sorriso.
Daryl deu a volta nos troncos onde Lauren e Amy estavam sentadas, ambas em silêncio, olhando para o nada, como se seus corpos ainda não tivessem de fato acordado. Acabei rindo sozinho enquanto observava as duas, com caras amassadas e olhos inchados.
Daryl parou ao meu lado, bateu o ombro no meu e me entregou um dos copos de café que segurava.
— Bebe aí.
— Valeu. — Respondi antes de dar um longo gole no líquido quente.
— Foi boa a noite?
— Cala a boca, Dixon. — Rosnei, revirando os olhos. — Eu dormi na minha barraca e a Anya na dela.
— Sabe o que eu acho? Que você tá é muito mole.
— Quer saber? — Virei o café de uma vez e devolvi o copo vazio na mão dele. — Vai se foder, caçador maldito.
Daryl riu. Acabei rindo também enquanto me afastava. Toquei o ombro de Anya, e ela me olhou mordendo o último pedaço do pão.
— Vamos embora antes que eu acabe socando esse caçador de uma figa.
— Ei... — Amelia nos chamou.
Olhamos os dois ao mesmo tempo.
— Tomem cuidado.
— Pode deixar. — Respondi, pegando a bolsa de Anya e jogando-a sobre meu ombro.
Caminhamos juntos até onde eu havia deixado o jipe estacionado, já pronto para a partida. Segurava a alça da bolsa com uma das mãos, apoiada no ombro, enquanto a outra descansava no alto das costas de Anya, sob seus cabelos, perto do pescoço. Não sei o que era aquilo, mas era uma necessidade maluca de tê-la por perto. Tinha que tocá-la, por mínimo que fosse.
Quando chegamos ao jipe, Lori, Suzi e Carl estavam encostados na lataria grafite. As duas mais velhas, de braços cruzados; meu afilhado agachado, brincando com algumas pedrinhas. Assim que viu a tia, ele correu até ela, gritando seu nome e a abraçando pela cintura. Soltei minha mão do seu pescoço e percebi o olhar de Suzi e Lori acompanhando meu movimento.
Por que eu sentia que, se assumisse alguma coisa com Anya, não ia ser tão simples quanto Lori tinha me garantido outro dia?
— Ainda acho que não devia ir, Anya. Não tem nada para você fazer lá fora. Daryl, Glenn ou Theodore seriam mais úteis do que você — Dona Suzi falou naquele tom manso de mãe preocupada.
Só que eu não comprava essa. Não era só preocupação. Não era só medo de perder a filha. O jeito como ela falava... Como se fizesse questão de lembrar Anya de que ela não era capaz.
Isso me deixou puto pra caralho.
Anya soltou um suspiro irritado e ignorou a mãe. Abaixou-se para deixar um beijo no alto da cabeça de Carl. O garoto veio até mim logo depois, me abraçando sem hesitar. Baguncei o cabelo dele, e Carl saiu correndo de volta para a avó. Pelo menos dele, Suzi parecia gostar de verdade.
Então veio a irmã.
Lori estava plantada na frente da porta do passageiro, com os braços cruzados, bloqueando a passagem como se fosse um soldado protegendo um forte. Suspirei fundo, desviando da mãe delas e jogando a bolsa no banco de trás.
— Irmã, tem certeza disso? — Lori perguntou, com aquela preocupação de sempre.
Anya apoiou uma das mãos na cintura, a outra no carro, e estreitou os olhos para a irmã.
— É perigoso lá fora. Você não tem experiência com essas coisas.
— Eu vou.
A firmeza na voz dela me fez sorrir de canto.
— Não é uma boa ideia, querida.
— Por quê, Lori? Quer ir no meu lugar?
— Não é isso, é que...
— Não estamos gostando dessa proximidade de vocês! — Suzi cortou a filha, jogando as cartas na mesa de uma vez.
O silêncio caiu pesado.
Anya piscou algumas vezes, depois riu — uma risada baixa, sem humor.
— Ah, então é isso? — Ela abriu um sorriso cínico, os olhos queimando de raiva contida. — Deixa eu ver se entendi... O problema não é eu sair. O problema é eu sair com ele.
— Não fale assim, Anya. — Lori tentou, mas a voz dela já não era tão segura. — Só estamos preocupadas com vocês...
— E como é que você quer que eu fale? Hein? — Ela intercalou o olhar indignado entre as duas. — Mamãe quer que eu siga os passos da filha perfeita? Que eu me case com um cara certinho e passe o resto da minha vida fingindo que sou feliz?
A tensão no ar ficou quase palpável. Dei um passo pra perto, tocando com cuidado em seu braço apoiado na cintura. Mas Anya não me olhou.
— Eu sou maior de idade. Eu faço o que eu quiser da minha vida. Já fazia isso antes, mesmo com todas aquelas regras e moralidades idiotas que vocês me enfiavam goela abaixo. Então, agora, eu peço — não, eu suplico — que me deixem viver minha vida em paz!
As duas me encararam, esperando que eu dissesse alguma coisa. Lori, principalmente, parecia implorar com o olhar.
Só que eu? Eu ri. Dei de ombros.
— Ouviram a moça. Deixem-na em paz. — Apontei para o carro, e só então Lori percebeu que ainda bloqueava a porta.
Anya entrou sem olhar para as duas. Dei a volta e tomei o volante. Assim que girei a chave, o motor rugiu alto. Acelerei, deixando uma nuvem de poeira para trás.
Quando entramos na estrada pavimentada, o silêncio durou um tempo. O suficiente para minha cabeça ainda estar fervendo com aquela merda toda.
Então, sem pensar muito, estiquei o braço e apoiei a mão na coxa de Anya. Apertei firme. Sentia a carne macia sob o jeans. Girei o volante com a outra mão enquanto trocávamos um olhar rápido.
— Não quero causar problemas para você e sua família.
Ela soltou um riso curto, sem humor.
— Ah, Shane... elas não são minha família. Eu sou tão sozinha quanto você.
Eu franzi a testa.
— Como assim?
Ela olhou para frente, observando as árvores passarem apressadas.
— Deixa pra lá. Qualquer dia eu te conto.
Anya soltou um suspiro pesado e virou o rosto para o outro lado, deixando o vento bagunçar ainda mais seu cabelo. Não insisti. Se quisesse falar, falava. Quando se sentisse confortável, ela me contaria.
O silêncio pesava entre nós, quebrado apenas pelo ronco do motor e o barulho das árvores passando rápido. A estrada à frente estava vazia, sem sinal de perigo. Meu pé pesou um pouco mais no acelerador.
Apertei a coxa dela de novo, firme.
— Relaxa. Hoje ninguém vai te encher o saco.
Anya soltou um riso soprado, balançando a cabeça. Não olhou para mim, mas vi o canto da boca dela subir.
O dia só estava começando, e alguma coisa me dizia que essa viagem ia mudar tudo.
☆《▪︎▪︎▪︎》☆
A loja estava escura, só um pouco de luz entrava pelas frestas das portas e janelas quebradas. O cheiro de poeira e mofo se misturava ao fedor enjoativo de carne podre; meu estômago dava voltas em torno de si próprio. Nunca ia me acostumar com aquele cheiro, era foda pra caralho e fazia o nariz arder.
Peguei uma caixa vazia e comecei a jogar dentro tudo o que servia: enlatados, pacotes de bolacha, garrafas d'água. Nada de frescura, só o que dava para carregar e durava. Anya estava mais para o fundo, mexendo nas prateleiras despreocupadamente, como se estivéssemos em uma compra de um dia comum em um supermercado.
— O que eu devia pegar? — ela perguntou, sem nem olhar para mim.
— Só o necessário. — Respondi, sem parar de encher a caixa.
Apesar de pequeno, aquele mini shopping era uma mina de ouro: roupas, cobertores, comida, tudo em um só lugar.
O que viesse além disso era peso morto. Mas, claro, Anya tinha outro conceito de "necessário". Ouvi um clique estranho, depois um clarão. Franzi a testa e me virei na direção dela.
Anya segurava uma câmera velha, com um sorriso satisfeito no rosto.
— Que porra é essa?
Ela ergueu a Polaroid e sacudiu a foto, esperando a imagem aparecer.
— Uma lembrança. — Falou, divertida. — Agora posso tirar fotos suas e guardar de recordação.
Bufei, balançando a cabeça, mas deixei escapar um riso curto.
— Você e suas ideias, menina...
Voltamos a vasculhar o lugar. O silêncio dentro da loja era estranho, daquele que te deixa em alerta; cada veia do meu corpo pulsava, minha atenção vibrava como a porra de um detector de movimento.
Foi no susto.
Um barulho seco que veio do fundo, algo se arrastando atrás de uma das gôndolas. Grunhidos abafados.
— Fica atrás de mim. — Minha voz saiu firme, sem margem para discussão.
O zumbi apareceu mancando, os olhos fundos e vazios fixos na gente. Sua pele estava toda rasgada, a boca cheia de sangue seco. Nem deixei chegar perto.
Puxei a faca presa na cintura e, com um único golpe, enterrei a lâmina no crânio do desgraçado. Ele caiu no chão como um saco de lixo descartado. Chutei o corpo para longe e limpei a faca na camisa podre do morto. O cheiro que vinha do cadáver fez meu estômago, já embrulhado, colocar quase todo o café para fora.
Anya soltou um suspiro, mas ficou quieta.
— Tá vendo? Por isso eu digo para você pegar só o necessário. — Comentei, pegando outra caixa e jogando dentro algumas coisas que ainda estavam prestando. — Se tivesse ido para o fundo, ele podia ter te pego desprevenida.
Ela não me olhou, apenas murmurou um "uhum" em resposta. Virei na sua direção e observei-a; Anya estava mexendo em uma gaveta atrás do balcão, procurando algo.
— Olha o que eu achei.
Meu sangue ferveu na mesma hora em que bati os olhos no pacotinho preso em seus dedos.
— Você tá de brincadeira comigo?
Anya revirou os olhos, já se preparando para discutir.
— É só um pouco, Shane.
Só um pouco? Porra, a quantidade dentro do saquinho dava para fazer uns três cigarros bem grossos.
Antes que eu pudesse arrancar aquela merda da mão dela, dei mais uma olhada na prateleira que estava vasculhando e meus olhos bateram em um engradado esquecido no fundo. Peguei uma lata e ergui para ela ver.
— E olha o que eu achei. Cerveja.
O olhar de Anya caiu sobre a lata e depois voltou para mim, desconfiado.
— E daí?
— Daí que eu vou tomar essa porra quando a gente voltar, mas pelo menos não vou estar fodendo com meus reflexos quando um desses monstrengos resolver dar um bote.
Anya soltou um riso curto, incrédulo.
— Ah, claro! Porque álcool não afeta em nada, né?
— Se eu beber três dessas de uma vez, sim. Mas uma cerveja depois de um dia de merda não vai me fazer tropeçar na própria sombra. Já essa porcaria... — apontei para o bolso dela, onde a erva já estava guardada — ... só serve pra te deixar lerda e vulnerável.
Anya cruzou os braços, daquele jeito desafiador.
— Eu sei me cuidar, Shane.
— Sabe? — Ri, sem humor, e avancei até ela, deixando só um fio de ar entre nós. Minha voz saiu baixa, carregada de raiva. — Então me diz... se um desses monstrengos aparece enquanto você está chapada, o que você faz? Hm? Fuma mais um?
Bufou, impaciente.
— Você está exagerando.
— Exagerando? — Joguei a lata dentro da caixa com força. — Você confia sua vida a mim, mas eu não posso confiar a minha a você, não desse jeito! Você precisa estar alerta caso esses merdas cheguem até nós, e eu não posso contar com você quando está com essa porra de erva na cabeça!
Anya espalmou uma das mãos em meu peito, me empurrando, nada forte para me mover, mas o suficiente para me deixar ainda mais puto.
— Eu sei me virar! Você não manda em mim!
— Não estou tentando mandar em você! Estou tentando impedir que você faça merda!
— Merda para quem?! Para você?!
A tensão entre nós era quase um terceiro ser. Seu peito subia e descia rápido, e eu podia ver a mesma fúria, a mesma teimosia que corria no meu sangue refletida nos olhos dela.
Quis pegá-la, puxá-la para mim, arrancar essa teimosia dos seus lábios e da sua postura de um jeito que a fizesse entender de uma vez.
Mas, em vez disso, dei um passo para trás.
Passei a mão no rosto, tentando afastar a raiva antes que fizesse algo estúpido.
— Faz o que quiser, Anya — rosnei, virando as costas. — Mas não espera que eu goste.
Ela não respondeu, mas vi pelo canto do olho que sua expressão endureceu.
Terminamos de pegar o que precisávamos, dando uma circulada rápida pelas outras lojas sem dizer mais uma palavra. Mas minha vontade era jogar aquela menina nos meus ombros e bater pra caralho naquela bunda, até ela aprender a lição.
Quando tudo estava no carro, subi no banco do motorista e bati a porta com força. Anya entrou sem me olhar. Liguei o motor e arranquei dali, sem dizer uma palavra.
Se ela queria se destruir aos poucos, era problema dela. Mas não na minha frente.
☆《▪︎▪︎▪︎》☆
O motor do jipe roncou baixo antes de eu girar a chave e desligá-lo. O silêncio caiu sobre a estrada deserta, pesado, quase tão sufocante quanto o clima entre mim e Anya.
Virei meu corpo, erguendo-me do assento, e revirei uma das caixas no banco de trás. Peguei um pacote de amendoins e uma garrafa d'água, abri e estendi para ela sem olhá-la.
— Toma.
Anya também não me olhou e respondeu com a voz seca como papel queimado:
— Não quero.
Soltei um riso curto, sem humor. Ótimo. Pode continuar com essa merda de birra, vai fundo, mimadinha.
Saí do carro sem dizer nada e me escorei contra a lataria, jogando um amendoim dentro da boca, mastigando devagar, olhando para a estrada vazia.
Atrás de mim, Anya saiu também, subiu no capô e sentou ali, pernas cruzadas. Quando vi pelo canto do olho, estava com aquela porra na mão, dichavando a maconha, só para me provocar. Maldita!
Cerrei os dentes e apertei a garrafa d'água com os dedos; o plástico estalou levemente, fazendo Anya erguer os olhos para mim, sem parar de esfregar a erva na mão.
— Sério?
Ela abaixou os olhos, calada.
— Anya.
Nada.
Joguei o pacote de amendoins na caixa com força.
— Tá me provocando agora?
— Não enche, Shane.
Soltei um suspiro pesado e passei a mão no rosto.
— Tá vendo? É por isso que a gente se fode. Você não escuta.
— E você escuta? Acha que tem sempre razão.
— Porque eu estou certo nessa merda.
Antes que ela pudesse retrucar, o som veio devagar e arrastado.
Um rosnado baixo. Um farfalhar de folhas e galhos finos quebrando.
Estendi o braço até a caixa, peguei o amendoim de volta e continuei encostado no carro, mastigando.
Anya levantou o rosto.
— Shane?
O zumbi apareceu entre as árvores, arrastando os pés, a boca podre aberta em um gemido faminto. Virou-se na nossa direção lentamente e, então, quando nos viu, seus movimentos tornaram-se mais rápidos, mais ansiosos, braços esticados, dedos se movendo sem controle.
— Shane, tem um desgraçado vindo.
Não me mexi.
Meti a mão no saquinho, peguei mais alguns amendoins, joguei na boca e mastiguei devagar.
— Shane!
O bicho se aproximava, cada vez mais rápido.
Anya começou a ficar nervosa.
— PORRA, SHANE!
Tombei a cabeça de lado, só observando.
A indecisão em seu olhar foi praticamente instantânea. Os olhos iam do morto para mim, de mim para o morto.
E então ela surtou.
— SEU DESGRAÇADO!
Anya jogou a erva no chão, batendo as mãos contra as coxas para limpar a palma, pulou do capô, sacou a faca do coldre e fincou bem no meio da testa do podre. A coisa caiu dura no asfalto. Foi tudo rápido; em menos de um minuto, o silêncio nos envolvia outra vez.
Ela ficou ali, ofegante, peito subindo e descendo, as mãos tremendo. Depois, virou sobre os calcanhares, marchando até mim com uma raiva quase palpável e me socou no peito com a mão livre. Fiquei parado, sem me mexer, só assistindo ao seu ataque de histeria.
— VOCÊ TÁ MALUCO?!
Deixei a água e os amendoins caírem no chão e segurei-a pelo braço, dando um chacoalhão. Anya se calou na hora, soltando a faca, que caiu com um som fofo sobre a grama da beirada da estrada, os olhos arregalados, fixos nos meus.
— Tá vendo?! — rosnei, meu rosto a centímetros do dela, meu peito subindo e descendo rápido. A raiva latejava nas têmporas, nos punhos cerrados ao redor do seu braço. — E se você estivesse chapada com essa merda, hein?! O que ia fazer?! Cair na gargalhada enquanto essa coisa te rasga no meio?!
Anya tentou se soltar, puxando o braço, mas eu segurei firme. Os olhos dela faiscavam, o queixo erguido, a boca entreaberta em um desafio silencioso.
— Me solta, Shane! — rosnou, tentando se afastar, mas eu não cedi nem um centímetro.
— Não até você enfiar na porra da sua cabeça! — meu tom saiu baixo, ríspido, carregado de frustração. Mas, porra, ela não entendia?! Ela não via o risco?!
Apertei mais forte, fazendo-a parar de se debater. Meu coração ainda martelava no peito, adrenalina misturada à exaustão.
— Você PRECISA estar ligada! — continuei, cuspindo as palavras como se fossem fogo. — Você PRECISA estar em alerta se esses monstrengos chegarem até nós!
Bufou, os punhos fechados ao lado do corpo.
— Eu sei me virar, porra!
Uma risada curta e sem humor escapou dos meus lábios.
— Ah, sabe? — soltei, os olhos cravados nos dela. — Foi por isso que ficou parada feito uma idiota enquanto aquele desgraçado vinha pra cima, né?
O peito dela subiu mais forte, o rosto corando de raiva.
— Vai se foder, Shane!
Mas eu não estava ali para brincar de joguinhos.
— Você confia sua vida a mim, mas eu não posso confiar a minha a você! — rosnei, aproximando ainda mais nossos rostos, meu hálito quente contra sua pele. — Não se você continuar nessa merda!
Seus olhos tremeram, estreitando-se. Uma sombra de hesitação passou ali, rápida, antes de ser engolida pela fúria.
— Eu não fico assim o tempo todo, Shane!
— MAS UM DIA VOCÊ VAI ESTAR! — minha voz ecoou, cortando o ar pesado e a mínima distância entre nossos rostos.
Então, ela se calou e eu me calei também.
Tudo que se ouvia era a nossa respiração, forte, rápida. Meus dedos ainda estavam cravados em seu braço, os dela tremiam ao lado do corpo, e nenhum dos dois se afastou.
— Você quer acabar na barriga desses podres?! — minha voz saiu rouca, mais baixa do que eu esperava. — Porque é isso que vai acontecer se você continuar agindo feito uma fodida inconsequente!
Anya puxou o braço com força, livrando-se da minha mão. Seus olhos queimavam. O peito arfava. A boca dela se abriu, mas nenhuma palavra saiu. Que porra estava acontecendo? Como caralhos saímos de sorrisos e beijos pela manhã para essa merda de discussão escrota? Anya me levava ao limite; pensar na sua segurança sendo colocada à prova me fazia surtar. Nunca gostei daquela merda de erva; ela sabia muito bem disso e fazia isso para me testar.
Observei seus lábios tremerem, a boca ainda entreaberta.
E então eu fiz.
Puxei-a para mim e ataquei sua boca.
O beijo foi bruto, violento, sem espaço para hesitação. Anya retribuiu com a mesma intensidade, nossos dentes batendo, as mãos puxando, segurando, exigindo. Agarrei sua cintura, trazendo-a para mais perto, sem fôlego, sem paciência.
Arrastei-a para a frente do carro e, num segundo, estava deitando meu corpo sobre o seu no capô, sem nunca interromper o beijo.
O choque veio primeiro: a explosão de calor, de raiva, de desejo, tudo misturado no gosto daquele beijo, enquanto nossas línguas praticamente batalhavam, se tocando, ansiando.
O metal frio do capô contrastava com o calor do corpo dela, os dedos fincando na minha nuca, puxando meus cabelos. O jeito como ela me beijava não tinha nada de suave. Era necessidade, desespero, uma resposta muda para toda a merda que estava entre a gente.
Minha mente gritava que era errado, que a gente estava se engolindo de um jeito que só ia dar merda depois. Mas meu corpo já tinha tomado a decisão. Me inclinei mais, pressionando-a contra o capô, sentindo as pernas dela se apertarem ao redor da minha cintura.
Anya quebrou o beijo, arfando contra a minha boca, os olhos escuros de alguma coisa bem louca que também me consumia, me fazia querer mais.
— Eu te odeio. — murmurou, os olhos fixos nos meus, a voz rouca, entrecortada pela respiração acelerada.
Eu ri, um riso baixo e cheio de cinismo.
— Fala mais. — Minha boca roçou a dela de novo, só pra provocar.
Anya puxou minha camisa, as unhas arranhando a pele quente por baixo.
— Eu te odeio, Shane. Eu te odeio tanto.
Minha mão subiu pela lateral do seu corpo, sentindo cada curva, cada músculo tensionado de raiva e desejo.
— Então me odeia mais, garota. Porque eu também estou odiando cada segundo disso aqui.
E então, sem mais palavras, sem mais lógica, minha boca voltou a tomar a dela, e ali eu soube: dessa vez não tinha mais volta.
Minhas mãos exploraram cada centímetro do seu corpo, em toques firmes e famintos, como se eu quisesse marcá-la, tomar posse, naquele momento, naquela lata velha de carro que rangia sob nós. Nada de toques suaves, nada de ternura. Só o calor, o desejo bruto, a raiva maldita que pulsava entre a gente como uma corrente elétrica.
Anya arquejou quando minhas mãos apertaram sua cintura, puxando-a mais contra mim. Seus lábios estavam quentes e exigentes, moldando-se aos meus em um beijo que era mais uma batalha do que qualquer outra coisa. Suas unhas me arranhavam na nuca, deslizando pelos fios curtos do meu cabelo antes de serem cravadas nos meus ombros. Grunhi baixo, sentindo o corpo inteiro pegar fogo.
O capô do carro estalava sob o peso dos nossos movimentos, mas eu não dava a mínima.
Me afastei só o suficiente para encarar aqueles olhos escuros, brilhando como um maldito incêndio prestes a me consumir por inteiro.
— Você é um desgraçado, Shane. — Rosnou, enquanto mordia meu lábio inferior com força.
Passei a língua pelo próprio lábio, sentindo o gosto metálico da mordida que ela tinha acabado de me dar.
— E você é um problema, sua maldita. — Meus dedos apertaram ainda mais a carne macia da coxa, subindo devagar pela lateral, até chegar na sua bunda. — Um problema que eu não consigo evitar.
Anya arfou quando pressionei meu pau contra o meio das suas pernas. Os olhos dela faiscaram, e por um segundo, achei que ela ia me bater de novo. Em vez disso, puxou meu rosto com força e grudou a boca na minha, devorando cada maldito resquício de sanidade que ainda restava em mim.
Foda-se o mundo.
Foda-se o perigo, os zumbis, a merda toda.
Tudo que existia agora era ela, éramos nós dois ali sobre aquele capô, o sol descendo devagar no horizonte, alguns pássaros voando sobre o céu, gritando seus lamentos.
— Eu vou te foder bem aqui, no meio da estrada, e você vai gemer meu nome igual a uma putinha. — rosnei por entre os dentes cerrados, meus dedos afundando no seu maxilar firme. — Depois, vai apanhar na bunda, pra pagar cada raiva que me fez passar, cada vez que me desafiou.
— É perigoso, pode passar alguém. — Anya pareceu receosa, mas gemeu devagar, fechando os olhos e deixando a cabeça cair para trás quando desci minha boca pelo seu pescoço.
— Foda-se, eu estou pouco me lixando. Que passem e que vejam o espetáculo que vai ser nossos corpos unidos, eu te comendo de quatro, chupando sua boceta. Vai ser lindo pra caralho.
Ergui sua blusa e abocanhei seus seios, sugando com voracidade cada pequeno mamilo de bicos grandes. Porra, ali foi meu fim. O pau mais duro que a lataria do jipe abaixo de nós, latejando, quente como o inferno dentro da calça. Mordi um mamilo enquanto enchia a mão no outro.
Anya tinha seios grandes, lindos pra caralho, bem definidos. Eu me esbaldei, esfregando o rosto e a barba, com fios grossos já grandes, roçando a pele. Anya ergueu o quadril, tentando buscar atrito, mas segurei firme em sua cintura e a obriguei a se afastar.
Desci minhas mãos até os botões da sua calça e os abri sem dificuldade. Afastei-me apenas para retirar suas botas e conseguir descer a calça pelas coxas bem torneadas. Estreitei os olhos, contemplando o monumento deitada sobre o capô do meu carro. Que mulher, meus amigos! E era eu quem iria comê-la. Senti a cabeça do pau doer de tanto tesão. Levei minha mão até meu membro, massageando por cima da calça jeans.
Anya se colocou sobre os cotovelos e me analisou enquanto mordia o lábio inferior e dizia:
— Tira essa roupa, anda.
— Vem tirar. — Desafiei-a, me aproximando.
Suas mãos foram urgentes na barra da minha camiseta, erguendo-a para cima. Estiquei meus braços, ajudando o tecido a deslizar; a peça foi jogada em um canto qualquer enquanto Anya mordia meu abdômen, raspava suas unhas no meu peitoral e ombros. Sua boca desceu mais, suas mãos também; logo, minhas calças caíam pelos meus joelhos, e meu pau saltava pra fora, rígido, robusto.
Anya envolveu-o com uma das mãos, os dedos mal fechando em torno da grossura. Ela iniciou movimentos suaves de sobe e desce, sentindo as veias que traçavam desenhos desgovernados pela extensão pulsar em prazer contra sua palma.
— Porra, Shane, seu pau é lindo, caralho... — gemeu daquele jeito sapeca, olhando para cima, encontrando meus olhos.
Deslizei o polegar pelo seu lábio, meio bruto, amassando a região, e ordenei:
— Abre a boquinha, abre. Quero foder até sua garganta.
Anya sorriu de lado, deslizou o quadril mais para frente sobre o capô e logo engoliu todo meu pau, pressionando os lábios em torno dele.
— Desgraçada... — gemi quando sua língua deslizou em círculos suaves em volta da glande e então sugou com força, girando a mão conforme seus movimentos de sucção subiam e desciam.
Deixei minha cabeça cair, juntei uma das mãos naqueles cabelos que eu achava lindo demais e o puxei, imobilizando sua cabeça. Iniciei movimentos com o quadril, fodendo sua boca, metendo até o fundo da sua garganta.
Anya ficava vermelha, os olhos se enchendo de lágrimas, saliva vertia pelo canto dos lábios, mas ela me queria tanto quanto eu a queria. Suas mãos foram até minha bunda, cravando as unhas na carne, me puxando mais para si. Intensifiquei os movimentos, sentindo o pau inchar ainda mais, engrossando, enrijecendo.
— Gosta de mamar, né, cachorra? — murmurei, puxando o pau de uma vez. Sua boca fez som de 'ploc' com a brusquidão do movimento.
Ela me encarou, respirando rápido, com as bochechas vermelhas e os olhos pesados.
— Só que eu também quero chupar você. Deita e abre as pernas pra mim.
Ela sorriu de canto, arfando baixinho. Apoiou as mãos no capô e subiu o corpo, deitando devagar e abrindo as pernas. Observei sua boceta. Era um bocetão de mulher, com lábios grandes e o clitóris inchado apontando pela fenda. Senti a boca salivar, o ventre tremer e o pau latejar. Uma fina camada de pelos cobria os lábios vaginais.
Afastei-me, indo até o carro. Peguei uma das latas de cerveja; Anya observava tudo em silêncio. Abri o lacre com o dente, enquanto segurava o pau na outra mão, a mão subindo e descendo devagar.
— O que vai fazer? — murmurou baixinho, os olhos confusos.
— Cala a boca. — ordenei, me aproximando.
Segurei firme em sua coxa, mantendo sua perna aberta, ergui a lata e a virei; o líquido efervescente caiu sobre sua pele, escorrendo sobre sua boceta. Anya riu e tentou fechar a perna, mas meus dedos apertaram a carne enquanto me abaixava sobre ela, encaixando minha cabeça no vão entre elas, lambendo sua intimidade, sugando em seguida. O líquido quente da cevada escorria devagar, enquanto minha língua trabalhava sem pressa.
Anya gemia baixo, rebolando lentamente contra meus lábios. Soltei sua coxa e introduzi dois dedos em seu canal, começando com movimentos rápidos, enquanto beijava seu clitóris, roçando os dentes na pele, sugando o ponto sensível, sentindo Anya tremer na minha boca e sua intimidade apertar meus dedos. Intensifiquei os movimentos de vai e vem da língua, derramando mais cerveja, sugando com vontade, sentindo seu gosto se misturar ao da cevada.
Anya gemia cada vez mais alto, se esfregando em mim. Suas mãos puxavam meus cabelos, me trazendo para mais perto. A cerveja acabou; joguei a lata para o lado, ouvindo o quicar do metal contra o asfalto. Segurei sua cintura com as duas mãos e deslizei a boca até sua entrada, fodendo sua boceta com a língua. Ergui os olhos e Anya massageava os seios enquanto rebolava cada vez mais rápido. Meu pau pulsava; sentia minhas lubrificações saindo pela ponta.
Os pássaros gritavam acima de nós, voando de volta para suas casas, a brisa de final de tarde soprava devagar, envolvendo nossos corpos quentes, as peles fervendo em desejo e volúpia.
Sentia-me como se estivesse sendo consumido por um incêndio que começava no meio de um campo seco — rápido, faminto, sem controle.
Não conseguia parar.
Não queria parar.
Seu toque sobre minha pele era eletricidade pura, queimando as camadas, correndo pelas veias como fogo líquido. Meu peito subia e descia rápido, a respiração pesada e errática, como se eu estivesse no meio de uma porra de um combate e o prazer fosse meu único alvo. Mas não era só sobre desejo. Era mais profundo. Mais primitivo.
Era fome.
Sede.
Precisão.
Quando percebi que Anya estava prestes a gozar, deixei a língua mais mole e subi até seu clitóris, movendo-a em carícias lentas de um lado para o outro, de cima para baixo, depois sugando devagar até ela explodir e se derramar na minha boca. Seu gosto estava cravado em mim, como um maldito vício, algo que eu não devia querer tanto, mas queria. Quente, intenso, como se queimasse direto na corrente sanguínea, resumindo meu sangue a absolutamente nada. Suguei todo seu mel, sem desperdiçar nenhuma gota do seu gozo.
— Fica de quatro pra eu comer sua bocetinha.
Anya sorriu, a respiração ainda rápida. Ela apoiou as mãos no capô e se virou, chegando mais na beirada. Eu me posicionei atrás dela, segurando o membro pela base, pincelei sua entrada, forçando devagar, abrindo seus lábios vaginais. Anya empinou mais a bunda, curvando o tronco sobre a lataria.
Segurei firme em sua cintura com as duas mãos e, quando estava posicionado em sua entrada, forcei o quadril para frente, deslizando de uma vez só. Senti sua boceta se dilatar, abrindo-se, esticando-se para me abrigar em seu canal. Nossos corpos se chocaram; afastei o quadril, deixando apenas a cabeça em seu interior, e então forcei de novo. Sua boceta se abriu toda outra vez, me envolvendo, me apertando.
— Caralho... — Anya gemeu, jogando o cabelo de lado e olhando pra mim por cima do ombro.
— Cala a boca! — Rosnei, soltei uma das mãos de sua cintura e deslizei sobre a nádega direita, ergui o braço e desci em um tapa estalado sobre a carne. Anya gemeu alto, meus dedos ficando marcados em sua pele, um desenho avermelhado sobre a derme branquinha. — Mandei calar a porra da boca, entendeu? Ou quer apanhar? — Perguntei, sem parar de fode-la.
— Bate, filho da puta, me bate! — pediu, manhosa.
— Desgraçada, maldita, safada do caralho! — Xinguei, a cada palavra, um tapa novo sobre sua pele quente e avermelhada.
Anya tremia, gritando alucinada, a boceta molhada pra caramba, toda babada, meu pau deslizando, entrando e saindo sem parar um único segundo.
Cada maldito centímetro da sua boceta chamava por mim, desesperada como se estivesse me devorando vivo. E talvez estivesse. Porque era isso que essa mulher fazia comigo: me consumia inteiro, me virava do avesso, me deixava à beira da porra da insanidade.
Aumentei as investidas, sentindo meu corpo ferver. O pau engrossava cada vez mais, as veias pulsavam com um tesão avassalador que me sacudia inteiro. Meu ventre tremia, o abdômen rígido, os músculos tensos a ponto de estourar. Meu peito se apertou ainda mais quando Anya começou a rebolar de encontro às minhas investidas.
Ela ia acabar comigo; aquilo ficou claro para mim quando, enquanto eu a penetrava em sua bocetinha em um ritmo quase frenético, ela me olhou e levou uma das mãos até seu clitóris, masturbando-se enquanto eu a fodia sem dó. Mulher gostosa da porra.
— Quer gozar de novo, vadia?
— Ah, Shane, mete! Cala a boca e mete, porra! Me fode!
Me dobrei sobre ela e segurei seus cabelos, girando os fios no pulso. Puxei-os até sua cabeça se inclinar; minhas estocadas sacudiam seu corpo, e nossos gemidos se perdiam pelo fim de tarde, o sol se pondo no horizonte enquanto me acabava naquela boceta.
Meus músculos estavam tensionados até o limite, como um animal enjaulado prestes a explodir. Meu corpo reagia sozinho, como se reconhecesse que ela era exatamente o que eu precisava. O que sempre precisei.
E o pior de tudo? Ela sabia.
Sabia que tinha esse poder sobre mim. Sabia que cada olhar desafiador, cada palavra cortante, e cada vez que me enfrentava sem medo só fazia essa obsessão crescer, ganhar força e se tornar algo incontrolável. Algo maior que eu.
Uma quentura subiu pelas minhas coxas, se concentrando em minhas bolas. Senti Anya me estrangular em vários pulsares ao meu redor; meu pau enrijeceu ainda mais, a luxúria chegando a níveis que me golpearam, fazendo-me explodir. Puxei ainda mais seu cabelo e busquei meu gozo em estocadas cada vez mais rápidas, nossos sexos se encontrando, fluidos se misturando.
Anya gozou gostoso, gemendo meu nome em um rodopio alucinante, se masturbando. Cravei a unha na lateral da sua cintura e puxei seu cabelo quando senti minhas bolas incharem e então explodi em jatos intensos, enchendo sua boceta com minha porra. O coração batia forte, minhas têmporas pulavam; fechei os olhos e deixei a sensação me dominar. Meu quadril se movia com urgência, flutuei, saí de órbita.
Uma onda violenta, selvagem, arrebatadora, detonando qualquer vestígio de controle, um terremoto em carne viva. Gemi alto, rouco, grave, primitivo — um rugido abafado que se prendeu no fundo da garganta. Fechei os olhos com força, os músculos do pescoço e do maxilar enrijecendo enquanto a pressão explodia em um êxtase que mais parecia um colapso.
Foi tão intenso que me deixou tonto.
Senti todo o meu corpo arrepiar, estoquei mais algumas vezes, agora mais devagar, sentindo as últimas gotas de esperma saírem.
Parei, ainda dentro dela. Soltei seu cabelo e deslizei a mão sobre suas costas, acariciando a bunda vermelha de tanto que bati sobre sua pele. Anya desabou no capô. Saí dela devagar e caí ao seu lado, ambos nus, encarando o céu arroxeado sobre nós. As respirações exasperadas em sincronia. Eu não era mais o mesmo homem de um minuto atrás.
O coração martelava tão forte que parecia tentar escapar do peito. Por um momento, só existia o som pesado da nossa respiração misturada, o ranger baixo do capô que nos sustentava, um silêncio bruto, abrupto, enquanto ainda sentia o resquício de prazer percorrendo meu corpo, se dissipando aos poucos como um incêndio que consumiu tudo até virar brasa.
— Shane... — meu nome saiu entrecortado.
— Sim... — respondi baixo enquanto puxava o ar.
— Gozou dentro de mim.
Engoli em seco.
— Eu sei.
Anya era um problema.
Desde o primeiro instante, desde o primeiro olhar atravessado, desde a primeira vez que me desafiou como se não tivesse medo de nada. Como se eu não fosse nada além de um obstáculo no caminho dela.
O problema era que, com ela, nunca bastava. Nada nunca era suficiente para mim, e agora que tinha provado seu gosto, seu sabor, que sabia como seu corpo se encaixava no meu, eu queria mais, muito mais. Nada seria suficiente.
Não sabia o que caralho era isso entre nós, só sabia que era forte o suficiente para fazer meu peito apertar e minha cabeça rodar. Forte o suficiente para me fazer esquecer tudo por um instante: o apocalipse, os zumbis, as regras, a porra do mundo inteiro. Era perigoso, porque testava meu limites, éramos dois turrões batendo de frente, dois cabeças duras que não davam o braço a torcer. Mas eu queria tentar, se ela quisesse é claro.
Só restava ela. E, naquele momento, sorri de canto; não estava preocupado em ter gozado dentro. Muito pelo contrário, perceber aquilo me deixou feliz e aflito ao mesmo tempo.
E isso me assustava pra caralho. Lembrei de Rick, sempre quis uma família como a dele. Talvez Anya fosse a garota certa pra isso.
▪︎》Oi oi meus amores! Desculpem a demora pra liberar esse capítulo, mas não é tao simples assim escrever quanto parece. Enfim, aqui esta, espero que gostem.
▪︎》Eu amo que eles juntos explodem muito rápido 🤤🫦
▪︎》 Eu estava revisando e corrigindo e simplesmente surtei com meu próprio hot akakakkaak socorro! Eu amei isso aqui meu Deus, Shane é tão 🫦😈🔥
▪︎》Genteeeee o que foi essa briga deles! ta na cara que ele abomina essa coisa da maconha, e falar pra vocês, não tiro a razão do divo não. Espero que a Anya se toque...
▪︎》Ele querendo ser papai 🫶🏻
▪︎》Quem nao comentar mais de dez vezes vai passar o ano todo sem dar. 💁🏻♀️😏😌
Bjos mama Hana, até o próximo. 🤭
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top