Sabotagem e sentimentos ...
Se passou uma semana desde a festa de iniciação. A primeira modalidade esportiva era futebol. Naquele ano, os clãs que participariam dos oli-monstros eram vampiros, lobisomens, monstros do Ness, Zumbis, múmias e fantasmas. Nossa dupla lobi estava na porta dos vestiários, conversando:
— (...) E o Bitelo no gol, o que acha?
— Eu não intendo de futebol, quem decide é você. Além disso, VOCÊ é o capitão do time.
— Ok, ok ...
— E uma perguntinha simples ...
— O que foi?
— ... A sua morceguinha rosa está na equipe deste ano ...
— E ...? — respondeu com uma voz estranha
— ... Que tal impressioná-la com a sua estratégia lobi-romântica enquanto joga ...
— Anny!! Senta!
A menina obedeceu prontamente:
— ... Por que não rouba um beijo dela quando ele estiver quase fazendo o gol ...?
— LOBA MÁ!!!
— Hahahaha!!
Deitou no chão de tanto dar risada. Branch tinha um olhar ameaçador e seus olhos tinham um tom avermelhado:
— Quando você que estiver apaixonada ... — resmungou
— ... Eu vou obrigar o cara a namorar comigo!
Riram:
— Boa sorte, Bran. — levantou
— Valeu ... vai estar lá, torcendo com as líderes e fazendo a dança ...?
— Cala o focinho, buldogue!
Se abraçaram. Branch foi colocar o uniforme do time e Anny para as arquibancadas. Se passou apenas um minuto quando uma vampira entrou. Poppy. Pegou um frasco de dentro do bolso do uniforme do time, destampou. Colocou uma pequena quantidade nos equipamentos de proteção e nas chuteiras, segurando uma risada:
— Vão ganhar mesmo, loba boba ...
Mas não contava que ela tinha esquecido a mochila:
— Interessante ... — sussurrou para si
Poppy, mesmo com sua audição apurada de vampiro, não ouviu, ocupada em seus pensamentos. Depois tampou o frasco, se transformou em morcego e saiu de cena. Anny sentiu nojo e raiva. "Preciso de provas concretas" pensou, olhou para cima, "Já sei". Pegou a mochila verde e correu para as arquibancadas, procurando Suki. Estava sentada na ponta duma fileira do meio:
— SUKI, SUKI!!!
— Não grita, o que foi?
— Preciso hackiar as câmeras de segurança da porta dos vestiários!
— O que!!?
— Preciso de provas que a Bleed sabotou o nosso time!
— Ela sabotou!!? Certeza!!?
— Absoluta! Vi com os meus próprios olhos!!
As lobisomens não perderam tempo. Suki era, além da Dj mais talentosa da Academia Lua Cheia, a melhor hacker. Quanto aos nossos lobos, estavam vestindo as caneleiras, chuteiras, etc. Branch repassou o plano de novo, com detalhes. O outro time, o dos vampiros, tinham um pequeno problema ...
— Não é a tradição, Poppy! — retrucou Guy Diamante
— E daí, já estamos no século 21, força feminina!
— Pode guardar o seu discurso feminista para depois e ver o jogo das arquibancadas!?
— Me deixa jogar!
A corneta soprou. Os dois times entraram em campo. O jogo começou. Lobisomens se saíam maravilhosos por saberem trabalhar em equipe ... mas os adversários eram horríveis em cooperação, principalmente Poppy. Roubava a bola, marcava gol contra, não passava a bola. O clã peludo estava quase ganhando, mas ...
O uniforme deles começou a coçar, depois aumentou um pouco, depois mais:
— JUÍZES!!!
Até os jogadores param para ver. Anny corria até a mesa dos jurados com um disco na pata. "O que você aprontou, Anany" pensou Branch:
— Os vampiros trapacearam!
Todos menos Poppy ficaram surpresos:
— Não foi o time inteiro, foi a Papoula!
A torcida fez "Oooooh". Poppy queria sair daquela situação a qualquer custo:
— E tem provas, além da sua palavra? — debochou
— Tenho!
Deu um passo para trás:
— Vejam, as câmeras pegaram tudo. E se duvidarem, o frasco está no bolso dela!
Mesmo com a baixa qualidade do monitor, era claramente visível o rosto dela. Vlad. Pepe, pai da Poppy, olhava com desgosto para a filmagem. Depois, revisaram o bolso dela ... o mesmíssimo frasco de pó-de-mico:
— Temos duas opções de punição ... — disse Cheff, a outra jurada
— E ... quais são essas opções? — disse Poppy, nervosa
Agora estavam ela, os jurados, Anny e Branch numa sala fechada:
— Não participar do resto dos oli-monstros ...
— Sem chance! Qualquer outra coisa!
— ... Ou, não participar somente dos esportes e prestar serviços à Academia Lua Cheia.
A menina ficou paralisada. Olhou para o pai, que assentiu com a cabeça, de má vontade:
— O que decide, Bleed? — perguntou Cheff
Suspirou, fitou o chão com raiva:
— O que eu faço na Academia?
— Não estava me dizendo que preparar os treinos estava complicado, Bran? — disse Anny
— Sim, mas ...
— Perfeito! Tudo bem para vocês, senhores jurados?
— Parece o suficiente ... — resmungou Vlad. Pepe
— Fechado! Vemos a senhorita na segunda, Papoula.
— An- ...
— Olha a hora! Branch, a vovó vai ficar preocupada com a gente se não corrermos! Amei a conversa, obrigada pela a ajuda, srta. Cheff e Vlad. Pepe, até os próximos jogos.
Puxou o primo para debaixo das arquibancadas:
— De nada.
— O QUE PENSA QUE ESTAVA FAZENDO!!?
— Arrumando um encontro com a sua arroba, de nada.
— Você quer que eu fique com ela?!
— Admita, você gosta dela desde que tinha o que!? 100 anos!? Se o meu primo estiver feliz, eu também estou!
— Valeu ... e quando quiser ajuda com o seu, quando tiver, tem sempre o primo babão pra dar um empurrãozinho.
— Vou pedir.
Mas era mentira. Anny não pediria ajuda com aquilo. Vermelho era o cara. Nos quatro dias em que haviam se encontrado, sua timidez, falta de jeito, senso de humor e sensibilidade a haviam conquistado. Assumia, mas nunca em voz alta. Paixão era um sentimento totalmente novo para ela, portanto, estranho e desconhecido. Em seus 140 anos de vida, ninguém tinha chamado sua atenção romanticamente até o dia em que ele interrompera o ensaio. Fazia nem uma semana que pensava "Unir seus lábios com os de outra pessoa? Que falta de higiene!", mas, agora, sonhava com o dia em que isso aconteceria.
Escondia tudo isso de Branch. Era também a primeira vez que escondia qualquer coisa dele. Eram como irmãos gêmeos nessa parte, pois um sabia tudo, absolutamente tudo do outro. Mas fazer de Vermelho o seu segredo, saber que era uma "coisa sua" deixava uma sensação gostosa no peito, que ela não queria perder.
De novo, quando todos estavam dormindo na toca, saiu correndo para o lago, ansiando rever aquele garoto especial.
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