De luto
Rosiepuff estava deitada na relva de barriga para cima, as patas no lugar do coração. Anny reconheceu aquilo. Correu para perto da avó, chorando rios:
— Por favor, não me diga que a senhora foi- ...
— Balas de prata? Infelizmente, minha querida. — respondeu calma para logo tossir
— Não é justo ... a senhora não pode morrer agora! Agora que as coisas estavam começando a melhorar!?
— Querida ... infelizmente, você descobriu muito nova que a vida não é justa ... mas é quando a coisa aperta que descobrimos a verdadeira natureza dos monstros ... e fico eternamente grata por você, María e Branch serem tão bons ...
— A gente fez tanta coisa errada que você nem sabe, vovó ...
— Erros todos cometem ... se você se arrepende e tenta mudar, é o que importa.
Ela olhou para Tony, depois para Rosiepuff:
— Esse ... é o meu ex, vovó ...
— Que bom que me contou. — sorriu, fraca — Diga ao Branch que a Poppy é SIM para ele ... e faça tudo que quiser com o devido limite ... — começou a enfraquecer — Não deixe que o seu medo te impressa como antes, linda ... se acha que está certa, lute até o fim pela sua verdade ... mas se tiver que escolher entre a razão e a gentileza ... escolha a gentileza sem hesitar. Me prometa! — a mais jovem duvidou
— ... Prometo ... juro pela Lua!
A idosa sorriu, fraca:
— Eu amo vocês ... com toda a vida ... — fechou os olhos — ... Você se parece com a sua mãe.
Foi a última coisa que disse antes que sua mão deixasse de ter força. Rosiepuff se foi. Ela nem teve tempo de chorar, porque seu primo e Poppy apareceram. Branch, segurando a calça de maneira estranha, agachou-se ao lado da falecida:
— Vovó!!?!! Anny, o que- ...
— Balas de prata. — interrompeu, logo que as primeiras lágrimas caíam — O que aconteceu com- ...
— NEM PERGUNTE!! — gritaram rosa e roxo, mas ela intendeu; socou o chão, não sabem até hoje se de raiva ou tristeza
— EU ODEIA AQUELE REI DAS RENAS!! ODEIO PRATA!!
Quando ela ficou mais calma, foi com Tony buscar a "manta de enterro" de Rosiepuff na toca da família. O olhar que a garota lançou à cadeira de balanço da avó era de partir o coração. A tal da manta era dum azul bem escuro, as bordas douradas e uma flor de lótus bordada no centro, rica em detalhes. A notícia da morte dela espalhou-se de tal forma que todos já estavam lá. Não era o clã inteiro, mas muitos monstros. Estavam as meninas, os meninos e seus pais – que a dupla de vampiros não conhecia até então. Até mesmo Nina e alguns anãos estavam lá, e Kori do lado de Jãnney. Os mais jovens – incluindo o trio dentuço – fizeram uma roda ao redor da difunta, que estava apenas com a cabeça para fora da manta. Flores foram colocadas em seus cabelos grisalhos e em volta do tecido:
— Anny ... você foi a última a conversar com ela ... você que começa a cantar a música. — disse Branch, cabisbaixo
A garota respirou fundo, cantando muito melancólica:
— Brilha ... linda flor ... — os outros passaram a cantar também, os olhos fechados
Teu poder venceu!
Cuide muito bem ...
Do já foi meu.
Um fogo acendeu-se sozinho de maneira misteriosa, queimando somente sobre a manta. Consumia lentamente o corpo velho de Rosiepuff:
Ela já partiu,
E por quanto já sofreu ...
Cuide muito bem
Da que a pouco morreu.
— Da que fa-le- ... -ceu. — terminou a primeira
O fogo consumiu completamente com o cadáver e a linda manta que o cobria. Os lobisomens cantavam em uma língua que os três vampiros e os anões não conheciam. Era lindo. Sons diferentes, palavras harmônicas, lágrimas caindo como pérolas e salpicando as roupas dos cantores. Parecia até que uma aura dourada envolvia-os. Quando pararam, Anny olhou para o primo com orgulho misturado em pena e medo:
— Bran ... você sabe o que isso significa, não é? — ele apenas assentiu — ... Venha, então.
Ambos soltaram as mãos, indo até o túmulo de Rosiepuff. A garota tirou um cordão fino de ouro maciço de algum lugar, e era lindo. Malhou-o com suas próprias lágrimas e salpicou com as cinzas do túmulo. Foi até ele, ficando cara a cara com o "rapaz", que estava nervoso. Não acreditava que sua hora havia chegado tão cedo assim:
— Branch Ramón Gatti, filho dos alfas Marco e Cristal, jura pela lua dar o melhor de si?
— Juro pela lua!
— Jura pela lua cuidar do clã e fazer de tudo para que nenhum lobo fique para trás?
— Juro pela lua!
— Jura pela lua honrar o título de alfa?
— Juro pela lua!
— Então, como muitos antes de você, chegou a hora. — colocou o cordão — A lua te nomeia o novo alfa e protetor do clã lobisomem.
Seus companheiros uivaram, tristes pela perda repentina e orgulhosos por terem um novo líder tão bom. Todos os lobisomens mais próximos da família Gatti foram para sua toca. O clima era pesado, tenso, horrível. Poppy estava ficando irritada ao não conseguir terminar aquela receita e ver o quão estranha era.
— (...) Depois use o excesso do chão!? Que tipo de avó cozinha uma coisa destas!!?
— O que você tá fazendo? — perguntou o lobisomem de cabelo bicolor, apoiado no batente da porta da cozinha
— Achei que ... você ia se sentir melhor comendo um pedaço do bolo que a Rosiepuff fazia.
Sorriu com ternura ao ouvir aquilo. Foi até ela e a abraçou, que correspondeu com gosto:
— Valeu, M'lady Rosada.
— De nada ... Ursinho de pelúcia.
— Por que você resolveu colocar ESSE apelido em mim? — se afastou para poder olhá-la
— Porque você consegue ser fofo como um às vezes ... é peludo ... tem orelhinhas ...
— Que bom que eu tenho orelhas. — disse, sarcástico
— Deixa eu elogiar, idiota!?
— Não fale assim com o seu ursinho!
O encarou com uma cara que dizia "fala sério", enquanto ele levantava uma sobrancelha:
— Você é um cara MUITO idiota, Gatti!
— Eu sei. — riu com gosto — Mas eu sou o SEU cara muito idiota!
Depois dessa, não tinha como não sorrir. Quando iam se beijar:
— A vovó morreu faz nem duas horas e vocês já estão se beijando? — Anny apareceu na porta, e os dois se afastaram
— O que isso tem haver?
— Não podem segurar esse desejo por um tempo e pensar nela!? Era a alfa do clã! Você, Branch, acabou de pegar a responsabilidade que lhe foi dada por direito desde que nasceu de uma maneira trágica e ...
Perceberam que ela só queria falar alguma coisa. Coerência no que falava era pré requisito para Anany Gatti. Lágrimas caíram como chuva, e um abraço em trio foi dado:
— Desculpa ... vou sentir MUUUITA falta dela ...
— Você e todo o clã.
— Bran- ... quero dizer, Alfa Branch, o senhor precisa comparecer à reunião lobo. — anunciou um jovem que teria, para nós humanos, uns vinte anos
— Já vou, só um segundo. — rapidamente, roubou um selinho da vampira, deixando-a em choque — Pronto, podemos ir.
Deixaram as duas sozinhas na cozinha:
— Ele realmente fez isso!? — perguntou a rosada, vermelha desta vez
— Não negue, você gostou. — disse a outra, continuando a receita do bolo, meio triste
— Anny. — ouviram alguém falar desde a porta novamente, e era Tony — Pode me encontrar no final do lado oeste da floresta amanhã?
— ... Ok.
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