Pov: príncipe Joshua Schreave


_ Você simplesmente não sabe o perigo que corre por estar zombando de sua alteza _ Murmurei, demonstrando o mau - humor.

_ Me desculpa primo, mas é que isso é engraçado. Por anos você teve que fugir dessa garota que te persegue pelo palácio e agora ela irá participar do seu concurso _ meu primo Alex continuava com a sua chacota. Ele podia rir da situação já que isso provavelmente nunca aconteceria no seu caso pois não era o príncipe de Illéa e tão pouco precisava se passar por uma seleção para encontrar sua princesa.

Frustrado e com a respiração profunda, virei o copo de bebida na boca de uma só vez, sentindo ela descer quente pela garganta como se fosse capaz de me livrar daquele tormento e em seguida apertei as pálpebras por um instante.

Eu e Alex estávamos no salão dos homens, um refúgio masculino para momentos de descontração. Com sofás de couro macio e algumas poltronas, uma mesa de bilhar no centro, além de uma lareira e outras decorações. Tínhamos até mesmo um bar ali dentro, com um balcão e prateleiras que ostentavam uma vasta coleção de garrafas, desde uísques e conhaques até vinhos e licores.

Esse era um dos meus cômodos favoritos do palácio, era onde eu me livrava do fardo da realeza e me permitia ser apenas um jovem. Porém,  naquele dia nem o ambiente acolhedor  do salão e os goles generosos de uísque foram suficientes para acalmar a tempestade de pensamentos e sentimentos que assolavam a minha mente.

Wendy Allison, se tornará um dos meus piores pesadelos. Como príncipe de Illéa, é claro que tinha consciência de que muitas jovens eram apaixonadas por mim, contudo, Wendy passava dos limites de obsessão. 

Desde que começara a visitar o palácio com mais frequência seu entretenimento preferido era seguir cada passo meu pelo palácio e também era assustador a forma como ficava me encarando: como se eu fosse um belo prato de pudim. Além disso, como se não bastasse procurar maneiras de sempre se esbarrar comigo pelos corredores, Wendy também vivia fazendo desenhos meus. Ela colocava todos debaixo da porta do meu quarto com a assinatura: Te amo eternamente, Josh. (Nunca entendi quem lhe dera o direito de se referir a mim por um apelido)

Entretanto,  precisava admitir que os desenhos eram impecáveis. A garota desenhava com perfeição até mesmo o furinho do meu queixo e, por isso não mereciam ser jogados fora. Mas queimava na lareira aqueles nos quais ela desenhava nos dois juntos, como um casal feliz para sempre.

A beleza de Wendy Allison era inegável. Seus olhos grandes e cílios longos eram de fato atraentes, enquanto seu corpo curvilíneo contrastava com a magreza predominante nos bailes da alta sociedade. No entanto seu maior problema era ser uma fã obcecada. Tinha medo das loucuras que poderia fazer, como por exemplo invadir o meu quarto durante a noite.

E por esses e outros motivos quase tive um pré infarto quando seu nome sua foto apareceram no telão durante o jornal oficial de Illéa.

_ Eu deveria ter previsto que Wendy se inscreveria _ Admiti, ao me levantar do sofá de couro preto  e caminhar até o balcão do bar, onde estava a garrafa de tequila.

_ É, e agora que se inscreveu, o que pretende fazer com ela durante com o concurso? _ Meu primo indagou, ao se aproximar de mim e também reabastecer seu copo de bebida.

Me recostei no balcão de madeira,enquanto bebericava a bebida e mirava o chão com os olhos semicerrados, eu pensava em uma solução, em como me livraria de Wendy Allison.

_ Acho que já tenho algumas ideias _ Afirmei, com um sorriso maldoso, enquanto fazia um movimento circular com o copo de tequila.

Um sorriso de cumplicidade se espelhou pelo rosto de Alex, enquanto dava alguns tapinhas no meu ombro em um gesto de apoio silencioso.



_ Alteza, o rei espera que participe da reunião com o comitê essa tarde _ Jasper Ollitons, me encontrou bem no momento que estava saindo do salão dos homens. Jasper era um homem baixo, de pele negra e era um dos que trabalhavam para o rei de Illéa.

A minha cara preguiçosa dizia por mim o que eu pensava e Jasper logo notou o meu desânimo.

_ Devo dizer ao rei que está indisposto? _ Indagou, com uma das sobrancelhas arqueadas.

Aquele homem na minha frente já estava acostumado com esse tipo de situação, por vezes vinha rejeitando a solicitação do meu pai para comparecer aquelas reuniões tediosas.

_ Certamente _ Afirmei com a cabeça _ Obrigada mais uma vez, Ollitons _ lhe dei um tapinha de leve ao lado do braço e me retirei.

Encontrei com minha mãe, a rainha Clair, em uma das salas de estar do palácio, no terceiro andar. Ela passava a maior parte do tempo ali quando não estava com suas damas de companhia no salão das mulheres.

_ Querido! _ Exclamou surpresa ao me ver adentrar _ Não deveria estar na reunião com o comitê? _ Questionou, depois de atravessar a sala até o meu encontro e acariciar o meu rosto com as suas mãos.

_ Deveria sim. Mas pedi que avisassem ao papai de que me sinto indisposto, mais uma vez _ Expliquei, enquanto me espreguiçava e esticava os braços.

_ Bem, não tiro a sua razão. Com todos preparativos para a seleção, imagino o quanto deve estar se sentindo pressionado _ Minha mãe, caminhou até um dos sofás cor de chá, eu a acompanhei para me deitar no sofá a sua frente _ Além do mais, essas reuniões são muito chatas, não é mesmo? _ Um sorrisinho travesso surgiu nos seus lábios ao mesmo tempo que me lançava uma piscadela. Concordei com a cabeça, enfiando os dedos entre os meus cabelos na tentativa de aliviar o estresse.

O problema de Wendy ser uma das selecionadas ainda existia e era perturbador, mas decidi esquecer um pouco sobre esse assunto para apenas aproveitar os privilégios que tinha por ser um príncipe e passar um tempo repousando em um sofá muito confortável em um cômodo fresco e arejado.

Sim os privilégios existiam e graças aos meus pais que nunca foram exigentes ou rígidos. Na verdade sempre me deixaram escolher o que gostaria ou não de fazer. Para muitas pessoas isso se chamava: mimar o filho.

Esse tipo de assunto surgia com frequência nos tabloides: um príncipe mimado, era assim que me encaravam. No entanto nunca dei devida atenção, era simplesmente desnecessário me preocupar com esses comentários.

No entanto não era o único filho mimado dos reis de Illéa. Charlotte, minha irmã de doze anos, era a rainha do drama. Qualquer coisinha a deixava emburrada e naquele fim de tarde não foi diferente. Com fúria estampada no rosto, ela invadiu a sala de estar, seus sapatinhos batendo no chão com raiva indicando que alguém mais uma vez deixá-la contrariada. Eu e minha mãe só a acompanhamos com os olhos por um momento.

Charlotte, sem dizer nada, mas com um movimento brusco se deixou cair sentada no sofá ao lado da minha mãe e ficou de braços cruzados, as sobrancelhas franzidas e formando bico enorme com os lábios. Só esperando receber a atenção que desejava e conseguiu,  no mesmo instante minha mãe diminuiu a distância entre elas.

_ O que aconteceu dessa vez meu bem? Onde está Vivian, a sua coleguinha? _ A voz da minha mãe era melosa, enquanto enrolava no dedo uma mecha do cabelo da minha irmã.

_ Eu a expulsei do palácio! _ Charlotte esbravejou. Eu e minha mãe nos entreolhamos com os olhos arregalados _ Parece que ela não sabe que eu sou a princesa e que as regras das brincadeiras sou sempre eu quem faço.

Levei a mão até a boca e comecei a rir, não porque Charlotte estava sendo engraçada, apenas porque era divertido vê-la tão irritada e também pelo fato de achar que tinha alguma autoridade.

_ Que chato, querida _ Minha mãe a consolou, acariciando a sua bochecha _ Da próxima vez podemos convidar uma outra menina para passar tempo com você. Que tal a filha dos Prescott, o que acha?

_ Talvez sim _ Charlotte fez cara de quem não estava nem aí e se levantou do sofá com um pulinho jogando o seu cabelo longo e ondulado para trás do ombros.

A noite caiu bem rápido. A minha disposição para descer até a sala de jantar era quase zero por isso pedi ao meu valet que trouxesse a refeição para o meu escritório que ficava bem ao lado da minha suite. Após comer e deixar o prato e os talheres de lado, voltei a atenção para a maquete que estava montando a semanas.

Podia não me interessar ou saber muito sobre política, mas tinha algo que dominava: arquitetura e paisagismo. Eu ficava empolgando na criação das minhas maquetes, com ideias que provavelmente não deixariam de ser apenas uma miniatura.

A minha ideia mais recente era um novo bairro, com casas modernas e um parque com um lago. Ainda precisaria decidir qual província se encaixaria melhor no projeto. Mas não precisava gastar tempo preocupado com isso ou elaborando, uma vez que o projeto não seria executado. Aquela seria só mais uma maquete, um enfeite na minha estante junto com as outras.

Ooiie! Foi aqui que pediram um pov do príncipe Josh? 👀

Bem não sei se era bem isso o que estavam esperando, mas a intenção ao trazer esse capítulo com a visão de Joshua era para que pudessem conhecer um pouco melhor o tipo de rapaz que ele é, a sua relação com a família e também o seu ponto de vista sobre Wendy.

Mas é claro que vou trazer mais capítulos narrados pelo nosso príncipe!

Por favor me digam o que acharam e quais são as opiniões sobre Joshua Schreave. Eu particularmente acho ele de fato um garoto mimado rsrs

Enfim, é isso ... até a próxima!

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