Vampira na Lua Cheia, que fez uma amiga

Poppy estava mais do que braba pela punição! Quando Guy Diamante, seu melhor amigo, perguntou sobre o que aconteceu, ela respondeu com um soco no estômago! Por que a Lua Cheia!? Por que ajudando Branch!? Por quê!!!? Não sabia, mas certa prima cupido sabia!
     Na segunda-feira, se transformou em morcego e voou até aquela academia, da qual nunca tinha visto e nem tido curiosidade para saber como era a fachada. "Não ... " pensou, "Não pode ser aqui ...". Viu um castelo quase desmoronando. O caminho de concreto rachado, a mureta com partes faltando, a porta com fendas ... estava aos pedaços! Viu a lobisomem de cabelo bicolor de franja, olhos verde-gramado vestida com uma jardineira jeans surrada. Pousou na frente dela, se destransformando:
— Aqui é a Lua Cheia?
— "Não, é o pântano, não está vendo?"
— Nossa, cadê a lama?
— Você não intende nada de sarcasmo, certo?
     Poppy se sentiu estranha. Ninguém nunca foi sarcástico(a) com ela antes:
— Mas sério, aqui é a Lua Cheia?
— Sim, vem que o Bran te esperando!
     Começaram a entrar e ir até a quadra. Durante o caminho, todos diziam bom dia e trocavam palavras rápidas com Anny, que respondia alegre, mas, ou ignoravam, ou fechavam a cara para Poppy. Avistaram o grupo das líderes de torcida, que eram o grupinho de meninas populares também, como em todas as escolas. "Com certeza, essas aí vão ignorar essa idiota" pensou ela. Como estava enganada:
— Oi, Anny! — disse uma de cabelo rosa-pink
— Ella? Você voltou do intercâmbio?!
— Voltou ontem, não é demais!!? — disse outra de cabelo salmão — E olha como ficou o uniforme nela!?
— Demais!! Ficou perfeito em você, Ella! Kãna, você sabe as artimanhas!
— E ... o que essa dentuça está fazendo aqui!?! — disse Ella
     Poppy sentiu um soco surdo no estômago. Aquela lobisomem era popular na escola!? Era amiga das líderes de torcida!? Percebeu que todo o grupo delas olhava com raiva para si:
— Sabotou o nosso time, a punição é ajudar o meu primo a organizar e guardar as coisas dos treinos.
     As meninas formaram sorrisos largos. Pelo olhar delas, percebeu que perguntavam algo para Anny sem emitir som, cuja resposta foi um aceno positivo com a cabeça, então deixaram o olhar ameaçador para com a vampira:
— Bom, deixamos você levar ela até o seu primo. Cuide do Broppy! — disse outra menina do grupo
— Vou sim, podem deixar! — respondeu
     Uma pergunta cresceu na cabeça de Poppy, "Quem é Broppy?". Andaram mais um pouco:
— Você é uma popular aqui, certo?
— Não, não sou. — respondeu fria
— Como se todos aqui te conhecem e gostam de você!?
— Na SUA academia pode ser diferente ... — olhou para ela — ... mas aqui TODOS somos uma família e nos ajudamos! As líderes de torcida são sim populares, coisa e tal, mas, pelo menos por nome, todos nos conhecemos!
     Chegaram, o treino de basquete já estava no fim. Branch observava como seu time jogava. Todos estavam em perfeita sintonia, sabendo jogar, passar e fazer cesta em equipe, deixando Poppy estupefata. Na Presas, nunca que agiriam assim! O treino consistia em como fazer cesta e roubar a bola, não trabalhar em equipe:
— Maravilha! Agora, eu entro.
     Tirou a jaqueta que estava usando, foi até uma posição que parecia até ensaiada de tão planejada e pela naturalidade da qual fez e apitou. Sem dúvida, ele era o melhor jogador:
— Por quê ele só entrou na última partida? — sussurrou Poppy
— Para que, se ele se machucar feio na partida, o time conseguir manter o desempenho sem o melhor jogador. — respondeu como se fosse óbvio
Observou atentamente o garoto jogando. Ele tinha um sorriso no rosto, o cabelo roxo bagunçado, a blusa amaçada e meio molhada. Poppy, por mais que odiasse admitir, achava que Branch estava bonito daquele jeito. Uma sirene a tirou de seus pensamentos, fim da partida:
— Caras ... vocês são demais! — disse ofegante
— Valeu, Bran. — disse Jake
— Até o treino de amanhã, vocês são bons em equipe!
Fizeram um círculo, com as mãos juntas:
— ... 1 ... 2 ... 3! — contou Bitelo
Alcateia de um, é alcateia morta! Juntos sobreviveremos! — disseram em coro, levantando as mãos juntos
     Riram, a maioria foi para o vestiário, enquanto Branch percebeu que o treino teve plateia:
— Encomenda endereçada para Branch Rámon. — brincou Anny
— "AMEI a encomenda!" — respondeu com ânimo falso
— Sério? —perguntou a vampira
— Ela não intende nada de sarcasmo, certo?
— Certíssimo ... bom, se precisarem de mim, estarei na biblioteca. Tchau Bran, não mata ela!
Dizendo isso, Anny foi embora. Poppy ficou um pouco nervosa:
— Como assim, não me matar?
— Sabe aqueles buracos na mureta?
Asentiu, com medo:
— Alguns são de minha autoria! Posso fazer pior se REALMENTE me tirarem do sério!
A vampira engoliu em seco, não querendo fazer com que aquele garoto com cara de bad boy ficasse brabo como a prima ficara na iniciação:
— O-o que eu faço?
— Guarde aquelas bolas naquele armário que eu já volto.
Quando ela ia usar um atalho:
— SEM PODERES!
Resmungou, começando a catar tudo e organizar manualmente. Quando teve certeza de que estava no vestiário só com os amigos, se deixou desesperar:
— Cara, não sei se tenho pena, raiva ou felicidade! — disse Jake
— Calma que vai dar tudo certo! — disse Bitelo
— ISSO PORQUE OS ANÕES ACEITAM OS LOBISOMENS E A NINA GOSTA DE VOCÊ!!!
Respirou fundo:
— Desculpa cara, não devia gritar ...
— Tudo bem, realmente não sei como é gostar da filha do maior inimigo do nosso clã, mas olha o lado bom, você pode conquistar a sua arroba nesses dias que estará aqui. — respondeu com sinceridade
Lavou o rosto, saindo, disse para eles:
— Ela nunca vai gostar de mim!
Voltou à tempo de ver a garota guardar a última bola:
— Bom, muito bom ...
— E agora?
— Montamos a rede de vôlei para a turma da tarde e deixamos as bolas nas arquibancadas.
— Mas eu acabei de guardar!
— Desde quando usamos a mesma bola para basquete e vôlei?
— Aaaaah ... intendi!
Pegaram as duas estacas - das quais Poppy mal conseguia carregar - e colocaram no chão. Branch ensinou como se amarrava a rede nas estacas, mas como ela não intendia por nada no mundo, foi obrigado a pegar na mão dela e mostrar. Ele não nega que estava gostando da companhia dela, já que a falta de prática e técnica a levava a situações engraçadas, mas tinha que manter uma postura fria, para não acabar fazendo besteira. Depois de dez minutos, estava tudo pronto:
— Ok ... o que eu faço agora?
— Aqui não tem mais nada para fazer, sei lá ... veja se precisam de ajuda na biblioteca.
Começou a sair:
— E você? Onde vai?
— No vestiário me aprontar para a aula, posso ou não?
— Não contradigo! — respondeu corada
Foi até a biblioteca, pedindo a direção para um ou outro aluno. Sentiu pena! A biblioteca era do tamanho de uma sala de aula média, com estantes velhas e livros surrados, com uma mesa de quatro cadeiras no centro e um mapa-múndi daqueles que você puxa uma cordinha para baixo e se desenrolava, colocado de maneira tosca numa estante. Uma cadeira estava ocupada por Anny, que separava os livros com muita concentração. Ela se sentou numa cadeira do lado dela:
— Precisa de ajuda?
— Seria muito bem aceita. Pode me ajudar a separar os livros de teoria dos de literatura?
— ... Qual a diferença entre os dois?
     Anny suspirou. Poppy percebeu o cansaço nos olhos da adolescente:
— Senhor, dai-me forças ... — sussurrou — ... Papoula, livros de teoria são aqueles que explicam fatos e ensinam matérias de escola, os de literatura são aqueles que narram qualquer história que tem partes inventadas como se fossem uma realidade. Só não confunda os de "estudos de lendas e mitos" com os de literatura, já que existem alguns que explicam e interpretam as lendas e histórias de folclore dos clãs, compreende o que quero que faça?
— Sim ... você está bem? Parece cansada.
— Não é nada ... — bocejou — ... ando praticando muito canto e estudado varias palavras até tarde da noite, só isso ...
— Descansa um pouco.
     Anny a fitou, confusa:
— Deita a cabeça aí na mesa e descansa nem que seja cinco minutos, eu continuo aqui.
     Hesitou:
— Sei que soa incrivelmente hipócrita vindo de mim, mas você precisa descansar, só dessa vez, confia em mim.
     Não contestou, apenas se ajeitou encima do "Animais exóticos brasileiros" e dormiu. Poppy, pela primeira vez na vida, sentiu pena de alguém de verdade. Aquela menina de 140 anos, da qual humilhava constantemente, morrendo de sono e tendo que organizar uma biblioteca inteira e voltar para a aula precisava de ajuda ... isso comoveu a vampira. Com seus poderes, conseguia ver os títulos mais rápido e organizar em duas pilhas. Depois, separou por gêneros e matérias. Para falar a verdade, adorou fazer aquilo, e digo mais, gostou de ficar ajudando os outros, deixou uma sensação gostosa no peito. Mas ... uma coisa a deixou intrigada:
— ... Vermelho ...
— O que?
Não tinha ninguém lá, exceto ela e Anny, que dormia profundamente:
— ... Vermelho é fofo ...
Poppy franziu as sobrancelhas, confusa:
— É a sua cor favorita?
— ... Te disseram isso? Que idiotice! Queria te ajudar lá ...
Sacou o problema, "Vermelho" era alguém especial para ela, e isso foi a gota d'água:
— ... Te amo ... mesmo sendo vampiro ...
Sentiu um aperto no coração. Ela tinha um problema grande ... um problema de amor! Mesmo depois de tudo o que ela tinha feito, conseguiu se apaixonar por alguém de seu clã. Isso realmente parecia amor. Foi calmamente até ela e a chacoalhou:
— Anny ... Anny ...
Levantou a cabeça , sonolenta:
— A raiz quadrada de 625 é 25 ... certo professora?
— Não sei, sou horrível em matemática! Mas preciso perguntar uma coisa meio pessoal ...
— O que você quer, Papoula?
— Quem é Vermelho?
Se desesperou:
— QUEM TE CONTOU!!!?
— ... Você fala enquanto dorme.
Corou, estranhamente interessada no livro que dormiu encima:
— Um cara que ...
— Você gosta?
— ... E como ...!
— Desculpa, mas esse realmente é o nome dele?
— Eu não sei, ele disse para chamá-lo assim quando invadiu o meu ensaio ...
— O que Branch acha?
— ...... É a única coisa que não contei para ninguém, nem mesmo o Bran sabe ... só você.
— Não conto, seria maldade demais.
Olhou para ela, sorrindo:
— Olha ... acho que poderíamos ser amigas.
— Bom, vou ter que ficar aqui até o final dos oli-monstros, o tempo dirá.
Riram, Anny tentaria deixar tudo para trás, nunca antes viu aquele lado da Bleed, faria o experimento. Daria uma chance para a incerteza uma segunda vez, já que da primeira deu certo. Bom, devem estar curiosos para saber como foram os "encontros" de Anny e Vermelho, então ... de forma resumida, vou contar os mais importantes.
Flashback

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