♆ 3° Escama de Triton ♆
Espero que gostem, não se esqueçam de sempre ver nome do cap para saber quem está narrando!
Vocês já conhecem a playlist do Triton? Ele tem uma no spotify!
O nome é Triton - Wattpad está como playlist publica no meu perfil Kathy Seraph.
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No salão de refeições alguns servos já ajeitavam a mesa já que teríamos mais membros para a próxima refeição. O local amplo com grandes pilares dourados segurava a estrutura do local dando um ar mais elegante, o piso branco era mais gelado que o restante do palácio e as janelas não levavam cortinas deixando que a luz do sol passasse pelos vidros transparentes.
No centro da sala uma mesa reta muito larga para acomodar muitos Sereianos e acomodou todos convidados que tive em meu casamento.
Aiken terminava de falar com uma sereia que parecia guiar outros servos, antes de voltar-se para mim vindo com um sorriso e seu charme de pervertido de sempre. Ele percebia em minha postura que algo me incomodava por isso ele tentava me animar com provocações e seus sorrisos, mas dessa vez isso não adiantaria.
Estava esperando meu pai e expulsaria qualquer um daquele salão para fazer Hardar Schifino responder minhas perguntas, ele prometeu não ficar mais escondendo nada! Não importava se era algo de seu passado, nem sabia como ou por qual motivo ele matou Kaeryus sendo que ele sempre hesitava matar, na verdade, nunca o vi matar. Mesmo quando sofri as torturas por parte de Mukay que deixou meu pai muito irritado, ele não o matou.
E não seria uma lei que seguraria meu pai, não quando ele era que estava por trás da coroa governando naquela época, se é como Mukay disse, ele poderia muito bem pegar a coroa de volta e assim matar Mukay Reskenov.
— Não vai me dar nem um beijinho? — Aiken fez bico. — Estou vendo que alguém precisa de uma saidinha na nossa caverna, alguém tá emburradinho igual o tio Hardar. — Aiken riu tocando em minha bochecha com um dedo em cada lado do meu rosto.
O fitei furioso o fazendo rir ainda mais.
O que aquele pervertido estava rindo! Nunca tinha me visto bravo!
— Você fica uma gracinha todo bravo. — Ele dizia rindo.
— Vou dar uma gracinha para você, pervertido!
Aiken apenas riu mais apertando minhas bochechas e me enchendo de beijos.
Ah, como ficar bravo com tantos beijinhos gostosos por seu rosto e pescoço que desciam mais, e mais, era tão bom! Precisava de mais.
As portas se abriram e movi meu olhar para o local para ver se não era papai Hardar, e enquanto um servo passava rapidamente trazendo pratos, outro seguia logo adiante com alguns talheres que Belial obrigava mandar por, e quando estava desistindo de ficar olhando para aquelas portas escancaradas foi que a silhueta de meu pai adentrou.
Ele observou confuso os Sereianos vindo e indo rapidamente ajeitando tudo, certamente por que tinha mandado avisa-lo que já estava tudo pronto e o aguardava, mas, na verdade, apenas queria que ele chegasse antes de todos.
Soltei-me de Aiken que choramingou querendo continuar, e adoraria continuar com aquela agarração e até mesmo aproveitar dando uma escapadinha para o quarto antes do almoço, no entanto, tinha um objetivo naquele momento.
— Pai. — Chamei alto.
Hardar moveu sua cabeça em direção das janelas onde me encontrava, permaneci escorado nos vidros sentindo o sol acariciar minha pele e uma sensação de calor surgir. O sol parecia estar fraco hoje, gostoso para ficar do lado de fora ou em uma janela sentindo-o sobre sua pele, algumas nuvens escuras surgiam em alguns cantos do céu o que anunciaria que poderia vir chuva.
Movi meu olhar para verificar o céu novamente onde ele se encontrava como alguns minutos atrás, ainda o tempo mostrava que viraria.
"Eu estou o vendo"
Meu reflexo nos vidros mudou revelando Baal que sorria cinicamente para mim, não conseguia ver-me mais ali apenas o deus das trevas supremo fazendo meu coração pular em meu peito e meu corpo reagir se afastando da janela.
— Triton? — Virei-me ao ouvir a voz de meu pai. — Está tudo bem?
Pisquei algumas vezes antes de assentir para ele.
Meu pai moveu seu olhar novamente pelo salão para voltar-se para Aiken que não entendia por que recebia o olhar confuso de meu pai, ele não sabia sobre meu plano de atrair meu progenitor mais cedo para cá. Fitando-o também, apontei para porta gentilmente onde ele entendeu rapidamente o recado assentindo e pensando em uma desculpa para fugir de Hardar.
Mas era claro que nenhuma desculpa que ele inventasse meu pai acreditaria.
— Eu... eu...tchau, vou ver o Akon. — Ele saiu apressado sob o olhar de papai Hardar nele.
— O que está acontecendo? — perguntou ele. — Me avisaram que já estava tudo pronto e você estava me esperando.
Assenti.
— Quero perguntar algo — disse sem enrolação falando sobre meu plano e que fui eu que mandei um mensageiro chama-lo. — Algo que descobri que você esconde.
Meu pai não esboçou reação alguma, o que indicava que ele realmente não negava que estivesse escondendo segredos... novamente.
— Por que nunca contou sobre seu casamento com Erial.
— Não era algo que fosse importante para ajudar em alguma situação. — Ele deu de ombros desviando seu olhar azul do meu. — Você era ainda pequeno, Tayga ficou te cuidando, era para você ter ficado em casa, mas você fugiu de Tayga e me encontrou, certamente Kaya te guiou. — Ele riu de leve desviando seu olhar azul para os servos que não prestavam atenção em nós. — Você acabou até no colo de Erial onde ele te chamou de coisinha fofa.
Isso era bem familiar mesmo, me lembrava bem vagamente dessa cena, mas não do casamento, na verdade, pensei ser apenas uma festa que o rei estava dando, mas, na verdade, era uma festa do casamento dele com meu pai.
— Poderia não ajudar em algo, mas é algo que nem sabia sobre meu próprio pai! Sei mais coisas do papai Belial do que você! — Acabei gritando minhas palavras mesmo não querendo.
Por que ele tinha que esconder tanto passado dele? Mesmo que se sentisse arrependido de algo, pelo menos para seu filho ele não poderia contar? Pelo como foi para ele fazer a cerimónia Schifino que é o maior orgulho de um de meu clã, de como conheceu Erial! Ou até desmentir contando a verdadeira história de fatores que ainda não compreendendo, como relação dele com o vovô Reikal.
Ele sempre me disse que vovô o odiava, por isso não visitamos ele e nem vice-versa, ele gritou isso para Han quando o encontrei pela primeira vez. Então, por que mentir? Vovô Reikal o amava demais, e apenas agia fechado e friamente para não atrair a ira de Ranzel para meu pai, por que ter ficado mentindo sobre tudo isso para mim!
— Você ficou estranho quando enfrentou a filha de Agron. — Minhas palavras surgiram reação em meu pai.
Ele arregalou rapidamente seus olhos mesmo que ele não olhasse diretamente para mim, consegui captar sua expressão.
"Porque não pergunta para ele como ele matou o rei Waycheming" A voz de Baal soou em minha cabeça fazendo minhas pernas estremecerem. "Pergunte! Uma história tão fascinante de como ele passou sua lança naquele tritão sem piedade."
— Você ficou estranho enfrentando-a, era por que Saki é filha de Erial?
— Como sabe... disso...? — A voz dele tremeu.
— Você fica estranho enfrentando a filha dele, mata Kaeryus por ele. Você realmente ama papai Belial? Por que parece que não esqueceu ainda Erial.
Por que estava tão irritado...?
— Você quer magoar pai Belial! Por que fica mentindo!
Eu estava irritado demais com isso e não sabia de onde saia tudo isso, porém, já estava cansado desses segredos, era tão difícil pelo menos contar um pouquinho, um filho não pode conhecer a história de seus pais? Ele podia contar pelo menos suas aventuras para mim, mas o que ele só sabia fazer era esconder e mentir para mim.
Nem sabia compreender se o que sentia, a irritação que surgia em mim, tinha a ver com papai Belial, ou por se tratar de mentiras e segredo quando eu estava em um momento cansado dessas duas palavras, desses dois fatores.
Sempre ocultou o fato sobre eu não poder sair da água e não gostava quando subia muito na superfície. Escondeu sobre Keline, sobre Belial não ir me ver.
— De onde tirou isso? E baixe tom de voz comigo! — Ele ralhou.
Só isso que ele tem a me dizer? Nem começar a me contar a verdade!
Rosnei para ele.
— Você só sabe mentir pra mim! E agora, além disso, está magoando meu outro pai! — Continuei a erguer minha voz
Muitos servos pararam com olhares arregalados, outros decidiram sair do salão.
— Você é um péssimo pai!
Não! Não queria falar isso...
Mesmo que ele nunca me contasse as coisas, amava-o demais, sempre tive orgulho de ser seu filho e adorava as reações de todos em saber de quem eu era filho.
— Baixe já esse tom! Eu sou seu pai acima da coroa que você usa! — Podia ver sua reação surpresa em seus olhos.
— Não baixo! — Gritei para ele.
Comecei a caminhar em direção a porta e ouvi ele me chamando, todavia, continuei com passos batendo firmes no chão como se marchasse indignado. Ele me chamava meu nome várias vezes, mas não movia minha cabeça para trás, nem mesmo parava.
"Mentiras e mentiras, mortais apenas sabem mentir..."
Cerrei os punhos, enfurecido passando tão rapidamente pela porta que mau notei que quase tinha batido de frente em Belial que parou abruptamente me olhando confuso.
— Volte aqui, Triton! — Sua voz ecoou alta no corredor.
Parei o passo me virando com muita raiva e ainda com punhos cerrados.
— Eu te odeio! — Foram as palavras que saíram da minha boca e logo em seguida, minhas pernas voltaram a se mover rapidamente me tirando dali.
Gritei que o odiava, mas, não sentia ódio pelo papai Hardar.
O que estava acontecendo comigo?
"Você é ingênuo demais, isso que está acontecendo com você." Arregalei os olhos parando ao ver a silhueta de Baal ao meu lado. "Sua ingenuidade ainda será sua ruína, mas não tema, logo estaremos completos."
Ele gargalhou em minha frente enquanto levava sua mão em direção ao meu rosto.
Logo estaremos completos? O que ele queria dizer com isso?
O corredor escureceu rapidamente, as nuvens lá fora ficaram cinzas ocultando o sol e tomando conta de todo o céu, tudo parecia estar entrando em um abismo escuro.
— Você não sabe quantos anos tive que ter paciência para renascer, e quando achei um hospedeiro jamais imaginei que com ele poderia, na verdade, criar um corpo para mim. — Ele sorriu friamente tocando em meu rosto.
Baal era mais alto, tão alto quanto papai Belial. Suas feições eram parecidas demais com meu pai deus, e seu olhar bicolor também era idêntico. Em volta de seus olhos existia maquiagem escura e seus cabelos eram mais curtos batendo pouco abaixo dos ombros, jogados de qualquer jeito.
Naquele momento via e sentia Baal nitidamente.
Sentia sua pele tão branca quanto a minha em contato com meu rosto, ouvia o eco de suas botas ao dar um passo à frente para me alcançar. Suas roupas justas em seu corpo trajado dos pés até o pescoço de tecidos apertados, como meu pai Belial.
— Sabe quem seria meu hospedeiro?
Ah, eu?
Ele sorriu se divertindo como se fosse um jogo.
— Seu querido pai Hardar. — Arregalei os olhos. — Eu adentrei o corpo dele e comecei me fortalecer para tomar para mim, a ideia de ser um mortal por algum tempo me enojava, mas ele tinha uma força extraordinária e um poder incrível jamais vi em um mortal, porém, quando senti que ele reagia ao meu filho Belial tive a ideia de criar-me novamente com ajuda de seus pais, teria meus poderes das trevas mais cedo ainda.
Do jeito que ele falava da parte dos meus pais, queria nem tentar imaginar, soava bastante estranho mesmo que fosse só uma... Ah, criação de um novo corpo.
Ele se afastou de mim.
— Graças a mim você foi gerado, por que dei uma parte da minha alma a Hardar e apenas uma relação dos dois, você foi criado e quando nascesse apenas completaria me unindo totalmente com parte da minha alma que separei de mim.
Ele deu de ombros.
Do que ele estava falando... Isso não podia ser verdade.
Não! Eu sou o Triton! Minha alma é minha!
Baal começou a gargalhar em minha frente.
— Está na hora — disse ele ainda sorrindo. — Hora de pegarmos o que é nosso, na verdade, que é meu. — Riu novamente alto.
Não!
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Ixi, Triton e Hardar....
E agora Baal esta ai, ou melhor, está de volta e ativa.
Será que vai acontecer no proximo cap?
Palpites?
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